terça-feira, 31 de maio de 2016




"Sentarmo-nos calmamente em silêncio, atentos a nós mesmos, é a coisa mais simples que podemos fazer, é a expressão mais pura daquilo que somos."
Esta frase sintetiza um dos objectivos mais importantes de todas as práticas budistas e a mesma preocupação pode ser encontrada em muitas outras tradições e escolas. A razão de ser desta insistência reside na convicção, a que muitos de nós chegamos, de que as verdadeiras revoluções só são possíveis se mudarmos a nossa maneira de sentir." - Paramananda

segunda-feira, 30 de maio de 2016




"Tem medo de tomar decisões? De falar em público?
De terminar uma relação que não o satisfaz? De estar sozinho? De envelhecer?
Algumas das hipóteses referidas? Todas? Talvez pudesse acrescentar mais algumas à lista. Não interessa... junte-se à multidão! O medo parece ser uma epidemia na nossa sociedade. Tememos os inícios; tememos os fins. Tememos a mudança; tememos "ficar paralisados". Tememos o sucesso; tememos o fracasso. Tememos viver; tememos morrer.
A convicção de que o medo pode ser gerido através da reeducação, surgiu da minha própria experiência. Quando era mais nova, geria-me pelo medo, não sendo pois de surpreender que durante anos me tenha envolvido em muitas coisas que claramente não me correram de feição.

Parte do meu problema residia na pequenina voz incessante que não parava de dizer: "É MELHOR NÃO MUDARES A TUA SITUAÇÃO. NÃO HÁ MAIS NADA POR AÍ PARA TI. NUNCA O CONSEGUIRÁS FAZER SOZINHA." Sabem do que estou a falar - daquela que nos lembra constantemente, "NÃO CORRAS O RISCO. PODES COMETER UM ERRO. MEU DEUS, COMO TE VAIS ARREPENDER!"

O meu medo parecia não enfraquecer, e eu não tinha um minuto de paz. Nem mesmo o doutoramento em psicologia parecia ajudar-me grande coisa. Então, um dia, enquanto me vestia para ir trabalhar, atingi o ponto de viragem. Olhei por acaso para o espelho, e vi uma imagem demasiadamente familiar - olhos vermelhos e inchados das lágrimas de auto-comiseração. De repente, a raiva subiu dentro de mim e comecei a gritar para o meu reflexo, "CHEGA... CHEGA... CHEGA!" Gritei até esgotar a energia.

Quando parei, senti um estranho mas maravilhoso sentimento de alívio e calma como nunca antes sentira. Sem o compreender na altura, tinha entrado em contacto com uma poderosa parte de mim que até àquele momento nem sabia que existia. Lancei novamente um longo olhar para o espelho e sorri ao mesmo tempo que acenava que SIM com a cabeça. A velha e familiar voz das tristezas e desgraças fora abafada, pelo menos temporariamente, e revelava-se agora uma voz nova - uma que falava de força e amor e alegria e de todas as coisas boas. Nesse momento percebi que não ia deixar que o medo me vencesse. Encontraria uma forma de me livrar do negativismo que dominava a minha vida. E assim começou a minha odisseia." - Susan Jeffers

domingo, 29 de maio de 2016




"O aumento explosivo da população mundial levou à extinção de diversas culturas e espécies, bem como ao esgotamento de metade das reservas de petróleo do nosso planeta. Em todo o mundo, os seres humanos deparam-se agora com escolhas difíceis quanto à criação de um futuro sustentável.
A única solução duradoura para as crises com que nos defrontamos é a reaprendizagem das lições que os nossos antepassados sabiam - e que lhes permitiram viver de forma sustentável durante centenas de milhares de anos - mas que nós esquecemos.
Os nossos problemas não derivam da nossa tecnologia, dieta, violência na comunicação social ou de qualquer outra coisa que façamos. Derivam da nossa cultura - da nossa visão do mundo. A razão pela qual a maior parte das soluções apresentadas para as crises mundiais são impraticáveis é por emergirem da mesma visão do mundo que causou o problema. A reciclagem não vai salvar o mundo, o controlo da natalidade não vai salvar o mundo, e salvar o pouco que resta da floresta virgem não vai salvar o mundo. Mesmo que todas essas coisas positivas fossem totalmente concretizadas, o nosso problema fundamental permaneceria e seria inevitavelmente repetido. Mesmo a fusão fria e a eliminação da necessidade de petróleo, com electricidade gratuita para toda a gente, não vão "salvar o mundo". Nada, excepto uma mudança na nossa forma de ver e compreender o mundo, pode gerar uma mudança real, significativa e duradoura... e a perspectiva dessa mudança levar-nos-á então a começar a controlar as populações, a salvar as florestas, a recriar a comunidade e a reduzir o consumo excessivo." - Thom Hartmann

