quarta-feira, 30 de novembro de 2016




"A raiva, o ódio, a aversão necessitam de um objecto para se manifestarem, como o lume precisa de lenha para arder. Quando enfrentamos condições adversas, seres que nos provocam ou nos tentam prejudicar, utilizemos a força da paciência para não sermos arrastados por emoções «negativas». A paciência é uma força que resulta da nossa capacidade de nos mantermos firmes e inabaláveis, sejam quais forem as circunstâncias. Se recorrermos à paciência, nada nem ninguém poderá perturbar a paz do nosso espírito." - Dalai Lama

terça-feira, 29 de novembro de 2016




"Todos nós crescemos com o mito do amor romântico («E foram felizes para sempre»), mas acabamos por descobrir que tanto a princesa como o cavaleiro tinham passados complexos e problemáticos. O verdadeiro caminho para a felicidade requer que coloquemos de parte as fantasias acerca do que gostávamos que os nossos parceiros fossem e que olhemos com carinho e rigor para a beleza do que eles realmente são. 

Numa relação todos queremos alguém com quem possamos ser nós próprios. Ansiamos por uma pessoa que prometa amar-nos nos dias bons e, mais importante ainda, nos dias maus. Queremos alguém que seja o nosso porto seguro, que nos ame pelo nosso brilho e pelas nossas neuroses, pelos nossos traços positivos e pelos menos positivos. E também queremos amar essa pessoa com a mesma generosidade. 

Quando der por si a ficar focado ou obcecado com as fissuras da sua cara-metade, feche os olhos e imagine-se a enchê-las com ouro de 24 quilates. E, se isso não funcionar, medite sobre a minha frase preferida do livro Um Curso em Milagres:

«A única coisa que pode estar a faltar numa dada situação é aquilo que não demos.»

Pergunte-se apenas se a coisa  mais acertada a fazer nesse momento de crítica ou discórdia não será transmitir mais aceitação, mais compaixão, mais gratidão, mais atenção, mais tempo ou mais amor. 

A escolha é nossa. Podemos escolher a felicidade, podemos escolher o modo como nos comportamos num dado momento e podemos escolher se deixamos ou não um legado de amor, de compreensão e de compaixão que tenha uma repercussão positiva e sustentável no planeta." - Arielle Ford

segunda-feira, 28 de novembro de 2016




"«O problema de pertencer à raça das ratazanas é que mesmo que ganhemos, não deixamos de ser ratazanas.» - Lily Tomlin

A sociedade tem tendência para nos enquadrar a todos nessa raça, onde o valor é determinado em função do número de objectos que conseguimos alcançar. 

A cultura fixa-se na ideia de se perseguir o sucesso a todo o custo. Todos somos enquadrados na raça de ratazanas e naturalmente, tentamos vencer. Mas, na realidade, tal como Tomlin (nos) sugere, vencer equivale muitas vezes a perder, para aqueles que são treinados para pertencer a essa raça. E isso magoa, e muito. Na verdade, alguns jovens e adolescentes sofrem tanto com isso que chegam mesmo a tentar o suicídio, conduzidos pela sensação de que são, e sempre serão, perdedores na corrida ao ouro. 

Nesta matéria, a cultura popular parece adorar fazer de nós ratazanas, como acontece com as expressões - muitas vezes, descontextualizadas por completo - que costumam aparecer nos posteres motivadores, como esta que se segue:

Ganhar não é tudo, é a única coisa.

Debaixo da motivação, própria para vencedores, esconde-se a afirmação de que nunca são suficientemente bons, a menos que vençam. E, mesmo que ganhem, não se sentem satisfeitos, porque não venceram da maneira como o deveriam ter feito.

Felizmente, existem pessoas - muito bem sucedidas - que discordam desta opinião, tal como podemos constatar na citação de Arthur Ashe, um dos maiores tenistas de sempre:

O sucesso é uma viagem e não um destino.
Normalmente, o modo como fazemos as coisas é mais
importante do que o resultado final.
Nem todos podem ser os primeiros.

Isto não significa que não queiramos ser bem sucedidos em determinados aspectos da vida, porque de facto queremos. Apenas quer dizer que é importante saber definir esses objectivos, limitar o seu número e ter consciência de que se não conseguirmos ser os melhores em tudo, não somos uns falhados. No fundo, o objectivo mais importante é termos desfrutado da nossa busca.

O sucesso não é felicidade. Encontrar a felicidade é que é o sucesso. Se for feliz, é um homem de sucesso. Não importa se alcançou todo o tipo de metas. Ao longo de todos estes anos, vi tudo ao contrário e é por isso que nunca fui feliz, mesmo tendo alcançado tanto sucesso. Tenho de me sentar e descobrir o que é que me faz feliz, o que é que gostaria de fazer e como é que o quero fazer. Depois, faço disso os meus objectivos. O meu objectivo vai ser a felicidade e fazer os outros felizes também. Acho que assim posso ser produtivo. No fundo acho que sempre soube disto, só não sabia que já sabia, ou seja, o que é que queria realmente." - Shawn Christopher Shea

domingo, 27 de novembro de 2016




"Não poderemos ser felizes se preferirmos as ilusões à realidade. A realidade não é boa nem má. As coisas são como são e não como preferíamos que fossem. Compreendê-lo e aceitá-lo é uma das chaves da felicidade." - Dalai Lama

sábado, 26 de novembro de 2016




"A nossa felicidade depende de nós. A nossa felicidade está dentro de nós e as escolhas que fazemos encontram-se dentro da esfera da nossa responsabilidade. A tentativa de nos tornarmos a fonte da nossa felicidade é extremamente nobre e exige uma escuta atenta e profunda da nossa alma. 

