sábado, 31 de dezembro de 2016




"Todas as crianças, enquanto ainda vivem o mistério, têm sempre a alma ocupada na única coisa importante: em si mesmas e na secreta conjunção da própria pessoa com o mundo em volta.

A criança tem, por um lado, capacidade de se surpreender, de descobrir desde a inocência, e, por outro lado, a necessidade de se autoafirmar, de expressar a sua identidade em relação ao mundo.

Erich Kästner dizia que «a maioria das pessoas abandona a sua infância como um chapéu velho. Esquecem-na como se fosse um número de telefone que já não presta. Antes eram crianças, depois tornaram-se adultos, mas o que são agora? Só aquele que se converte em adulto, mas continua a manter-se criança é um ser humano». 

A criança luta por se descobrir, por delimitar o seu eu relativamente aos outros e tem os seus sonhos muito claros. Por mais impossível que digam que uma coisa é, quer tentar. Embora saiba que não pode voar, não quer deixar de sonhar que um dia conseguirá.

É importante não esquecer essa parte de nós que não teme a descoberta, desvendar o mistério do possível ou impossível. É o que nos impele a continuar a sonhar e a arriscar para obter o que desejamos.

Em cada adulto dorme uma criança que acredita na magia do mundo e da vida. E leva-a a sério, porque quando a criança brinca aos piratas, está a ser realmente um pirata.

De vez em quando é recomendável sair da voragem para fazer uma lista do que queríamos fazer com a nossa vida, reviver os nossos sonhos de infância e juventude. Ao apontar o que conseguimos e o que nos falta fazer, aperceber-nos-emos de que renunciámos a muitas dessas coisas, talvez porque as víamos impossíveis, porque não nos julgávamos capazes de as levar a cabo ou porque tínhamos medo de cumprir o sonho.

O tempo é um grande aliado da inércia e da preguiça.

Esquecemos a criança que temos dentro de nós, ao enterrar os sonhos que mexeram connosco há anos.

Movidos pela inércia, empurrados pela corrente do mundo adulto, estamos demasiado ocupados a fazer e esquecemo-nos de ser.

Voltar a olhar com os olhos de uma criança, pensar com a mente não condicionada, permite-nos reencontrar o mais genuíno que habita em nós. Vale a pena mergulhar nesta fonte pura e abandonar por momentos o círculo das obrigações, os afazeres e as desculpas em que nos escudamos para não pensarmos na nossa vida com a seriedade com que uma criança brinca." - Allan Percy

sexta-feira, 30 de dezembro de 2016




"Se uma pessoa disser qualquer coisa de positivo aprove-a. Se ela fizer uma boa acção felicite-a. Não hesite em elogiá-la na sua ausência, diante dos outros. E alegre-se também com os elogios feitos sobre os outros. Se alguém falar bem de uma pessoa que conhece não hesite em juntar-se a ele." - Dalai Lama

quinta-feira, 29 de dezembro de 2016




"Todo o indivíduo deve, a dada altura, dar o passo que o afasta do seu pai, dos seus mestres; todo o indivíduo deve experimentar um pouco da dureza da solidão, embora a maioria das pessoas possuam pouca capacidade de aguentar e voltem rapidamente ao refúgio.

A educação dá-nos conhecimentos, ensina-nos a interpretá-los, a aplicá-los. Trata-se, maioritariamente, de que o aluno adquira uns conteúdos específicos para passar num exame, o que não significa que tenhamos aprendido o essencial para viver.

Os pais educam-nos em valores, em hábitos e também em ideias: as suas. Tanto os mestres como os pais têm os seus ensinamentos como certos. E são-no, para eles. Aprendemos tudo através destes parâmetros. Repetimos o que ouvimos porque alguém que tem autoridade o disse e supomos que o seu critério é melhor do que o nosso.

Mas, antes ou depois, temos de descobrir o que pensamos nós, qual é a nossa visão e onde estão as nossas prioridades.

Amadurecer exige-nos que, a dada altura, reflitamos para construir o nosso ponto de vista. Até é saudável desaprender o aprendido, se com isso ganharmos a liberdade de cometer os nossos próprios erros.

