sábado, 17 de dezembro de 2016




"Nenhum ser humano pode ver e entender no outro o que ele próprio não viveu.

Navegamos num mundo de opiniões preconcebidas e de olhares superficiais sobre a realidade. É claro que o ser humano não pode viver todas as experiências, isso é impossível, mas a empatia é essencial para conviver. Se não nos esforçarmos por entender os sentimentos alheios, ver a vida de uma perspectiva que não seja a nossa, dificilmente poderemos estabelecer laços profundos com as pessoas à nossa volta. 

Quem é que não se sentiu incompreendido pelas pessoas mais próximas do seu círculo? Quando nos encontramos numa situação difícil, vamos ter com os amigos à procura de conselho. Eles, frequentemente, tentam tirar importância ao assunto através da frase que tanto se utiliza perante um problema: «Não te preocupes.» Mas a verdade é que nos preocupamos, estamos a sentir no nosso interior uma emoção que nos ultrapassa e procuramos ajuda porque nos sentimos sem ânimo.

No entanto, muitas vezes, as pessoas à nossa volta só podem dar-nos a mão. Não passaram pelo mesmo e não podem oferecer conselhos concretos que nos ajudem a sair do buraco. Quanto muito entenderão que estás a passar por um mau momento. Isso não significa que possam compreender realmente o que te acontece.

Por esse motivo, às vezes, é mais útil o silêncio e um ombro onde descansar do que mil palavras estereotipadas, porque o silêncio põe tudo no seu lugar e permite-nos pensar com clareza.

A empatia também deve funcionar nessa direcção: aceitar que os outros só podem entender-nos dentro dos limites do que viveram. Ao mesmo tempo devemos dar valor por estarem ali, a apoiar-nos e a acompanhar-nos no processo, porque só nós podemos superar os nossos problemas.

Mesmo que alguém diga que viveu uma coisa parecida, as nossas experiências são diferentes, porque cada um vive-as e sente-as a partir de si mesmo." - Allan Percy

Sem comentários:

Enviar um comentário