Às vezes o caminho para a felicidade leva-nos por vales sombrios e passagens escuras." - Arielle Ford 

sexta-feira, 25 de novembro de 2016




"Na verdade, a felicidade é algo dinâmico, uma realidade pela qual se deve lutar constantemente mas que, a partir do momento em que a descobrimos, não pode ser diminuída pelas circunstâncias externas da vida... E é por isso que é uma realidade que todos nós podemos alcançar." - Monges de New Skete

quinta-feira, 24 de novembro de 2016




"Agradeçamos aos nossos inimigos, que são os nossos melhores mestres. Ensinam-nos a enfrentar a dor e a desenvolver a paciência, a tolerância, a compaixão, sem esperar nada em troca." - Dalai Lama

quarta-feira, 23 de novembro de 2016




"Cada um de nós tem um defeito único. Mas são essas fendas e fissuras particulares que tornam a nossa vida de casal tão interessante e gratificante. Como peças de um puzzle que encaixam na perfeição, as nossa arestas e curvas ajudam-nos a formar um vínculo que não seria possível de outra maneira. Quando nos fixamos na essência das pessoas é-nos mais fácil encontrar as vantagens que a singularidade de cada uma delas possui.

Por vezes, a falha pode ser o desejo de perfeição, algo que até pode acabar por se revelar o melhor dos defeitos." - Arielle Ford 

terça-feira, 22 de novembro de 2016




"Cada um traz dentro de si um desejo de tocar o limite do mundo. Um desejo de ser, uma vez na vida, um ponto solitário num espaço infinito. 

A vertigem do vazio habita dentro de nós. Pode passar despercebida na vida de todos os dias, no jantar com os amigos, no trânsito engarrafado da hora de ponta, no centro comercial em época natalícia, na praia no Verão. Mas chega o momento em que compreendemos que há gente a mais, ruído a mais, informação a mais, consumo a mais. Faltam tempo e espaço.

Escreve Allan Botton, em A Arte de Viajar: "Entre aquilo que temos diante dos nossos olhos e os pensamentos que nos podem passar pela cabeça, estabelece-se uma relação particular, fazendo, por vezes, com que os grandes pensamentos reclamem grandes vistas, e os pensamentos novos, novos lugares." Viajo disponível para novos pensamentos; talvez alguns sejam mesmo grandes, como as vistas que me esperam." - Gonçalo Cadilhe 

segunda-feira, 21 de novembro de 2016




"Quando uma pessoa nos ofende, não hesitemos em lhe perdoar. Na verdade, se reflectirmos sobre o que motivou o seu acto, compreenderemos que foi o sofrimento que carrega e não a vontade deliberada de nos magoar ou prejudicar. Perdoar é um gesto activo baseado na reflexão e não no esquecimento. Perdoar é um acto responsável que se apoia no conhecimento e na aceitação da realidade das circunstâncias enfrentadas." - Dalai Lama 

domingo, 20 de novembro de 2016




"«Muitas vezes, a prática do amor obriga-nos a ultrapassar os nossos medos: abrindo-nos quando teríamos preferido fechar-nos, entregando-nos quando teríamos preferido esconder-nos. Amar significa reconhecermo-nos na nossa totalidade, independentemente do que estamos a viver ou a sentir - pensamentos mordazes, prazeres arrebatadores, emoções fortes ou dores torturantes -, e sermos capazes de nos libertarmos da pessoa que costumávamos ser.» - David Deida

A intimidade não tem apenas a ver com relações sexuais, mas acima de tudo com uma interseção profunda entre duas almas. Quando nos relacionamos intimamente com alguém, significa que temos liberdade para deixar emergir o nosso eu mais verdadeiro. Sentimo-nos olhados, escutados e compreendidos, e vemos a outra pessoa como um porto seguro. Podemos partilhar com ela os nossos pensamentos e os nossos medos mais secretos, assim como as nossas esperanças, sonhos e aspirações. Esse nível de intimidade é aquele a que chamo de ligação de alma gémea e não se restringe a uma relação amorosa. Uma alma gémea pode perfeitamente ser uma amigo, um parceiro de negócios, um colega, um irmão, um filho, um pai ou, quiçá, um animal de estimação. Na minha opinião, todos temos muitas almas gémeas nas nossas vidas. Quando nos concedemos tempo para amar, apreciar e cultivar essas relações, a vida torna-se muito mais suculenta." - Arielle Ford

sábado, 19 de novembro de 2016




"Não existem pessoas a mais no mundo. Cada um de nós está aqui por uma razão, um objectivo especial - uma missão. Sim, crie uma bela vida para si e para aqueles que ama. Sim, seja feliz e divirta-se muito. E sim, seja bem-sucedido, à sua maneira, e não da maneira que lhe é sugerida pela sociedade. Mas - acima de tudo - faça a diferença. Faça com que a sua vida seja importante - seja útil. E dê serviço ao maior número de pessoas possível, é assim que cada um de nós pode mudar do reino do comum para o reino da excelência. E caminhe entre os melhores que já viveram." - Robin Sharma