No momento em que nos desprendemos desse guião começa o nosso caminho para a realização. Sem ter a quem seguir, a quem consultar, vemo-nos obrigados a decidir e a definirmo-nos. A nossa felicidade deixa de depender dos outros para ser responsabilidade nossa. E isso é uma boa notícia. 

Deixamos de ser crianças, discípulos, e separamo-nos dos que nos conduziram até aqui. Já não somos um prolongamento das suas ideias; conquistámos a nossa liberdade. 

Desprendermo-nos dessa grande mochila com que nos encheram durante toda a vida, libertarmo-nos do que aprendemos, mas não da capacidade de aprender, permite-nos dar um passo em frente.

Embora seja mais cómodo não abandonar o caminho pautado, nenhum ser humano se conhece verdadeiramente até se poder enganar por si mesmo.

Num célebre momento do filme O Clube dos Poetas Mortos, o professor fala assim aos seus alunos: «Todos precisamos de ser aceites, mas têm de entender que as vossas convicções são vossas, pertencem-vos [...] ainda que toda a manada diga: não está beeeem! [...] Quero que encontrem o vosso próprio caminho.»" - Allan Percy

quarta-feira, 28 de dezembro de 2016




"Silêncio não significa não falar e não fazer coisas; significa que não se está perturbado por dentro. Se estivermos verdadeiramente em silêncio, então não importa em que situação nos encontremos, podemos desfrutar do silêncio." - Thich Nhat Hanh

terça-feira, 27 de dezembro de 2016




"Apressamo-nos naquilo a que chamamos de coisas aborrecidas

De forma a poder dar atenção àquilo que cremos ser

Mais importante e interessante.

Talvez a liberdade final seja um reconhecimento de que

Tudo, em todos os momentos, é “essencial”

E que nada é, de forma alguma, “importante”." - Helen M. Luke

segunda-feira, 26 de dezembro de 2016




"Se estás determinado a pensar em ti mesmo como limitado, medroso, vulnerável ou assustado pela experiência passada, sabe pelo menos que escolheste fazer isso. A oportunidade de te experienciares diferentemente está sempre disponível." - Yongey Mingyur Rinpoche

domingo, 25 de dezembro de 2016




"O poder da mente é como um laser, pode chegar a qualquer lugar, a qualquer pessoa. Mas para isso é preciso haver qualidade no pensamento, caso contrário ele perder-se-á na atmosfera. Vivemos num mundo com negatividades. Portanto, se eu quero ajudar os outros através do poder da mente, isso significa que o meu pensamento deve ter tal qualidade, que ele ultrapasse todas essas barreiras para chegar onde deve chegar. Eu preciso de prestar atenção em tornar os meus pensamentos não apenas positivos, não apenas puros, mas elevados. Quando os meus pensamentos são elevados, posso criar sentimentos elevados capazes de viajar como um laser." - Brahma Kumaris

sábado, 24 de dezembro de 2016




"Todos nós somos seres humanos, temos as mesmas aspirações. Sou como os outros. Quando me deparo com certas dificuldades, também procuro olhar para dentro do meu espírito, analisar o que se passa, a fim de reencontrar uma certa serenidade. É uma coisa positiva que todos nós podemos fazer.

Vivemos em países onde as condições materiais, a tecnologia, o conforto estão actualmente muito desenvolvidos; mas não devemos situar as nossas esperanças de felicidade unicamente fora de nós.

O bem-estar, a serenidade, a paz desenvolvem-se no nosso espírito. É indispensável descobrir as condições internas que as favorecem." - Dalai Lama

sexta-feira, 23 de dezembro de 2016




"O pássaro quebra a casca. O ovo é o mundo. Aquele que quiser nascer tem de quebrar um mundo.

Quando a nossa vida passada morre simbolicamente, deixamos para trás tudo o que éramos nessa altura, embora levemos connosco o que aprendemos. Renascemos num novo mundo que se abre diante de nós, com a sabedoria do vivido, mas também com ignorância, com vazios que nos permitem descobrir o novo, conhecer e conhecermo-nos.

