segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016



"Reflictamos sobre o que realmente tem valor na vida, o que confere significado à nossa vida, e fixemos as nossas prioridades com base nisso. O propósito da nossa vida precisa de ser positivo. Não nascemos com a finalidade de causar problemas, de prejudicar os outros. Para que a nossa vida tenha valor, creio que devemos desenvolver boas qualidades humanas essenciais - o carinho, a bondade, a compaixão. Com isso, a nossa vida ganha significado e torna-se mais tranquila, mais feliz." - Dalai Lama

domingo, 28 de fevereiro de 2016



"Somos muito bons em preparar-nos para viver, mas não muito bons em viver a vida. Sabemos como sacrificar dez anos por um diploma e estamos dispostos a trabalhar arduamente para conseguir um trabalho, um carro, uma casa e assim sucessivamente. Mas temos dificuldade para lembrar que estamos vivos, no momento presente, o único momento para estarmos vivos." - Thich Nhat Hanh 

sábado, 27 de fevereiro de 2016



"Talvez nada realmente nos ataque excepto a nossa própria confusão. Talvez não exista um obstáculo sólido excepto a nossa própria necessidade de nos proteger de sermos tocados. Talvez o único inimigo seja que nós não gostamos da maneira que a realidade é agora e então desejamos que ela vá embora rapidamente. Mas, o que nós descobrimos como praticantes é que nada jamais vai embora até que nos tenha ensinado o que precisamos de saber. Mesmo se corrermos a mil quilómetros por hora até ao outro lado do continente, encontraremos o mesmo problema à nossa espera quando lá chegarmos. Ele volta com novos nomes, novas formas e novas manifestações até que aprendamos o que ele tem para nos ensinar. Onde estamos separados da realidade? Estamos a retrair-nos ao invés de nos abrirmos? Estamo-nos a fechar ao invés de nos permitirmos experimentar inteiramente o que quer que encontremos?" - Pema Chödron

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016



"Não culpe os outros quando você estiver a sofrer ou quando você não estiver a viver uma vida bem sucedida. A nossa inflexibilidade, o nosso medo de sair da nossa zona de conforto e o nosso hábito de dar desculpas ridículas, às vezes, são as principais razões para a nossa infelicidade e os nossos fracassos." - Gyalwang Drupka

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016




"Na verdade, se você não se libertar dos seus próprios problemas, não terá a perspectiva necessária para compreender os problemas do mundo. A sua própria casa está em desordem, o seu ser interior está em desordem - como pode você ter a capacidade de compreender problemas mais vastos? Você nem sequer se compreende a si próprio - comece por aí, pois qualquer outro ponto de partida será um mau começo.
Lembre-se: você é que é o problema do mundo. Você é o problema e, se você não for resolvido, tudo o que faça irá apenas complicar as coisas. A primeira coisa que tem a fazer é pôr ordem na sua casa, fazer dela um cosmos - pois, neste momento, ela é um caos.
Sim, concordo que há problemas. Há grandes problemas. A vida é um inferno. Existe infelicidade, pobreza, violência, existem todos os tipos de loucura, é verdade - mas, ainda assim, insisto em que o problema reside na alma de cada um. Os problemas existem porque cada um de nós está num estado caótico. O caos generalizado é um fenómeno que resulta de cada caso individual: todos nós contribuímos com o nosso próprio caos.
A pobreza não existe por falta de recursos; a pobreza existe porque as pessoas acumulam bens e são gananciosas. Se vivermos no momento presente, veremos que temos tudo aquilo de que precisamos; a Terra dá-nos tudo. Mas nós pensamos no futuro, acumulamos - e é daí que advêm os problemas.
Viva no momento, viva no presente, viva com amor, viva com amizade e com carinho, e o mundo será totalmente diferente. Tem de ser o indivíduo a mudar, porque o mundo não é senão uma projecção da alma individual. Quando você está em silêncio, compenetrado no seu ser, concentrado, os seus talentos entram imediatamente em acção. Você começa a funcionar de maneira como a existência sempre quis que você funcionasse. Você começa a fazer aquilo que tem a fazer, aquilo que estava destinado a fazer. Começa a fazer aquilo que tem a fazer - sem se preocupar em ganhar dinheiro ou em ser respeitado. O que interessa é que o faça feliz. Enche-o de alegria e isso é mais do que suficiente." - Osho

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016



"As coisas que o fazem infeliz também lhe devem dar algum prazer; se assim não fosse, a questão nem sequer se colocaria. Se elas só lhe trouxessem infelicidade pura e simplesmente, você já se teria libertado delas. Mas, nesta vida, nada é puro e simples; tudo está misturado com o seu oposto. Tudo traz, no seu ventre, o oposto de si próprio. Analise a fundo aquilo que o faz infeliz e verá que também lhe dá algo que você gostaria de ter. Talvez não seja real, talvez seja apenas uma esperança ou uma promessa para o dia de amanhã, mas você agarra-se à infelicidade e à dor, na esperança de que amanhã aconteça algo que você sempre desejou e pelo qual sempre ansiou. Você suporta a infelicidade na esperança de vir a ter prazer. Se fosse uma infelicidade pura, ser-lhe-ia impossível agarrar-se a ela." - Osho

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016



"Não há nada que hoje nos traz felicidade, que amanhã não poderá trazer sofrimento. O que ganhamos hoje, poderemos eventualmente perder amanhã. É também a compreensão da impermanência, tudo tem um ciclo de início e fim, tudo é mutável, e nada permanece como está." - Lama Padma Samten