sábado, 28 de maio de 2016




"Temos sempre a possibilidade de escolher. Podemos deixar que as dificuldades da vida nos tornem cada vez mais ressentidos e temerosos, ou, pelo contrário, podemos fazer com que nos tornem melhores. Como ponto de partida, aceitemos a dor de braços abertos, conscientes de que, por trás do sofrimento, encontraremos amor e ternura universais. Devemos aprender a despertar essa bondade primordial, a aceitar as nossas imperfeições e a dos que nos rodeiam, e a focalizarmo-nos no presente de modo a fugir às armadilhas do nosso próprio ego." - Pema Chodron

sexta-feira, 27 de maio de 2016




"A sociedade de hoje começou a substituir uma ética de trabalho por uma ética de riqueza, antepondo a recompensa ao processo. Confundimos privilégio com acumulação material, carácter com validação exterior. Contudo, por nos focarmos mais na substância e menos nos proveitos, podemos abrir janelas de oportunidade e lutar por um maior sentido de realização. A forma como abrimos caminhos e perseveramos nos momentos de desafio é onde começamos a criar a vida dos nossos sonhos - a descobrir as nossas vocações para concretizar a felicidade de restituir aos outros.
O compromisso move o mundo. Ao mesmo tempo dá poder e cura-nos; é combustível e remédio juntos. É o antídoto para a mágoa, apatia, falta de autocrença. O compromisso abate portas fechadas e nivela estradas com buracos. Compromisso gera confiança e justifica também confiança. Compromisso alarga os nossos esforços, para arrastar aqueles recursos bem fundos no nosso íntimo que se encontram em repouso, até que decidimos descobri-los e usá-los. Assim, para concluir, dir-lhe-ei a mesma coisa que tenho dito a mim próprio milhares de vezes: é a si que compete criar a sua vida. Seja grato pela oportunidade. Agarre-a com paixão e arrojo. Seja o que for que decida fazer, comprometa-se com isso com toda a sua força… e comece-o agora mesmo. De que está à espera?" - Peter Buffett

quinta-feira, 26 de maio de 2016




"A meditação é a arte de prestar atenção, de escutar o coração. A nossa mente já se habituou a viver em "piloto automático", desligada do momento presente, em que vivemos, crescemos, sentimos, amamos, aprendemos, sofremos. Mas [ela] tem também a capacidade inata de nos acordar para a beleza única e as possibilidades de cada momento. Em vez de nos isolar do mundo, a meditação permite-nos apreciá-lo mais plenamente.
É Isto Mesmo

 Dois monges Zen de túnicas e cabeças rapadas, um mais novo, outro mais velho, sentados no chão lado a lado de pernas cruzadas. O mais novo tem um olhar um pouco interrogativo para o mais velho, que está virado para ele a dizer: "Nada acontece a seguir. É isto mesmo."

É verdade. Em geral, quando executamos algo, é natural querermos o resultado esperado em virtude dos nossos esforços. Queremos ver resultados, mesmo que seja apenas uma sensação agradável. A única excepção de que me consigo lembrar é a meditação. A meditação é a única actividade humana intencional e sistemática que em última análise não é tentar ser melhor ou ir a qualquer lado, mas simplesmente compreender onde já se está. Talvez o seu valor resida precisamente nisto. Se calhar todos nós precisemos de fazer uma coisa na vida simplesmente pela coisa em si.

Mas não será muito correcto chamar à meditação algo "que se faz". Será mais acertado descrevê-la como algo "que é". Quando percebemos que "É isto mesmo", permite-nos libertarmo-nos do passado e do futuro e acordarmos para aquilo que somos agora, neste momento.