Nietzsche disse que temos de morrer várias vezes numa vida. Ao longo da nossa existência caminhamos, avançamos, escolhemos, e escolher é sempre deixar alguma coisa para trás, desprendermo-nos de uma parte de nós mesmos. Queimar etapas é uma forma de as matar, de morrer para renascer perante um novo desafio. Quebrar a casca do ovo é quebrar uma camada do mundo que nos rodeia. É desfazermo-nos da casca que nos serviu para chegar até aqui e ganhar um novo olhar.

Em suma, como a ave que quebra o ovo depois de ter crescido o suficiente, é transformarmo-nos de dentro para fora.

«Olhar para um bolo é como ver o futuro: enquanto não o provarmos, o que sabemos dele verdadeiramente? Depois, já é demasiado tarde!»" - Allan Percy

quinta-feira, 22 de dezembro de 2016




"Por vezes é necessário sacrificar uma pequena coisa a fim de obter uma maior. Se as circunstâncias são favoráveis e que somos obrigados a escolher entre a nossa única felicidade e a de um grande número, a dos outros, não devemos hesitar em privilegiar a dos outros seres." - Dalai lama

quarta-feira, 21 de dezembro de 2016




"A vida de cada homem é um caminho para si mesmo, o ensaio de um caminho, o esboço de uma senda.

Toda a existência é uma senda que deve ser percorrida por cada um. Ninguém pode fazê-la por nós, porque não está indicada no mapa. Construimo-la pouco a pouco, passo a passo, com as nossas decisões e as nossas acções.

Esse caminho de vida está cheio de mistérios, de luzes e de sombras. Não obstante, o maior mistério é descobrir quem somos nós mesmos. 

É importante saber como é que queremos projectar a nossa vida e que cores queremos que predominem. Faz-se caminho ao andar e vive-se a vida ao vivê-la, não ao contemplá-la. Se a nossa existência se converter numa coisa passiva, que os outros estabelecem por nós, nunca conheceremos a liberdade de sermos nós mesmos nem os benefícios da peregrinação para o próprio centro. Não deixaremos sequer um sulco próprio, porque iremos pela mão de outra pessoa e o seu sulco será o nosso.

Por isso, é necessário construir um plano próprio, enganarmo-nos, rectificar, sentir medo e superá-lo. Conhecendo-nos a cada passo, descobriremos os sonhos que nos movem e gozaremos a satisfação de traçar o nosso mapa de vida.

Ficamos em silêncio em muitas ocasiões, imóveis à beira do caminho, porque não sabemos o que fazer com a nossa vida. Isso acontece, por exemplo, quando vivemos uma crise emocional, uma ruptura com o parceiro, o fim de uma etapa ou o despedimento de um trabalho; são situações que alteram o rumo da nossa vida e provocam uma paragem no processo.

É normal angustiarmo-nos ao perder um trabalho ou ao sentirmo-nos arrasados pela solidão quando uma relação se rompe. São sentimentos necessários para sairmos do nosso centro de conforto e lançarmo-nos novamente à estrada.

O importante é não parar o motor; não podemos ficar na berma da estrada, indecisos, sem saber o que fazer.

É preciso assumir essas situações e não desaparecer no meio delas.

Às vezes, essas situações não são boas para tomar decisões radicais, pelo contrário, convidam-nos a abrandar o ritmo, a apanhar ar e ver que novas oportunidades se abrem diante dos nossos olhos.

Nos momentos de crise somos capazes de ver as possibilidades que antes nos pareciam invisíveis.

Se tomámos decisões erradas para chegar até aqui, não podemos apagar o caminho já marcado, mas estamos sempre a tempo de fazer uma curva que nos devolva ao trilho dos nossos sonhos." - Allan Percy

terça-feira, 20 de dezembro de 2016




"Nunca é só uma causa ou uma única pessoa que está na origem da nossa felicidade ou da nossa infelicidade. Para o sabermos, importa que tenhamos uma visão global, holística das coisas, alargar a nossa compreensão da realidade. E isto para vermos que o que vivemos é o resultado de uma infinidade de causas e de condições interdependentes.

