sexta-feira, 31 de julho de 2015



"Desiste da santidade, renuncia à sabedoria
e será cem vezes melhor para toda a gente.
Deita fora a moralidade e a justiça
e as pessoas farão o que é correcto.
Deita fora a indústria e o lucro
e não haverá ladrões.

Todas estas coisas são formas que nos são exteriores
mas, em si, não são suficientes.

É mais importante ver a simplicidade, 
compreender a verdadeira natureza de cada um,
banir o egoísmo
e moderar o desejo.

Deixe de se avaliar com base naquilo que acumulou e naquilo que é o seu portefólio financeiro. Deixe de aplicar um valor monetário a tudo aquilo que tem e a tudo o que faz. Pare e deixe de sentir a necessidade de fazer um «bom negócio» e opte, em vez disso, por ser alguém que partilha. Sentir-se-á agradavelmente surpreendido ao ver o agradável que é se limitar a alterar a sua convicção de que só terá êxito se fizer dinheiro. Quanto menos se concentrar na procura do lucro - mudando, em vez disso, a sua energia, para viver como pretende em harmonia com toda a gente -, mais dinheiro fluirá para si e terá maiores oportunidades de ser generoso.
O mundo das pressões institucionais baseia-se numa lista infinita de regras de «fazer» e de «não fazer» escritas pela mão humana. Lao Tzu recomenda que devemos descobrir o verdadeiro desejo que existe no nosso coração, recordando, ao mesmo tempo, que mais ninguém poderá dizer-nos o que ele é." - Wayne Dyer

quarta-feira, 29 de julho de 2015



"Uma resposta verdadeira é muitas vezes pouco sofisticada, óbvia e até banal. A dificuldade que temos, e temos muita, advém da relutância que temos em aceitar aquilo que vemos realmente e de o vivermos. Queremos conhecer de antemão os pormenores da nossa rota futura. Queremos ter na nossa posse um relatório exacto dos resultados antes de começarmos. Uma vez que isso é impossível, nunca começamos. «Se quer chegar lá, comece!» é uma regra tão simples que a maioria das pessoas tem uma dificuldade imensa em aprendê-la. 
A um nível mais elevado do que as práticas de consumo encontra-se a verdade mais familiar: «Tal como semeares, assim colherás», ou «Dar é receber». Por outras palavras, para estar em paz consigo mesmo, dê paz aos outros. Para se sentir amado, ame. Para ser feliz, faça o outro feliz. Isto é muito simples e faz parte de todos os ensinamentos inspirados deste mundo. Contudo, isto só pode ser compreendido, aceite e posto em prática por uma mente que não esteja agitada. De outra maneira, a tendência é ficar bloqueado em mil considerações. «Isto quer dizer que eu tenho de concordar com uma pessoa que está a tentar enganar-me?», «Se eu der os meus bens, vou receber mais?», «E os meus direitos, é suposto eu cedê-los também?» A intenção destas questões é a de não aplicar as respostas. É por isso que este género de perguntas produz sempre frustração e fracasso. 
A preocupação não tem um valor real. É um adiamento mental. Não é intuitivo e não nos protege de cometer erros. De facto, enevoa a nossa perspectiva, dispersa a nossa concentração e torna-nos mais propensos ao erro.
Naturalmente, não se salta de um extremo para o outro. Remover o medo não implica ser-se temerário. Remover a preocupação não implica ser-se descuidado. Uma ausência de medo no presente conduz naturalmente a uma ausência de medo mais tarde. Quando estamos em paz, a paz acompanha os efeitos das nossas escolhas. Leva-nos a aplicar uma resposta boa de uma maneira boa." - Hugh Prather 

terça-feira, 28 de julho de 2015



"Nascemos para uma vida, uma vida que nos espera. Não a escolhemos, mas entramos nela, com pais, como primeiro ou como último filho, numa determinada zona de um país, numa determinada região do mundo, com uma determinada aparência, com um cérebro dotado de um determinado grau de eficácia. Depois chega o momento em que tomamos consciência de que também podemos fazer escolhas, e damos início à tarefa impossível, dado o número de dias que nos é concedido para a completar. No entanto, não penso que isso seja, sequer, importante. O importante é começar." - Hugh Prather

segunda-feira, 27 de julho de 2015



"Quando a grandeza do Tao está presente,
a acção surge do coração de cada um de nós.
Quando a grandeza do Tao está ausente,
a acção surge das regras da «amabilidade e justiça».

Se queres que as regras sejam amáveis e justas,
se agires de modo virtuoso,
isso é um sinal seguro de que a virtude está ausente.
Vemos, assim, como é grande a hipocrisia.

Quando a afinidade se transforma na discórdia,
erguem-se a piedade e os rituais devotos.
Quando o país cai no caos,
erguem-se os fiéis oficiais
e nasce o patriotismo.

Imagine-se a viver num mundo onde não há regras nem leis e onde toda a gente vive em paz e em harmonia. Não há anarquia, roubos, ódios ou guerras. As pessoas limitam-se a viver, a trabalhar, a amar e a passar o tempo da melhor maneira possível sem precisarem de um governo. Consegue imaginar um planeta onde a necessidade de códigos de conduta e de éditos para governar a população são completamente desnecessários? Ao mudarmos a forma como olhamos para as razões subjacentes à regulação da sociedade, as organizações que controlam a sociedade, a política e o sistema de justiça acabarão por mudar. Quando alteramos o nosso ponto de vista, colocando-nos sob a orientação do Tao, deixamos de ver a razão dominante que nos leva a sermos e a fazermos de acordo com aquilo que é ditado pela nação, pela cidade, pela escola, pela religião ou, até, pela assembleia de condóminos! As leis e as regras são vistas por muitos como únicas responsáveis pela existência real da amabilidade, da justiça e do amor - mas nós podemos decidir viver de acordo com o nosso coração, olhando para estas virtudes como responsabilidades individuais a que aderimos, sem que haja uma lei ou uma convenção que a isso nos obrigue. É o que quero dizer por viver sem regras. Podemos optar por ver-nos em harmonia com as regras e as leis que orientam a economia, o governo, a família e a religião mais do que o fazermos porque elas assim o determinam. Garanto-lhe que ao ajustar o pensamento baseado em normas a uma atitude baseada no coração, a sua vida mudará!" - Wayne Dyer