As pessoas normalmente não conseguem isto imediatamente. Querem meditar para relaxar, para sentirem um estado especial, para se tornarem pessoas melhores, para diminuir o stress ou uma dor, para romperem com velhos hábitos e padrões, para se tornarem livres ou iluminadas. São tudo razões válidas para começar uma prática de meditação, mas todas igualmente cheias de problemas se esperarem que essas coisas aconteçam só porque agora já meditam. Ficarão presos ao quererem ter uma "experiência especial" ou ao procurarem sinais de progresso, e se não sentirem algo especial rapidamente, poderão começar a duvidar do caminho que escolheram, ou a interrogar-se se estarão a "fazê-lo bem"." - Jon Kabat-Zinn

quarta-feira, 25 de maio de 2016




"Encontramo-nos todos num comboio muito rápido que se desloca numa via pré--determinada e que vai ganhando velocidade à medida que avança, e já ali estamos há muito tempo. Não podemos chegar ao maquinista porque este está protegido por um corpo de guarda fiel. Ou talvez nem haja mesmo maquinista; e o comboio seja comandado por um computador. Muitos gostariam que diminuísse a velocidade; outros desejariam sair do comboio. Outros estão já tão habituados à velocidade que já nem dão por isso. Uma pequena minoria adora a velocidade e quer mesmo que esta aumente. Esta minoria adepta da velocidade é a única que consegue chegar onde quer. A maior parte fixa o seu olhar em branco na janela, mal se apercebendo do mundo que passa a correr e sentindo-se completamente impotente.

Felizmente, há algo que podemos fazer. PARAR pode tirar-nos deste comboio, pode separar-nos dos ritmos crescentes daqueles que nos rodeiam e pode conduzir-nos aos ritmos da nossa própria escolha, que - e é importante salientar - poderá muito bem incluir algum tempo no comboio rápido. PARAR pode franquear-nos o acesso às oficinas de manutenção para acalmar e restaurar as forças por forma a que, ao reiniciar a viagem, nos encontremos na via certa, na direcção certa, e em estreita colaboração profissional com o maquinista." - David Kundtz

terça-feira, 24 de maio de 2016




"O silêncio é a cor das ocorrências da vida: pode ser ligeiro, denso, cinzento, alegre, venerável, aéreo, triste, desesperado, feliz. Colora-se de todas as infinitas tonalidades das nossas vidas... Se o escutarmos, o silêncio fala-nos e elucida-nos constantemente acerca do estado dos lugares e dos seres, acerca da textura e da qualidade das situações que enfrentamos. É o nosso companheiro íntimo, o âmago permanente do qual tudo se liberta. Num mundo cada vez mais ruidoso, o valor do silêncio tem de ser redescoberto. Talvez o tenhamos esquecido, mas nós somos seres portadores de toda a sabedoria imemorial do silêncio." - Marc de Smedt

segunda-feira, 23 de maio de 2016





"A VIDA É DIFÍCIL. Esta é uma grande verdade, uma das maiores verdades.

É uma grande verdade porque uma vez que vejamos realmente esta verdade, transcendemo-la. Quando sabemos verdadeiramente que a vida é difícil - quando o compreendemos e aceitamos verdadeiramente - a vida deixa de ser difícil. Porque assim que é aceite, o facto de a vida ser difícil deixa de ter importância. A maior parte das pessoas não vê inteiramente esta verdade de que a vida é difícil.

Em vez disso, lamenta-se mais ou menos incessantemente, ruidosa ou subtilmente, da enormidade dos seus problemas, encargos e dificuldades, como se a vida fosse fácil de um modo geral, como se a vida devesse ser fácil. Proclamam a sua crença, ruidosa ou subtilmente, de que as suas dificuldades representam uma espécie única de atribulação que não deveria mas de algum modo lhes foi especialmente dirigida, ou às suas famílias, à sua tribo, à sua classe, à sua nação, à sua raça ou até à sua espécie, e não a outros.

Eu conheço esta lamentação porque já fiz a minha parte. A vida é uma série de problemas. Queremos lamentar-nos ou resolvê-los? Queremos ensinar os nossos filhos a resolvê-los?" - M. Scott Peck


domingo, 22 de maio de 2016





"Da realidade misteriosa, tão vasta e imprevisível, apenas percebemos o que é filtrado através do nosso reduzido ponto de vista. A imaginação activa é a chave de uma visão ampla; permite encarar a vida a partir de ângulos que não são os nossos, imaginando outros níveis de consciência superiores aos nossos.
Esta busca separou-me do meu Eu ilusório, fez-me fugir da minha zona de conforto e impeliu-me a procurar desesperadamente um sentido para a vida." - Alejandro Jodorowsky

sábado, 21 de maio de 2016




"A vida não é justa. Coisas más acontecem a pessoas boas. Todos sentimos que, se fizermos tudo como deve ser, se trabalharmos muito, e se cuidarmos de nós e daqueles que amamos, as nossas vidas decorrerão tranquilamente. Mas, um dia, acontece alguma coisa que vira a nossa vida ao avesso, e que nos faz ficar desiludidos e perturbados. Durante qualquer luto, devemos aprender a aceitar que a recuperação completa de uma tragédia é um mito e a cura total demora a vida inteira. No processo, descobriremos um verdadeiro código da vida, com regras pelas quais ela deve ser conduzida. As regras da vida são duras, mas são reais. Se as reconhecermos e aceitarmos, aprenderemos a lidar mais facilmente com qualquer problema ou crise que tenhamos de enfrentar." - Ken Druck









Estradas desertas, povoações com pouca gente, o cheiro da terra.... o Alentejo é mágico. Que paz!!!