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016



"(...) É natural que, se a infelicidade se deve aos outros, o êxtase também se deva aos outros. Mas, então, qual é o seu papel? Você não é responsável nem pela infelicidade nem pelo êxtase - então, qual é a sua função? Qual é o seu objectivo? Você é apenas um joguete que uns fazem infeliz e outros ajudam, salvam e fazem feliz? Será que você é apenas um fantoche e os fios estão nas mãos dos outros? 
Você não está a respeitar a sua própria humanidade; você não se respeita a si próprio. Você não ama o seu próprio ser, a sua liberdade.
Se você respeitasse a sua vida, recusaria todos os salvadores. Diria a todos eles: «Desapareçam! Salvem-se a vocês próprios, que já é o suficiente. Esta vida é minha e eu tenho de a viver. Se eu fizer qualquer coisa de errado, vou ser infeliz; aceitarei as consequências do meu erro sem me queixar.» 
Talvez seja assim que se aprenda - voltando-nos a levantar quando cairmos e voltando a encontrar o caminho quando nos perdermos. Você erra, mas cada erro faz de si mais inteligente; você não vai voltar a cometer esse erro. Se o volta a cometer, significa que não está a aprender. Não está a usar a sua inteligência, está a comportar-se como um autómato.
Eu esforço-me por devolver a cada ser humano o respeito por si próprio, que lhe pertence - e que ele deu a outra pessoa. E a estupidez começa por você não estar pronto para aceitar que é responsável pela sua infelicidade.
Pense bem: você não consegue encontrar uma infelicidade pela qual não seja responsável. Pode ser o ciúme, a raiva, a ganância - mas há algo em si que está a criar a infelicidade.
E já alguma vez viu alguém neste mundo a fazer outra pessoa entrar em êxtase? Isso também depende de si, do seu silêncio, do seu amor, da sua paz, da sua confiança. O milagre acontece - ninguém o faz." - Osho

domingo, 21 de fevereiro de 2016



"A fantasia é a mãe da satisfação, do humor, da arte de viver. Apenas floresce alicerçada num íntimo entendimento entre o ser humano e aquilo que objectivamente o rodeia. Esse ambiente envolvente não tem de ser belo, singular ou sequer encantador. Basta que tenhamos tempo para a ele nos habituarmos, e é sobretudo isso que hoje em dia nos falta." - Hermann Hesse

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016



"A inocência do olhar é uma coisa extraordinariamente difícil de atingir. (…) A gente despir-se daquilo que sabe para perceber aquilo que vê." - Gérard Castello Lopes

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016



"O melhor que os amigos e as amigas têm a fazer é verem-se cada vez que podem. É verdade que, mesmo tendo passado dez anos, sente-se o prazer inencontrável de reencontrar quem se pensava nunca mais encontrar. O tempo não passa pela amizade. Mas a amizade passa pelo tempo. É preciso segurá-la enquanto ela há. Somos amigos para sempre mas entre o dia de ficarmos amigos e o dia de morrermos vai uma distância tão grande como a vida." - Miguel Esteves Cardoso

terça-feira, 16 de fevereiro de 2016



"Toda a vida acreditei:
amor é os dois se duplicarem em UM.
Mas hoje sinto: ser um é ainda muito.
De mais.
Ambiciono, sim, ser o múltiplo de nada,
Ninguém no plural.
- Ninguéns." - Mia Couto

domingo, 14 de fevereiro de 2016



"Há momentos em que é preciso escolher entre viver a sua própria vida plenamente, inteiramente, completamente, ou assumir a existência degradante, ignóbil e falsa que o mundo, na sua hipocrisia, nos impõe." - Oscar Wilde

sábado, 13 de fevereiro de 2016



"Há mulheres que procuram um homem que lhes abra o mundo. Outras buscam um que as tire do mundo. 
A maior parte, porém, acaba por se unir a alguém que lhes tira o mundo." - Mia Couto

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016



"Gosto mais de estar com ela a fazer as coisas mais chatas do mundo do que estar sozinho ou com qualquer outra pessoa a fazer as coisas mais divertidas. As coisas continuam a ser chatas mas é estar com ela que é divertido. Não importa onde se está ou o que se está a fazer. O que importa é estar com ela. O amor nunca fica resolvido nem se alcança. Cada pormenor é dramático. De cada um tudo depende. Não é qualquer gesto que pode ser romântico ou trágico. Todos os gestos são. Sempre. É esse o medo. É essa a novidade. É assim o amor. Nunca podemos contar com ele. É por isso que nos apaixonamos por quem nos apaixonamos. Porque é uma grande, bendita distracção vivermos assim. Com tanta sorte." - Miguel Esteves cardoso

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016




"Quando te consegues escutar, transformas a tua vida. Assume o comando das tuas escolhas e sente aquilo que ainda te falta fazer. Não deixes para depois aquilo que sabes ser melhor fazer neste momento. Não penses demasiado, senão vais ter ainda mais medo de fazê-lo. Confia no que sentes e arrisca seguir em frente. O pior que te pode acontecer é aprender algo que desconhecias. Sobretudo, lembra-te que terás sempre pelo menos duas escolhas. Escolhe aquela que tiver mais luz. Escolhe sempre aquela que te fizer sorrir." - José Micard Ferreira


"As pessoas vão de mulher em mulher, ou de homem em homem, de negócio em negócio, de emprego em emprego - sempre em busca da felicidade. E, estranhamente, a felicidade parece estar ao seu alcance, pois parece-lhe que os outros são felizes, e é por isso que você parte em busca da felicidade. Mas, quando você chega ao lugar onde pensava encontrá-la, ela não está lá. 
A galinha da vizinha é sempre melhor, mas não vale a pena ir a casa da vizinha para a ver. Limite-se a desfrutar da situação. Se a galinha da vizinha for melhor do que a sua, tome proveito da situação. Porquê ir a casa da vizinha e estragar tudo ao ver que a galinha afinal é pior do que a sua? 
Mas as pessoas estão sempre atrás das coisas, pensando que assim conseguirão ter o que lhes falta.
Mas não há nada que o possa ajudar. Você pode estar a viver num palácio e ser tão infeliz como quando vivia num casebre - talvez até mais. Pelo menos no casebre você podia consolar-se com a ideia de que era infeliz por viver num velho casebre. Tinha essa desculpa e podia usá-la para explicar a sua avareza, a sua miséria e o seu sofrimento. E tinha sempre a esperança de um dia vir a ter uma casa melhor - se não fosse um palácio, pelo menos uma casinha pequena e decente que fosse sua.
É a esperança que mantém as pessoas vivas e são as desculpas e as explicações que as levam a tentar sucessivamente." - Osho  

