segunda-feira, 6 de março de 2017




"Era um homem que ouvira falar muito da preciosa e perfumada madeira de sândalo, mas nunca tivera ocasião de a ver. Surgiu nele um intenso desejo de conhecer a tão prezada madeira de sândalo. Para tornar o seu desejo realidade, começou a escrever cartas a todos os seus amigos, solicitando-lhes que lhe enviassem um pedaço de madeira de sândalo. Pensou que algum deles teria a bondade de atender o seu pedido. Escreveu inúmeras cartas ao longo de vários dias, sempre com a mesma e repetida súplica: «Por favor, enviem-me madeira de sândalo.» Mas um dia, enquanto estava em frente ao papel e, abstraído, mordiscou o lápis com o qual havia escrito tantas cartas, sentindo o aroma que surgia da madeira do lápis. Com grande júbilo, descobriu que era sândalo.

Ninguém nos pode oferecer a nossa própria identidade, porque já é nossa por direito. O que temos de fazer é percebê-la, conhecê-la. Estamos tão identificados e presos aos pensamentos que não nos apercebemos da natureza real além dos nossos processos mentais. O si-mesmo é a testemunha dos pensamentos, e quando somos capazes de calar a gritaria mental, aparece um espaço de serenidade onde contemplamos o rosto do nosso ser." - Ramiro Calle 

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