A precisar de esvaziar a mente, de sair da confusão de vozes, de "parar", de respirar silêncio.
Fim de semana sem destino. Prometo voltar....

sexta-feira, 20 de maio de 2016




"Por muito que seja improvável, por muito que seja contra a natureza, o progresso acontece, as pessoas tornam-se melhores. Melhores a viver, a ser quem são, a levar a vida com elegância, humor e coragem. Tenho visto, ao longo dos anos, como as pessoas comuns encalham na vida, enfrentam novos desafios e transformam as suas existências. Podemos deixar de ser criaturas de hábitos e tornar as nossas vidas mais plenas." - Vincent Deary

quinta-feira, 19 de maio de 2016




"NUM MUNDO DECADENTE, A PROJECÇÃO É FEITA NOS CRAQUES E NOS SÍMBOLOS DE GRANDEZA:
DINHEIRO, FAMA E COMPETIÇÃO...

- PORQUE É QUE AS PESSOAS NÃO SEGUEM A SUA PRÓPRIA ESTRELA, E PERSEGUEM A DOS OUTROS?

" - Porque seguir a própria estrela quer dizer isolamento, não saber para onde ir, ter que descobrir um caminho completamente novo para si mesmo em vez de simplesmente seguir o mesmo caminho pisado que todos usam.
É por isso que o ser humano sempre teve uma tendência a projectar o aspecto único e a grandeza do seu ser interior sobre personalidades exteriores e a tornar-se seu servo, seu devotado servo, admirador e imitador.
É muito mais fácil admirar uma grande personalidade ou tornar-se discípulo ou seguidor de um guru ou profeta religioso, ou admirador de uma grande personalidade oficial.
[...]
Isso tudo é muito mais fácil do que seguir a própria estrela." - Marie Louise Von Franz 

quarta-feira, 18 de maio de 2016





"A ilusão de um amanhã melhor há muito murchou (...).

Por todo o lado impera a força das armas e a pirataria das armas. Evaporou-se a água que refresca os destinos da humanidade, tudo é fogo.
(...)
“Há cada dia menos escolas, menos emprego, menos chuva, mais sol, mais armas. Há mais mortos do que vivos, mas ainda não é chegado o fim do mundo, a vida triunfará para a glória do vencedor. O campeão desta guerra construirá o majestoso palácio imperial com ossadas humanas que andam às toneladas nas matas.”
(...)
O planeta Terra encontra-se envolvido num conflito sem fim.
A vida colocou o homem e a mulher como eternos rivais, degladiando-se na arena da vida.
Estamos na era atómica, o mundo está quase a desabar.
Outro aviso ao criador: se tiver que reconstruir o Éden que todos os seres sejam completos, incluindo a humanidade.
Que sejam hermafroditas.
Masculino e feminino no mesmo ser, para se atingir a perfeição suprema e com ela a paz por todos nós desejada, sem disputas, nem desilusões, nem desgostos de amor.” - Paulina Chiziane

terça-feira, 17 de maio de 2016




"Às vezes, pergunto-me porque é tão difícil ser transparente?
Costumamos acreditar que ser transparente é simplesmente ser sincero, não enganar os outros. Mas ser transparente é muito mais do que isso. É ter coragem de se expor, de ser frágil, de chorar, de falar do que se sente... Ser transparente é desnudar a alma, é deixar cair as máscaras, baixar as armas, destruir os imensos e grossos muros que nos empenhámos tanto para levantar...

Ser transparente é permitir que toda a nossa doçura aflore, desabroche, transborde!
Mas, infelizmente, quase sempre, a maioria de nós decide não correr esse risco. Preferimos a dureza da razão à leveza que exporia toda a fragilidade humana. Preferimos o nó na garganta às lágrimas que brotam do mais profundo do nosso ser...

