quarta-feira, 31 de agosto de 2016




"Virá o tempo
em que, com alegria,
dará as boas-vindas a si mesmo
à sua própria porta, no seu próprio espelho,
e ambos sorrirão ao cumprimentarem-se

e dirão, senta-te aqui. Come.
Irá amar novamente o estranho que era.
Dê-lhe vinho. Dê-lhe pão. Devolva o seu coração
a si mesmo, ao estranho que o amou

toda a vida, a quem ignorou
por causa de outros, a quem o conhece de verdade.
Retire as cartas de amor da prateleira,

as fotografias, os recados desesperados;
arranque a sua própria imagem do espelho.
Sente-se. Festeje a sua própria vida." - Derek Walcott

terça-feira, 30 de agosto de 2016




"Nós passamos pela vida a uma velocidade relâmpago e não sentimos a dor que a nossa mente/corpo sentem. 
E passamos pela vida sem lidar com o nosso abandono, insegurança e auto-crítica e não sentimos a vulnerabilidade que acompanha estas emoções. 
Passamos pela vida a saber, nos nossos corações, que um dia vamos morrer e que esse dia será mais cedo do que gostaríamos. Mas os nossos cérebros não acreditam muito nisso. Os nossos corações sabem o quão valiosa a vida é, mas a maioria de nós não o sente. Eu sinto. 
Então, o que significa ser humano? Tem de decidir sozinho, mas aqui está o que aconselho.
Olhe a outra pessoa nos olhos. Vai encontrar um ser humano que é carinhoso e vulnerável, alguém que procura segurança, felicidade e amor. Vai encontrar alguém que é capaz de uma compaixão unívoca e grandiosa e alguém que pode estar muito centrado em si mesmo. Vai encontrar alguém que foi magoado e que, por sua vez, magoou os outros. Vai ver um hipócrita, uma criança, um órfão, um guerreiro e um herói. Vai ver alguém que quer mais amor. E, se olhar com atenção para os olhos da outra pessoa, vai ver a alma dessa pessoa. Depois, vai descobrir o que sempre soube sobre a sua própria humanidade." - Daniel Gottlieb

segunda-feira, 29 de agosto de 2016




"Todos os humanos se levam muito a sério. Acreditamos que os nossos problemas são mais importantes do que os dos outros. Acreditamos que se temos necessidade de algo nas nossas vidas, essa vontade é mais importante do que todas as outras. 
Está escrito que Buda terá dito: "Se conseguissem sintetizar todos os meus ensinamentos num só, seria este: pôr de parte tudo o que começasse por «Eu», «meu» ou «minha»." É claro que nenhum de nós o faz muito bem. Temos tendência para nos levarmos muito a sério.
A verdade é que deveríamos viver com a sabedoria de que não somos nada importantes como indivíduos. E - e quero mesmo dizer e... - tudo o que dizemos e com que fazemos conta. Não existe o pronome pessoal "quem-nós-somos". O que importa é o que fazemos." - Daniel Gottlieb

domingo, 28 de agosto de 2016




"Esforçamo-nos imenso, nas cidades, vilas e subúrbios de todo o país, em busca de uma sensação de segurança e tranquilidade. Queremos tornar o futuro melhor, o nosso e o dos nossos filhos. Alguns de nós trabalham oitenta horas por semana ou mais, para conseguirem manter o que têm. Enquanto pressionamos os nossos filhos para serem excelentes em tudo o que fazem, viramos as costas ao stresse deles (e ao nosso), tentamos conseguir segurança económica e profissional. E, na nossa busca incessante, todos parecemos estar a sofrer.
Mas, quando peço às pessoas para pararem e reflectirem sobre o que querem, realmente, da vida, a maioria das respostas são parecidas. Querem paz. Paz no mundo, paz no trabalho, paz nas suas famílias e no interior das suas almas. 
Esta parte é que é confusa. Trabalhamos tanto para termos as coisas que achamos que nos vão trazer segurança, mas fazemos uma abordagem passiva à paz que tanto desejamos. Rezamos, desejamos ou esperamos pela paz. E, quando assumimos um papel activo na busca da paz, normalmente, tem o efeito contrário.
Olhando para o mundo, pelas lentes da história da humanidade, a busca da justiça através da agressividade raramente leva à paz. Apenas gera mais injustiça.
Quase todos os dias vejo famílias e casais que discutem uns com os outros, numa busca disfarçada de justiça ou igualdade pessoal ou matrimonial. Acreditam que, se tiverem justiça, estarão em paz. Por isso, vemos a mulher a convencer o marido de que ele tem de passar mais tempo em casa, ajudar mais, porque acredita que a relação seria mais equilibrada. Então, existiria justiça. Então, ela estaria em paz -, ou, pelo menos, acha que sim. 
É claro que ele, pelo contrário, pede e sente que, se ela parar de o chatear e o aceitar por quem ele é, estarão em paz. E a luta continua, tudo numa procura disfarçada de paz, através da justiça.
Quanto ao casal que discute, creio que eles dizem a si mesmos que a paz vai, finalmente, chegar quando os outros mudarem. E como é que esperamos que eles mudem? Quando, finalmente, ouvirem as nossas razões. Ou tiverem alguma grande revelação. Ou se renderem à agressão. Mas como é que estas podem ser formas de se conseguir ter paz? Tentar mudar os outros tem a ver com intolerância, que é o núcleo de tanta inimizade. Não podemos conseguir paz, a não ser que também estejamos a tentar ajudar os outros a encontrá-la. A paz não aparece quando vencemos batalhas; vem quando paramos de lutar.
Por isso, porque não procurarmos o que queremos realmente - estarmos com os que amamos e encontrarmos mais tempo para descansarmos e desfrutarmos? Se for isto que queremos, é aqui que a mudança pode começar. Uma das coisas que peço às pessoas, é que passem vinte e quatro horas sem uma coscuvilhice. Sem dizerem nada negativo sobre ninguém e não dizerem nada a ninguém que possa ser passível de magoar. Façam isso durante vinte e quatro horas e vejam como se sentem no fim de um dia.
E, por favor, acreditem em mim: no fim desse dia, vocês terão trabalhado pela paz.
Pode ser uma forma interessante de iniciar a mudança que queremos ver no mundo." - Daniel Gottlieb

sábado, 27 de agosto de 2016




"O amor que sentimos uns pelos outros nem sempre é bonito. Gandhi chamava ao amor "o património dos corajosos" e é necessária coragem para admitir a possibilidade de se ser vulnerável, magoado e de termos medo por nós e por aqueles de quem gostamos. O amor pode ser complicado e confuso. Nem sempre é quente e seguro. Mas é sempre íntimo e fundamental: o tecido das nossas vidas." - Daniel Gottlieb