sexta-feira, 18 de novembro de 2016




"A nossa existência é uma pequenez, é o espirro de uma formiga. A minha morte - pfft!, dá vontade de rir. Pensa, neste momento quantos passarinhos morrem, quantas formigas são pisadas, quantos homens morrem de doença, de velhice, de violência. Morrem todos. Quem o diz bem é o Deus Krishna, tudo o que nasce, morre e tudo o que morre, nasce. Eu também sinto o fim como um início. O início é o meu fim e o fim é o meu início. Porque estou cada vez mais convencido de que é uma ilusão tipicamente ocidental considerar que o tempo é linear e que segue sempre em frente, que existe progresso. Não existe. O tempo não é direccional, não segue em frente, sempre em frente. Repete-se, gira à volta de si próprio. O tempo é circular.  E eu sinto isto com muita intensidade. Vemo-lo também nos factos, na banalidade dos factos, nas guerras que se repetem.

Os indianos têm um profundo sentido de si próprios. A sua mitologia é baseada no contínuo ciclo de destruição e criação. Têm razão, não há criação sem destruição, pelo que na sua trindade hinduísta existe o deus criador, o conservador e o destruidor. O destruidor passa e - vrumm!, destrói tudo, para que o criador possa voltar a criar, o conservador possa conservar, o destruidor possa voltar a destruir.

Não digo que isto seja uma consolação porque eu queira voltar, antes pelo contrário! Acho que uma das poucas coisas que aprendi, que interiorizei, ao viver sozinho na cabana dos Himalaias, foi a renúncia aos desejos, que é a verdadeira, última grande forma de liberdade. E creio que consegui. Já não desejo mais nada. Certamente que já não desejo a longevidade. Mas nem sequer desejo a imortalidade, nem dizer: «Acaba, mas vai recomeçar e isso dá-me consolo.» Não, não é isso que eu sinto. É a beleza, a beleza de que aquilo que acaba, recomeça. Porque assim é o universo. Porque dentro de uma semente que cai por acaso já existe uma árvore enorme. Quando cai, a semente parece morta, acabada. Mas recomeça. Gosto desta beleza, desta beleza que vejo em todo o lado, e que vejo ainda mais no fim da minha vida terrena.

Sinto esta minha vida que escapa, mas que ao mesmo tempo não escapa, porque é parte da mesma vida das árvores. Uma coisa lindíssima, a dissolução da vida no cosmos e ser parte de tudo. Esta minha vida não é a minha vida, é a vida do Ser, é a vida cósmica da qual sinto fazer parte. Por isso, não perco nada, ao desprender-me do corpo, não perco nada.

Assim, isto é o fim, mas também é o início. 

E a imagem que me vem à mente quase todos os dias ao abandonar o meu corpo é a mesma de um monge zen que se senta no silêncio da sua cela, agarra num pincel, mergulha-o no almofariz onde colocou tinta, coloca-se perante um pedaço de papel de arroz e com grande concentração faz um círculo que se fecha. Um círculo que não é feito com um compasso, mas sim com o último gesto da mão sobre a terra. A vida conclui-se.

Na verdade, este círculo é o que eu agora procuro concluir.

Acho que a vida de eremita que fiz durante algum tempo me colocou em contacto com a sensação da incrível impermanência de tudo. A constatação de que tudo é impermanente é lindíssimo. E aceitar o que a Ásia já percebeu isso há que tempos, que não há alegria sem sofrimento, que não há prazer sem desprazer. Então, cansamo-nos, afastamo-nos, não com indiferença perante os outros, que até podemos amar, mas sem sermos escravos, porque a vida de todos os que amamos também passa, passa. 

E este maravilhoso cemitério, que é a terra, continuará imenso. Está tudo ali. Estrume e cinzas. Depois volta a ser prado. Devo dizer que ao pensar nisto agora, não fico triste." - Tiziano Terzani

quinta-feira, 17 de novembro de 2016




"Muitas vezes julgamos saber o conteúdo da mente de alguém e, na realidade, não sabemos. Por outras palavras, é possível que os nossos companheiros «entrem em sintonia» connosco de formas que nos passam despercebidas. Vários psicólogos e neurocientistas especializados na área da cognição atribuem este fenómeno a algo que denominam de «Teoria das Outras Mentes». Dito de maneira simples, desenvolvemos muito cedo a capacidade de reconhecer os outros enquanto pessoas e de fazer inferências acerca do que estão a pensar ou a sentir. É uma das ferramentas cognitivas mais valiosas de que dispomos para navegar no nosso mundo de relações.

De acordo com a neurocientista Peggy La Cerra: «possuímos centenas de memórias sobre cada uma das pessoas que conhecemos - o que elas valorizam, o que as motiva, do que gostam e não gostam». Nas relações mais íntimas, isto significa que, apesar de acreditarmos saber o que os nossos parceiros estão a pensar num dado momento, não estamos necessariamente próximos da verdade.