Preferimos perder-nos numa busca insana por respostas imediatas a simplesmente entregarmo-nos e admitir que não sabemos, que temos medo! Por mais doloroso que seja ter de construir uma máscara que nos distancia cada vez mais de quem realmente somos, preferimos assim: manter uma imagem que nos dê a sensação de protecção... E assim, vamo-nos afogando mais e mais em falsas palavras, em falsas atitudes, em falsos sentimentos.

Não porque sejamos pessoas mentirosas ou más, mas apenas porque nos perdemos de nós mesmos e já não sabemos onde está a nossa brandura, o nosso amor mais intenso e não contaminado. Com o passar dos anos, um vazio frio e escuro faz-nos perceber que já não sabemos dar e nem pedir o que de mais precioso temos a compartilhar... doçura, compaixão, sorrisos, abraços, lágrimas... a compreensão de que todos nós sofremos, que todos nós nos sentimos por vezes sós, imensamente tristes e choramos baixinho antes de dormir, num silêncio que nos remete a uma saudade desesperada de nós mesmos... daquilo que pulsa e grita dentro de nós, mas que não temos coragem de mostrar àqueles que mais amamos!

Na verdade se agíssemos com o coração, poderíamos evitar tanta dor, tanta dor... Sugiro que deixemos explodir toda a nossa doçura! Que consigamos não prender o choro, não conter a gargalhada, não esconder tanto o nosso medo, não desejar parecer tão invencível.

Que consigamos não tentar controlar tanto, responder tanto, competir tanto, que consigamos docemente viver, sentir, amar... E que você não seja só razão, mas também coração, não só um escudo, mas também sentimento.

Seja transparente, apesar de todo o risco que isso possa significar." - Rosana Braga

segunda-feira, 16 de maio de 2016




"Se quer milagres, não procure o budismo. O supremo milagre para o budismo é lavar o prato depois de comer.
Se quer curar o seu corpo físico, não procure o budismo. O budismo só cura os males da mente: ignorância, cólera e desejos desenfreados.
Se quiser arranjar emprego ou melhorar a sua situação financeira, não procure o budismo. Irá decepcionar-se, pois ele vai-lhe falar sobre desapego em relação aos bens materiais. Não confunda, porém, desapego com renúncia.
Se quer poderes sobrenaturais, não procure o budismo. Para o budismo, o maior poder sobrenatural é o triunfo sobre o egoísmo.
Se quer triunfar sobre os seus inimigos, não procure o budismo. Para o budismo, o único triunfo que conta é o do homem sobre si mesmo.
Se quer a vida eterna num paraíso de delícias, não procure o budismo, pois ele matará o ego aqui e agora.
Se quer massajar o seu ego com poder, fama, elogios e outras vantagens, não procure o budismo. A casa de Buda não é a casa da inflação dos egos.
Se quer a protecção divina, não procure o budismo. Ele lhe ensinará que só pode contar consigo mesmo.
Se quer um caminho para Deus, não procure o budismo. Ele o lançará no vazio.
Se quer alguém que perdoe as suas falhas, deixando-o livre para errar de novo, não procure o budismo, pois ele lhe ensinará a implacável Lei da Causa e Efeito e a necessidade de uma autocrítica consciente e profunda.
Se quer respostas cómodas e fáceis para suas indagações existenciais, não procure o budismo. Ele aumentará as suas dúvidas.
Se quer uma crença cega, não procure o budismo. Ele o ensinará a pensar pela sua própria cabeça.
Se é dos que acham que a verdade está nas escrituras, não procure o budismo. Ele lhe dirá que o papel é muito útil para limpar o lixo acumulado no intelecto.
Se quer saber a verdade sobre os discos voadores ou sobre a civilização de Atlântida, não procure o budismo. Ele só revelará a verdade sobre si mesmo.
Se quer comunicar com espíritos, não procure o budismo. Ele só o pode ensinar a comunicar com o seu verdadeiro eu.
Se quer conhecer as suas encarnações passadas, não procure o budismo. Ele só lhe poderá mostrar a sua miséria presente.
Se quer conhecer o futuro, não procure o budismo. Ele só o vai mandar prestar atenção aos seus pés, enquanto anda." - Monja Silva Gonçalves

domingo, 15 de maio de 2016




"A intimidade impõe o abandono da couraça que protege o nosso núcleo mais íntimo, sede do pudor e da vergonha: 
quanto mais partilhada, mais o outro tem livre acesso às nossas coisas secretas. 
Mas só a tolerância, e uma grande estima de nós próprios, nos levam a viver este despirmo-nos como uma oportunidade e não como uma ameaça. 
Quem pensa que deve esconder as partes de si mesmo que mantém inconfessáveis, inevitavelmente vive a intimidade como um risco." - Willy Pasini 

sábado, 14 de maio de 2016




"Esquece as engenhosas técnicas e os programas de auto-aperfeiçoamento; assim tudo será melhor.