sexta-feira, 26 de agosto de 2016




"Enquanto olho à volta para outros seres humanos, escuto os seus suspiros e as suas palavras, vejo que as pessoas acabam por sentir a dor da solidão. E há tantos de nós que fazem de tudo para tentar diminuir essa dor! Sinto grande compaixão pela busca dessas pessoas e sinto uma ligação profunda com elas. E somos todos iguais, na nossa essência. É esta a dança que observei nos seres humanos. Ansiarmos por sermos compreendidos, para sermos vistos por quem somos. É um facto fundamental na nossa vida. E, ao mesmo tempo, há uma parte de nós que sabe que nunca poderá ser totalmente conhecida. É um dos nossos medos básicos. Se me abrir totalmente, como é que irei sobreviver se for rejeitado?
Quando fechamos uma parte de nós, perdemos uma forma de nos relacionarmos com os outros. Parte do nosso percurso, como eu o vejo, é abrirmo-nos, pouco a pouco: primeiro para nós, depois para os outros. Sim, nós somos orfãos. Mas, quanto mais nos abrimos, mais ligados nos sentimos. 
Eu vivo sozinho. Na maior parte do tempo, não estou sozinho. Às vezes, estou. Qual é a diferença? Poderia especular sobre os factores que contribuem para os meus dias solitários, mas não tenho a certeza de que isso adiantasse muito. Afinal, tanto pode ser porque tenho saudades de alguém ou de alguma coisa que me falta como, simplesmente, ter os níveis de serotonina mais baixos nesse dia. Por isso, quando me sinto sozinho, faço o que tenho vindo a fazer há muitos anos. Reparo. Tenho consciência de que estou a sofrer e sinto, simplesmente, o que sinto. E é só. Não me parece agradável. Tal como todas as outras emoções, passa. Mas, se a quisesse combater, sentir pena de mim ou ficar zangado pelas pessoas não me telefonarem, esta solidão ia ficar por muito mais tempo.
Muitas vezes, quando acabo de meditar, vejo um esquilo pela janela e percebo o que temos em comum: esta espécie de força, esta actividade em busca de algum tipo de segurança, para me manter vivo. Às vezes, sinto-me, de tal forma, uma parte integral do universo, que me posso acomodar à orfandade. Sinto amor, sinto-me parte de algo muito maior. Nesses momentos, consigo ligar-me a algo que parece divino - seja dentro de mim, na orfandade ou mais além - não sei, nem me importo. Mas, quando isso acontece, não me sinto sozinho. 
Uma relação íntima com um Deus que nos ama, ajuda muitas pessoas a diminuírem a sua solidão. Mas, mesmo sem o elemento religioso, sentirmo-nos ligados a um mundo maior pode ter o mesmo efeito. Se conseguir prestar atenção à força viva do mundo que nos rodeia, irá acabar por se ver como parte desse mundo. E talvez possa aumentar o seu sentimento de pertença aos seus companheiros orfãos. Pode ouvir os seus suspiros, sentir-se triste e não ter medo." - Daniel Gottlieb

quinta-feira, 25 de agosto de 2016




"Não podemos ter vida, se não tivermos morte. Não conseguimos perceber o que significa viver.
Trabalhamos muito para evitar a morte, porque a vida é valiosa. É por isso que nos agarramos com tanta força à vida. É por isso que sentimos tanta ansiedade, até raiva, quando alguma coisa nos ameaça a nós ou a quem amamos. Mas há uma contradição. Se nos esforçamos tanto para evitar a morte, então não vamos ter tempo para perceber o quão valiosa a vida realmente é. Não vamos conseguir senti-la. Vai percebê-lo na sua cabeça, mas não no seu coração." - Daniel Gottlieb 

quarta-feira, 24 de agosto de 2016




"A criatividade é um salto na consciência que traz um novo significado ou um novo contexto a qualquer situação ou problema. O novo significado ocorre quando há uma mudança na perspectiva. Quando interpretamos um problema como uma oportunidade, essa é uma mudança no significado. O novo contexto resulta de uma mudança na compreensão dos relacionamentos envolvidos numa situação. Uma peça de Shakespeare inserida nos tempos modernos pode produzir perspectivas  totalmente novas em relação às condições sociais. Quando significado e contexto mudam, algo novo e dinâmico surge.
Quem é que não enfrenta diariamente desafios, tenham eles que ver com o trabalho, os relacionamentos, o dinheiro ou mesmo com as nossas crenças? A todo o momento, o mundo confronta-nos com decisões que podem alterar tudo o que pensamos que nos define. Mas nós, na generalidade, quando confrontados com um desafio, um conflito ou uma escolha, temos tendência para tomar decisões que já tomámos anteriormente. Apoiamo-nos em velhos hábitos, receando entrar no desconhecido e contemplar um futuro de incerteza.
Este é um fenómeno estranho e não se percebe muito bem qual a razão por que acontece. A maior parte de nós consegue recordar-se de alturas na infância em que sentiu grande pasmo e imaginação. Construir castelos de areia na praia, erigir fortes com lençóis e móveis ou criar histórias com bonecas, ursinhos de peluche, soldadinhos de plástico ou bonecos de Lego... Porém, quando nos tornamos adultos, abdicamos dessa imaginação em prol das pretensas regras e códigos da responsabilidade. Os nossos cérebros perdem literalmente a capacidade de se expandir, adaptar, transformar e evoluir. O resultado é que nos condenamos a um mundo de repetição, tédio e estagnação. Reprimimos a nossa própria evolução e negamos a nós próprios a oportunidade de realizar todo o nosso potencial. 
Uma vez que o mundo é uma projecção das nossas decisões pessoais e histórias internas, se continuarmos a fazer sempre as mesmas escolhas, a repetir sempre as mesmas histórias, o mundo começará a reflectir uma visão estagnada. Albert Einstein disse uma vez que a definição de uma loucura é «fazer sempre a mesma coisa e esperar um resultado diferente». Infelizmente, a História da civilização humana reflecte muitas vezes isso mesmo. As nossas guerras intermináveis em busca de uma paz interminável são uma triste contradição. Não obstante, mesmo no meio deste turbilhão de loucura, cada momento revela uma nova oportunidade para reinventarmos o mundo da forma como o idealizamos. Aqui e agora, é-nos dada a opção de resposta criativa. E dentro dessa resposta criativa está a programação de um admirável futuro novo - a bela borboleta à espera de nascer a partir da lagarta inquieta." - Deepak Chopra