terça-feira, 9 de fevereiro de 2016



"A felicidade (happiness) acontece. Se calhar, é por isso que se chama felicidade, porque ela acontece (happens). Não é algo que se possa arranjar, fabricar ou fazer acontecer. A felicidade ultrapassa o seu esforço, ultrapassa-o a si. Mas basta-lhe estar a cavar no seu jardim, desde que esteja absolutamente absorto, esquecendo o mundo inteiro e esquecendo-se a si próprio, para que ela surja. 
A felicidade está sempre consigo. Não tem nada a ver com o tempo, nem com cortar lenha, nem com cavar buracos no jardim. A felicidade não tem nada a ver com nada. Trata-se apenas de um estado de descontracção, sem expectativas, em relação à existência. Ela está sempre presente; não aparece nem desaparece. Está sempre presente, como a sua respiração, o bater do seu coração ou a circulação do seu sangue.
A felicidade está sempre presente, mas, se você a procurar, encontrará a infelicidade. Ao ir em busca, você vai perder de vista a felicidade - e é isso que constitui a infelicidade, em perder de vista a felicidade. A infelicidade é parceira da busca. Se você estiver «em busca», vai encontrar a infelicidade." - Osho


"O seu destino só o pode encontrar de uma forma: através do florescer da sua interioridade, como a existência deseja que aconteça. Se você não encontrar a sua espontaneidade, se não encontrar o seu elemento, não conseguirá ser feliz. E, se não conseguir ser feliz, não conseguirá meditar.
Porque é que as pessoas terão começado a pensar que a meditação traz a felicidade? Porque, cada vez que encontravam uma pessoa feliz, viam que ela possuía uma mente meditativa, e começaram a associar as duas coisas. Sempre que viam uma pessoa num ambiente de beleza e de meditação, viam que ela estava muitíssimo feliz - radiante, em êxtase. Por isso, começaram a pensar que a felicidade advém da meditação.
Mas é precisamente o contrário: a meditação advém da felicidade. Contudo, ser feliz é difícil, enquanto que aprender a meditar é fácil. Ser feliz implica mudar drasticamente o seu modo de vida; é uma mudança abrupta, porque não há tempo a perder. Trata-se de uma mudança súbita, de uma quebra com o passado. É como se um relâmpago faiscasse e o seu velho eu morresse, e você começasse tudo do zero. Você recomeça a sua vida tal como a teria vivido se não tivesse tido de seguir um padrão imposto pelos seus pais, pela sociedade ou pelo Estado. Como você teria certamente vivido se ninguém o tivesse distraído. Mas você foi distraído. 
Você tem de se libertar de todos esses padrões que lhe foram impostos e encontrar a sua chama interna." - Osho

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016



"A felicidade é inacreditável. Parece que o homem não consegue ser feliz. Se você falar acerca das suas depressões, da sua infelicidade e da sua tristeza, todos acreditam em si; parece normal. Mas se falar acerca da sua felicidade, ninguém acredita em si - ela não parece ser natural.
Nós temos vindo a deixar que certas preocupações artificiais, como o dinheiro, o prestígio e o poder, nos distraiam. Ouvir um pássaro a cantar não traz dinheiro, nem poder, nem prestígio. Olhar para uma borboleta não traz vantagens económicas, políticas ou sociais. São coisas que não dão lucro - mas é nelas que reside a felicidade.
Um ser humano autêntico tem a coragem de fazer aquilo que o torna feliz. Se ficar pobre, fica pobre; não se queixa disso nem fica ressentido. Diz: «Escolhi o meu caminho. Escolhi os pássaros, as borboletas e as flores. Não posso ser rico, mas não faz mal. Sou rico porque sou feliz.» Mas os seres humanos estão de pernas para o ar." - Osho


"Todas as pessoas querem ser extraordinárias. E é isso que o ego procura: ser alguém muito especial, ser alguém único e incomparável. E este é o paradoxo, quanto mais excepcional você procura ser, mais vulgar parece, porque todos andam a correr atrás do extraordinário. É um desejo muito vulgar. Se você se torna vulgar, a própria busca para ser vulgar é extraordinária, porque raramente alguém quer ser apenas ninguém, raramente alguém quer ser apenas um espaço oco, vazio. 
E isso é de certo modo realmente extraordinário, pois ninguém o quer. E quando você se torna comum, torna-se extraordinário e, evidentemente, descobre de repente que, sem o querer, se tornou único.
De facto cada pessoa é única. Se conseguir deixar de andar sempre a correr atrás de objectivos, nem que seja por um único instante, verá que é único. Não há nada a descobrir; já existe. Ser é ser único. Não há outra maneira de ser. Cada folha de uma árvore é única, cada seixo na praia é único; não há outra maneira de ser. Não pode encontrar dois seixos iguais na terra inteira. 
Não é possível existirem duas coisas iguais, portanto você não tem necessidade de ser uma pessoa especial. Basta ser quem é e, de repente, é único, incomparável. É por isso que eu digo que é um paradoxo: aqueles que procuram ser, não conseguem e aqueles que não se importam, de repente alcançam. 
Mas que as palavras não o confundam. Deixem-me repetir: o desejo de ser extraordinário é muito comum, porque toda a gente o tem. Tentar ser único está na mente de toda a gente, e todas essas pessoas fracassam e fracassam completamente.
Como pode você ser mais único do que já é? A singularidade já existe; só tem de a descobrir. Não deve inventá-la; ela está escondida dentro de si. Tem de a expor à existência, é tudo. Essa singularidade não é para ser cultivada. É o seu tesouro. Carregou com ela desde todo o sempre. É o seu próprio ser, o seu próprio âmago. Só tem de fechar os olhos e ver-se a si próprio. Só tem de parar por um momento, e descansar, e olhar. Mas você anda a correr tão depressa, tem tanta pressa de a alcançar que lhe passa ao lado. 
Torne-se vulgar e será extraordinário. Tente ser extraordinário e continuará a ser vulgar." - Osho 