Não prometas aos outros a cura, o bem-estar, a vida sã, justa e humana.
Não ofereças programas que apelem para o egoísmo e que ensinem a enriquecer, a conquistar poder, sedução sexual - a tornar-se ambicioso, paranóico e manipulador.

Nenhum mestre poderá fazer-te feliz, próspero, saudável e poderoso.
Não existem regras nem técnicas que reforcem tais qualidades.

Se queres melhorar, experimenta o silêncio ou outra disciplina purificadora, que aos poucos te faça ver o teu verdadeiro e despersonalizado eu." - John Heider 

sexta-feira, 13 de maio de 2016




"Nunca haverá alguém que seja dono de qualquer coisa além dos seus próprios pensamentos.
Através dos tempos, nunca conseguiremos conservar a posse de gente, lugares ou coisas.
Podemos caminhar um pouco com eles, mas, mais cedo ou mais tarde, tomaremos, cada qual, posse apenas do que é nosso – o que aprendemos, como pensamos – e seguiremos separadamente os nossos caminhos solitários." - Richard Bach

quinta-feira, 12 de maio de 2016




"Existe um claro sentido pejorativo nas frases de quem fala da solidão. Como se, das duas uma: ou um sujeito não é suficientemente interessante para se fazer rodear de umas quantas pessoas ou, por outro lado, é de tal forma egoísta que priva os outros do gozo que é partilhar tempo e espaço consigo. Qualquer uma destas visões é, contudo, tacanha e deveria, por isso, ser expurgada da face dos pensamentos dos homens.

Há poucas maravilhas maiores que estar só. Logo para começar, não há mais ninguém no planeta que possamos conhecer tão bem, ou de tão perto, como ao ser que vive debaixo do penteado que trazemos à rua. E mesmo que não o conheçamos assim tão bem, ao menos temos acesso aos bastidores, em tempo real, durante todo o tempo em que somos capazes de nos manter conscientes.

Entendo que o temor de atravessar intermináveis horas na posse dos nossos próprios pensamentos seja, para alguns, de um clamor imenso. Sabemos lá que loucuras se escondem nos recantos mais obscuros das nossas mentes. Que monstros, que ideias homicidas, que destruições à espera de uma minúscula provocação. Não obstante o risco, atirem-se de cabeça. Uns vinte quilómetros de condução (sem música ou outras locuções invasivas), um passeio num bosque longe dos incómodos telemóveis ou uma simples tranca numa porta poderão muito bem capazes de fazer milagres.

Devíamos perder mais tempo connosco – eis uma infeliz expressão. O tempo é nosso e só o devíamos dispensar quando dele não necessitamos. Por isso, este recurso utilizado connosco, que dele somos dono, não é uma perda mas um ganho. Quanto mais tempo gastamos a olhar, a ver, a reparar, mais pormenores encontrará a visão. Assim sendo, é um ganho, entenda-se, para todos: nós, os solitários, descobrimos mais uma página do livro e acabamos por recicliar, de certa maneira, as regras de toda a história; os outros, que tanto e tão bem nos querem, encontrarão sabedorias renovadas e redescobertas.

Estar só é, se quisermos, uma performance ao espelho. É apreciar a pessoa de quem nunca nos havemos de livrar até ao dia em que o último suspiro se nos esvair lábios fora. Não há narcisismos aqui. Apenas um prazer em conhecer em privado a personagem mais completa (e complexa) do filme que andamos a interpretar, escrever e realizar. Portanto, aos que gostam de estar sozinhos, não deixem que a culpa vos tolde as vontades. E aos que não gostam de nos deixar sós, uma garantia: a gente volta." - Nelson Nunes