terça-feira, 23 de agosto de 2016




"Não escolhi a vida por ser um herói. Na verdade, no princípio, eu tinha a certeza de que, se tivesse coragem, me teria suicidado. Mas hoje sei, cá dentro, que acredito que escolhi a vida, porque é isso que nós fazemos. Quando nos é dado a escolher, escolhemos a vida. 
Esta foi a minha grande revelação. Mas, quando olho para trás, há outra coisa que é igualmente importante. E isso é o dom de perder a esperança. Eu nunca teria escolhido a vida, se tivesse mantido alguma esperança de, um dia, ter a vida que queria. Quando as falsas esperanças foram afastadas, escolhi a vida que tinha. 
Acreditem. Este grande ensinamento nunca teria chegado se não tivesse sido antecedido por aquele momento de "merda... e". Acho que esta é uma verdade para muitos de nós. Temos os nossos momentos de grande desespero. Perguntamos a nós mesmos: "Como é que vou viver com isto?". Só mais tarde, se tivermos sorte, é que percebemos que não há esperança em reclamarmos da vida que tínhamos ontem. Este momento, e os que se hão-de seguir, são a verdade das nossas vidas.
A esperança tem sempre a ver com o futuro. E nem sempre são boas notícias. Às vezes, a esperança pode-nos prender à crença ou expectativa de que algo vai acontecer no futuro e mudar as nossas vidas. Em paralelo, desistir de ter esperança não é um acto de desespero. Desistir de ter esperança pode trazer-nos até este momento e responder a todas as perguntas mais difíceis da vida. Quem sou eu? Onde estou? O que é que isto significa? Então e agora?" - Daniel Gottlieb

segunda-feira, 22 de agosto de 2016




"Mahatma Gandhi ensinou: «Sê a mudança que queres ver no mundo.» Por outras palavras, se quisermos aumentar a circulação de alguma coisa no mundo - neste caso, da compaixão, do amor ou da bondade -, então temos de ser o ponto de partida, o que será filtrado organicamente e terá um efeito em tudo e todos à nossa volta.
Um acto de compaixão pode ser tão simples como oferecermos a nossa ajuda ao nosso vizinho ou ouvirmos os problemas de um amigo, ou tão subtil como elogiar um desconhecido ou rezar por alguém que está a sofrer. Estes actos podem parecer muito pequenos, talvez até insignificantes, mas de facto não o são. Eles activam o poder da intenção, o que conduz a resultados palpáveis.
Há um senão nisto tudo; para que funcione, a compaixão que sentimos e as dádivas que fazemos em virtude dessa compaixão têm de ser genuínas e não fundamentadas em qualquer expectativa de recompensa. A realidade é que, quando irradiamos boas intenções para o mundo, elas acabam inevitavelmente  por regressar a nós de alguma forma. É esta a natureza do Universo, que não falha, mesmo que nem sempre o reconheçamos. O cuidado, o afecto e a estima - formas mais subtis de se demonstrar compaixão - só devem ser oferecidos a alguém se forem autênticos. Mas se forem, podemos testemunhar o poderoso efeito que têm. Os que recebem estas energias ficam imediatamente mais fortes. Por outras palavras, são impelidos a avançar no seu próprio caminho em direcção à sua personalidade super-heroica. E podemos testemunhar o mesmo em nós - o modo como nos sentimos quando oferecemos esse amor e apoio aos outros. Este é apenas mais um exemplo da troca dinâmica e do poder que reside dentro de todos nós." - Deepak Chopra

domingo, 21 de agosto de 2016




"A nossa reacção natural à injustiça - a qualquer tipo de mágoa - é a raiva. A raiva adapta-se bem a nós. Despoleta a reacção de avançar ou fugir, ajuda-nos a sobreviver. E protege as nossas feridas. Quando cerramos os nossos punhos perto dos nossos corações e nos defendemos de sermos mais magoados, a nossa raiva e a mágoa tornam-se uma espécie de crosta, que protege a ferida recente de infectar. Mas, se a crosta ficar muito tempo, a ferida que está por baixo pode nunca sarar.
Todas as pessoas se magoam na vida. A ferida pode ser uma simples injustiça, como ter um pai insensato ou muito rígido, ou crescer com um irmão agressivo. Ou poder ser uma ferida profunda, escondida ou fervilhante. 
O dicionário Webster define o perdão como "libertar a mágoa". Tão simples como isso. Não tem nada a ver com a outra pessoa. 
O perdão não tem nada a ver com reconciliação ou com deixar o atacante impune. O perdão é o processo de desistir da mágoa ou da raiva para com a outra pessoa.
Há uma história budista sobre um monge a quem foi apontada uma arma e que foi assaltado, numa paragem de autocarro. Logo a seguir ao acontecimento, sentiu muito medo. Depois, sentiu muita raiva do atacante. Estas emoções continuaram a apoderar-se dele e, quando chegou a casa, estava a chorar. Quando o monge contou ao aluno a sua história, este disse-lhe:
- Mas, depois de tudo o que passou, porque é que está a chorar?
O monge respondeu:
- Percebi que, se eu tivesse sido criado pela família daquele homem e se tivesse passado pelas experiências dele, seria eu o homem da pistola." - Daniel Gottlieb 