domingo, 26 de julho de 2015



"Já alguma vez se observou a escolher a chave errada totalmente alheado do que estava a fazer e, apesar de tudo, tentou metê-la na ignição ou na porta de casa? Não estamos a pensar. Ou, mais precisamente, estamos a pensar em vez de estarmos a prestar atenção. Não é que não saibamos qual é a chave correcta, mas, numa espécie de reflexo quase hipnótico, escolhemos aquela que usamos com mais frequência em vez de escolhermos a chave certa. A analogia é óbvia: toda a gente possui a chave certa, mas poucos a usam de uma forma constante. No caso da felicidade, a chave é a concentração mental que falta desenvolver.
Insistimos em fazer tudo de uma vez e desejamos que não seja necessário repetir tarefas. Pensamos que, de alguma forma, com uma leitura casual das escrituras, com uma boa meditação, com a compreensão de alguns conceitos metafísicos ou com o domínio de uma ou duas práticas espirituais, a nossa vida se vai transformar e nós vamos atingir os nossos objectivos. Acreditamos, de facto, que há uma maneira de isto acontecer. Em resumo, acreditamos na magia. Por isso, os nossos primeiros esforços deixam-nos, naturalmente, cansados, derrotados, e rapidamente já não queremos fazer mais nada. E tudo porque esperamos demasiado de nós mesmos.
O mote geral é «fazer pouco e esperar muito», ao passo que a chave para alcançar o progresso genuíno é «trabalhar muito mas esperar pouco». É ao dar, e não por dar, que recebemos. As expectativas atrasam-nos, simplesmente porque o foco do nosso esforço está deslocado. Esquecemo-nos do quão difícil e demorado foi tornarmo-nos infelizes e do quão doloroso foi aprendermos as regras da infelicidade. Reverter a nossa rota pode ser rápido, mas mesmo assim ela tem de ser revertida a pouco e pouco." - Hugh Prather 

sábado, 25 de julho de 2015



"Há momentos para deixar acontecer e momentos para fazer acontecer. Ninguém permanece indefinidamente confortável. A vida não se resolve. A vida, à semelhança de um enorme animal hibernante, muda de posição, obrigando-nos a sair de baixo do seu corpo, sob pena de morrermos." - Hugh Prather

sexta-feira, 24 de julho de 2015



"Mesmo tendo o maior de todos os líderes a governá-lo,
o povo mal sabe que existe um líder.
A seguir, surge um que amam e elogiam.
Depois, vem um que receiam.
Por fim, um a quem desprezam e desafiam.

Quando um líder não confia em ninguém,
ninguém confia nele.

O grande líder fala pouco.
Nunca fala sem pensar.
Trabalha sem cuidar dos seus próprios interesses
e não deixa vestígios.
Quando tudo fica concluído, o povo diz:
«Fomos nós que o fizemos.»" - Wayne Dyer

quinta-feira, 23 de julho de 2015



"Quando é que vai deixar de lutar contra a sua aparência?
Quando é que vai apreciar o seu filho? Alguma vez irá haver tempo, na sua vida, para se dar conta daquilo que os seus amigos têm para lhe oferecer - parece tão pouco, mas você chegou a recebê-lo? Quando é que vai sentir, pela primeira vez, a brisa a passar pelo seu rosto? Haverá finalmente uma refeição em que vai saborear, saborear realmente, a sua comida? Afinal, para onde é que se dirige exactamente? Tudo aquilo que alguma vez vai descobrir a respeito do futuro é que ele vai continuar a estar no futuro - e, nesse caso, porque é que continua a andar com ele às voltas e mais voltas na sua mente, como se fosse uma coisa boa? Esta vida que você leva não é um hábito fácil de acabar, mas deseja realmente continuar a perder quase tudo o que tem verdadeiramente valor só para acabar no seu leito de morte a perguntar-se porque é que nunca teve tempo para amar?
Vamos acabar com a culpa e com o medo. Há uma canção para cantar. Há uma vida para viver e gente para apreciar. No seu coração, você sabe que há alguma coisa que existe para além de toda esta mesquinhez e caos. É realmente possível viver neste mundo e ser feliz.
Onde é que se encontra a felicidade? Você tem mil pressupostos acerca dela que ainda não questionou. Você está presentemente a viver esses pressupostos. Quase tudo o que pensa e faz emana deles. E é assim que sempre foi. Você tem de compreender uma coisa: deixar para trás a sua maneira de fazer as coisas vai exigir um enorme esforço da sua parte. E, no entanto, uma vez que tenha decidido fazer esse esforço e se tenha empenhado completamente, tudo vai acabar por se tornar surpreendentemente fácil. O esforço que tem de fazer não tem nada a ver com martírio, trabalho árduo, irritação, sofrimento ou tensão. Não há nenhuma organização a que tenha de aderir, nenhuma doutrina que tenha de subscrever, nenhuma pessoa ou livro que tenha de seguir, nenhuma causa a que seja obrigado a dar dinheiro. É uma decisão que tem de ser tomada. Pode ser tomada agora. É simplesmente esta: «Eu vou começar.»
Os seus objectivos de ser feliz, de ser bom e de estar em paz não vão permitir que surja nenhum objectivo secundário. Você não pode esperar trazer a paz para a sua vida e reservar algum tempo para estar irritado. A irritação não aumenta as suas hipóteses de felicidade. É claro que vai cometer erros; de facto, você precisa de perder o medo de os cometer. Mas agora o propósito da sua vida vai estar tão firmemente enraizado no seu coração que, sempre que reconhecer um erro, você estará inevitavelmente a regressar à única coisa que importa. E qual é ela?
As palavras são muito imprecisas. É necessária uma experiência para lhes dar substância. Um esforço consistente vai dar-lhe essa experiência. Apenas um ténue vislumbre, no princípio. Uma espécie de felicidade que você tinha esquecido que era possível sentir. No início da sua jornada, vai parecer que vai e vem como por magia. Mas, gradualmente, você vai começar a reconhecer a sua independência de tudo o que pensava que eram pré-requisitos. E então vai chegar finalmente o momento em que vai compreender: «Nada tem de correr bem para eu ser feliz. As pessoa não têm de se portar bem para eu gostar delas. Eu sou livre.»" - Hugh Prather

quarta-feira, 22 de julho de 2015



"Sofro porque me recuso a assumir responsabilidade. O sofrimento quebra a minha resistência à consciência. Se for realmente sofrimento e se eu o vir distintamente, não poderei negar o preço que pago por ser vítima. Nenhuma acção extinguirá esse sofrimento. O sofrimento toma-me como refém até que eu esteja preparado para admitir que o meu apego é por algo que já é meu." - Hugh Prather

terça-feira, 21 de julho de 2015



"Fica completamente vazio.
Deixa o teu coração estar em paz.
Por entre a correria das idas e vindas mundanas, 
observa como o fim se torna o princípio.

As coisas florescem, cada uma por sua vez,
só para regressarem à Origem,
ao que há-de ser.

Regressar à raiz é encontrar a paz.
Encontrar a paz é cumprir o nosso destino.
Cumprir o nosso destino é ser constante.
Conhecer o que é constante chama-se visão.
Desconhecer este ciclo
conduz ao desastre eterno.

Conhecer o que é constante dá-nos perspectiva.
Esta perspectiva é imparcial.
A imparcialidade é a nobreza mais elevada;
a nobreza mais elevada é divina.