quarta-feira, 11 de maio de 2016




"Quero-te do meu lado.
Preciso de sentir-te sempre junto a mim, porque sei que fui feito para pecar e morrer contigo.
Aprendi a apreciar a forma como me entendes porque sei que depois vais explicar-me o que entendeste.
Amo esse lado tão teu, que já ouso chamar de meu, desde que deixei de querer discutir com o destino o facto de me ter feito conhecer-te num desses lugares, onde dificilmente existem despedidas. Tornaste-te a soma de todos os meus desejos e perversões, e o meu maior vício.
Adoro quando me tiras o chão e dou comigo nas nuvens.
Amo deixar-te ganhar quando discutes comigo vestida apenas com a minha camisa, que te fica enorme e faz-te parecer uma menina.
Percebi que todos os problemas que me crias estão à altura das minhas soluções e, se não estão, sorrimos juntos enquanto os atiramos para trás das costas.
Não me exiges muito, mas gosto do estrago que me provocas com aquilo que me pedes para lá do que te posso dar.
Os teus lábios são labirintos onde me perco sem sair do sítio.
Adoro cerrar os dedos enquanto fazemos amor com os olhos, e me pedes para fechar as luzes.
Falas-me da lua e sinto ciúmes.
Quero-te só para mim.
Preciso de sentir-te sempre junto a mim, porque sei que fui feito apenas para pecar e morrer contigo.” - José Micard Teixeira

terça-feira, 10 de maio de 2016




"Quem sabe se não haveria ainda que trilhar novo caminho: o de, tomando toda a simplicidade, todo o despojamento, toda a disciplina, toda a dedicação (...) ninguém se retirar do mundo (...) mas no século permanecer, com bom humor, paciência, entusiasmo, fé no triunfo e absoluta confiança nas qualidades do homem, quaisquer que sejam as aparências.

Combater sem agressividade, esperar sem se tornar passivo, acreditar haver saída para tudo, conservar-se na marcha geral, embora escolhendo o seu próprio caminho e jamais esquecendo o seu rumo, abertos sempre a novas ideias e acolhedores de todos os estímulos.
Sem internas quebras, navegar o que parece impossível, sem desânimo, adiantar a tarefa sem temer o paradoxo, dar toda a eternidade à corrida do tempo, sem pressa, nunca cessando a marcha." - Agostinho da Silva

segunda-feira, 9 de maio de 2016




"Chega sempre a hora do frente a frente com um nível único do ser aonde muito poucos, além de nós mesmos, têm acesso.
É na hora crua desse balanço, despidas todas as máscaras, ultrapassada a ilusão de que somos outra coisa senão a coisa que somos, sem holofotes nem acessórios, sem efeitos especiais, é nessa hora que a alma chora baixinho, saudosa dessas outras que a puderam tocar num ponto nevrálgico, oculto e misterioso, inacessível para quase todos.
Chamo a isso o ponto da Vida, o ponto do Amor.
A esse eco raro devemos a nossa total lealdade." - Mariana Inverno

domingo, 8 de maio de 2016




"O Ser Humano está "viciado" em auto sabotar a sua expansão, a sua vitalidade, a sua alegria, a sua realização e bem estar...
Tem sonhos, idealiza o que o faria feliz, divaga na sua mente, viaja através dela para todas as terras que ainda não conseguiu conquistar dentro de si... e quando o Universo conjectura consigo, cria as circunstâncias para que possa chegar um dia ao seu sonho... eis o que o homem faz... auto sabota...
Cria logo obstáculos para bloquear essa realidade que era ele que estava mentalmente a criar...
Como se fosse bom demais, como se não merecesse, como se não quisesse mesmo sentir-se recebedor...
Activa mentalmente o scanner para analisar tudo, em vez de saborear e deixar fluir a criação...
A auto sabotagem está activada...
Depois foge pela justificativa que não pode ser, por todas e mais algumas "razões"... inventa impossibilidades... cria ilusões de obstáculos...
Mais maquiavélico ainda, cria a destruição do sonho...
Afinal pediu e depois não quer receber...
Simples...
Vejam onde fazem isso na vossa vida e muito poderá mudar..." - Ruth Fairfield

sábado, 7 de maio de 2016




"A vida não é, antes de mais, consumir, mas percepcionar, sentir, provar e saborear.
Não é a quantidade de coisas que eu tomo para mim que decidem se eu vivo realmente, mas o modo como eu percepciono e experimento aquilo que me é oferecido.
Tem a ver, sobretudo, com a intensidade da vida.
E essa precisa de sossego, serenidade, liberdade, admiração, 
entrega àquilo que verdadeiramente é importante." - Anselm Grün