domingo, 7 de fevereiro de 2016



"O mundo à nossa volta não é um mundo sentido, é apenas inferido logicamente, racionalmente. A mente diz que ele está presente, mas o coração não é tocado por ele. É por isso que nos comportamos com os outros como se eles fossem coisas e não pessoas. Também o nosso relacionamento com as pessoas é igual ao que temos com as coisas. 
As pessoas não podem ser possuídas. Se tentar possuí-las, matá-las-á, elas tornar-se-ão coisas. Uma pessoa significa liberdade. O nosso relacionamento com os outros não é verdadeiramente um relacionamento «eu-tu»; bem no fundo não passa de um relacionamento «eu-isso». O outro é apenas uma coisa a ser manipulada, a ser usada, a ser explorada. É por isso que o amor se torna cada vez mais impossível, porque o amor significa considerar o outro como uma pessoa, como um ser consciente, como uma forma de liberdade, como uma coisa tão valiosa como nós.
Se se comportar como se tudo fossem coisas, então você é o centro e as coisas existem apenas para ser usadas. O relacionamento tona-se utilitário. As coisas não têm valor em si mesmas. O seu valor reside no facto de as poder usar, de que elas existem para si. Pode relacionar-se com a sua casa. A casa existe para si. É uma utilidade. O carro existe para si, mas a esposa não existe para si e o marido não existe para si. O marido existe para si próprio, a esposa existe para si própria. Uma pessoa existe para si própria; é isso que significa ser uma pessoa. E se deixar que ela seja uma pessoa e não a reduzir a uma coisa, a pouco e pouco acabará por senti-la. De outra maneira não a sentirá. O seu relacionamento continuará a ser conceptual, intelectual, mente a mente, cabeça a cabeça, mas não coração a coração." - Osho 


"O fundamental é amar-se a si próprio tão completamente que o amor transborde e chegue aos outros. Não sou contra partilhar, mas sou absolutamente contra o altruísmo. Sou a favor de partilhar. Mas primeiro tem de se possuir alguma coisa para se poder partilhar. E então não estará a fazer nada como uma obrigação para com alguém; pelo contrário, a pessoa que receber alguma coisa de si está a ser amável consigo. Deve ficar-lhe agradecido, porque o outro poderia ter rejeitado a sua ajuda; o outro mostrou-se generoso.
Insisto que o indivíduo deveria sentir-se tão feliz, tão ditoso, tão silencioso, tão contente, que desse estado de satisfação total ele começasse a partilhar. Ele possui muito, é como uma nuvem com chuva: tem de transbordar. Se a sede do outro for saciada, isso é secundário. Se cada indivíduo estiver cheio de alegria, cheio de luz, cheio de silêncio, estará a partilhar tudo isso sem que ninguém lho diga, porque partilhar é uma grande alegria. Dar aos outros dá mais prazer do que receber.
Mas para isso toda a estrutura deveria ser mudada. Não se deveria dizer às pessoas para serem altruístas. Elas são muito infelizes. O que podem elas fazer? São cegas, o que podem fazer? Desperdiçaram a sua vida, que podem fazer? Só podem dar aquilo que têm. Então as pessoas estão a dar desgraça, o sofrimento, a angústia, a ansiedade, a todos aqueles que entram em contacto com elas. Será isso altruísmo? Não, eu gostaria que toda a gente fosse absolutamente egoísta. Cada árvore é egoísta: leva a água às suas raízes, leva a seiva aos seus ramos, às folhas, aos frutos, às flores. E quando está em flor, o perfume que liberta é para todos: conhecidos, desconhecidos, familiares, estranhos. Quando está carregada de frutos, partilha, dá esses frutos. Mas se as árvores fossem ensinadas a ser altruístas, elas morreriam, tal como toda a humanidade está morta. A única coisa que existe são cadáveres que andam. E andam para onde? Andam para o cemitério, para finalmente descansarem nos seus túmulos.
A vida deveria ser uma dança. E a vida de toda a gente pode ser uma dança. Deveria ser uma música e então você pode partilhar; tem de partilhar. Não preciso de o dizer, porque esta é uma das leis fundamentais da existência: quanto mais a partilhar, mais a sua felicidade cresce. Contudo, eu ensino o egoísmo." - Osho 

sábado, 6 de fevereiro de 2016



"A vida pode ser vista de duas maneiras. Ou olha para ela como uma utilidade. Uma coisa tem de ser usada para outra coisa qualquer e, então, a vida torna-se um meio para atingir algum fim. Ou a vida pode ser levada como um divertimento, não como uma utilidade, e, então, este momento é tudo, não há objectivo, não há finalidade.
Aqui há dias estive a ler um poema. Um dos seus versos tocou-me profundamente. Dizia esse verso: «Um poema não deveria significar, mas deveria ser.» Adorei. A vida não deveria significar, mas deveria ser! Um fim em si mesma, indo a lado nenhum... a desfrutar aqui e agora, a celebrar. Só assim poderá ser sensível. Se estiver a tentar ser útil, tornar-se-á insensível. Se estiver a tentar realizar alguma coisa, tornar-se-á insensível. Se estiver a tentar lutar, tornar-se-á insensível. Renda-se. Seja sensível e suave. E deixe que a corrente da vida o leve onde quiser levar. Deixe que a meta do todo seja a sua meta. Não procure nenhuma meta particular. Seja simplesmente uma parte, e uma beleza e graça infinitas acontecerão. 
Tente ser isto, o que estou a dizer. Não é uma questão de compreender, não é uma questão de capacidade intelectual. Sinta o que estou a dizer. Absorva o que estou a dizer. Deixe que fique aí consigo. Deixe que isso se instale profundamente no seu ser: a vida não deveria significar, a vida deveria ser. E de repente ficará sensível. Toda a insensibilidade partirá, desaparecerá, derreterá. Voltará a aparecer a criança: você é novamente uma criança, e os olhos transparentes da infância estão de novo ao seu dispor. Pode olhar e então a verdura será totalmente diferente. Os cantos das aves serão totalmente diferentes. E o todo terá uma significação totalmente diferente. Não tem sentido, tem significado. O sentido diz respeito à utilidade, o significado ao prazer. 
O prazer está presente e você será sensível. Flua com o rio. Torne-se o rio." - Osho 