sábado, 20 de agosto de 2016




"Feche os olhos e descubra o silêncio que existe entre os seus pensamentos. Esse silêncio eterno é a verdade que está no cerne da criação e é a sua alma. Quando estamos regularmente em contacto com ele, ligados a ele e o entendemos como a nossa verdadeira essência, atingimos o máximo do nosso poder. Neste vazio, o vazio infinito e absoluto de toda a existência, encontra-se uma nova e luminosa oportunidade para usarmos a força mais poderosa do Universo: o poder do amor e da compaixão. 
Alguns traços de personalidade tornam-se evidentes quando estamos em contacto com o nosso Eu universal.
Somos imunes à crítica, mas receptivos à reacção. Isto significa que, ao nível emocional, psicológico e espiritual, não nos sentimos superiores nem inferiores a ninguém. Não significa que sejamos arrogantes ou pretensiosos, mas que irradia de nós uma confiança e uma dignidade silenciosas que resultam numa intrepidez e prontidão para assumir criativamente qualquer desafio. Também significa que nunca somos vítimas da altivez, sabendo que toda a altivez é uma forma de autocomiseração disfarçada.
Abandonamos a necessidade de aprovação e controlo. Isto significa que as nossas acções não dependem das opiniões dos outros nem estão presas a quaisquer expectativas. Somos motivados pelos nossos instintos fortes e pelos seus resultados evolutivos, não por esperarmos qualquer tipo de recompensa.
Damos poder aos outros, permitindo-lhes que sejam eles próprios. Isto significa que reagimos às pessoas sem pré-requisitos nem ideias pré-concebidas. Aceitamo-las como elas são e não as obrigamos a conformar-se às nossas necessidades e expectativas. Ao fazê-lo, damos aos outros o poder de também exprimirem todo o seu potencial.
O verdadeiro poder não lhe pertence a si nem a mim. Não pode ser contido no corpo de uma única pessoa nem encontrado por acaso através de alguns passos programados. O verdadeiro poder é ser. Ele flui através de nós quando estamos ligados ao presente e à fonte primordial de onde provém toda a experiência, todo o conhecimento e toda a existência e para a qual eles regressam. É o caos contido, um acto de compaixão, graça, empatia ou auxílio que podemos oferecer ao nosso vizinho a qualquer momento. Nenhum acto tem mais poder do que ajudar os outros a levantar-se num momento de desespero, mostrar-lhes o caminho para fora da sua escuridão e fortalecê-los com esperança.
Vivemos numa época muito conturbada, cheia de jihadistas e jingoístas com as suas máscaras de superioridade moral e justiça. Eles escondem-se atrás das tentações, na busca infrutífera do materialismo e na falsa promessa de tribalismo, conduzindo-nos de volta aos nossos egos, ao mundo do «eu» pequeno e do «meu», ao mesmo tempo que nos desconectam da profunda magia e do mistério do Universo à nossa volta.
A verdade é que um herói triunfante reside dentro de todos nós, transbordante de um poder verdadeiro e pronto para reagir com precisão, graça, compaixão e confiança. Só precisamos de lhe dar permissão, estando presentes e conscientes de nós próprios e dos nossos sentimentos. A consequência será confrontarmos o desconhecido e depois ganharmos a capacidade de extrair poder da sabedoria da incerteza. Isto não é um exercício intelectual nem o início de um processo psicológico desconstrutivo.
Acolha cada dia como um novo dia. Um novo dia é a libertação do passado. Deixe ir o passado e todos os seus ressentimentos, ofensas e culpas. Tenha a noção de que guardar rancores «é como beber veneno e esperar que ele mate o seu inimigo». Esteja ciente de que cada escolha é uma decisão entre um ressentimento e um milagre. 
Esteja atento a qualquer tendência para reagir impulsivamente. Quando as pessoas ou as circunstâncias desencadearem em si padrões reactivos habituais, quer sejam de ira, teimosia, medo ou impaciência, pare e observe o seu impulso para reagir até ele desaparecer.
Não ceda ao luxo da distracção. Preste atenção àquilo que é. Oiça e olhe com os ouvidos e os olhos da carne. O seu corpo é um computador ligado ao computador cósmico, ou Universo, e monotoriza tudo o que está a acontecer à sua volta. Ele transmite-lhe sinais sob a forma de conforto e desconforto. Aprenda a decifrar esses sinais. Quando sentir desconforto no seu corpo, pergunte a si mesmo o que se passa e oiça a sua voz interior. A resposta está lá. Ao fazer espontaneamente escolhas evolutivas, o seu corpo sente-se confortável, sem sensações localizadas de incómodo, quase ilimitado e em uníssono com o ambiente, como uma grande bailarina ou um grande atleta. Tudo isto significa ser um bom observador. Oiça com o seu coração. Sinta o que se passa. Oiça com a sua alma. Pare e faça as perguntas que se seguem, depois permita que as respostas surjam espontaneamente: 
O que estou a observar?
O que estou a sentir?
Qual é a necessidade do momento?" - Deepak Chopra

sexta-feira, 19 de agosto de 2016




"Rir perante a morte não é possível, se não a enfrentarmos aberta e honestamente, com a mente e o coração abertos. Quase todas as pessoas que enfrentam a morte sentem muito medo, confusão, tristeza e solidão. Mas há tantas pessoas que vivem as suas vidas sem enfrentarem o que está a acontecer!
Sentimo-nos ansiosos com a morte, porque nos sentimos descontrolados. E ansiosos, porque adoramos viver. Não acho que sentir ansiedade com a morte seja um problema. Negar a nossa ansiedade é que é." - Daniel Gottlieb