Ao sermos divinos, estamos unos com o Tao.
Estarmos unos com o Tao torna-nos eternos.
Deste modo, perduramos,
sem sermos ameaçados pela morte física." - Wayne Dyer

segunda-feira, 20 de julho de 2015



"Faz parte da realidade e da sanidade, e faz certamente parte da felicidade olhar para o mundo da forma como nos permitimos olhar para uma criança. Qualquer criança pode ser vista como aborrecida, e alguns adultos escolhem sempre esta perspectiva. Mas a maior parte de nós não o faz. Vemos a inocência numa criança de dezoito meses, mesmo que ela diga «não» a tudo. Um bebé continua a ser amoroso e absolutamente puro aos nossos olhos enquanto lhe mudamos a fralda. Se pudermos pegar nesse olhar e aplicá-lo a tudo o resto, não teremos de fazer mais nada para nos sentirmos constante e profundamente felizes. 
O nosso modo de ver, dito honesto, está entranhado em todos os momentos e pode facilmente ditar o tom de uma vida inteira. É surpreendente o quão amargas muitas pessoas se tornam. As nossas tarefas quotidianas, o nosso emprego, o nosso regresso a casa, os nossos filhos, os nossos passatempos, tanto podem ser vistos com simpatia e compreensão, como à luz dura mas aparentemente virtuosa da «honestidade». Uma visão mais branda torna o mundo mais brando." - Hugh Prather


"Qual é, nos tempos que correm, a hierarquização das almas? Passei a manhã inteira a receber chamadas.
- O que quis dizer fulano com aquilo...?
- Por que razão não me convidaram?
- O que disse ela?
- Pensei que era o seu melhor amigo.
Espero sinceramente ter perdido a minha tolerância à intriga. A intriga é uma perda de tempo degradante. A amizade não nasce de estratagemas brilhantes. Não são as maquinações, os esforços artificiais e os esquemas que nos tornam o melhor amigo de alguém. Pergunto-me se esses comportamentos tornam mais agradável o tempo que passamos com essa pessoa?..." - Hugh Prather

domingo, 19 de julho de 2015



"Os antigos mestres eram profundos e subtis.
A sua sabedoria era insondável.
Não há como descrevê-la.
Só se pode descrevê-la, e vagamente, pela aparência.

Vigilantes, como aqueles que atravessam um ribeiro no inverno.
Alerta, como aqueles que reconhecem o perigo.
Simples, como madeira por esculpir.
Vazios, como cavernas.
Complacentes, como gelo prestes a derreter.
Amorfos, como água enlameada.

Mas mesmo a água mais enlameada
se torna límpida,
ao ficar tranquila.
E dessa tranquilidade 
nasce a vida,

Aquele que tem o Tao não quer ficar repleto.
Mas, porque nunca está repleto,
pode ficar imóvel como um rebento escondido
sem se apressar num florescimento prematuro.

Desista de lutar e comece a confiar na sabedoria do Tao. O que é seu irá ter consigo quando não estiver a tentar empurrar o rio. Já terá sido, com certeza, encorajado a dirigir activamente e a perseguir todos os desejos da sua vida... mas agora chegou a altura de confiar na sabedoria eterna que o percorre.

«Como pode a vida de um homem
manter o seu rumo
Se ele não a deixa fluir?
Os que fluem como a vida flui
Sabem que não precisam de outra força:
Não sentem o cansaço, não se sentem os golpes,
Não precisam de conserto nem de cura.»" - Wayne Dyer

sábado, 18 de julho de 2015



"O perdão é muitas vezes um conceito temível, mal usado e mal compreendido.Pergunto até se será um conceito útil para a maior parte das pessoas. Talvez a tolerância e a compaixão sejam ideias mais adequadas, a menos que estejamos a tentar lidar com uma velha amargura ou com uma traição profunda.
O perdão é frequentemente um tipo de arrogância. Nós olhamos de cima para baixo, com piedade, para aqueles que «precisam» de perdão. Usado desta forma, constitui apenas um ataque. Acreditamos também que há um certo comportamento que tem de acompanhar o perdão. Se perdoamos a alguém de quem não gostamos, vamos ter de passar mais tempo com essa pessoa. Não vamos ser capazes de despedir um empregado incompetente. Vamos ter de pagar qualquer pensão que o nosso «ex» exigir.
Para perdoar, você não precisa de fazer nada. É um acto do coração, não do corpo. O perdão genuíno não contém qualquer indício da suposta necessidade de forçar a mente a portar-se bem, a reinterpretar de maneira positiva aquilo que aconteceu ou a raciocinar honestamente. Perdoar é simplesmente devolver qualquer presente sujo que o nosso ego acabou de nos dar. Consiste apenas em desistir de um ponto de vista tacanho e aceitar uma perspectiva mais ampla, mais descontraída. Significa deixar de dar abrigo à infelicidade. Visto desta maneira, o perdão é um processo pacífico.
Há uma premissa de pura verdade que subjaz ao funcionamento de «deixar andar» do perdão. A mente é feliz, de forma inata, até ser moldada para ser de outra maneira. Quando se deixa de usar a mente de uma forma não natural, verifica-se que a felicidade já ali estava, no seu lugar, como o Sol que surge por detrás das nuvens." - Hugh Prather


"Muitas pessoas partem do princípio de que numa relação amorosa os indivíduos tendem a concordar um com o outro, e assustam-se ou sentem-se perturbadas quando a outra pessoa assume que discorda. Quando isso acontece, e para remediar a contrariedade, tentam mudar o ponto de vista da pessoa que amam. No entanto, ao nível da personalidade, todas as pessoas diferem entre si nas suas diversas facetas, e não podem tornar-se idênticas. Não existem casais unânimes. A amizade baseia-se na percepção e na aceitação das diferenças, sem que isso deite por terra o amor e a felicidade." - Hugh Prather

sexta-feira, 17 de julho de 2015



"Aquilo que não pode ser visto chama-se invisível.
Aquilo que não pode ser ouvido chama-se inaudível.
Aquilo que não pode ser agarrado chama-se intangível.
Os três não podem ser definidos;
por isso, são transformados num só.

Cada um dos três é demasiado subtil para ser descrito.
Por intuição, podemos vê-los,
ouvi-los,
e senti-los.
Assim, o que não é visto,
o que não é ouvido
e o que não é tocado
ficam como um só perante nós.

Quando se ergue, não amanhece,
quando declina, não escurece;
prossegue, sempre, sem nome,
de regresso ao nada.

Aproxima-te dele e não encontrarás começo;
segue-o e não há um fim.
Não o podes saber mas podes estar nele,
de bem com a tua própria vida.

