segunda-feira, 4 de julho de 2016




"Ânsia (longing). Vocês conhecem a sensação. É aquela dor de sentir que algo de vital está a faltar à nossa vida; uma profunda sede de mais. Mais sentido, mais conexão, mais energia – mais alguma coisa. Ansiar é aquela sensação que corre pelo nosso corpo imediatamente antes de constatarmos que estamos inquietos, sós ou infelizes. 
Ansiar deste modo não é apenas outro estado mental. É profundamente físico. O nosso corpo anseia por algum nutriente essencial que não está a ter e todavia não podemos exactamente apontar o que seja. Podemos por vezes entorpecer esta dor com um profundo mergulho no trabalho, na conversa, na televisão ou no jogo a dinheiro. Mais frequentemente do que o contrário, contudo, estas e outras tentativas de preencher o vazio doloroso são meramente distracções temporárias. A ânsia não pára. Segue-nos como uma sombra, insistentemente, tornando as distracções ainda mais apelativas. E as distracções abundam – aquele segundo ou terceiro copo de vinho, aquele caudal de textos e tweets, aquele sofá e controlo remoto. 
É provável que a comida abunde na nossa vida. E que água limpa para beber esteja tão perto como a mais próxima torneira e seja virtualmente ilimitada. Temos acesso a um ar razoavelmente puro e a um abrigo adequado. Estas necessidades básicas foram há muito satisfeitas. Aquilo pelo qual agora ansiamos é de longe mais intangível. 
Aquilo pelo qual ansiamos é amor. Sejamos solteiros ou não, passemos amplamente os nossos dias no isolamento ou constantemente rodeados pela emoção das conversas, o amor é o nutriente essencial pelo qual as nossas células anseiam: verdadeira conexão cheia de positividade com os outros seres vivos.
O amor, como se revela, nutre o nosso corpo do mesmo modo que o justo equilíbrio da luz do sol, solo rico em nutrientes e água nutre as plantas e lhes permite florescerem. Quanto mais o experienciamos, mais abrimos e crescemos, tornando-nos mais sábios e sintonizados, mais resilientes e eficazes, mais felizes e sãos. Também crescemos espiritualmente, mais capazes de ver, sentir e apreciar as profundas interconexões que inexplicavelmente nos ligam aos outros, nos incorporam no grande tecido da vida." - Barbara L. Fredrickson

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