quinta-feira, 18 de agosto de 2016




"Quem sou eu?
O que é que eu quero?
Só ao sabermos quem verdadeiramente somos - para além dos diferentes papéis que desempenhamos nas nossas vidas (pais, filhos, cônjugues, empregados, patrões,etc.) - e ao nos identificarmos com esse Eu transformador é que podemos começar a responder à pergunta do que é que realmente queremos atingir. Os super-heróis conseguem geralmente responder a estas perguntas porque, em primeiro lugar, já estão em contacto com o seu verdadeiro Eu, que transcende os seus egos individuais e, em segundo lugar, porque agem tendo em vista o bem maior e um mundo mais sustentável e feliz. No entanto, até os super-heróis podem por vezes perder o seu rumo. 
Pense nisto no seu próprio contexto. Muitos de nós perdem de vista a sua verdadeira identidade, associando-a a coisas materiais. Definimo-nos através das roupas que vestimos, do carro que conduzimos ou da casa onde vivemos. Somos consumidos pelas buscas diárias que revestem o nosso ego - que o fazem sentir-se alternadamente pobre (devido à falta de coisas materiais) e cheio de uma fanfarronice falsa e um poder superficial (devido à acumulação de coisas materiais).
Assim sendo, sentimo-nos desligados da parte mais profunda da nossa identidade. Esquecemo-nos desse verdadeiro poder, do Eu transformador que se esconde por baixo da superfície e que está em contacto com os nossos ideais mais elevados, tanto a nível pessoal como planetário. Podemos passar uma vida inteira sem entrar em contacto com essa parte verdadeira de nós próprios e a fonte do verdadeiro poder. Esquecemo-nos de perguntar o que é que realmente queremos da nossa vida e, mesmo que o façamos, a maioria de nós não consegue passar da resposta mais simples. 
A maior parte das pessoas responde à pergunta do que realmente quer dizendo que deseja um salário mais elevado, um carro ou uma casa melhor. Outras, talvez um pouco mais ponderadas, dizem que querem enviar os seus filhos para as melhores escolas, rodeá-los de segurança e recursos e assegurar que eles têm futuros brilhantes. Mas se, à semelhança das crianças, continuarmos a perguntar-lhes «porquê», porque é que querem essas coisas, a maior parte acaba por responder que as quer porque parte do princípio de que atingir esses marcos é o que trará mais felicidade. Neste caso, a felicidade é um estado de satisfação, serenidade, segurança e estima. E ver que aqueles que amamos estão a salvo, seguros, satisfeitos e felizes também nos faz felizes. Por outras palavras, a felicidade é a chave. É o que procuramos, mesmo se criarmos uma elaborada caça ao tesouro para a atingir.
Embora os bens materiais maiores e mais caros possam ser símbolos de realização e sucesso, e a frequência das melhores escolas ou locais de trabalho prestigiados possa oferecer segurança, são falsos substitutos da verdadeira felicidade. As conquistas materiais e os símbolos de prestígio são antídotos que utilizamos contra os males que o ego nos causa. A felicidade em si e a busca dela, ajudando os outros a atingi-la, são qualidade do Eu superior. Ao acedermos e ouvirmos os nossos Eus superiores, começamos a compreender o que realmente queremos. Somos relembrados de que a felicidade é uma maneira de estar que alcançamos da melhor forma dando-a e recebendo-a alternadamente. 
Quando têm de lidar com desafios sérios, algumas pessoas reagem com medo, ao passo que outras se sentem encorajadas. E a coragem é, afinal de contas, uma qualidade que deriva do à-vontade com a incerteza. As pessoas que estão confortáveis com a incerteza e não se sentem intimidadas pelo momento raramente têm medo e nunca permitem que seja esta a emoção predominante a servir de base às suas decisões.
Quais são os maiores medos na sua vida? Os medos advêm geralmente de traumas de infância, de sentimentos de abandono ou vulnerabilidade não resolvidos. O medo do fracasso, por exemplo, é muito comum - não corresponder às expectativas no trabalho ou nos relacionamentos. Qualquer que seja o caso, o medo é sempre o maior obstáculo que nos impede de aceder à verdadeira fonte do nosso poder.
Existe um poder enorme na intrepidez - a oportunidade de experimentar verdadeiramente o mundo tal como ele é, sem pré-requisitos, expectativas ou necessidade de validar cada momento através da imposição de um juízo de valor sobre ele." - Deepak Chopra

quarta-feira, 17 de agosto de 2016




"Tentamos guiar os nossos filhos automaticamente, com base nas nossas próprias experiências. Muitas vezes, é um esforço para mantermos o ambiente que nos rodeia estável. A orientação que lhes damos é uma forma de afastarmos os nossos próprios medos e também para tornarmos realidade o que perspectivamos para eles.
Todos os jovens têm sonhos e muitos desses sonhos não são consistentes com os desejos ou expectativas das suas famílias. Algumas famílias vão encorajar os jovens a seguirem os seus próprios caminhos. E algumas famílias vão sentir insegurança e ansiedade quando os filhos começam a traçar rumos que são vistos como "diferentes"." - Daniel Gottlieb

terça-feira, 16 de agosto de 2016




"Tudo o que é conhecido já aconteceu. Agir apenas dentro do âmbito do conhecido cria apego à certeza e, embora tal possa produzir uma falsa sensação de conforto e segurança, é algo que na realidade impossibilita a evolução emocional, pessoal e espiritual. 
O desconhecido existe no domínio das possibilidades. De facto, o desconhecido é, por definição, uma esfera de potencial infinito e manifesta-se constantemente no conhecido a cada momento do presente. Por conseguinte, o momento presente é o ponto de junção entre o desconhecido e o conhecido, entre o não-manifesto e o manifesto. 
A consciência sem escolhas é a consciência que permite que a inteligência universal se expresse sem esforço e espontaneamente. Pense nos atletas olímpicos, nos grandes artistas, dançarinos, músicos, poetas ou líderes - pessoas comuns que se elevaram ao nível do extraordinário, permitindo que a consciência fluísse através delas. Para os atletas, é quando eles entram no «vazio» e tudo no sítio onde estão abranda. Conseguem pressentir o movimento seguinte do adversário ou visualizar onde é que a bola pode estar e colocar-se na melhor posição para lhe acertar. Essencialmente, eles tornam-se o jogo. Para os dançarinos, a música desvanece-se, os seus batimentos e ritmos fundem-se com os da própria Natureza e eles tornam-se um só com a sua dança. Estes exemplos mostram-nos pessoas que estão em contacto com a energia primordial da consciência. Todos nós temos o potencial para dominar esta aptidão e descobrir as dádivas do verdadeiro poder. 
Nesta condição, tomar espontaneamente as decisões certas e realizar espontaneamente as acções correctas são impulsos naturais. Neste caso, «espontaneamente» significa que as decisões não são condicionadas pelo fardo da memória ou em antecipação de uma resposta específica. Para os super-heróis, tal leva a uma revelação: «Eu uso as memórias, mas não permito que as memórias me usem.» 
Quando permitimos que as memórias nos usem, é fácil tornarmo-nos vítimas delas. Muitos de nós temos demónios escondidos no nosso interior que podem tornar o nosso progresso no caminho espiritual ou emocional um desafio. Muitas vezes, esses demónios podem ser fantasmas do nosso passado - relacionamentos tóxicos, experiências de abuso, medo da incerteza emocional - que nos inibem de aceitar novos desafios ou saltar para novos relacionamentos com abertura e vulnerabilidade. Porém, o nosso Eu super-heróico não é atormentado nem desencorajado por essa incerteza, abraçando-a em vez disso como uma oportunidade para dar uso à sua criatividade e procurar a redenção a cada momento.
As pessoas que possuem qualidades de verdadeiro poder não precisam de vestir um fato de licra nem uma capa vermelha para serem reconhecidas. Elas irradiam a sua confiança interior, projectando-a para o exterior na sua aparência. Como resultado, o poder é uma parte integral da sua pessoa, não uma característica ou particularidade que lhes é atribuída. Elas não sentem nenhum impulso para definir os músculos, encher o peito de ar ou dizer ao mundo: «Olhem para mim!» Na realidade, esse tipo de postura costuma ser uma máscara que esconde precisamente o oposto - uma profunda insegurança que requer uma reafirmação constante.
Pelo contrário, os verdadeiramente poderosos vivem num estado de serenidade permanente. Não têm receio do futuro, sentindo-se confortáveis com a incerteza e preparados em todas as alturas, com uma infinidade de escolhas à sua disposição, fornecidas pelo desconhecido. Não ficam a remoer nas suas mágoas, não sentem culpas pelo passado, nem ficam presos a antigos hábitos e circunstâncias. Isto não quer dizer que não sejam prudentes e ponderados, mas não se prendem a emoções e circunstâncias que já passaram e que não podem ser alteradas. O resultado é que a sua linguagem corporal demonstra o à-vontade com que interagem com o mundo. As pessoas poderosas sentem-se confortáveis consigo mesmas, preparadas a qualquer momento para o que quer que esteja à espreita no momento seguinte e confiantes na sua capacidade de reagir com criatividade e graciosidade a qualquer situação. Qual de nós não deseja dominar esta aptidão?" - Deepak Chopra