Descobrir como as coisas sempre foram
conduz-nos à harmonia com o Caminho." - Wayne Dyer


"A boa vontade e a má vontade são apenas estados de espírito. A raiva tem origem na mente e infecta-a com aquilo que nós pensamos. Não existem ataques confinados. Sempre que condenamos, cobrimos o mundo de sofrimento. Quando amamos, abençoamos indiscriminadamente.
Não temos hipóteses de ser felizes quando estamos zangados. Contudo, vivemos numa época em que a raiva é honrada como uma das emoções mais úteis. Num milhar de variações, ouvimos este sentimento ser expresso: «Estar zangado constitui uma auto-afirmação.» Enquanto os indivíduos continuarem a não questionar esta suposição, nunca descobrirão o que significa passar um dia inteiro em paz. Alguma coisa acontece, inevitavelmente, para justificar a sua irritação. E, naturalmente, a possibilidade de viver o dia-a-dia em paz parece estar completamente fora de alcance. 
Como a raiva nunca ocorre a um nível muito profundo, ela pode ser descartada sem hipocrisia. Ver aquilo que realmente queremos limpa a mente de paixões superficiais e até da amargura crónica. No entanto, sem um trabalho de base preliminar, a maior parte das pessoas não chega ao ponto em que consegue ver rapidamente quais são os seus verdadeiros sentimentos. Para essas, a questão que se coloca é aquilo que elas têm de fazer para atingir esse ponto. 
Como primeira etapa, é muito melhor continuar confuso do que atacar. Não permita que o corpo exprima o seu desejo de atacar. Deixar imediatamente de envolver outras pessoas no seu sofrimento vai poupar-lhe tempo. Claro que só isto não vai eliminar a camada das emoções que existe à superfície. Até quando sente uma irritação ligeira, você tem de se afastar rapidamente da atitude de justificar e analisar a sua própria raiva. De outra maneira, vai continuar a acreditar que é assim que realmente se sente. Observar atentamente a sua raiva de forma a conseguir ver o seu coração através dela é aprender a usar a maior força reparadora que existe." - Hugh Prather

quinta-feira, 16 de julho de 2015



"O erotismo alimenta-se não só da carne propriamente dita e do mero peso dos corpos, mas também do brilho das subtilezas: actos que se começam mas não se completam, silêncios que se criam, palavras que ficam por dizer, ritmos que nascem de outros ritmos, aproximações súbitas, ternura e ondas de irresistível tranquilidade. Para que essa magia possa acontecer, uma pessoa tem de começar por remover a cabeça. Por vezes a comunicação não-verbal pode ser algo de Divino. Um único olhar entre dois estranhos pode ser habitado por uma realidade íntima quase perfeita. Algo desse outro mundo em que todo o conhecimento reside no interior do olhar." - Hugh Prather

quarta-feira, 15 de julho de 2015



"O favor e a desgraça parecem alarmantes.
Um estatuto elevado atormenta-te grandemente.

Por que são alarmantes o favor e a desgraça?
Procurar o favor degrada:
alarma quando é obtido,
alarma quando é perdido.

Porque te atormenta tanto um estatuto elevado?
O motivo pelo qual temos tantas preocupações
é por termos o nosso eu.
Se não tivéssemos o nosso eu, que preocupações teríamos?

O verdadeiro eu do homem é eterno,
embora pense: «Eu sou este corpo e em breve morrerei.»
Se não tivermos um corpo, a que calamidades estaremos sujeitos?

Aquele que se vê como sendo tudo
pode ser o guardião do mundo.
Aquele que se ama a si como a todas as pessoas
pode ser o mestre do mundo.

É fundamental sermos independentes das opiniões positivas e negativas das outras pessoas. Quer nos amem ou nos desprezem, se tornarmos as apreciações alheias mais importantes do que as nossas, ficaremos muito atormentados.
Procurar o favor dos outros não é o rumo do Tao. Procurar um estatuto irrompe o fluxo natural da energia divina que tem por destino a nossa mente independente. Nós temos uma natureza essencial que é unicamente nossa: devemos aprender a confiar nessa natureza do Tao e sermos livres das opiniões dos outros. Devemos permitir-nos ser guiados pela nossa existência essencial, o « eu natural» que sustenta a nossa mente independente. Pelo contrário, perseguir um estatuto de favor ou títulos pomposos, para mostrar a importância que nos atribuímos, são exemplos de quem vive a partir de uma mente que depende de sinais externos e não da voz interior natural. O Tao não força ou interfere nas coisas; deixa-as trabalhar, à sua maneira, para produzir resultados naturalmente. Seja qual for o tipo de aprovação que esperamos vir a receber, esta chegará num alinhamento perfeito. Seja qual for o desfavor que recebemos, ele também fará parte de um alinhamento perfeito. Lao Tzu indica, com ironia, que a busca do favor é alarmante, seja qual for o resultado. Se obtivermos esse favor, seremos escravos das mensagens elogiosas vindas do exterior - e, deste modo, será a opinião alheia a dirigir a nossa vida. Se formos desfavorecidos, iremos esforçar-nos ainda mais por mudar o nosso raciocínio e estaremos, também, a ser guiados por forças que nos são externas. O resultado de uma e outra situação é o domínio da mente dependente, por oposição ao Tao. Porque a mente que é independente flui em liberdade em direcção ao Tao." - Wayne Dyer  


"As crianças, como tudo o que tem valor, não podem ser apressadas. O prazer que um bebé ou uma criança pequena tem para oferecer é tão delicado e subtil como o nascer do Sol. Ao sentarmo-nos tranquilos na calma da alvorada, sem nada para fazer e sem nenhum lugar para onde ir, ouvimos os sons da Terra a despertar e vemos as mudanças que se operam na luz e na sombra que uma mente mais apressada vai perder. A pressa traz infelicidade. A felicidade que existe dentro de nós é muito tranquila. Não é fisicamente lenta; está simplesmente em paz." - Hugh Prather

terça-feira, 14 de julho de 2015



"As pessoas que dobram meticulosamente as suas roupas e vão directas ao assunto não têm consciência de que o sexo não é um dever solene. O sexo saudável é um divertimento a dois, é como partilhar uma boa piada que ambos perceberam." - Hugh Prather


"As cinco cores cegam os olhos.
Os cinco tons tornam surdo o ouvido.
Os cinco sabores anulam o gosto.
A perseguição e a caçada enlouquecem a mente.

Desperdiçar energia para obter objectos raros
só impede o nosso crescimento.

O mestre observa o mundo
mas confia na sua visão interior.
Permite às coisas virem e irem-se embora.
Prefere o que está dentro ao que está fora.