A partir daí, torna-se inútil, por exemplo, criticar uma pessoa como se ela, só por si, detivesse o poder de provocar uma situação dolorosa para nós. É por isso que devemos mudar o tipo de comportamento que nos leva a dizer «a culpa é do outro», ou então «a culpa é das circunstâncias».

Esta maneira de apreender a realidade é errónea. Somos responsáveis pelo que acontece; seja bom ou mau, nas nossas vidas. É a lei do carma, a lei de causa e efeito, que se aplica a todos de forma idêntica. Compreendê-lo e aceitá-lo ajuda a desenvolver a paz do espírito." - Dalai Lama

segunda-feira, 19 de dezembro de 2016




"Às vezes os inimigos são mais úteis que os amigos, pois sem vento os moinhos não giram.

Os inimigos são uma valiosa fonte de sabedoria, dado que mostram os nossos pontos fracos e funcionam como espelho onde nos vemos.

Um inimigo faz com que actuemos e saiamos da situação de comodidade que nos tinha na modorra. Obriga-nos a ir buscar o melhor de nós mesmos, e também o pior. Se formos capazes de ver as nossas próprias reacções com distanciamento e um pouco de humor, em cada conflito encontraremos uma grande lição sobre quem somos e quais são as nossas carências.

Muitos tendem a procurar pessoas que pensem como eles para evitar discussões, para não ter de pôr as diferenças em cima da mesa. Dessa maneira, estabelece-se uma relação plácida, mas também pobre, porque não há um diálogo real, o espelho não brilha para que possamos ver a nossa imagem reflectida. 

Ter relações exclusivamente harmónicas gera inércia. Não se procuram coisas novas nem nos vemos obrigados a rever as nossas convicções. Limitamo-nos a seguir o caminho de sempre.

No entanto, para o nosso desenvolvimento intelectual e emocional precisamos de chocar, reagir, experimentarmo-nos a nós mesmos, mudar de perspectiva, sentir dor. Em suma: aprender.

Quando as coisas à nossa volta não estão bem, quando não nos sentimos satisfeitos com a nossa vida, essa contrariedade, essa força negativa que ataca a nossa estabilidade e actua como inimigo deve ser utilizada como purgante e motor para a mudança." - Allan Percy



Como é que olhamos para a pessoa que amamos e nos convencemos de que chegou a hora de nos afastarmos?

domingo, 18 de dezembro de 2016




"Sem paz interior é impossível abordar uma situação difícil com distanciamento, de uma maneira calma e moderada. A paz interior protege a nossa felicidade e a nossa serenidade. Seja qual for a sua situação material se não tiver esta paz e se as circunstâncias encontradas se revelarem dolorosas ficará perturbado, inquieto e infeliz. A paz interior é o eixo que determina o nosso comportamento." - Dalai Lama

sábado, 17 de dezembro de 2016




"Nenhum ser humano pode ver e entender no outro o que ele próprio não viveu.

Navegamos num mundo de opiniões preconcebidas e de olhares superficiais sobre a realidade. É claro que o ser humano não pode viver todas as experiências, isso é impossível, mas a empatia é essencial para conviver. Se não nos esforçarmos por entender os sentimentos alheios, ver a vida de uma perspectiva que não seja a nossa, dificilmente poderemos estabelecer laços profundos com as pessoas à nossa volta. 

Quem é que não se sentiu incompreendido pelas pessoas mais próximas do seu círculo? Quando nos encontramos numa situação difícil, vamos ter com os amigos à procura de conselho. Eles, frequentemente, tentam tirar importância ao assunto através da frase que tanto se utiliza perante um problema: «Não te preocupes.» Mas a verdade é que nos preocupamos, estamos a sentir no nosso interior uma emoção que nos ultrapassa e procuramos ajuda porque nos sentimos sem ânimo.

No entanto, muitas vezes, as pessoas à nossa volta só podem dar-nos a mão. Não passaram pelo mesmo e não podem oferecer conselhos concretos que nos ajudem a sair do buraco. Quanto muito entenderão que estás a passar por um mau momento. Isso não significa que possam compreender realmente o que te acontece.