"Esta é a ideia secreta de toda a gente: «Não tenho nada.» O que é que não tem? E ninguém lhe disse que tem a beleza de todas as flores porque o homem é a maior flor ao cimo da Terra, o ser mais evoluído. Nenhuma ave consegue cantar a ária que você pode cantar. Os cantos das aves são meros ruídos, embora ainda assim sejam belos, porque saem da inocência. Você pode cantar canções muito melhores, de maior significado, de muito maior alcance. Contudo pergunta: «O que é que eu tenho?»
As árvores são verdes, lindas, as estrelas são lindas e os rios são lindos, mas já viu alguma coisa mais bela do que um rosto humano? Alguma vez na vida encontrou algo mais belo do que os olhos humanos? Em todo o mundo não há nada mais delicado do que os olhos humanos. Nenhuma rosa pode competir com isto, nenhuma flor de lótus pode competir com isto. E que profundidade! Contudo você quer saber: «O que tenho eu para oferecer com amor?» Deve ter vivido uma vida de autocondenação; deve ter estado a inferiorizar-se, sobrecarregando-se com sentimentos de culpa.
De facto, quando alguém o ama, você fica um bocadinho surpreendido. «O quê, a mim? Essa pessoa ama-me, a mim?» E na sua mente surge a ideia: «Só pode ser porque não me conhece. Quando vier a conhecer-me, quando vir através de mim, nunca mais me amará.» É por isso que os amantes se começam a esconder uns dos outros. Guardam muitas coisas para si próprios, não abrem os seus segredos por temerem que, no momento em que abrirem o seu coração, o amor fique condenado a desaparecer. Não podendo amar-se a si próprios, como poderão eles conceber que os outros os amem? 
O amor começa com o amor por si próprio. Não seja egoísta, encha-se de si próprio e estas são duas coisas diferentes. Não seja como Narciso, não fique obcecado por si próprio; mas um amor natural por si próprio é uma necessidade, é um fenómeno básico. Só então, a partir dele, poderá amar uma outra pessoa.
Aceite-se, ame-se! Nunca outra pessoa foi igual a si e nunca mais ninguém será igual a si. Você é simplesmente único, incomparável. Aceite isto, ame isto, celebre isto e nessa mesma celebração começará a ver a qualidade de ser único e a incomparável beleza dos outros. O amor é possível apenas quando há uma profunda aceitação de si próprio, do outro, do mundo. A aceitação cria o meio em que o amor cresce, o solo em que o amor floresce." - Osho

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016



"No momento em que se aceita a si próprio, fica aberto, fica vulnerável, fica receptivo. No momento em que se aceita a si próprio, deixa de haver necessidade de qualquer futuro, porque deixa de haver necessidade de aperfeiçoar seja o que for. E então tudo é bom, e então tudo é bom tal como é. E nesta mesma experiência, a vida começa a tomar novas cores e nasce uma nova música. 
Se se aceitar a si próprio, passará a aceitar tudo. Se se rejeitar a si próprio, basicamente estará a rejeitar o Universo; a existência. Aceitar-se a si próprio significa que aceitou a existência. E então não haverá mais nada a fazer do que alegrar-se, celebrar. Não haverá lugar para o azedume, não haverá lugar para o rancor; sentir-se-á agradecido. E a vida será boa e a morte será boa, e a alegria será boa e a tristeza será boa, e estar na companhia dos que lhe são queridos será bom e estar sozinho será bom. E tudo o que acontecer será bom porque sai do todo. 
Contudo, há séculos que você tem sido condicionado a não se aceitar a si próprio. Todas as culturas do mundo têm andado a envenenar a mente humana, porque todas elas são dependentes da mesma máxima: ultrapassa-te a ti próprio! Todas elas provocam a ansiedade em si. A ansiedade é o estado tenso entre o que você é e aquilo que deveria ser. As pessoas são obrigadas a ficar ansiosas se houver um «deveria» nas suas vidas. se houver um ideal que tenha de ser satisfeito, como poderá sentir-se à vontade? Como poderá sentir-se confortável? Será impossível viver qualquer coisa totalmente, porque a mente está ardentemente desejosa do futuro. E o futuro não chega. Não pode chegar; isso é impossível, por causa da própria natureza do seu desejo. E, quando chegar, começará a imaginar outras coisas, começará a desejar outras coisas. Poderá imaginar sempre um estado de coisas melhor. E poderá sentir-se sempre ansioso, tenso, preocupado. É assim que a humanidade tem vivido séculos a fio." - Osho 


"Uma das verdades mais duras de reconhecer é que continuamos a ser os mesmos seja o que for que façamos. Continuamos a ser os mesmos. O «aperfeiçoamento» não existe. O ego fica todo desfeito porque vive através do aperfeiçoamento, da ideia de aperfeiçoamento, da ideia de chegar um dia a algum lado. Talvez não hoje, talvez amanhã ou depois de amanhã. Reconhecer o facto de que no mundo não há aperfeiçoamento, de que a vida não passa de uma celebração, não tem graça nenhuma. Logo que o compreenda, toda a viagem do ego pára e de repente você regressa a este momento." - Osho 