Deixe que sejam os outros a consumir-se com a perseguição, se eles assim o decidirem, enquanto, pela sua parte, aprende a descontrair-se. Em vez de se concentrar no exterior, volte a sua atenção para dentro de si. Cultive o temor e a gratidão como pedras de toque interiores, mais do que uma determinação exterior para ser mais adorado e acumular mais. Quando estiver diante de uma visão maravilhosa, ao ouvir um som que o encanta ou a saborear uma iguaria que faz crescer água na boca, permita-se pensar no milagre que existe nesses prazeres dos sentidos. Seja como o mestre que «prefere o que está dentro ao que está fora». Deixe as coisas virem e irem sem ter a urgência de se apegar a este mundo efémero de idas e vindas." - Wayne Dyer  

segunda-feira, 13 de julho de 2015



"A crença de que a felicidade permanente não existe está tão disseminada e tão profundamente enraizada que constitui, na realidade, um facto da vida da maioria das pessoas com o qual é difícil lidar. Se aparecer algum santo estrangeiro que clame que não é assim, ninguém acreditará nele ou nela, ou pensar-se-á que essa pessoa é um impostor ou um fenómeno. Como não o fazer? Quem é que já experimentou um só dia de «paz perfeita»? Uma vida inteira assim parece ser um absurdo. 
Temos ouvido dizer que ninguém, no seu juízo perfeito, desejaria uma felicidade constante. O que levanta uma questão interessante. É possível não querer aquilo que, por definição, a pessoa quer?
Será possível dizer «hoje não houve nada que me corresse bem» e ainda assim ser feliz? De facto, é essa a única maneira.
Porque nada vai correr bem, como já deve ter reparado por esta altura. Esta manhã começou tudo outra vez. Há qualquer coisa que se entorna, algumas pessoas que estão atrasadas como de costume, o nosso cabelo nunca está muito bem e depois há o cão do vizinho. Esqueça o ódio e a ganância - há alguma esperança real de eliminar todos os ruídos incómodos, os cheiros, os trabalhos de má qualidade, os produtos demasiado caros, os engarrafamentos no trânsito e a descortesia nas lojas? Então porquê ficar tão agarrado à própria natureza do dia que uma alegria simples se torna impossível? Como diz a canção, «não se pode andar de patins no meio de um rebanho de búfalos, mas pode-se ser feliz se se tiver espírito para isso». A chave é «ter espírito para isso»." - Hugh Prather


"Os pensamentos tranquilos
de dois seres que se amam desde sempre
tocam-se ao de leve,
como dois pássaros que se aconchegam no calor um do outro.
Os seres que se amam desde sempre conhecem-se pelo riso,
mas é no silêncio que mais dizem.
Quando se separam
sonham com o momento em que voltarão a sentar-se,
imperturbáveis,
junto ao outro,
com o momento em que se voltarão a sentir
abraçados pelo sossego do outro." - Hugh Prather 

domingo, 12 de julho de 2015



"Trinta raios convergem para um único eixo;
é no buraco no centro
que assenta o funcionamento da carroça.

Faz do barro um vaso;
é o espaço no seu interior que o torna útil.
Faz portas e janelas bonitas,
mas a divisão é útil por estar vazia.

A utilidade do que é
depende do que não é." - Wayne Dyer


"Acredito que não prejudicar os outros de forma consciente vai atenuar este ímpeto existente na atmosfera mental do mundo - mesmo que em pequena escala. E acredito que um pequeno ganho é melhor do que nenhum.
Quem é que conhece realmente o efeito de um pensamento feliz? Será possível que ele dê a volta ao mundo, procurando uma entrada para um coração aberto, encorajando e dando esperança de alguma maneira invisível? Estou convencido de que isso acontece, porque, sempre que amo verdadeiramente, sinto o calor e a presença de mentes semelhantes, uma família em crescimento cuja força reside na sua gentileza e cuja mensagem reside no tratamento que dispensa aos outros. Acredito que é bom e que está certo ser-se feliz, e sei por experiência própria que é a única maneira de eu, pessoalmente, poder ser bondoso." - Hugh Prather 

sábado, 11 de julho de 2015



"Quando se casam, muitas pessoas começam a ter ideias estranhas sobre «direitos». Não há grande esperança para um casamento em que o esforço dominante se prende com a modificação dos comportamentos da outra pessoa. Em princípio, a pessoa com quero partilhar a minha vida é aquela a quem posso dar a oportunidade máxima de fazer o que quiser com a sua própria vida." - Hugh Prather


"Tendo corpo e alma
e abraçando o uno que formam, 
poderás evitar a separação?

Poderás deixar o teu corpo tornar-se
tão flexível como o de um recém-nascido?
Ao abrires e fechares as portas do céu,
poderás desempenhar o papel feminino?

Poderás amar o teu povo
e governar o teu domínio
sem te tornares importante mais do que os outros?

Dar à luz e alimentar;
ter, sem possuir;
trabalhar, sem ficar com a autoria;
chefiar sem controlar ou dominar.

Quem tiver este poder
trará o Tao à própria terra.
Esta é a virtude original.

Deixe de se identificar com as suas coisas e com aquilo que consegue alcançar. Tente, em vez disso, usufruir daquilo que faz e que flui para a sua vida, apenas pelo prazer de fazer e observar directamente esse fluxo. Literalmente, não tem nada nem ninguém: tudo o que é composto irá decompor-se, tudo o que é seu desaparecerá e tornar-se-á de outra pessoa. Por isso, dê um passo atrás e permita-se ser um observador deste mundo de formas. Ser observador distanciado levá-lo-á a um estado de felicidade, ao mesmo tempo que lhe reduzirá a força com que se agarra ao que possui. É neste processo de libertação que ganhará a liberdade para viver aquilo que o Tao ensina, constantemente, pelo exemplo." - Wayne Dyer 