Por esse motivo, às vezes, é mais útil o silêncio e um ombro onde descansar do que mil palavras estereotipadas, porque o silêncio põe tudo no seu lugar e permite-nos pensar com clareza.

A empatia também deve funcionar nessa direcção: aceitar que os outros só podem entender-nos dentro dos limites do que viveram. Ao mesmo tempo devemos dar valor por estarem ali, a apoiar-nos e a acompanhar-nos no processo, porque só nós podemos superar os nossos problemas.

Mesmo que alguém diga que viveu uma coisa parecida, as nossas experiências são diferentes, porque cada um vive-as e sente-as a partir de si mesmo." - Allan Percy

sexta-feira, 16 de dezembro de 2016




"Devemos ser vigilantes em relação à natureza da nossa motivação. Se esta for benevolente, induzirá acções da mesma natureza do corpo, da fala e do espírito. Mudar de hábitos mentais é fundamental para alcançar a transformação do nosso espírito e as acções que daí decorrem. Por exemplo, é essencial evitar causar danos aos outros, estarmos atentos ao orgulho que possamos sentir, à inveja, sem estarmos constantemente preocupados com os nossos ganhos e perdas. Na verdade, quando estas emoções negativas deixam de nos assediar, a nossa atitude muda, passamos a ser mais altruístas e o nosso comportamento social torna-se então benéfico para os outros." - Dalai Lama 

terça-feira, 13 de dezembro de 2016




"«Então e as recordações? Certamente que ao recordar também sei o que é passado? Muito bem, lembre-se de alguma coisa. Lembre-se de quando viu um amigo na rua. De que é que está ciente? Na verdade, não está a ver o momento em que isso aconteceu efectivamente. Não pode ir ter com ele e cumprimentá-lo, ou perguntar-lhe uma coisa de que se tinha esquecido de lhe perguntar e de que agora se lembrou. Por outras palavras, não é para o passado verdadeiro que está a olhar, mas para um vestígio presente do passado.

É como quando se vêem as marcas de um pássaro na areia. Consigo ver as marcas  no presente mas, ao mesmo tempo, não consigo vê-lo a deixá-las uma hora antes. O pássaro levantou voo e eu já não o vejo. A partir das marcas posso intuir que já houve acontecimentos passados mas não posso vê-los. Só se pode conhecer o passado no presente e fazendo parte dele.

Assim, chegamos à conclusão que todas as nossas experiências são momentâneas. Por um lado, cada momento é tão breve e ilusório que só podemos pensar nele depois de ter terminado. Por outro lado, esse momento está sempre aqui, visto que não conhecemos outro momento para além do presente. Este, está sempre a morrer e a transformar-se em passado mais rapidamente do que a imaginação possa conceber. Contudo, ao mesmo tempo, está sempre a nascer, sempre novo e a aparecer tão rapidamente como o futuro totalmente desconhecido. Ao pensar nisto, quase que perdemos o fôlego.» - Allan Watts

É a cara que nos enche o coração de gratidão, que desperta o nosso sentimento de admiração. É o rosto da felicidade que está sempre disponível - apenas temos de abrir bem os olhos e de o procurar. Para tocá-lo, não temos de ser forçosamente mágicos, profetas ou místicos. Apenas temos de ser seres humanos, e todos estamos habilitados para isso." - Shawn Christopher Shea

segunda-feira, 12 de dezembro de 2016




"Há aqueles que se consideram perfeitos, mas é só porque exigem menos de si mesmos.

A frase popular que diz: «É mais fácil ver o cisco no olho alheio do que a trave no próprio», demonstra-nos que é muito mais simples julgar os defeitos dos outros do que ver os que nós próprios temos. Dessa maneira, podemos exigir aos outros o que não exigimos a nós próprios.

Ao chegar a era tecnológica, os avanços voltaram a transferir a perfeição para um lugar externo ao homem: o carro, a casa, o culto do corpo... Temos a falsa ideia de que a perfeição se pode comprar, se pode conseguir...

Mas, e a perfeição espiritual? Porque não superarmo-nos a nós mesmos, dar um passo em direcção ao que realmente desejamos ser?