segunda-feira, 15 de agosto de 2016




"Reparei nalgumas coisas sobre as pessoas que dão e sobre aqueles a quem ajudam. A maioria esforça-se mais e finge ser mais forte do que, realmente, sentem ser. A maioria das pessoas que cuida, sente-se sozinha e incompreendida, menos importante do que as pessoas de quem cuidam. A frase que ouço frequentemente é:
- Como é que eu me posso queixar? Já viram o que a pessoa de quem gosto está a passar?
Cuidar de alguém também significa sentir-se culpado, indefeso e frustrado. Parece sempre que não estamos a fazer o suficiente para diminuir o sofrimento das pessoas. E, normalmente, é por acaso que temos essa responsabilidade. Um dia, estamos a viver as nossa vidas e, no dia seguinte, tudo parece em queda livre e nós somos responsáveis por manter as coisas equilibradas. Esta função torna-se nossa, quer a pessoa de quem cuidamos seja alguém que adoramos ou alguém com quem tenhamos uma relação conflituosa.
Muitas das pessoas que cuidam estão zangadas. E eu entendo-as! Qualquer pessoa que se sinta exausta, vai ficar zangada! Alguém que se sinta responsável por uma tarefa que acha que não será capaz de cumprir, vai ficar zangado. Muitos, zangam-se com aqueles de quem cuidam. Muitos zangam-se porque o seu sistema de suporte não lhes dá as respostas de que precisam. E muitos ficam zangados porque sentem que a vida que tinham ontem lhes foi roubada.
Muitas vezes, a pessoa de quem se cuida, quer seja um doente ou alguém de quem gostamos, também está zangado." - Daniel Gottlieb

domingo, 14 de agosto de 2016




"Aquilo que consideramos a nossa identidade neste momento é apenas um papel que a nossa consciência escolheu desempenhar neste ponto específico do tempo. Nós não somos os papéis que desempenhamos; somos a consciência infinita que escolheu como seu destino desempenhar uma infinidade de papéis. 
Esta é a diferença entre a nossa autoimagem e o Eu. A nossa autoimagem é transitória, efémera e impermanente, como uma espiral de fumo perdida no ar. O Eu é eterno, universal, omnisciente e transcende o espaço e o tempo. Não reconhece as fronteiras entre nós e os outros. O meu triunfo é o triunfo do outro. A minha tragédia é a tragédia do outro. E isto vai para além de mim e dos outros. Tudo o que está à nossa volta - as pessoas, a Natureza, o mundo em geral - faz parte da nossa comunidade, da nossa tribo, da nossa sociedade, de toda a Humanidade e do ecossistema colectivo dentro do qual existimos.
Tudo à nossa volta existe devido à nossa participação e interação com essas coisas. Assim que deixamos de interagir com o que quer que seja, que mostramos indiferença em relação a essa coisa ou simplesmente «fazemos um frete» - quer se trate de um relacionamento, uma actividade ou um objecto -, a partir daí ela começa a tornar-se cada vez menos relevante na nossa vida e a desaparecer. Em última análise, uma abordagem desapaixonada a qualquer coisa na vida gera banalidade, tédio e uma consequente morte emocional e até física.
Não pode haver transformação sem equilíbrio. Quando pretendemos que a nossa consciência esteja alerta, reactiva e em sintonia com o nosso meio envolvente, sem estar presa às nossas memórias ou experiências passadas, abraçamos mais uma vez a sabedoria da incerteza. Cada aptidão que aprendemos leva-nos a dar mais um passo em frente no nosso caminho para dominarmos todo o nosso potencial. 
No processo de aprendizagem da Lei da Transformação, adquirimos uma destreza emocional, psicológica e espiritual que é revigorante e fortalecedora. O que muitas vezes entrava esta consciência fundamental (afinal de contas, nós nascemos com ela) é a nossa autoimagem. Não são só os juízos de valor que criamos em relação ao mundo à nossa volta ( e às pessoas contidas nele), é a forma como nos qualificamos e percepcionamos, assim como às nossas acções." - Deepak Chopra

sábado, 13 de agosto de 2016




"As pessoas que são acusadas de serem controladoras, fazem-no devido à ansiedade que sentem em relação a perderem o controlo. As pessoas que são compulsivas com o trabalho, as limpezas, o álcool, as drogas, os bens materiais ou qualquer outra coisa, estão a demonstrar uma variante de um distúrbio de ansiedade. A insegurança é uma forma de ansiedade, tal como a timidez. As discussões matrimoniais, a condução agressiva, interromper as pessoas quando falam, tudo está relacionado com a ansiedade.
As regras, as rotinas e a previsibilidade são formas de manter a ansiedade sob controlo. Quanto maior é a ansiedade, mais nos prendemos a essas coisas. Porque mudança é igual a ansiedade.
Para nos sentirmos seguros, lá no fundo, todos queremos o que já temos. Por muito que nos queixemos, quando nos é dado a escolher, há algo dentro de nós que diz:
- Dá-me só o que eu tinha ontem." - Daniel Gottlieb

