quarta-feira, 27 de janeiro de 2016



"O mundo do trabalho catalisa de forma especialmente absurda essa necessidade que criamos a nós próprios de sermos muito eficientes. Além disso pensamos erradamente que o nosso trabalho é de suma importância e isso não é, muito simplesmente, verdade. Nem sequer é importante para nós. Pensar que o trabalho de cada um de nós é essencial - porque necessitamos dele para viver, porque tem importância social - constitui o caminho mais directo para o stresse, porque essa crença acrescenta artificialmente uma pressão que arruína toda a possibilidade que teríamos de desfrutar dele.
As pessoas lógicas trabalham apenas para se divertir, para se realizarem, para desfrutarem... e para elas o stresse é quase inexistente. E conseguem-no porque sustêm a crença racional de que o trabalho - de qualquer pessoa - nunca é demasiado importante. Não necessitam dele. Trata-se muito simplesmente de uma fonte de gratificação.
O princípio que nos faz defender esta ideia - para alguns radical - é o de que o único trabalho realmente importante é conseguir a comida e a bebida necessárias para o dia a dia. Isso sim é importante, porque sem ele morreríamos... mas tudo o resto é prescindível. Dito de outra maneira, não necessitamos de tudo o que um trabalho remunerado nos proporciona: dinheiro para comprar bens e serviços supérfluos.
Na nossa sociedade ocidental, temos a sorte de ter comida e bebida suficiente. Em todas as localidades existem fontes de água potável que matam gratuitamente a sede e todos os dias, ao final do dia, os supermercados, restaurantes, padarias etc., deitam fora, infelizmente, enormes quantidades de comida que não vão vender. O facto indiscutível é que na nossa sociedade de abundância, os alimentos sobram." - Rafael Santandreu

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