Jean-Baptiste Alphonse Karr dizia que o homem «aperfeiçoa tudo à sua volta, o que não faz é aperfeiçoar-se a si próprio».

O caminho não se faz porque sim, mas porque se aprende, se descobre, se cresce nele. Esse crescimento faz com que nos conheçamos melhor, trabalhemos de forma mais elevada, foquemos os nossos objectivos, ampliemos horizontes.

Os que julgam ter conseguido a perfeição são os que estão mais longe dela.

Pensar que já sabemos tudo faz com que percamos essa capacidade de atributos quase milagrosos. O ser humano que não se desafia a si mesmo e não tem vontade de melhorar, encontra-se num beco sem saída. Ficará simplesmente onde está porque julga ter tudo.

É muito mais inteligente reconhecer os nossos defeitos e limitações, porque eles oferecem-nos o caminho por percorrer.

Se te enganaste, quer dizer que tentaste e aprendeste. Prémio! Não conseguir à primeira o que queremos, não estar contente connosco mesmos, é uma oferta de sabedoria que a existência nos concede, pois significa que desejamos continuar a passar de ano na escola da vida." - Allan Percy

domingo, 11 de dezembro de 2016




"Todos nós queremos ser felizes, ninguém quer sofrer, importa compreender isto se desejamos transformar o nosso espírito. Quando tomamos conhecimento desta realidade, manifestam-se espontaneamente no nosso espírito uma grande ternura e um amor infinito pelo próximo. Mas nada disto é possível se não formos igualmente capazes de sentir amor e respeito por nós próprios. É inútil acreditar que podemos amar os outros se nos detestarmos e nos recusarmos a ser quem somos." - Dalai Lama 

sábado, 10 de dezembro de 2016




"«É sobre este momento (...) Não podes viver com esperanças ridículas em relação ao futuro. E não podes passar a vida a olhar para trás e a dizer: «E se?» A questão é o modo como vives hoje. O futuro não me provoca grande entusiasmo. Gosto muito de remar na minha canoa pelos cantos e recantos do presente.» - David Bowie

A vida está cheia de pessoas obcecadas pelo controlo, e se formos honestos, somos obrigados a reconhecer que todos nós temos um pouco dessa obsessão dentro de nós, às vezes mais do que um pouco. 

«Nunca estamos «aqui» porque queremos estar sempre «ali», onde quer que isso seja. Mas tentem perceber este ensinamento essencial: Quando aceitamos cada momento como uma nova oportunidade de alcançarmos os nossos intentos, estamos sempre presentes, somos sempre bem sucedidos, estamos sempre a tornar o mundo melhor. E estamos sempre «aqui».» - David A. Cooper" - Shawn Christopher Shea

sexta-feira, 9 de dezembro de 2016




"Quando se teme alguém é porque concedemos a esse alguém poder sobre nós.

A amizade e a confiança são terrenos que precisamos de cultivar de forma consciente, dado que as relações de poder podem surgir sem sequer nos apercebermos. Muitas vezes são fruto da nossa própria insegurança e alimentam-se do facto de nos sentirmos inferiores aos outros.

As relações de poder também podem dar-se quando explicamos o que não devemos à pessoa imprópria. Quando temos consciência de que não deveríamos tê-lo feito, começa o receio de que essa pessoa possa utilizar o que sabe contra nós. 

Procurar a aprovação dos que nos rodeiam gera em nós insegurança e faz com que estabeleçamos vínculos errados com as pessoas. 

A única aprovação de que precisamos está no interior de cada um. Se não tivermos confiança, se não estivermos seguros de nós, como é que podemos esperar que os outros nos aprovem? 

Quando nos sentimos inferiores ao outro, esse outro pode exercer o seu poder sobre nós. 

E porque é que consideramos que outra pessoa é melhor que nós? Porque é que lhe damos esse poder? Porque é que, às vezes, não damos valor a nós próprios? A resposta é simples: porque não fomos capazes de olhar para nós mesmos e aceitarmo-nos.

Para que nos respeitem é indispensável que primeiro nos respeitemos a nós mesmos. E, para tal, devemos ouvir-nos, conhecer os nossos sentimentos e emoções. 