sexta-feira, 10 de julho de 2015



"Todos os nossos pensamentos, emoções, palavras e actos têm influência nos outros e no mundo que nos rodeia. Por isso, a coisa mais importante e proveitosa que podemos fazer para mudar o mundo é simplesmente procurar ter no dia-a-dia uma vida consciente. E isso não quer dizer atingir um patamar espiritual muito elevado, nem ser capaz de amar, aceitar e perdoar sempre incondicionalmente... Esforçar-se demasiado por atingir qualquer modelo de perfeição, por muito atractivo que seja, conduz sempre ao desapontamento e à sensação de fracasso. Não é preciso atingirmos a santidade antes de começarmos a trabalhar para a mudança!
Para mim, viver conscientemente significa aceitar as nossas fraquezas e imperfeições humanas sem nos julgarmos severamente e estar dispostos a aprender com o nosso subconsciente os padrões de comportamento que nos vão sendo revelados. Significa considerar as nossas experiências como dádivas que podem ajudar-nos a crescer, considerando todos e tudo o que encontramos no caminho como uma lição potencial. Significa assumir a responsabilidade (não a culpa) pelos nossos pensamentos, sentimentos e acções, reconhecendo o efeito que têm sobre os outros. Significa escutar e procurar teimosamente o nosso sentido interior de verdade, e depois tentar dizer e viver essa verdade minuto a minuto, dia a dia. Significa ainda partilhar generosamente com os outros a dádiva do nosso ser, dos nossos talentos especiais, das nossas aptidões únicas.
Para viver conscientemente temos de recuperar e desenvolver o nosso discernimento em relação à Terra. Quase todos nós precisamos de aprender a viver com mais simplicidade, sem gastar tantos recursos e criar tantos desperdícios. Não quer isto dizer que devamos viver na pobreza ou sofrer privações. Muito pelo contrário! À medida que tomamos consciência das nossas necessidades reais - espirituais, mentais, emocionais e físicas - e aprendemos a satisfazê-las, descobrimos que deixamos de precisar de inúmeras coisas materiais que acumulávamos para preencher o nosso vazio. À medida que as necessidades autênticas são satisfeitas, as falsas desaparecem, tal como os medos que nos dominavam. Quando o nosso próprio espírito nos completa e a nossa força vital circula livremente pelo nosso corpo, quando correspondemos à nossa alma e ao nosso desígnio superior, sentimo-nos parte da corrente e da abundância natural do Universo. Aprendemos a apreciar a riqueza nas coisas mais simples da vida.
Isto não significa que não possamos gozar os nossos bens materiais e os produtos da nossa espantosa tecnologia. Acredito que, quando atingimos o equilíbrio pessoal, encontramos uma maneira harmoniosa de sustentar as necessidades do nosso mundo e de gozar os frutos da nossa criatividade material. Até lá, a maioria de nós precisa de desenvolver mais discernimento e melhores hábitos em relação aos nossos recursos. as pequenas coisas são importantes - comprar alimentos mais saudáveis e mais naturais, com menos embalagens, menos aditivos químicos e menos processamentos... evitar produtos tóxicos ou apresentados em embalagens não-recicláveis... utilizar um saco de pano para as compras... praticar a reciclagem em casa e no trabalho... Gestos que talvez pareçam insignificantes, mas cada um deles pode fazer uma grande diferença, sem contar que servem para ensinar as boas práticas aos nossos filhos.
Outro aspecto importante de viver conscientemente é, escusado será dizê-lo, a maneira como tratamos no dia-a-dia as pessoas - e também os animais - que nos rodeiam. É claro que todos nós por vezes dizemos e fazemos coisas de que depois nos arrependemos e envergonhamos. É inevitável, somos humanos, e acontece sobretudo quando estamos empenhados em aprender novas formas de vida e de relacionamento, em vez de seguirmos o trilho seguro que provavelmente conhecemos no passado. Por isso, devemos dar a nós próprios uma larga margem de tolerância, aceitando que nem sempre nos manifestamos da maneira mais harmoniosa ou correcta. No entanto, sempre que possível, devemos também fazer um esforço adicional para partilhar o nosso amor e cuidado com os outros - famílias, amigos, colegas -, mesmo nas coisas mais pequenas, como estabelecer contacto visual e dizer um «obrigado» sincero ao bagageiro ou ter um pouco mais de paciência com um funcionário visivelmente esgotado.
Viver conscientemente é viver de modo criativo, encarando cada novo dia como uma ligação potencial e, mais do que isso, uma oportunidade de partilhar com alegria os nossos talentos, dons, e inspirações especiais, em grandes ou pequenos gestos.
Muitas das coisas que somos guiados a fazer na nossa vida não têm aparentemente qualquer relação directa com ajudar alguém ou curar o mundo. Lembre-se que a maior contribuição que pode dar está na força que lhe vem simplesmente de ser quem é, de viver a sua verdade, de fazer aquilo de que gosta. a manifestação apaixonada de quem somos curará o mundo." - Shakti Gawain  


"Quando tentamos convencer as outras pessoas de que as amamos mais do que realmente amamos, acabamos por as pressionar. O amor não precisa de ser exibido, pois pode ser visto e sentido na ausência de qualquer acção. O amor é denunciado por cada músculo e por cada gesto. Quando uma pessoa tem o coração cheio de amor, é o amor que dinamiza a sua expressão." - Hugh Prather

quinta-feira, 9 de julho de 2015



"Continuar a encher
não é tão bom como parar.
Demasiado cheias, as mãos em concha vertem,
sendo melhor parar de deitar.

Afia demais a faca
e o gume depressa se perderá.
Enche a tua casa com jade e ouro,
que te trarão insegurança.
Incha com a honra e o orgulho
e ninguém te impedirá de caíres.

Retira-te quando o trabalho está feito,
pois é esta a maneira do céu.

O Tao tem a capacidade de tudo gerar em quantidades que poderiam surpreender qualquer observador, mas a sua humildade gentil parece saber quando já existem demasiadas árvores, flores, abelhas, hipopótamos e quaisquer outros seres vivos. O Tao renuncia ao excesso. Não precisa de exibir a sua capacidade ilimitada de criar, porque sabe perfeitamente quando deve parar.
Enchemos a vida com bens, prazeres, orgulho e actividades, quando já atingimos, obviamente, um ponto em que ter mais significa menos, indica que estamos em harmonia com o ego e não com o Tao! Se somos humildes na vida, saberemos quando devemos parar, renunciar ao excesso e usufruir dos frutos do nosso trabalho. A busca de mais estatuto, de mais dinheiro, de mais poder, de mais coisas, é uma tolice tão grande como afiar uma faca de trinchar depois de o seu gume ter atingido o cúmulo da perfeição. Se continuássemos a fazê-lo, iríamos apenas dar origem a um gume embotado, quando é óbvio que um gume bem afiado já representa a perfeição." - Wayne Dyer 


"Lembre-se, é escusado esforçar-se por sentir amor (ou qualquer outro sentimento). Os sentimentos não são controlados pela vontade e , geralmente, as tentativas de lhes impor o nosso domínio levam à negação, repressão e rejeição de partes de nós, ou então à exteriorização de um sentimento que não é autêntico. Só reconhecendo e respeitando o nosso modo de sentir (por muito «inaceitável» que antes o considerássemos) criamos espaço para o seu oposto. Por isso, tentar amar incondicionalmente é uma contradição. O amor incondicional nasce de forma espontânea, quando somos capazes de aceitar todos os nossos sentimentos e amar todos os nossos eus, inclusive aqueles que não amam incondicionalmente." - Shakti Gawain


quarta-feira, 8 de julho de 2015



"Quando a minha auto-estima é encenada, ou seja, quando se baseia em superficialidades como o aspecto físico, a indumentária, a facilidade de comunicação ou a reputação, sou menos sensível às outras pessoas enquanto seres com características e com movimentos próprios e perco a capacidade de as ver directamente, tal como são, percepcionando-as unicamente em função das suas reacções à minha pessoa." - Hugh Prather


"O bem supremo é como a água,
que alimenta todas as coisas, sem procurar fazê-lo.
Ela flui para os locais baixos que os homens abominam.
Assim, é como o Tao (Caminho).

