domingo, 6 de agosto de 2017





"Hoje em dia fazemos tudo demasiado depressa. Sem disso nos apercebermos, andamos a correr na rua. Parecemos praticantes de marcha em atletismo. E, em muitos casos, nem sequer temos pressa de chegar ao nosso destino. Andamos, simplesmente, acelerados.

Nas lojas, queremos que nos atendam com celeridade para não perdermos tempo. Vá lá, toca a andar!

No supermercado: porque está a fila tão comprida? Era só que faltava! Abram outra caixa!

Consideremos, por oposição, aquele que é o ritmo natural do ser humano. Encontramo-lo em qualquer pequena povoação. As pessoas andam a metade da velocidade, conversam tranquilamente nas lojas, todos os seus gestos parecem abrandados. Quando passamos algumas horas em contextos destes, o ritmo torna-se contagiante e isso, por si só, já se pode revelar muito apaziguador  para a nossa torturada mente.

A velocidade frenética a que vivemos cobra o devido preço ao nosso sistema nervoso.

A minha recomendação para pessoas com ansiedade generalizada é que interrompam a sua actividade, ao longo do dia, aproximadamente a cada hora, para dar um passeio curto, ouvir música, comer ou beber algo e contemplar a beleza que as rodeia.

Esta interrupção é essencial para a restituição da calma. Portanto, não se trata apenas de uma recomendação. Para as pessoas com ansiedade generalizada é quase um mandado. Se o cumprirem, verão a agitação diminuir paulatinamente nas suas vidas." - Rafael Santandreu

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