Quando deixarmos de depender dos outros, de nos compararmos e de nos medirmos com eles, descobrimos que somos donos da nossa vida. Cada um é o seu único juíz e aquele que pode determinar se está bem aqui ou deve ir mais além e superar os limites que tinha traçado para si." - Allan Percy

quinta-feira, 8 de dezembro de 2016




"Como desenvolver a paz no mundo se não nos esforçamos por respeitar a natureza? Estamos todos unidos, seres humanos e animais, pelo desejo comum e universal de não sofrer e de encontrar condições de vida que proporcionem bem-estar e paz. Importa que o saibamos pois este desejo de escapar ao sofrimento é um direito fundamental de todos os seres sensíveis. Para promovermos esta situação, façamos o esforço de melhorar, a fim de servirmos de exemplo aos outros." - Dalai Lama

quarta-feira, 7 de dezembro de 2016




"É a atitude de confiança que faz com que as pessoas tenham uma abordagem da vida como se tivessem a certeza de que conseguem ultrapassar todos os obstáculos. Estas pessoas emanam uma confiança serena e segura e não sentem necessidade de divagar sobre o futuro, pois estão confiantes de que têm fé e capacidade para lidar com ele, com a tenacidade e graciosidade necessárias.

Esta firmeza pode muito bem representar a força que nos permite viver um momento de cada vez. Munidos desta confiança podemos avançar com a segurança de que, a vida não nos trará apenas coisas boas, uma vez que é uma combinação de bom e mau. A firmeza liberta-nos dos conflitos e receios do passado, de desperdiçarmos o presente com os receios em relação ao futuro." - Shawn Christopher Shea

terça-feira, 6 de dezembro de 2016




"Quando odiamos alguém, odiamos na sua imagem algo que está dentro de nós.

Muitas pessoas julgam equivocadamente que o ódio é o contrário do amor, quando a única coisa que se encontra no reverso do amor é a indiferença. O que não amamos - nem bem nem mal - não existe para nós. Se um país não nos atrai, simplesmente nunca pensamos nele. 

Quando não gostamos de alguém, é porque essa pessoa possui algo que nos toca profundamente e nos provoca mal-estar. Esse alguém está a fazer de espelho de alguma coisa que há dentro de nós e que não queremos reconhecer. De outro modo não nos incomodaria tanto.

Portanto, da próxima vez que sentires ódio por alguém, procura o que está a ser reflectido nesse espelho, qual é a lição que te veio oferecer. Depois examina aquilo que não gostas em ti e pergunta a ti mesmo porque é que ainda não o extirpaste.

Devemos ser mais sinceros connosco próprios." - Allan Percy

segunda-feira, 5 de dezembro de 2016




"Cultivar a paciência ensina a desenvolver a compaixão em relação aos que nos ofendem sem no entanto aceitarmos que nos destruam. A compaixão é a melhor terapia para o espírito. Liberta-o de todas as amarras e do domínio das emoções conflituais." - Dalai Lama

domingo, 4 de dezembro de 2016




"A vida não é maravilhosa por estar cheia de bem-estar. A vida é maravilhosa porque é uma «combinação maravilhosa de bem-estar e sofrimento». É esta combinação que dá cor à vida.

Isto não significa que queiramos passar por maus momentos, mas sim que tenhamos de aceitar estas situações como reflectores que fazem com que os nossos bons momentos nos saibam tão bem. É tão simples como isso. Os maus momentos dão origem e sentido aos bons momentos. 

A vida é feita de polaridades, não é possível existir só o que é bom.

Nem sequer conseguimos imaginar uma palavra que apenas signifique bom, porque o bom só se pode conceber por oposição a algo que é mau. O que é um paraíso sem um inferno? Os bons e os maus momentos estão na origem um do outro. A vida é feita de antónimos que se definem entre si e a própria vida é uma corrente maravilhosa que vai de um extremo ao outro.

Tentemos imaginar por uns instantes, o prazer que sentimos ao beber um copo de água gelada num dia quente de Verão depois de termos feito exercício. É uma sensação maravilhosa.