Por norma, depois da lua de mel tendemos a prestar atenção aos nossos cônjuges apenas nas situações em que os seus comportamentos se cruzam com o que quer que estejamos a tentar alcançar nesse momento. Pomo-nos em piloto automático e perdemos o contacto com a nossa capacidade de ouvir, partindo do princípio de que sabemos como o outro se está a sentir, pois «já passámos por isso centenas de vezes». Por vezes assumimos erradamente que os nossos parceiros são incapazes de sentir o que sentimos porque cada um de nós está a viver num mundo interior altamente personalizado. Muitas vezes nem sequer nos damos ao trabalho de tentar descobrir o que a nossa cara-metade está realmente a pensar - ou até a dizer." - Arielle Ford 

quarta-feira, 16 de novembro de 2016




"A maioria das pessoas só descobre o que é mais importante na vida quando já é demasiado velho para poder fazer alguma coisa em relação a isso. Passam muitos dos seus melhores anos em busca de coisas que acabam por ter pouca importância. Apesar de a sociedade nos convidar a encher a vida de objectos materiais, a melhor parte de nós sabe que os prazeres mais básicos são os que nos enriquecem e mantêm. Por mais fáceis ou difíceis que sejam as nossas condições actuais, todos temos um manancial de simples bençãos em nosso redor - à espera de serem contadas. Ao fazê-lo, a nossa felicidade cresce. A nossa gratidão expande-se. E cada dia transforma-se numa dádiva surpreendente.

Parece-me que a maioria de nós, que temos a sorte de fugir à pobreza, esquecemo-nos do que um pouco de dinheiro é capaz de fazer. Ele liberta-nos para tomarmos opções acerca das nossas carreiras, do lugar onde vivemos, e coisas do género. Liberta-nos para passarmos tempo com os amigos e a família. Permite-nos apreciar as coisas simples, mas as pessoas julgam que o dinheiro tem apenas a ver com o que podemos comprar, com o que consumimos. Então distraem-se com todos os brinquedos exuberantes. E se começam a comprar coisas a mais, a gastar demais, podem cair na armadilha. Numa armadilha pior do que a dos verdadeiramente pobres. Ficam presos às hipotecas, às dívidas do cartão de crédito e aos empréstimos. Ou apenas presos a ganhar o dinheiro que o seu estilo de vida exige que ganhem. Afinal de contas quanto mais viciados formos em ter, menos nos dedicamos ao devir. E o que eu descobri é que a verdadeira felicidade não deriva de acumularmos coisas. Não, a felicidade duradoura advém de aprendermos a saborear os prazeres comuns como uma brisa fresca num dia quente, ou um céu estrelado ao fim de um dia de trabalho árduo. Ou o riso com os entes queridos durante uma tarde inteira, enquanto saboreamos uma refeição caseira. 

A felicidade duradoura deriva da dimensão do nosso impacto, e não da extensão do nosso lucro. A verdadeira realização é produto do valor que criamos e do contributo que damos, e não do automóvel que conduzimos ou da casa que compramos. E aprendi que o valor próprio é mais importante do que o valor líquido." - Robin Sharma

terça-feira, 15 de novembro de 2016




"O passado teve grandes momentos. Nós hoje chamamo-lo Idade Média, mas foi um dos períodos mais interessantes da nossa civilização. O homem tinha uma relação muito forte com o divino. Depois, a ciência ganhou força e tomou o lugar da religião. E a ciência é fantástica, a ciência contribuiu imenso para tornar a nossa vida mais cómoda. Chove e mete-nos um telhado em cima da cabeça, temos fome e dá-nos de comer. Mas dá-nos mais o quê? Nada. Tira-nos o céu, porque com a pretensão de ser tudo, bloqueia qualquer outra aspiração.

Eu não sou antimodernista ou anticientífico, mas é necessário encontrar um equilíbrio, procurar a Via do Meio. Há alguma coisa em nós - o coração, o sentimento de amor, a intuição - que a ciência não toma em consideração. Não quer saber dos sentimentos. Então, já ninguém deixa que a voz do coração fale connosco. Aliás, fazer isso é considerado um pouco ingénuo.

Pensa, há grandes cientistas, personagens que descobrem coisas incríveis. Mas lá por uma pessoa ganhar o Prémio Nobel da Química não significa necessariamente que é um mestre, que é um iluminado. Pode até ser um palerma.

O homem ilude-se acerca do conhecer e certamente evolui na via do conhecimento. Mas apercebe-se de que cada vez que chega ao limite do que é conhecido, o desconhecido é imensamente mais vasto do que aquilo que ele conhece e que alguma vez conseguirá conhecer. Seria então interessante aceitar que existe este mistério, que há algo que nunca compreenderemos, e aceitá-lo. Incluindo o mistério da morte. Nós morremos a partir do momento em que nascemos. Quando somos jovens e pensamos que a morte acontece aos outros. Mas se aprendêssemos logo em criança que a morte faz parte da vida, que podemos integrar a morte na vida, então a nossa vida seria mais intensa, porque continha este contraste e esta dimensão. Não temos de morrer para perceber isso! Podemos viver até aos cem anos, mas com a consciência de que a nossa vida e a nossa morte são a mesma coisa.

Quem é que fala de morte? Hoje, falar de morte é um tabu, como dantes era falar de sexo. No século XIX não se falava de sexo à mesa. Hoje falamos disso à mesa, mas da morte nem por sombras.

Acho que tudo o que digo nos leva a algo que é o meu único verdadeiro contributo: olhar para o mundo de outra forma. Olhar para o mundo de um modo pessoal, de um modo mais sensível. Está ali, é maravilhoso. Em vez disso, olhamos todos para ele da mesma maneira e cada vez mais olhamos para ele através destes malditos instrumentos tecnológicos. Já não olhamos para o mundo como ele é e não olhamos para ele com os nossos olhos. 