sexta-feira, 6 de maio de 2016




"Ao que damos um inicio damos um fim, tudo o resto permanece infinito.
Boas coisas, seres e eventos chegam a um fim, para que melhores possam reunir-se.
Infindáveis fins e começos de um caminho que se desenvolve eternamente.
Não há um fim no caminho, o caminho é o fim... em si.
Profundo e vasto, ilimitado e intemporal, assim é o caminho da qual emana o perfume do amor. Chora, chora sim.
Mas chora como quem ri, chora com o gosto da alegria e não da mágoa.
Sofrimento, mágoa deixa-os ir, liberta-te do sofrido e do perdido, não te aflijas.
Tudo o que perdes regressa noutra forma.
Desapega-te do que foi para receber o que é, liberta-te da forma e abre espaço ao ser.
A luz entra aonde não encontra obstáculos, a forma onde o limite se contém.
Aquilo que guardas pesa-te no peito, o que libertas inunda-te de ser." - Vasco Daniel

quinta-feira, 5 de maio de 2016




"A vida exige de nós - o tempo todo - uma grande capacidade de adaptação.
Aqueles que temem a mudança e a perda de uma situação confortável, onde tudo já é conhecido, são os que mais sofrem sempre que um novo desafio é apresentado pela vida.
A cada momento podemos ser surpreendidos por novas situações e circunstâncias e, se não estivermos conscientes desta realidade, as mudanças sempre nos trarão ansiedade e medo.
Temos a tendência natural de evitar os imprevistos, como se eles significassem sempre uma ameaça. 
A melhor forma de nos libertarmos do medo é aceitar as mudanças como oportunidades de crescimento na nossa jornada evolutiva.
Visto que a nossa passagem por este planeta tem uma curta duração, devemos aproveitar, a cada dia, a oportunidade de nos superar, superar as nossas limitações, e experimentar a alegria da vitória sobre a negatividade da mente, sempre que ela nos tentar dominar.
O medo é determinado pelo receio do ego em perder o controle sobre nós. 
Por isso, somente a sintonia permanente com o nosso verdadeiro Ser nos pode dar a coragem para aceitar as dificuldades como bênçãos. 
Sem ela, continuaremos presas fáceis da ansiedade, da descrença no nosso poder e da postura de vítima que o ego insiste em impor-nos.
Quando um novo desafio surgir e o medo se fizer presente, que possamos, apesar dele, seguir em frente com confiança e a certeza de que a vitória sobre o desconhecido e a insegurança trazem como resultado o crescimento e uma imensa paz e alegria." - Elisabeth Cavalcante

quarta-feira, 4 de maio de 2016




"O mundo que nos rodeia não nos ensina a morrer.
Tudo é feito para esconder a morte, para nos incitar a viver sem pensar nela, nos moldes de um projecto, voltados para objectivos a atingir, sustentados por valores de efectividade.
Ele não nos ensina, tão-pouco, a viver.
Apenas a ter sucesso na vida, o que não é a mesma coisa.
Trata-se de “fazer” cada vez mais, de “ter” cada vez mais, numa corrida desenfreada em busca de uma felicidade material que acabamos por perceber, mais cedo ou mais tarde, não bastar para conferir um sentido às nossas existências.
É assim que recolhemos por vezes, da boca de agonizantes revoltados, amargurados, essa última mágoa de terem passado ao lado do essencial.
Não é preciso ser particularmente religioso para sentir que não estamos cá na Terra para passar a vida a produzir e a consumir.” - Marie de Hennezel 

terça-feira, 3 de maio de 2016



"Se me perguntas qual é o maior problema da vida humana, eu não vacilaria em afirmar que são os hábitos.

Repetição, constância, automatismo, mecanização, permanência…
Hábitos de comer, de fumar, de falar, de se queixar, de tarefas quotidianas que realizamos individualmente.
O problema dos hábitos é não conseguir sair deles.

Trata-se de uma prisão sem portas nem trancas.
Tornamo-nos prisioneiros dos hábitos.
Hábito de sorrir sempre, de sofrer sempre, de ser positivo sempre, de se defender sempre, de passar pela mesma rua, de fazer algo no mesmo horário, de namorar sempre da mesma maneira, de procurar as mesmas pessoas, comer a mesma comida…

O ser humano é um ser de adaptação que, ao dar certo o que experimenta, ali permanece por segurança e sobretudo por acomodação.
Morremos pelos hábitos: de comer, beber, falar, fumar…
Todo o obsessivo sofre quando o hábito muda.
Todo o compulsivo enlouquece ao ver quebrado o estímulo do seu vício.

Se me perguntas o que precisamos mudar, eu não vacilaria em afirmar que são os nossos hábitos. Mude os hábitos e terá mais liberdade.
Agora, não subestime essa tarefa desde o primeiro momento.
Mudar hábitos não é algo fácil.
É vício, dependência e causa da sua própria morte." - Sergio Veleda