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016



"Na vida, nada pode ser capturado e feito prisioneiro. Tem de viver em abertura, deixando acontecer todo o tipo de experiências, ficando-se plenamente grato enquanto elas duram. Grato, mas não com medo do amanhã. Se o dia de hoje traz uma manhã bonita, um belo nascer do Sol, o cantar das aves, esplêndidas flores, porquê preocupar-se com o dia de amanhã? Porque amanhã será um outro dia. Talvez o nascer do Sol venha de cor diferente. Talvez as aves alterem um pouco o seu cantar, talvez haja nuvens e a dança da chuva. Mas isso tem uma beleza própria, tem o seu próprio alimento.
É bom que as coisas continuem a mudar; que cada entardecer não seja o mesmo, que cada dia não seja exactamente uma repetição. Algo de novo é isso: a emoção e o êxtase da própria vida; de outro modo, o homem sentir-se-ia muito aborrecido. E aqueles que viveram a sua vida em segurança absoluta sentem-se aborrecidos. Sentem-se aborrecidos com as suas mulheres, aborrecidos com os seus filhos, aborrecidos com os seus amigos. O aborrecimento é a experiência de milhões de pessoas, embora elas sorriam para o esconder.
A humanidade está completamente enjoada pela simples razão de que não permitimos que a insegurança da vida seja a nossa religião. Os nossos deuses são a nossa segurança, o nosso conhecimento é a nossa segurança, os nossos relacionamentos são a nossa segurança. Estamos a desperdiçar toda a nossa vida acumulando obrigações do Tesouro. As nossas virtudes e austeridade não passam de um esforço para ter segurança mesmo depois da morte. É criar um extracto bancário no outro mundo.
E, entretanto, uma vida fantasticamente bela está a escapar-se por entre os seus dedos. As árvores são tão bonitas, porque elas não conhecem o medo da insegurança. Os animais selvagens têm tanta grandeza, porque não sabem que existe a morte, que existe insegurança. As flores podem dançar ao sol e à chuva, porque não se preocupam com o que lhes irá acontecer à noite. As suas pétalas cairão e, tal como apareceram de uma fonte desconhecida, também vão desaparecer nessa mesma fonte desconhecida. Mas, entretanto, entre esses dois pontos de aparecimento e desaparecimento, você tem a oportunidade de dançar ou de desesperar.
Uma pessoa autêntica deixa simplesmente cair a noção de segurança e começa a viver em completa insegurança, porque é essa a natureza da vida. Não pode mudar isso. E aquilo que não pode mudar, aceite-o, mas aceite-o com alegria. Não bata desnecessariamente com a cabeça contra a parede, passe simplesmente através da porta." - Osho 


"Nenhum relacionamento pode ser seguro. Ser seguro não está na natureza dos relacionamentos e, se qualquer relacionamento for seguro, perderá toda a sua atracção. Portanto isto é um problema para a mente. Se quiser ter prazer num relacionamento, ele terá de ser inseguro. Se o fizer completamente seguro, absolutamente seguro, então não poderá ter prazer nele e ele perderá todo o seu encanto, toda a sua atracção. A mente não pode satisfazer-se nem com isto nem com aquilo, por isso está sempre em conflito e nos caos. Ela quer um relacionamento que seja vivo e seguro, mas isso é impossível, porque uma pessoa viva, ou um relacionamento vivo, ou qualquer coisa que esteja viva, tem de ser imprevisível. Não se pode prever o que vai acontecer no momento que se segue e, por ser imprevisível, esse momento torna-se intenso. 
Viva este momento tão plenamente quanto possível, porque o momento que se segue poderá nunca acontecer. Você poderá não estar cá, o outro poderá não estar lá. Ou ambos poderão estar, mas o relacionamento não existir. Todas as possibilidades ficam em aberto. O futuro está sempre em aberto, o passado está sempre fechado. O futuro estás sempre aberto. E entre ambos fica o presente, um único momento de presente, sempre a tremer, sempre a vacilar. Mas a vida é assim. O tremer e o vacilar fazem parte do estar vivo: a hesitação, o nublado, a incerteza.
A vida é incerta. Ninguém a pode fazer certa. Não há maneira de a fazer certa. E é bom que ninguém a possa fazer certa, porque então ela estaria morta. A vida é frágil, delicada, sempre em movimento para o desconhecido; reside nisso a sua beleza. É preciso ser-se corajoso, aventureiro. É preciso ser-se jogador para se estar em movimento com a vida. Portanto, seja jogador. Viva este momento, mas viva-o totalmente. Quando o momento que se segue chegar, logo se verá. Você estará presente para o agarrar. Tal como conseguiu agarrar o passado, também conseguirá agarrar o futuro, e fá-lo-á ainda melhor, porque terá mais experiência.
A questão não é aquele amante ou aquele amante, a questão é o amor. O amor satisfaz, as pessoas são meras desculpas. Mas tudo depende de si, porque seja o que for que fizer com uma pessoa, continuará a fazer com uma outra. Se fizer uma pessoa feliz, por que motivo ela o deixaria? Mas se a fizer infeliz, então por que motivo ela não o deixaria? 
Se a fizer infeliz, então estará a ajudá-la a deixá-lo! Mas se a fizer feliz, ninguém a obrigará a deixá-lo; então não haverá qualquer razão; lutará por si com unas e dentes.
Por isso, procure ser mais feliz. Use o tempo que tem e não há necessidade de pensar no futuro: basta o presente. A partir deste exacto momento, tente viver este momento. Use este momento, não a preocupar-se, mas a viver. As pequenas coisas podem tornar-se muito belas. Um pouco de carinho, um pouco de partilha, a vida não é mais do que isso." - Osho 

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016



"O relacionamento só é necessário porque você não consegue estar sozinho, porque ainda não é capaz de meditar. Daí que a meditação seja imprescindível antes de poder amar realmente. Uma pessoa deveria ser capaz de estar sozinha, e apesar disso sentir-se imensamente afortunada. Então poderá amar. Então o seu amor deixa de ser uma necessidade e passa a ser uma partilha. Só então não se é dependente daquele que se ama. Só então conseguirá partilhar e partilhar é belo. 
Se tiver de aprender alguma coisa com os fracassos do amor, então que essa coisa seja tornar-se mais consciente, mais meditativo. E por meditação entendo a capacidade de se ser ditoso sozinho. Muito poucas são as pessoas capazes de se sentirem ditosas sem qualquer razão especial; capazes de simplesmente estarem sentadas caladas e ditosas! Os outros julgá-las-ão doidas, porque a ideia de felicidade é que ela tem de nos vir de uma outra pessoa. Você conhece uma mulher bonita e sente-se feliz ou conhece um belo homem e sente-se feliz. Mas ficar sentado silenciosamente no seu quarto e sentir-se assim tão ditoso, tão feliz? Não deve regular muito bem! Os outros pensarão que você está drogado, com uma pedrada.
Sim, é verdade, a meditação é o LSD primário! É libertar os seus poderes psicadélicos. É libertar o seu próprio esplendor prisioneiro. E você fica tão feliz, nasce no seu ser uma tal festa que não precisa de ter nenhum relacionamento. E, contudo, pode relacionar-se com as pessoas... e é essa a diferença entre relacionar-se e ter um relacionamento. Isto é relacionar-se. Se algum dia a humanidade crescer, amadurecer, será esta a maneira de amar: pessoas que se conhecem, que compartilham, que continuam o seu caminho, uma qualidade não possessiva, uma qualidade não dominadora. De outro modo, o amor torna-se uma corrida ao poder." - Osho 