E o mundo vai passando. Passam milhões de formigas maravilhosas, de borboletas, de fios de erva, e não nos apercebemos de nada. Passa um comboio através de um túnel. E perdemos uma oportunidade de nos tornarmos melhores, de nos enriquecermos. 

Percebes que o que estou a dizer é tão banal, tão simples, e mesmo assim parece uma grande descoberta?

Quando as pessoas têm um problema, em vez de pararem, em vez de ficarem em silêncio a ouvir a voz do coração, saem, vão para o meio da multidão, vão ao cinema, vão curtir com alguém para se aparvalharem, para esquecerem. E não param. Até que um dia chega, um dia chega...

De uma maneira ou de outra vem ao de cima. E não estamos prontos, não temos os instrumentos, não estamos preparados. Então, quando temos um problema, devemos parar, parar, parar. Ouve e tenta encontrar a resposta dentro de ti. Porque ela está lá. Dentro de ti há algo que te mantém estruturada, que te ajuda, existe uma vozinha. Ouve-a. Alguns chamam-lhe «Deus», outros chamam-lhe de outra forma, mas ela existe. E esta também é a minha... nem sequer digo a minha esperança, mas estou convencido de que é assim.

De alguém que ia com os tios, ao domingo, para ver os ricos, a comerem gelado, o teu pai tornou-se nisto... Neste sentido não estou arrependido. De quê? Consegui fazer a viagem! Não uma grande viagem, mas a minha viagem. Todos viajam, as formigas viajam, todos fazem a sua própria viagem.

A meu ver, a regra é: quando estamos numa bifurcação e nos deparamos com um caminho que vai para cima e outro que vai para baixo, escolhe o que vai para cima. É mais fácil descer, mas vamos parar a um buraco. Subir dá esperança. É difícil, é outro modo de ver as coisas, é um desafio, mantém-te alerta. A outra coisa que eu costumo dizer é a de estarmos conscientes do que nos acontece. Não encares as coisas com ligeireza. É preciso estar alerta e ter momentos de solidão, de silêncio, de reflexão, de distanciamento. E olhar.

O passado é simplesmente uma recordação, não existe. São as memórias que acumulas, recordações, falsificações. Mas agora, nada de falsificações! O que tu esperas do futuro é uma caixa cheia de ilusões, está vazia. Quem é que te garante que se vai preencher? «Agora trabalho, depois reformo-me e vou pescar.» Quem é que sabe se ainda vai haver peixes? A vida acontece neste momento e é neste momento que uma pessoa deve saber desfrutar." - Tiziano Terzani

segunda-feira, 14 de novembro de 2016




"«Não deves preocupar-te em procurar o amor, mas apenas em procurar e encontrar dentro de ti as barreiras que ergueste à volta dele.» - Rumi

O que é que se mete no caminho do amor verdadeiro? A resposta é-nos dada por Rumi: as barreiras para aquilo que buscamos só existem dentro de nós. Se queremos ser ouvidos, temos de aprender a ouvir. Se queremos um amor incondicional, temos primeiro de o conceder aos outros e a nós próprios. Podemos influenciar fortemente as nossas relações com uma simples alteração no modo como agimos com os outros. Parafraseando Ghandi, o amor verdadeiro só pode ser encontrado se estivermos dispostos a ser a mudança que queremos ver.

O que é preciso para ouvirmos aqueles que amamos? De que forma podemos eliminar todos os filtros inconscientes que desenvolvemos para entrarmos em sintonia com as realidades dos nossos companheiros e aceitarmos as suas ideias, sentimentos e convicções? Como podemos ir para lá de nós mesmos a fim de vermos a beleza interior das nossas caras-metades?

Encontrará o caminho para uma intimidade, uma paixão e um propósito mais profundos aprendendo a entrar em sintonia consigo próprio e com a sua cara-metade através do envolvimento na realidade de cada um. Mas, antes de poder entrar em sintonia com a realidade da sua cara-metade, terá de aprender a sintonizar-se consigo mesmo. O amor Wabi Sabi requer uma escuta atenta das nossas intenções e crenças. Se não nos compreendermos e não gostarmos de nós, o amor Wabi Sabi não poderá emergir." - Arielle Ford

domingo, 13 de novembro de 2016




"Nós não passamos os nossos dias sós ou afastados do mundo que nos rodeia, e, por isso, devemos prestar sempre atenção às coisas e às pessoas que permitimos que entrem nas nossas vidas. É um sinal de sabedoria escolher passar o tempo nos lugares que o inspiram e energizam, dar-se com as pessoas que o elevam e animam. Quer no trabalho quer nas nossas vidas pessoais, esses amigos e pares mais positivos inspirar-nos-ão a sermos os nossos melhores eus e a vivermos as nossas vidas de forma mais ampla." - Robin Sharma

sábado, 12 de novembro de 2016




"Escapar sempre à norma! Sabes, este é o tema do Krishnamurti e de tantos outros: «A verdade é uma terra sem caminhos.» Caminhando encontramos o caminho. Não há quem nos diga: «Olha, o caminho para a verdade é aquele.» Não seria a verdade. Se ficamos no âmbito daquilo que conhecemos, nunca vamos descobrir nada de novo. Como havemos de fazer? Viajamos por percursos conhecidos e ficamos no que é conhecido. Acontece o mesmo quando fazemos pesquisa. Se sabemos o que procuramos, não vamos encontrar o que não procuramos... e talvez seja justamente o que conta. Portanto, é um processo estranho que requer uma grande determinação, porque implica renúncia, ausência de certezas. É confortável acomodar-se ao conhecido, não é? Às oito temos o comboio, às nove abre o banco, porta-te bem, não roubes dinheiro, e por aí fora. Mas se sairmos do conhecido e procurarmos caminhos que ainda não foram completamente percorridos ou, como costumo dizer, se os inventarmos, temos a possibilidade de descobrir algo de extraordinário.

