quinta-feira, 17 de novembro de 2016




"Muitas vezes julgamos saber o conteúdo da mente de alguém e, na realidade, não sabemos. Por outras palavras, é possível que os nossos companheiros «entrem em sintonia» connosco de formas que nos passam despercebidas. Vários psicólogos e neurocientistas especializados na área da cognição atribuem este fenómeno a algo que denominam de «Teoria das Outras Mentes». Dito de maneira simples, desenvolvemos muito cedo a capacidade de reconhecer os outros enquanto pessoas e de fazer inferências acerca do que estão a pensar ou a sentir. É uma das ferramentas cognitivas mais valiosas de que dispomos para navegar no nosso mundo de relações.

De acordo com a neurocientista Peggy La Cerra: «possuímos centenas de memórias sobre cada uma das pessoas que conhecemos - o que elas valorizam, o que as motiva, do que gostam e não gostam». Nas relações mais íntimas, isto significa que, apesar de acreditarmos saber o que os nossos parceiros estão a pensar num dado momento, não estamos necessariamente próximos da verdade.

Por norma, depois da lua de mel tendemos a prestar atenção aos nossos cônjuges apenas nas situações em que os seus comportamentos se cruzam com o que quer que estejamos a tentar alcançar nesse momento. Pomo-nos em piloto automático e perdemos o contacto com a nossa capacidade de ouvir, partindo do princípio de que sabemos como o outro se está a sentir, pois «já passámos por isso centenas de vezes». Por vezes assumimos erradamente que os nossos parceiros são incapazes de sentir o que sentimos porque cada um de nós está a viver num mundo interior altamente personalizado. Muitas vezes nem sequer nos damos ao trabalho de tentar descobrir o que a nossa cara-metade está realmente a pensar - ou até a dizer." - Arielle Ford 

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