"Tudo o que é belo é interior, e o interior significa privacidade. Já viu como as mulheres fazem amor? Fecham sempre os olhos. A mulher sabe alguma coisa. O homem continua a fazer amor com os olhos abertos; continua a ser um observador. Não se entrega completamente ao acto; não entra totalmente nele. Continua a ser um voyeur, como se uma outra pessoa estivesse a fazer amor e ele a observasse, como se o acto estivesse a passar num ecrã de televisão ou de cinema. Mas uma mulher conhece melhor as coisas, porque está mais delicadamente sintonizada com o interior. Fecha sempre os olhos. E então o amor tem uma fragrância completamente diferente.
Faça uma coisa: um dia, ponha o banho a correr e depois apague e acenda a luz. Na escuridão, ouvirá a água a correr mais nitidamente, o som será mais nítido. Quando a luz está acesa, o som não é tão nítido. O que será que acontece na escuridão? Na escuridão tudo o mais desaparece, porque não se consegue ver. Só você e o som estão presentes. É por isso que em todos os bons restaurantes se evita a luz, se evita a luz viva, sendo antes alumiados à luz das velas, o sabor acentua-se mais, come-se bem e saboreia-se melhor. A fragrância rodeia-o. Se a luz for muito viva, o sabor deixa de estar presente. Os olhos tornam tudo público. 
A vida brota dessa fonte interior e alastra no céu exterior. Tem de haver equilíbrio, eu sou sempre a favor do equilíbrio. Por isso, não vou dizer que a sua vida deveria ser um livro aberto, não. Alguns capítulos abertos, tudo bem. E alguns capítulos completamente fechados, um mistério total. Se for unicamente um livro aberto, será uma prostituta, estará simplesmente nua na praça pública, só com o rádio ligado. Não, isso não pode ser.
Se todo o seu livro estiver aberto, você será unicamente o dia sem noite, apenas o verão sem inverno. Onde poderá descansar, concentrar-se e procurar refúgio? Para onde poderá ir quando o mundo se tornar insuportável? Onde ir para orar e meditar? Não, metade de cada é perfeito. deixe uma metade do seu livro aberta a toda a gente, e deixe que a outra metade do seu livro seja tão secreta que só alguns raros convidados lhe possam ter acesso. 
Só muito raramente será permitido entrar no seu templo. É assim que deve ser. Se houver uma multidão a entrar e a sair, então o templo deixará de ser um templo. Poderá ser uma sala de espera num aeroporto, mas não poderá ser um templo. Só raramente, muito raramente, deixe que alguém entre no seu eu. É isso que é o amor." - Osho 

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016



"Cada momento tem uma realidade atómica. É descontínuo do momento passado e não está ligado ao momento futuro. Cada momento é atómico. Os momentos não se seguem uns aos outros, sequencialmente. Não são lineares. Cada momento tem a sua própria maneira de ser, e você tem de ser isso, nesse momento, e nada mais. É isso o que realmente se entende por verdade.
A verdade significa autenticidade, a verdade significa sinceridade. A verdade não é uma coisa lógica. É um estado psicológico de se ser verdadeiro; não verdadeiro de acordo com um ideal, porque se houver algum ideal você torna-se falso. Se pensar que ser como Buda é ser verdadeiro, então nunca será verdadeiro, porque você não é Buda e está a impor Buda a si próprio. Poderá sentar-se como Buda, poderá tornar-se quase uma estátua de mármore, mas bem no seu íntimo continuará a ser o mesmo. Buda será unicamente uma postura. E se tiver um ideal, não poderá ser fiel ao momento, porque o ideal estará sempre presente e você imitará o ideal. O homem verdadeiro não tem ideais, vive cada momento; vive sempre de acordo com o que sente no momento. Respeita absolutamente os seus sentimentos, as suas emoções, os seus estados de espírito. E é isso o que eu quero que as pessoas sejam: autênticas, verdadeiras, sinceras, com respeito pela sua própria alma." - Osho