Às vezes é preciso arriscar, fazer outras coisas. É necessário renunciar a algumas garantias porque as garantias também são condições.

Cada garantia é uma condição, ou não? Se tu quiseres ter uma pensão, tens de trabalhar a vida toda para a ter. Se quiseres ter um seguro de saúde, tens de o pagar. Mas pagar um seguro de saúde significa todos os meses pôr de parte trezentos euros. Não somos livres, porque uma garantia é uma condição, é uma limitação.

Mas, na minha opinião, para todas as coisas há sempre uma via do meio. Não é necessário nem renunciar a tudo, nem querer tudo. Basta ter claro o que se está a fazer, quais são os compromissos. Existe uma armadilha e nós somos os ratos. Cuidado, a armadilha está pronta para nós." - Tiziano Terzani

sexta-feira, 11 de novembro de 2016




"A não ser que sejamos comediantes profissionais, o humor não será o remédio para todas as situações. Quando se deparar com um obstáculo, uma discussão ou um fracasso, entre outras coisas, ser-lhe-á extremamente útil mentalizar-se de que se encontra no meio de um momento Wabi Sabi. Procure a ironia, o absurdo ou a insignificância do conflito que tem pela frente. Às vezes, criar nomes de código para si e para a sua cara-metade pode ajudar a dissolver a ansiedade da situação.

Se isso não funcionar, afaste-se um pouco. No meu caso, tirar algum tempo para meditar, praticar uma técnica de relaxamento ou até dar uma rápida caminhada pelas redondezas ajuda-me a libertar da turbulência emocional que caracteriza qualquer relação de longa data. Proporciona-me a distância necessária para que eu consiga olhar para as coisas de uma maneira diferente. Só então consigo apreciar a fenda e abrir a minha mente a outras soluções, algumas até estranhas à minha forma habitual de pensar.

Para que fique claro, não estou a pedir-lhe que finja ou que ignore problemas que têm de ser resolvidos, mas sim que procure aquilo que é perfeito nas imperfeições do seu relacionamento. É essa a essência do Wabi Sabi: fazer emergir soluções criativas através das fendas." - Arielle Ford

quinta-feira, 10 de novembro de 2016




"Não há nenhum trabalho insignificante no mundo. Todo o trabalho é uma oportunidade de exprimir talentos pessoais, de criar a nossa arte e de realizar o génio de que fomos dotados. Temos de trabalhar tal como Picasso pintava: com devoção, paixão, energia e excelência. Dessa maneira, a nossa produtividade não só se tornará uma fonte de inspiração para os outros, como terá impacto - fazendo a diferença nas vidas dos que nos rodeiam. Um dos grandes segredos de uma vida vivida em beleza é dedicarmo-nos a um trabalho que faça a diferença. E ascender nele a um tal estado de mestria que as pessoas não consigam tirar os olhos de nós." - Robin Sharma

quarta-feira, 9 de novembro de 2016




"As escolas só falam da história dos heróis e dos conquistadores. Alexandre Magno: «magno» porque massacrou milhares de pessoas na Ásia Central? Se calhar até era um tipo simpático no seu tempo, jovem, à conquista do mundo. Mas o que significa conquistar? Significa matar, tirar as coisas dos outros.

Tudo isto deveria ser posto em causa. A educação deveria começar por ensinar o valor da não-violência, que tem a ver com tudo: com o ser vegetariano, com o respeitar o mundo, com o pensar que esta terra não nos foi dada, que é de todos e nós não podemos impunentemente começar a retalhá-la e a fazer buracos. O problema é que, a meu ver, todo o sistema é feito de modo a que o homem, sem sequer se aperceber, começa desde criança a adquirir, numa mentalidade que o impede de pensar em outras coisas. Finalmente já nem sequer é preciso uma ditadura, porque a ditadura está na escola, na televisão, no que nos ensinam. Apagamos a televisão e ganhamos a liberdade.

Liberdade. Já não existe. Eu continuo a repetir: nunca fomos tão pouco livres, ainda que tenhamos a aparente liberdade de comprar, de namorar, de escolher entre as várias pastas de dentes, entre os quarenta mil automóveis, entre os telemóveis que também tiram fotografias. Já não há a liberdade de sermos quem somos. Porque já está tudo previsto, já está tudo direccionado e sair disto não é fácil, cria conflitos. Quantas pessoas são rejeitadas pelo sistema, são marginalizadas porque não entram no modelo? Fizessem outras coisas! Mas não há outras coisas, há apenas um estímulo na direcção do mercado.

E São Francisco? E todos os outros? São todos malucos porque não faziam o que era preciso fazer naqueles tempos? Não, não, eram diferentes! As pessoas com a sua diversidade também indicaram uma forma diferente de ser. Pensa, São Francisco terá sido simpático?!