sexta-feira, 12 de agosto de 2016




"A transformação é uma força muito real e um processo activo nas nossas vidas. Por exemplo, a versão de si que está a ler estas palavras neste momento não é a mesma versão de quando comprou este livro nem a que acabará de o ler quando chegar ao fim. A um nível físico e atómico básico, o seu corpo está em constante movimento, reabastecendo-se e reinventando-se. O corpo não é uma estrutura, é um processo. A versão deste ano do seu corpo é um modelo reciclado do ano passado. Ao nível das moléculas e dos átomos, saiba que está reinventar-se constantemente, o que significa que tem uma pele nova todos os meses, um novo esqueleto a cada três meses, um novo revestimento do estômago a cada cinco dias e um novo fígado a cada seis semanas. O seu ADN, que armazena as memórias de milhões de anos, é reciclado a cada seis semanas em termos de carbono, hidrogénio, oxigénio e nitrogénio.
Da mesma forma, ao nível emocional também estamos em constante mudança devido a toda a trama de memórias, esperanças, desejos, relacionamentos e interações em que nos vemos envolvidos. Cada um deles influencia-nos de inúmeras maneiras, das reacções metabólicas que podem desencadear dentro de nós às escolhas que nos podem levar a fazer e que alteram o curso das nossas vidas. Porém, a maior parte de nós não tem consciência desta condição interminável de mudança, por isso a evolução não é uma evolução activa; em vez disso, é oscilante e acaba por ser vítima dos altos e baixos da nossa disposição e do estado emocional dos que nos rodeiam. Ou seja, ficamos presos à criação dos nossos limites. As nossas acções e crenças ficam limitadas pela nossa perspectiva. Ficamos convencidos das nossas próprias incapacidades, ou de que temos razão, ou de que o mundo de alguma forma nos quer prejudicar. Qualquer que seja o limite específico, o resultado final é que, sem a Lei da Transformação, ficamos estagnados e teremos sempre de lutar para mudar.
Em termos espirituais, a transformação não tem a ver apenas com ganharmos consciência de nós próprios, mas também com aliarmos o nosso conhecimento à percepção maior da interligação fundamental de todas as coisas. Significa então estar pronto para ver e experimentar o mundo de um número infinito de perspectivas. É a capacidade de transformar e depois ver e experimentar o mundo não só do nosso ponto de vista individual, mas também de todos os outros pontos de vista.
A forma como percepcionamos o mundo determina a forma como interagimos com ele, as escolhas que fazemos e, em última análise, o que definimos como real.
Existe um ditado no Oriente que diz o seguinte: «A realidade é um acto de percepção.» Quando nos tornamos conscientes dessa percepção, adquirimos o controlo da nossa realidade. A capacidade de dominarmos a nossa percepção, ou ponto de vista, é a arte de nos metamorfosearmos, uma das qualidades centrais dos super-heróis, mas também algo que todos estamos habilitados a fazer." - Deepak Chopra

segunda-feira, 8 de agosto de 2016




"Já reparei que a maioria dos humanos está a tentar perceber o que está errado e a mudá-lo. Quer o nosso objectivo seja reparar o que achamos que precisa de ser arranjado, para, efectivamente, escondermos o nosso defeito ou para, finalmente, encontrarmos segurança ou amor incondicional, a maioria de nós trabalha muito para fazer mudanças. E a maioria de nós, quando não somos bem sucedidos nesse esforço, fazemos o que eu fiz: esforçamo-nos ainda mais. 
Quando nos tentamos mudar, o foco da nossa perspectiva de vida torna-se mais estreito. Quando mais auto-críticos somos, mais auto-absortos nos tornamos.
A maioria de nós tem uma parte do cérebro que observa o nosso próprio comportamento. Mas os observadores ligados ao nosso cérebro não são nem objectivos, nem compreensivos. Têm mais tendência para nos julgar, sempre a lembrar-nos de que não somos suficientemente bons. E, por isso, criticamo-nos, julgamo-nos, trabalhamos mais, dormimos menos ou afastamos as pessoas de quem gostamos...
A maioria das pessoas que eu conheço aceita este juízo como correcto! Consideram-no o "ego ideal" - a voz que nos diz como sermos a pessoa que achamos que devemos ser. Outros chamam consciência a essa voz crítica. Em geral, todos crêem que essa voz crítica está cheia de poder e de sabedoria.
Eu vejo-o de forma um pouco diferente. O que descobri é que a voz no cérebro não é a voz de nenhum observador sensato. Em vez disso, é a voz das nossas próprias ansiedades e inseguranças a dizer-nos que, se formos diferentes, vamos deixar de nos sentir inseguros. Encaro essa voz crítica como uma criança assustada que diz:
- Faz isto ou faz aquilo e aqueloutro... e talvez, depois, fique tudo bem.
Em vez de levar essa voz crítica a sério, tente ouvi-la como uma parte ansiosa da sua personalidade que precisa de ser acalmada. Precisa de estabilidade, e não de obediência.
A verdade é que, se conseguirmos sentir-nos confortáveis com quem somos, em vez de com quem achamos que devemos ser, então, vamos sentir-nos menos inseguros." - Daniel Gottlieb

domingo, 7 de agosto de 2016




"Pondere o seguinte. O que define a sua experiência de "eu sou" ou "eu existo"? O ar, as árvores, o sol e a terra não são tão vitais para a sua existência como o seu coração, os seus pulmões, o seu fígado e os seus rins? Você poderia existir na ausência de algum deles? A sua existência e ligação ao ecossistema vão para além de palavras e expressões bonitas; são um verdadeiro atributo do grandioso desígnio do Universo e, num nível mais subtil, são o campo unificado de consciência. 
A capacidade de praticar a Lei da Transformação devolve-nos à nossa essência - um estado de ser inocente - porque nos impede de ficarmos presos a juízos de valor. É assim que os artistas vêem o mundo. Eles não definem os objectivos de mundo como independentes de si próprios. Uma taça de fruta, um pôr do Sol fantástico, um monumento impressionante - tais coisas ganham vida através da interação do artista com elas. Os artistas dão-lhes vida através da sua mera percepção delas. Essa é a natureza interligada do Universo, e quando nos apercebemos de que tudo na nossa vida só existe devido à nossa interação com as coisas, retiramos dessa percepção uma enorme sensação de poder. Como consequência, somos nós que temos de orquestrar aquilo que queremos e que não queremos nas nossas vidas." - Deepak Chopra

sábado, 6 de agosto de 2016





"Ao longo dos anos, aprendi que nós, humanos, temos tendência a ser mais felizes onde pertencemos, em vez de tentarmos chegar a algo que não é, realmente, quem somos. 
Muitos pais têm um medo terrível de que os seus filhos se limitem a ser, nada mais, nada menos, do que médios. E, quando os pais dizem "médio", soa a uma palavra feia. Fazemos  tudo o que está ao nosso alcance para não permitirmos que os nossos filhos se sentem no meio, porque simplesmente não queremos que eles sejam "apenas" médios.
É por isso que os pais se preocupam. Queremos que os nossos filhos trabalhem mais, façam melhor, por isso planeamos mais actividades e aulas para preenchermos os seus "tempos livres". O que é pena nisto tudo é que, ao fazê-lo, criamos um mundo em que as crianças estão sujeitas a uma enorme pressão para serem sempre excelentes. Os estudantes do secundário já estão a trabalhar nos seus currículos académicos para a faculdade. Quando as crianças são pressionadas para a excelência, nunca chegam a experimentar as lições maravilhosas que nós aprendemos com os falhanços.
Se alguma vez se cansar de estar sempre à frente ou se sentir sozinho quando lá chegar, será sempre bem-vindo se voltar para trás. Há muito espaço e nós somos pessoas simpáticas." - Daniel Gottlieb