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016



"Ser autêntico significa permanecer verdadeiro para com o seu próprio ser. Como permanecer verdadeiro? Há três coisas a ter em mente. Primeira coisa, não preste atenção ao que os outros dizem, ao que eles lhe dizem para ser. Escute sempre a sua voz interior, aquilo que gostaria de ser; de outro modo desperdiçará toda a sua vida.
Lembre-se: seja fiel à sua voz interior! Ela poderá conduzi-lo ao perigo, pois então vá nessa direcção. Porém, não se esqueça: a coisa mais importante é o seu ser. Não permita que os outros o manipulem ou o controlem e eles são muitos; toda a gente está pronta para o reprimir, toda a gente está pronta para o mudar, toda a gente está pronta para lhe dar uma direcção que você não pediu. Toda a gente lhe dá um guia para a sua vida. O guia existe dentro de si, você transporta a sua marca de água. Ser autêntico significa ser fiel a si próprio. É um fenómeno muitíssimo perigoso; são raras as pessoas que o fazem. Mas sempre que o fazem, elas conseguem uma beleza tal, uma graça tal, um contentamento tal que não pode ser imaginado. 
escute sempre a sua voz interior e não oiça mais nada. À sua volta há mil e uma tentações, porque muitas pessoas tentam impingir-lhe as suas ninharias. O mundo é um supermercado e todas as pessoas estão interessadas em vender-lhe as suas mercadorias. O mundo está repleto de vendedores ambulantes. E se você dá ouvidos a muitos vendedores, fica doido. Não oiça ninguém, feche simplesmente os olhos e escute a sua voz interior. A meditação não é mais do que isso mesmo: escutar a voz interior. Esta é a primeira coisa.
A segunda coisa só será possível após ter feito a primeira.
Nunca use máscara. Se estiver zangado, mostre-se zangado. Será arriscado, mas não sorria, porque será falso. No entanto, ensinaram-no a sorrir quando está zangado. Então o seu sorriso torna-se falso; uma máscara; apenas um exercício dos lábios e nada mais. O seu coração está cheio de ira, de veneno, mas os seus lábios sorriem; você torna-se um fenómeno falso.
Depois, também acontece uma outra coisa: quando quiser sorrir, não conseguirá sorrir. O seu mecanismo está todo baralhado porque, quando queria estar zangado não o estava, quando queria odiar não odiava. Agora você quer amar e, de repente, descobre que o mecanismo não funciona. Agora quer sorrir e tem de se forçar. Na realidade, o seu coração está cheio de sorrisos e você quer rir às gargalhadas, mas não pode rir. Alguma coisa se entala no seu coração, alguma coisa se entala na sua garganta. O sorriso não aparece, ou, se aparece, é um sorriso muito amarelo e mortiço. Não o faz feliz, não transborda de felicidade. Não é um esplendor à sua volta.
Quando quiser zangar-se, zangue-se. Não há nada de errado em estar zangado. Se quiser rir, ria. Não há nada de errado em rir às gargalhadas. A pouco e pouco, acabará por ver que todo o seu sistema está a funcionar. E quando ele funciona realmente, cria-se um zumbido à sua volta.
Pode observá-lo. Sempre que o mecanismo de uma pessoa está a funcionar bem, é possível ouvir o zumbido à sua volta. A pessoa anda, mas mais parece dançar. Fala, mas as suas palavras contêm uma poesia subtil. Olha para si e olha realmente; não é um olhar morno, é um olhar verdadeiramente caloroso. Quando lhe toca, toca-lhe realmente; pode sentir a energia do outro a percorrer-lhe o corpo, uma corrente de vida a ser transferida... porque o seu mecanismo está a funcionar bem.
Portanto, a segunda coisa: não use máscaras; seja verdadeiro a qualquer preço.
E a terceira coisa no que toca a autenticidade... Fique sempre no presente, porque toda a falsidade ou entra pelo passado ou pelo futuro. O que lá vai, lá vai... Não se preocupe mais com isso, nem o carregue como um fardo; de outro modo não conseguirá ser autêntico no presente. E tudo aquilo que ainda não aconteceu, ainda não aconteceu. Não se preocupe desnecessariamente com o futuro, para evitar que ele entre no presente e o destrua. Seja fiel ao presente e, então, será autêntico. Estar aqui agora é ser autêntico. Nada de passado, nada de futuro. Este momento é tudo. Este momento é toda a eternidade. 
Com estas três coisas alcançará a autenticidade. Tudo o que disser então será verdade. Habitualmente, você pensa que tem de ter cuidado ao dizer a verdade; não estou a falar disso. Estou a dizer: crie autenticidade e tudo o que disser será verdade." - Osho


"O conhecimento de si próprio só é possível em profunda solidão. Regra geral, tudo quanto sabemos de nós é a opinião dos outros. Eles dizem «és bom» e nós pensamos que somos bons. Eles dizem «és belo» e nós pensamos que somos belos. Eles dizem «és mau» ou feio... e lá vamos nós coleccionando tudo o que as pessoas dizem a nosso respeito. E essa opinião transforma-se na nossa própria identidade. E é completamente falsa, porque nenhuma outra pessoa o pode conhecer. Só você, e mais ninguém, pode saber quem é. Tudo o que os outros conhecem são meros aspectos e esses aspectos são muito superficiais. Tudo o que eles conhecem são unicamente estados de espírito passageiros; as pessoas não podem penetrar no recôndito do seu centro. Nem mesmo o seu amante pode penetrar no âmago do seu ser. Aí você está completamente só, e só aí virá a saber quem é.
As pessoas vivem toda a sua vida a acreditar no que os outros dizem, dependentes dos outros. É por isso que têm tanto medo da opinião alheia. Se eles pensam que você é mau, você torna-se mau. Se o condenam, você começa a condenar-se. Se dizem que é pecador, você começa a sentir-se culpado. E, como depende da opinião deles, é obrigado a conformar-se constantemente com essas opiniões. Ora isso cria uma escravidão, uma escravidão muito subtil. Se quiser ser considerado bom, digno, belo, inteligente, tem de fazer concessões, tem de se comprometer continuamente com as pessoas de quem depende. 
Aqui levanta-se um outro problema. Como há muitas pessoas, elas estão sempre a alimentar a sua mente com diferentes tipos de opiniões; opiniões conflituosas, ainda por cima. Como estas opiniões contradizem outras opiniões, existe uma grande confusão dentro de si.
Uma pessoa diz que você é muito inteligente, outra diz-lhe que é estúpido. Como decidir? Então fica dividido. Fica com dúvidas sobre si próprio, sobre quem é... uma ondulação. E a complexidade é muito grande, porque há milhares de pessoas à sua volta. Você está em contacto com muitas pessoas que o querem convencer das suas ideias. E ninguém o conhece nem você mesmo se conhece, pelo que toda essa colecção se amontoa dentro de si. É de loucos! Há tantas vozes dentro de si... Sempre que se pergunta quem é, surgem muitas respostas.
Algumas dessas respostas serão da sua mãe, outras serão do seu pai, outras ainda do seu professor, e assim por diante e assim sucessivamente, e é impossível decidir qual delas é a resposta certa. Como decidir? Qual o critério? É aqui que o homem se perde. Chama-se a isto ignorância de si próprio. Mas, como depende dos outros, tem medo de entrar na solidão, porque no momento que começar a entrar na solidão começará a ter muito medo de se perder. Em primeiro lugar, você não se tem a si próprio, mas, qualquer que seja o eu que criou a partir da opinião dos outros, precisa de o deixar para trás. Daí que seja muito assustador interiorizar-se. Quanto mais fundo for, menos saberá quem é. É por isso que antes de conseguir conhecer-se realmente a si próprio terá de abandonar todas as ideias que tem sobre o seu eu. Haverá um hiato, haverá uma espécie de coisa nenhuma. Tornar-se-á uma não identidade. Sentir-se-á completamente perdido, porque tudo o que você conhece deixará de ser relevante e aquilo que é relevante você ainda não conhece." - Osho