É esta bendita história da liberdade! Nós hoje reduzimo-la imenso, tanto que acabámos por viver apenas à margem da nossa liberdade por causa de tudo o que é automático no nosso modo de pensar, de reagir, de fazer as coisas. Esta é a grande tragédia. E as escolas hoje não são feitas para ensinar os rapazes a pensar, são feitas para ensinar os rapazes a sobreviver, para lhes ensinar coisas com que depois possam arranjar um lugar no banco. E quando acabamos, ficamos condicionados. Repetimos os modelos preestabelecidos. Não é muito fácil pormo-nos a inventar.

O homem agora é dominado pela economia. Toda a sua vida é determinada pela economia. A meu ver, esta será a grande batalha do futuro: a batalha contra a economia que domina as nossas vidas, a batalha para o regresso a uma forma de espiritualidade - que até podemos chamar religiosidade - a que as pessoas possam recorrer. Porque uma constante da História humana é querermos saber o que é que estamos a fazer no mundo.

São necessários novos modelos de desenvolvimento. Não só de crescimento, mas também de frugalidade. Estás a ver, eu digo que é preciso libertarmo-nos dos desejos. Mas exactamente por causa do sistema perverso do consumismo, a nossa vida está toda centrada no divertimento, no desporto, na comida, nos prazeres. O problema é sair deste círculo vicioso: uma coisa de cada vez. Caramba, isto impõe-nos comportamentos que são completamente absurdos. Não queremos certas coisas, mas o sistema do consumismo convence-nos, seduz-nos a querê-las. Toda a nossa vida depende desse mecanismo. Se, pelo contrário, começarmos a não participar e a resistir, fazendo jejum, então é como se usássemos a não-violência contra a violência. O que é que a violência acaba por fazer? Não nos podem enfiar as coisas pela goela abaixo!

Mas é necessário um grande esforço espiritual, uma grande reflexão, um grande despertar. Tem a ver com a verdade, à qual já ninguém se dedica. E nisso, Ghandi é estupendo. Procurava a verdade, aquilo que está por detrás de tudo." - Tiziano Terzani

terça-feira, 8 de novembro de 2016




"Ao mudarmos apenas um pormenor no modo como vemos o mundo podemos alterar toda a nossa percepção. A forma como optamos por ver as coisas - sob um ponto de vista positivo ou negativo - tem um impacto profundo nas nossas relações. Uma escolha Wabi Sabi permite-nos ver o mundo de maneira diferente e influencia não só o que dizemos mas também o modo como o dizemos. Um dedo em riste provocará uma reacção diferente de uma mão estendida. Seja como for, cabe-nos a nós decidir se rimos, gritamos ou choramos diante de uma determinada situação." - Arielle Ford

segunda-feira, 7 de novembro de 2016




"A maneira como fazemos as coisas pequenas determina o modo como fazemos tudo. Se executarmos bem as nossas tarefas menores, também seremos exímios nos nossos maiores esforços. A mestria torna-se então a nossa maneira de ser. Mas mais do que isso, cada pequeno esforço reforça o seguinte, de tal maneira que, tijolo a tijolo, é possível criar coisas magníficas; há uma grande confiança a crescer, e realizam-se sonhos pouco comuns. Os verdadeiramente sábios reconhecem que pequenos progressos diários levam geralmente, com o tempo, a resultados excepcionais.

É bom recordar que todos os grandes sonhos começam por ser pequenos. Pequenas melhorias diárias podem dar origem a grandes coisas. O mais pequeno dos actos é sempre melhor que a mais ousada das intenções. E os resultados dizem sempre mais do que as palavras." - Robin Sharma

domingo, 6 de novembro de 2016




"Fazemos uma coisa muito simples, vivemos vidas demasiado frenéticas, demasiado cheias de estímulos, somos continuamente distraídos pelo trabalho, pelo telefone, pelos jornais, pelas pessoas que nos procuram. Estamos sempre a correr, sempre a correr, não paramos. Quem é que tem espaços vazios, tempo para o silêncio? À noite damos de comer às crianças, pomo-las em frente da televisão e depois cama, porque elas querem ver um filme, e os outros querem ir ter com os amigos. Seria tão simples dizer: «Parem todos, esta noite vamos ver pirilampos.» 

Não é assim tão complicado, não é uma conspiração, somos nós que nos metemos em sarilhos. Percebo a conspiração do consumismo, que é uma máquina que nos absorve, mas aqui não existe nenhuma conspiração. Somos nós que temos de escolher entre ir à pizzaria ou levar os miúdos a ver pirilampos.

Honestamente, este mundo é uma maravilha. Não há nada a fazer, é uma maravilha. E se conseguirmos sentir-nos parte desta maravilha - não nós, com os nossos olhos e os nossos pés; mas Nós, esta nossa essência que sente que pertencemos a esta maravilha -, que mais podemos querer? Um carro novo?" - Tiziano Terzani

sábado, 5 de novembro de 2016




"Enquanto seres de hábitos, funcionamos muitas vezes em modo automático, agindo de acordo com o que nos foi inculcado pelo meio envolvente ou pela cultura, e esquecemo-nos de que temos o poder de escolher. As rotinas podem facilmente converter-se em atoleiros e, a não ser que estejamos dispostos a tornar a nossa maneira de pensar mais flexível, poderemos ficar presos neles durante anos. 