Vive de acordo com a natureza das coisas.
Ao habitares, fica perto da terra.
Ao meditares, mergulha no coração.
Ao lidares com os outros, sê gentil e amável.
Cumpre a tua palavra.
Governa com equidade.
Aprende a agir no momento certo.

Quem vive de acordo com a natureza
não procede contra a natureza das coisas.
Move-se em harmonia com o momento presente,
sabendo sempre a verdade do que deve fazer.

Tome cuidado para não atribuir a si próprio uma importância que o situe acima dos outros. Seja receptivo a toda a gente, em especial aos que, por hábito ou rotina, podem não ser respeitados, como os que não foram à escola, os sem-abrigo ou os membros perturbados da nossa sociedade. Vá aos «locais baixos que os homens abominam» e, aí, mantenha a mente aberta. Veja o Tao em todas as pessoas que encontra e faça com que a aceitação, a gentileza e a simpatia fluam através das suas veias em direcção aos outros. 
Se não for irritante, será recebido com respeito. Ao fazer todos os esforços para evitar controlar a vida dos outros, estará em harmonia com a ordem natural do Tao. É desta forma que alimenta os outros sem estar a tentar fazê-lo. Seja como a água - que cria oportunidades para nadar, pescar, fazer surf, beber, chapinhar, regar, flutuar e uma infinita lista de outros benefícios - ao tentar não fazer mais do que, simplesmente, fluir." - Wayne Dyer 

terça-feira, 7 de julho de 2015



"Acções externas - sociais, políticas, legislativas e outras - podem ser uma contribuição muito importante para resolver os problemas de racismo, sexismo, fanatismo religioso, pobreza, violência e outros males que afligem a humanidade. Mas não creio que possam achar-se soluções gerais e definitivas, radicais no melhor sentido da palavra, se não formos individualmente capazes de enfrentar, identificar e curar esses males na sua origem - dentro de nós. É aí que se encontram as raízes do nosso próprio racismo, sexismo, homofobia, preconceito, medo, cobiça, mediocridade e insatisfação. Se quisermos realmente deixar de tiranizar os outros, ou de ser tiranizados pelos outros, teremos de aprender a enfrentar e curar as forças interiores que nos levam a tiranizar-nos e vitimizar-nos. Temos de aprender a amar, respeitar e honrar todas as nossas facetas. Só construindo alicerces de amor-próprio e respeito próprio, e integrando todas as nossas subpersonalidades, poderemos então sinceramente respeitar, perdoar e ter compaixão por todos os nossos semelhantes. É essa a chave para transformar a qualidade de vida do nosso planeta." - Shakti Gawain


"Independentemente dos factores que produzem os encontros fortuitos, algo se passa no instante em que duas vidas se cruzam, em que duas pessoas trocam um olhar, por mais impessoal que seja o lugar onde isso aconteça. Por um momento, foi criada uma nova mistura. Por um instante, eu ofereço alguma coisa, quer me encontre em casa, com a família, ou na rua, entre desconhecidos. Uma das grandes questões da vida é a seguinte: que deixamos nós na nossa passagem, no nosso movimento? Não é a grandeza e a glória que conferem à vida a sua marca eterna, mas o amor ou o desamor destes minúsculos encontros que se vão somando a cada dia que passa. Hoje, no regresso a casa, estive num engarrafamento, onde reparei num rapazinho sentado num muro de tijolos, que se divertia à grande a acenar para todos os condutores. Ninguém foi capaz de lhe recusar uma saudação." - Hugh Prather

segunda-feira, 6 de julho de 2015



"O céu é eterno e a terra perdura.
Porque vivem eternamente o céu e a terra?
Não vivem só para eles.
É esse o segredo da sua durabilidade.

Por este motivo, o sábio põe-se em último lugar
e assim fica à frente.
Ele mantém-se como testemunha da vida
e por isso perdura.

Serve as necessidades dos outros
e todas as tuas necessidades serão satisfeitas.
Através da acção altruísta, alcança-se a realização." - Wayne Dyer


"Pode ser difícil reconhecer ou aceitar que as pessoas com quem temos problemas sejam simplesmente um espelho que nos mostra a parte rejeitada de nós mesmos. Uma maneira simples de o fazer é consultar os seus sentimentos. Se tem uma opinião desfavorável dessa pessoa, é muito provável que ela espelhe o seu lado-sombra. Pode ser uma questão de ciúme inconsciente. Talvez essa pessoa exteriorize uma forma de energia que em si está reprimida ou não é expressa.
É importante não esquecer que ver outra pessoa como um espelho não é de modo algum tomá-la por modelo de comportamento. Um modelo é alguém que admiramos e a quem gostaríamos de nos assemelhar. Mas no espelho procuramos apenas pistas para a nossa autodescoberta e o nosso autodesenvolvimento - não queremos ser iguais a ninguém, queremos ser cada vez mais nós mesmos. Aliás, a pessoa que espelha as nossas carências pode ser ainda mais carenciada que nós. Não é obrigatoriamente alguém que admiremos, como acontece com um modelo. Não ambicionamos ser como ela, nem tornar-nos no oposto do que éramos. Pretendemos apenas desenvolver um pouco mais a energia que vemos reflectida.
Temos tendência a evitar as coisas que receamos, achando que enfrentá-las nos trará consequências drásticas. Mas na vida as consequências mais drásticas vêm de fugirmos àquilo que devíamos enfrentar ou descobrir. Em vez de fugir, devemos aprender a ser mais abertos e a aceitar coisas que nos metem medo, quer se trate de explorar as nossas emoções ou de controlar a nossa conta bancária. A aceitação é simplesmente a disponibilidade para encarar, confrontar e compreender uma coisa, em vez de a pôr à distância. 
Aceitar não é o mesmo que permitir: aceitar é apenas reconhecer a existência de alguma coisa. Aceitar que temos problemas não quer dizer permitir a sua permanência ou resignarmo-nos à sua continuação. Não nos tornaremos completos e realizados enquanto não reconhecermos a necessidade de estabelecer limites e não soubermos distinguir o que é bom e o que é mau para nós, agindo em conformidade. 
Os outros só podem criticar-nos ou maltratar-nos até ao ponto em que o aceitamos ou permitimos. Primeiro, devemos tomar as providências externas necessárias à nossa tranquilidade. Depois, devemos olhar para o nosso íntimo, a fim de curar a maneira como nos criticamos e maltratamos a nós mesmos. Com o conhecimento assim alcançado, poderemos aprender a amar-nos e ajudar-nos." - Shakti Gawain 

domingo, 5 de julho de 2015



"Tantas pessoas que se movimentam pelas ruas... Todos os anos um mar de rostos que nunca verei de novo. Posso, com o olhar, ligar-me a algumas, apenas a algumas delas, e mesmo assim há mal-entendidos. Durante a minha vida olharei para milhares de seres humanos nos edifícios, nos diferentes espaços. O que extraio desses encontros? Nada. Absolutamente nada. A menos que eu mude a minha atitude, todas essas pessoas não serão mais que um cenário sem qualquer interesse." - Hugh Prather


"O espírito que nunca morre
é a chamada «fêmea misteriosa».
Embora se transforme no Universo todo,
a sua proeza sem mácula nunca se perde.
Embora ela assuma incontáveis formas,
a sua verdadeira identidade mantém-se intacta.

