domingo, 7 de fevereiro de 2016



"O fundamental é amar-se a si próprio tão completamente que o amor transborde e chegue aos outros. Não sou contra partilhar, mas sou absolutamente contra o altruísmo. Sou a favor de partilhar. Mas primeiro tem de se possuir alguma coisa para se poder partilhar. E então não estará a fazer nada como uma obrigação para com alguém; pelo contrário, a pessoa que receber alguma coisa de si está a ser amável consigo. Deve ficar-lhe agradecido, porque o outro poderia ter rejeitado a sua ajuda; o outro mostrou-se generoso.
Insisto que o indivíduo deveria sentir-se tão feliz, tão ditoso, tão silencioso, tão contente, que desse estado de satisfação total ele começasse a partilhar. Ele possui muito, é como uma nuvem com chuva: tem de transbordar. Se a sede do outro for saciada, isso é secundário. Se cada indivíduo estiver cheio de alegria, cheio de luz, cheio de silêncio, estará a partilhar tudo isso sem que ninguém lho diga, porque partilhar é uma grande alegria. Dar aos outros dá mais prazer do que receber.
Mas para isso toda a estrutura deveria ser mudada. Não se deveria dizer às pessoas para serem altruístas. Elas são muito infelizes. O que podem elas fazer? São cegas, o que podem fazer? Desperdiçaram a sua vida, que podem fazer? Só podem dar aquilo que têm. Então as pessoas estão a dar desgraça, o sofrimento, a angústia, a ansiedade, a todos aqueles que entram em contacto com elas. Será isso altruísmo? Não, eu gostaria que toda a gente fosse absolutamente egoísta. Cada árvore é egoísta: leva a água às suas raízes, leva a seiva aos seus ramos, às folhas, aos frutos, às flores. E quando está em flor, o perfume que liberta é para todos: conhecidos, desconhecidos, familiares, estranhos. Quando está carregada de frutos, partilha, dá esses frutos. Mas se as árvores fossem ensinadas a ser altruístas, elas morreriam, tal como toda a humanidade está morta. A única coisa que existe são cadáveres que andam. E andam para onde? Andam para o cemitério, para finalmente descansarem nos seus túmulos.
A vida deveria ser uma dança. E a vida de toda a gente pode ser uma dança. Deveria ser uma música e então você pode partilhar; tem de partilhar. Não preciso de o dizer, porque esta é uma das leis fundamentais da existência: quanto mais a partilhar, mais a sua felicidade cresce. Contudo, eu ensino o egoísmo." - Osho 

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