Porque somos seres de hábitos, costumamos fazer as coisas sempre da mesma maneira, convencidos de que essa é a maneira certa de o fazermos. Então conhecemos e casamos com pessoas que cresceram com outro tipo de hábitos e comportamentos, e que também acreditam que a maneira como fazem as coisas é a mais correcta, e é aí que surgem os problemas. As pretensões, fantasias e memórias que levamos para o casamento fazem-se acompanhar pela nossa maneira «certa e errada» de ver o mundo. Temos opinião sobre tudo, desde a forma como devemos dispor o papel higiénico até ao momento em que devemos limpar a cozinha quando cozinhamos. Um acredita que o balcão existe para acolher todos os electrodomésticos de que precisamos, ao passo que o outro considera que deve estar o mais limpo e vazio possível; um acha que uma toalha pode ser utilizada durante cinco dias seguidos, ao passo que o outro insiste numa toalha limpa após cada banho. (E não vamos sequer falar do local correcto para uma toalha molhada: se ao lado do cesto da roupa ou dentro deste.)

O mais surpreendente é que a maior parte de nós nunca tomou consciência de que podemos questionar as nossas crenças e hábitos. Enquanto seres humanos, temos uma extraordinária capacidade conhecida como escolha. Podemos optar, em qualquer momento, por fazer novas escolhas em relação às nossas crenças, aos nossos hábitos e à nossa maneira de agir. Mas, em lugar de exercitarem essa capacidade, muitos repreendem os companheiros e depressa deslizam para a acusação, a crítica e o ressentimento.

Há uma solução muito simples para este problema. Da próxima vez que estiver prestes a repreender o seu parceiro, coloque-se três perguntas: O que me leva a pensar que ele está errado? Quando é que aprendi a agir desta forma? O que é que acontecerá se eu abdicar do meu ponto de vista (de que ele está errado) e o deixar fazer as coisas à sua maneira?" - Arielle Ford

sexta-feira, 4 de novembro de 2016




"É importante recordar que, tal como as nossas palavras são a verbalização dos nossos pensamentos, os nossos actos são a actualização das nossas crenças. Nenhuma acção, por mais pequena que seja, é insignificante - a maneira como tratamos alguém define a forma como tratamos toda a gente, incluindo a nós próprios. Se desrespeitarmos outra pessoa, desrespeitamo-nos a nós próprios. Se desconfiarmos dos outros, desconfiamos de nós próprios. Se formos cruéis para com os outros, seremos cruéis para connosco próprios. Se não conseguirmos apreciar os que nos rodeiam, não nos apreciaremos a nós próprios. A cada pessoa com que nos envolvemos, em tudo o que fizermos, devemos ser mais bondosos do que o esperado, mais generosos do que as expectativas, mais positivos do que julgávamos ser possível. Cada momento diante de outro ser humano constitui uma oportunidade de exprimirmos os nossos valores mais elevados e de influenciarmos alguém com a nossa humanidade. Nós podemos tornar o mundo melhor, uma pessoa de cada vez." - Robin Sharma

quarta-feira, 2 de novembro de 2016




"Há um caminho na vida e o engraçado é que nos apercebemos disso apenas quando termina. Voltamo-nos para trás e dizemos: «Oh, olha, há um fio condutor!» Enquanto vivemos, não vemos esse fio, mas está lá. Porque todas as decisões que tomamos, todas as escolhas que fazemos, são determinadas, achamos nós, pelo nosso livre-arbítrio, mas isso é outra treta. São determinadas por algo dentro de nós que, acima de tudo, é o nosso instinto, e depois se calhar por algo que os nossos amigos indianos chamam de karma, através do qual explicam tudo, até o que para nós é inexplicável. Se calhar esse conceito tem algum fundamento, pois há coisas na vida que só se explicam com a acumulação de méritos ou de erros em vidas anteriores." - Tiziano Terzani

terça-feira, 1 de novembro de 2016




"O amor Wabi Sabi assenta na aceitação. É a aceitação dos defeitos, das imperfeições e das limitações - assim como dos dons e das bençãos - que dá forma à história de um casal. A aceitação e a compreensão - que é o seu complemento - são cruciais para se alcançar a harmonia no relacionamento.

Imagine agora que descobríamos que a finalidade do amor romântico não é ser perfeito, mas sim guiar-nos até esta forma mais elevada de amor; ou que o amor da alma gémea para o qual estamos destinados existe apenas para nos impulsionar para uma compreensão do amor Wabi Sabi.

Consegue imaginar como seria o mundo se a premissa fundamental do amor romântico e a intimidade profunda se baseassem na arte de amar as imperfeições do outro e não na fantasia ilusória de que uma relação só é fabulosa quando cada pessoa age de maneira perfeita e se comporta de um modo aceitável para o outro? Imagine um mundo no qual a imperfeição é a norma aceite e é verdadeiramente apreciada.

A taxa de divórcios cairía? O amor que nos uniu mudaria o modo de nos relacionarmos com os nossos parceiros? Este novo conjunto de valores levar-nos-ia a gostar daquilo que costumava tirar-nos do sério?

Quem quer que tenha descoberto o nível superior do amor Wabi Sabi sabe que só podemos alcançá-lo de uma maneira: explorando, aceitando e apaixonando-nos pelas nossas fissuras e pelas dos nossos parceiros.

Por vezes, a fissura é uma coisa simples, mas persistente (como andar despenteado), uma imperfeição em relação à qual o casal tem de chegar a um acordo." - Arielle Ford