A porta para a fêmea misteriosa
é chamada a raiz da criação.

Escuta a sua voz,
ouve o seu eco através da criação.
Sem falhar, ela revela a sua presença.
Sem falhar, ela traz-nos à nossa perfeição.
Embora invisível, a criação perdura;
e nunca terminará.

Seja o que for que se sinta obrigado a fazer - escrever música, conceber software, fazer arranjos florais, lavar os dentes ou guiar um táxi -, faça-o à sua maneira, que é exclusivamente sua. Ser criativo significa confiar no seu chamamento interior, ignorando a crítica ou o julgamento e afastando a resistência que possa erguer-se aos seus talentos naturais. Preste uma atenção especial a estas palavras: «Sem falhar, ela revela a sua presença. Sem falhar, ela traz-nos à nossa perfeição». A seguir, opte por afastar a dúvida e o medo que acolheu dentro de si, relativamente à capacidade que tem de se harmonizar com o poder de criar - um poder que não é só maior do que a sua vida individual mas que é, de facto, a própria vida, em absoluto." - Wayne Dyer

sábado, 4 de julho de 2015



"A vida tenta ensinar-nos a abrir a porta e encarar de frente aqueles lados de nós mesmos que sempre receámos e detestámos, que consideramos maus, feios, perigosos e repelentes. Tenta ajudar-nos a descobrir aspectos ignorados que nos são necessários, indispensáveis, sem os quais não podemos viver.
É um princípio simples e universal: tudo o que existe no Universo quer ser aceite. Todos os aspectos da criação querem ser amados, apreciados e acolhidos. Assim, qualquer qualidade ou energia que não nos permitamos experimentar ou expressar vai continuar a assediar-nos, de uma maneira ou de outra, até a reconhecermos como parte de nós, aceitando-a e integrando-a na nossa vida e personalidade.
Qualquer facto de que não gostemos, que rejeitemos e de que tentemos fugir tende a perseguir-nos e atormentar-nos. E continuará a importunar-nos, mesmo em sonhos, provocando distúrbios a nível de relacionamentos, saúde ou finanças, até ao momento em que decidirmos enfrentá-lo, aceitá-lo e integrá-lo em nós. Nessa altura deixará de ser um problema, perderá a sua importância e o seu domínio sobre nós. Teremos finalmente acesso a um leque alargado de opções e alternativas." - Shakti Gawain 



"O dia foi mágico. Estive com três amigos, separadamente, e aprendi que os amigos podem transformar uma pessoa. O primeiro elevou-me para que eu pudesse ver. Consegui distinguir os pontos em que as coisas se cruzam ou se ramificam, as formas essenciais a aproximarem-se de mim a partir do futuro, novos elementos e consumações, e também os velhos princípios que não devem ser esquecidos. E consegui nomear tudo isto com grande espontaneidade. O meu amigo estava encantado com as minhas ideias, sem se aperceber de que tinha sido ele a dar-me a visão. O meu segundo amigo, ou melhor, uma amiga, transmitiu-me a brandura e a sinceridade. Ela precisava de falar, e falámos durante muito tempo. Agradeceu o meu cuidado quando nos despedimos, mas não me teria reconhecido se eu tivesse tido outra postura. O terceiro amigo transformou-me num palhaço, num brincalhão, num criador de tiradas sarcásticas. Eu não sabia que a minha vida continha tanto absurdo. Ele riu profusamente porque fez de mim um ser risível. Os meus amigos ignoram o que hoje fizeram, porque o fazem frequentemente e com toda a naturalidade. Conto que também eu os inspire a transformarem-se. Assim, nós - cada «nós» em separado - apenas existimos na presença um do outro. Isto é precioso e não pode ser abandonado com leviandade. Trata-se de um conceito a incluir na definição de auto-suficiência." - Hugh Prather

sexta-feira, 3 de julho de 2015



"O céu e a terra são imparciais;
ambos vêem as 10 mil coisas como cães de palha.
O sábio não é sentimental; trata toda a gente como cães de palha.

O sábio é como o céu e a terra:
Para ele ninguém é especialmente querido,
nem há ninguém que ele não aprove.
Ele dá e dá, sem condições, 
oferecendo a todos os seus tesouros.

Entre o céu e a terra,
há um espaço como um fole;
vazio e inesgotável,
quanto mais é usado, mais produz.

Fiquemos no centro.
O homem deve sentar-se sossegado e encontrar
a verdade que existe lá dentro." - Wayne Dyer


"As nossas emoções são como o tempo, que muda constantemente - ora escuro ora luminoso, por vezes desabrido e intenso, outras vezes doce e sereno. Tentar resistir ou controlar o que sentimos é como tentar resistir ao tempo - um convite à frustração. Além disso, se só conhecêssemos dias de sol com uma temperatura de exactamente 25  graus, desconfio que a vida se tornaria bastante monótona. Só quem sabe apreciar a beleza da chuva, do vento e da neve, e não apenas do sol, é livre de saborear a plenitude da vida." - Shakti Gawain

quinta-feira, 2 de julho de 2015



"Dou-me conta, hoje, de que não tenho o direito de julgar os erros dos outros, ou de tecer considerações sobre as lições que deveriam aprender. Desconheço o percurso dos demais e ignoro em que momento se irão auto-superar, ou o que deveriam estar a fazer, e quando imagino que sei é porque, claramente, não estou a fazer aquilo que deveria estar a fazer, a assumir a responsabilidade pela minha própria vida." - Hugh Prather


"O Tao é vazio 
mas inesgotável
e insondável,
e é o antepassado de tudo.

Dentro dele, o gume afiado torna-se macio;
o nó apertado solta-se;
o sol é suavizado por uma nuvem;
a poeira assentará.

Está oculto mas sempre presente.
Não sei quem lhe deu ser.
Parece ser o antepassado comum de tudo, o pai das coisas.

Se vivermos numa perspectiva infinita, iremos renunciar à ideia de que a nossa única identidade é o corpo físico em que progredimos, desde o nascimento até à morte. Na nossa totalidade, somos um ser infinito, disfarçado como uma pessoa que existe no mundo de «gumes afiados» e de «nós apertados». Fundindo-se dentro de nós e à nossa volta, em todos os momentos, está a força invisível, geradora de vida, do Tao. É inesgotável. É insondável. E não pode ser esvaziado." - Wayne Dyer


"O conhecimento é saber que nada sou,
o amor é saber que tudo sou,
e, entre os dois, flui a minha vida." - Nisargadatta Maharaj