quinta-feira, 4 de agosto de 2016




"A principal crença falsa partilhada pela maioria das pessoas é a de que existem limites no Universo. Isto não é verdade pela simples razão de que todos os limites são uma construção da mente. A maior parte de nós olha-se ao espelho e vê reflectida uma imagem de quem pensamos que somos. Talvez a algum nível subtil saibamos que aquela imagem também é fruto de uma selecção de memórias, de experiências boas e más, e uma projecção da pessoa que nos consideramos ser. Essa imagem reflectida reforça a nossa autoimagem, que na maior parte das vezes resulta numa continuação dos nossos padrões comportamentais e numa rígida noção de identidade que tem dificuldade em evoluir com o tempo. 
Isto é um facto científico. O nosso corpo encontra-se numa permanente troca dinâmica com todos os outros seres vivos, incluindo plantas e animais, e com a terra, o ar e a água através da respiração, da digestão, do metabolismo e da eliminação. Todos fazemos parte de um único corpo. Os nosso corpos também fazem parte de um único campo energético em uníssono com o campo energético universal. O campo energético é igualmente um campo de informações universais que se fixam sob a forma de pensamento através dos relacionamentos. A nossa respiração e a atmosfera do planeta Terra formam uma coisa só. Uma respiração, um campo de energia e informação, um corpo, uma mente e uma consciência. Por outras palavras, ao nível mais profundo, somos todos um só." - Deepak Chopra

quarta-feira, 3 de agosto de 2016




"Nós mantemo-nos agarrados às nossas teorias porque é tudo o que temos. Para largarmos alguma coisa em que sempre acreditámos, é necessário dar um salto no escuro: acreditar nalguma coisa que é desconhecida. E acho que a tarefa para todos nós é termos fé na nossa própria resistência. Quando isso acontece, ficamos perante muitas mais possibilidades." - Daniel Gottlieb

terça-feira, 2 de agosto de 2016




"Para alcançarmos a paz nas nossas vidas diárias e aspirarmos a uma consciência superior, é crucial encontrarmos e mantermos o frágil equilíbrio entre o ser, o sentir, o pensar e o fazer. Reconhecer e salvar a sua própria sombra das masmorras da sua psique - e depois dar-lhe um uso criativo através de uma sobriedade consciente - é a forma mais eficaz de praticar a Lei do Equilíbrio.
Quando praticada, esta lei tem o potencial de mudar a forma como pensamos e agimos. Conseguimos sair da onda de barulho que nos rodeia e descobrir o nosso potencial para viver em harmonia connosco próprios e com o mundo. As nossas acções, decisões e pensamentos tornam-se pragmáticos e começamos a ver o mundo e o nosso lugar nele de uma perspectiva inteiramente nova. Como um super-herói por cima da Terra a olhar lá para baixo, também nós ganhamos de repente uma nova perspectiva.
Comprometa-se com o seu bem-estar físico e emocional. Cuide da sua forma física; integre algum tipo de exercício cardiovascular no seu quotidiano. Preste também atenção à sua dieta e àquilo que consome para o seu corpo. Da mesma forma, no que toca ao seu corpo emocional, tome consciência dos relacionamentos e situações tóxicas em que se coloca e retire-os gradualmente da sua vida. 
Compreenda e mantenha uma relação saudável com o seu lado sombra. Identifique as características dos outros que criam em si stresse, resistência, repulsa, frustração e raiva. Elabore uma lista e depois reflicta sobre a presença delas em si. Da próxima vez que sentir uma destas emoções destrutivas a infiltrar-se, concentre-se nela e pondere as suas origens. Não se torne vítima das suas emoções. Aceite-as e pense em formas de as canalizar para coisas mais construtivas." - Deepak Chopra 

segunda-feira, 1 de agosto de 2016





"Desenvolver uma identidade faz parte de ser humano. Crianças com apenas três anos atravessam uma fase em que começam a fugir dos pais. Em geral, afastam-se numa distância curta, depois param e olham para trás, para ver se correm atrás deles. É claro que isto é só o início. O que eles começam a construir é uma identidade independente dos pais.
Nós estamos sempre a fazer isso: "Quem sou eu?", "Quem é que é suposto eu ser?", "Quem é que eu devia ser?".
Como é que respondemos a estas perguntas, num mundo que nos diz: "Sê tudo o que conseguires"? (Ou, como ouvi num anúncio, há pouco tempo atrás, "Ser suficientemente bom já não chega!"). Como é que encontramos a nossa identidade num mundo que insiste que a nossa identidade é definida pelos nossos feitos, pela nossa beleza, pelo nosso poder, pela nossa juventude?
As pessoas esforçam-se muito para ser quem acham que devem ser... e esforçam-se ainda mais para evitar tornar-se na pessoa que receiam vir a ser, a busca da identidade continua... e continua...
E é aqui que está a graça: a identidade é uma ilusão. Nós esforçamo-nos muito por consegui-la, mas é uma ilusão. Ter uma identidade é como ter uma mão cheia de água: no momento em que achamos que conseguimos agarrar-nos a algo, escorre-nos por entre os dedos. 
Quem é você neste momento? É um leitor; é um intelectual e um pesquisador. Neste momento. Que mais é neste momento? Provavelmente, alguém que procura informações que validem a sua ilusão de uma identidade, de um sistema de crenças. 
Mas todos estes rótulos podem mudar quando começar a fazer outra coisa, ou quando a sua mente se desviar noutra direcção, ou quando estiver noutro ambiente. Tudo muda, e isso inclui-o a si. Mas, mesmo assim, temos necessidade de encontrar a nossa identidade. Temos de ver o que nos faz sangrar e descobrir o que nos faz sarar. Temos de procurar as fronteiras onde começa e acaba o nosso poder. Tudo isto faz parte de fugir, olhar para trás e voltar a fugir. 
Parte da sabedoria é aprender que a identidade pode ser posta de parte. É quando nos apercebemos de que o pronome pessoal "eu" está escrito com tinta invisível." - Daniel Gottlieb