segunda-feira, 8 de agosto de 2016




"Já reparei que a maioria dos humanos está a tentar perceber o que está errado e a mudá-lo. Quer o nosso objectivo seja reparar o que achamos que precisa de ser arranjado, para, efectivamente, escondermos o nosso defeito ou para, finalmente, encontrarmos segurança ou amor incondicional, a maioria de nós trabalha muito para fazer mudanças. E a maioria de nós, quando não somos bem sucedidos nesse esforço, fazemos o que eu fiz: esforçamo-nos ainda mais. 
Quando nos tentamos mudar, o foco da nossa perspectiva de vida torna-se mais estreito. Quando mais auto-críticos somos, mais auto-absortos nos tornamos.
A maioria de nós tem uma parte do cérebro que observa o nosso próprio comportamento. Mas os observadores ligados ao nosso cérebro não são nem objectivos, nem compreensivos. Têm mais tendência para nos julgar, sempre a lembrar-nos de que não somos suficientemente bons. E, por isso, criticamo-nos, julgamo-nos, trabalhamos mais, dormimos menos ou afastamos as pessoas de quem gostamos...
A maioria das pessoas que eu conheço aceita este juízo como correcto! Consideram-no o "ego ideal" - a voz que nos diz como sermos a pessoa que achamos que devemos ser. Outros chamam consciência a essa voz crítica. Em geral, todos crêem que essa voz crítica está cheia de poder e de sabedoria.
Eu vejo-o de forma um pouco diferente. O que descobri é que a voz no cérebro não é a voz de nenhum observador sensato. Em vez disso, é a voz das nossas próprias ansiedades e inseguranças a dizer-nos que, se formos diferentes, vamos deixar de nos sentir inseguros. Encaro essa voz crítica como uma criança assustada que diz:
- Faz isto ou faz aquilo e aqueloutro... e talvez, depois, fique tudo bem.
Em vez de levar essa voz crítica a sério, tente ouvi-la como uma parte ansiosa da sua personalidade que precisa de ser acalmada. Precisa de estabilidade, e não de obediência.
A verdade é que, se conseguirmos sentir-nos confortáveis com quem somos, em vez de com quem achamos que devemos ser, então, vamos sentir-nos menos inseguros." - Daniel Gottlieb

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