Agora comparemos a nossa satisfação com a satisfação sentida por outro homem que esteve perdido no deserto, à beira da morte por desidratação. O prazer, a alegria e o êxtase que ele vai sentir, não terá comparação com o que nós sentimos. Resumindo, eu não posso sentir aquele tipo de prazer com um copo de água porque nunca senti a dor profunda que está associada à falta de água. Para além do facto de serem os opostos a definir as polaridades da vida, também é a intensidade dos maus momentos que determina os picos dos bons momentos." - Shawn Christopher Shea  

sábado, 3 de dezembro de 2016




"A solidão é o caminho pelo qual o destino quer conduzir o homem em direcção a si mesmo.

A solidão assusta muitas pessoas. No silêncio da solidão encontramo-nos connosco mesmos e, frequentemente, isso deixa-nos aterrados. O medo desse encontro íntimo leva muitas pessoas a procurar qualquer tipo de companhia: um companheiro inadequado, um grupo de amigos com quem temos pouco em comum, um lugar de reunião forçado.

Tudo para não ficarmos com os nossos pensamentos. 

Não devemos ter medo desse encontro íntimo. Somos aqueles com quem vamos conviver toda a nossa vida e evitar a solidão também é evitarmo-nos a nós mesmos.

Oferecermo-nos um momento de solidão permite-nos ordenar os pensamentos, interrogarmo-nos sobre a vida, sobre o que verdadeiramente desejamos. É o nosso momento de recolhimento, de paz, o nosso espaço para sermos criativos, para nos deixarmos levar pelo nosso ser.

Estamos tão dependentes de um sem número de coisas ao longo do dia que precisamos de um espaço próprio para fugir do bulício e pensar, gerir as emoções, ou simplesmente para estarmos em contacto com a nossa essência.

Qualquer espaço que possamos considerar nosso é um bom sítio para desligarmos do mundo e ligarmo-nos a nós. Descobriremos que a solidão é curativa, criativa e libertadora. Se reservarmos uma pequena parte do dia para nós, conseguiremos tirar prazer da vida mais plenamente." - Allan Percy

sexta-feira, 2 de dezembro de 2016





"Não percamos tempo em invejas ou em querelas diversas. Meditemos sobre a impermanência a fim de estimar o valor da vida. Alcançar a paz do espírito e do coração exige uma mudança de hábitos mentais. Sob pena de enlouquecermos quando abandonarmos este mundo, aprendamos a não nos prendermos às coisas como se pudéssemos levá-las no momento da morte." - Dalai Lama

 
 

quinta-feira, 1 de dezembro de 2016





"A felicidade não é determinada pelas circunstâncias externas mas sim pelas atitudes internas.

Alan Watts diz num dos seus livros mais obscuros e brilhantes, O Significado da Felicidade:

"(...) aquele tipo de felicidade total que não depende dos acontecimentos externos, que pertence à natureza do próprio indivíduo e que não é afectada pelo sofrimento. Consegue sobreviver à alegria e à tristeza, uma vez que é uma cambiante espiritual que é fruto da aceitação positiva e sincera da vida em todas as suas vertentes."

Todos os homens sofrem, tanto agora como antigamente, mas nem todos são infelizes, porque a infelicidade é uma reacção ao sofrimento e não o sofrimento em si.

Esta narração eloquente é da autoria do reverendo Billy Graham:

"A felicidade que acrescenta um valor duradouro à vida não é aquela que é superficial e que depende das circunstâncias. É esta felicidade e contentamento que preenchem a alma mesmo nas circunstâncias mais difíceis e no ambiente mais agreste. É o tipo de felicidade que arreganha os dentes quando as coisas correm mal e que sorri por entre as lágrimas. A felicidade pela qual as nossas almas anseiam é uma felicidade que não se deixa afectar com o sucesso ou a derrota, que se enraizará profundamente dentro de nós e que nos proporcionará uma calma interior, paz e contentamento, independentemente dos problemas superficiais que possamos ter. O tipo de felicidade que para existir não precisa de nenhum estímulo exterior." - Shawn Christopher Shea