quinta-feira, 30 de abril de 2015



"A infelicidade ou a negatividade é uma doença do nosso planeta. A poluição exterior corresponde à negatividade interior. Está em todo o lado, não só nos sítios onde as pessoas não têm o suficiente para viver, mas sobretudo onde têm mais do que o suficiente. Será isto surpreendente? Não. O mundo rico ainda se identifica mais com a forma, ainda está mais perdido no conteúdo, mais preso ao ego. 
As pessoas acreditam que dependem do que acontece para serem felizes, ou seja, que são dependentes da forma. Não se apercebem de aquilo que acontece é a coisa mais instável do Universo. Muda constantemente. Olham para o momento presente como se este tivesse sido arruinado por algo que aconteceu ou que não deveria ter acontecido, ou como se mantivesse a sua imperfeição devido a algo que não aconteceu, mas que deveria ter acontecido. Deste modo, passa-lhes ao lado a perfeição mais profunda inerente à própria vida, uma perfeição que está sempre aqui, que está para além do que acontece ou não acontece, que se encontra para além da forma. Aceite o momento presente e descubra a perfeição mais profunda do que qualquer forma e que não foi tocada pelo tempo.
A alegria do Ser, que é a única felicidade verdadeira, não pode vir até si através da forma, ou seja, através de qualquer bem material, feito individual, pessoa ou acontecimento - através de qualquer coisa que aconteça. Essa alegria não pode vir até si - nunca. Ela emana da dimensão informe que existe dentro de si, da própria consciência e, por conseguinte, é una com quem você é." - Eckhart Tolle 


"Avaliarmo-nos demasiado a nós mesmos, ou avaliarmos constantemente as nossas atitudes, pode baixar o nosso estado de espírito. Pensar demasiado sobre se estamos a desempenhar bem ou mal as nossas tarefas afasta-nos do sentimento natural de amor-próprio e felicidade. Basta-nos observar as crianças para nos lembrarmos de que é natural sentirmos orgulho dos nossos esforços. Quando duvidamos de nós mesmos, perdemos o nosso sentido de autovalorização. Vivamos plenamente cada dia; desfrutemos de cada hora que nos é dado viver. Se todos vivêssemos assim, lucraríamos mais e não recearíamos as responsabilidades. Mais ainda, desfrutaríamos do processo." - Richard Carlson

quarta-feira, 29 de abril de 2015



"Na vida tudo aparenta  ser um relacionamento. Temos relacionamentos com tudo. Os relacionamentos que estabelece com os objectos, os alimentos, o tempo, os transportes e as pessoas reflectem, todos eles, o relacionamento que tem consigo mesmo. Este é grandemente influenciado pelos relacionamentos que teve com os adultos que o rodeavam, em criança. A forma como esses adultos reagiram a nós é, frequentemente, a forma como reagimos a nós mesmos agora, tanto negativa como positivamente.
Pense por um momento nas palavras que utiliza quando se autocritica. Não serão as mesmas palavras que os seus pais utilizavam quando ralhavam consigo? Quais eram as palavras eles utilizavam quando o elogiavam? Estou certa que utiliza as mesmíssimas palavras para se elogiar. Talvez nunca o tenham elogiado, e nesse caso não terá qualquer noção de como se elogiar a si mesmo e pensará, provavelmente, que não possui nada que seja digno de louvor. Não estou a culpar os nossos pais, porque todos nós somos vítimas de vítimas. Eles nunca poderiam ensinar-lhe o que não sabiam.
Os relacionamentos são espelhos de nós mesmos. Aquilo que atraímos reflecte sempre as qualidades que temos ou as nossas crenças a respeito de relacionamentos. Isto é verdadeiro quer se trate de um patrão, colega de trabalho, empregado, amigo, namorado, marido ou de uma criança. 
As coisas de que não gosta em relação a essas pessoas são as que você próprio faz ou não faz, ou aquelas em que acredita. Não as poderia atrair, ou tê-las na sua vida, se o modo como elas são não fosse de algum modo o complemento da sua própria vida." - Louise L. Hay


"Experimente fazer o seguinte durante algumas semanas, e veja como tal mudará a sua realidade: tudo o que pensar que as outras pessoas lhe estão a negar - estima, consideração, ajuda, atenção afectiva, etc. -, dê-lhes a elas. Não possui essas coisas? Aja como se as possuísse e elas aparecerão. Então, pouco depois de começar a dar, começará a receber. Você não pode receber aquilo que não der. O que sai de si determina o que entra. Você já tem tudo o que pensa que o mundo não lhe está a dar, mas se não permitir que isso flua para o exterior, nem sequer saberá que o possui. Isto inclui a abundância. A fonte de toda a abundância não se encontra fora de si. Faz parte de quem você é. No entanto, comece por reconhecer a abundância no exterior. Observe a riqueza da vida que existe à sua volta: ao sentir o calor do Sol na sua pele, ao contemplar as flores magníficas em exposição à porta de uma florista, ao dar uma dentada num fruto suculento ou ao ficar ensopado debaixo de uma copiosa chuva caída do céu. A abundância da vida reside em cada passo que der. O reconhecimento dessa abundância que existe ao seu redor desperta a abundância adormecida dentro de si. Depois, deixe-a sair. Ao sorrir para um estranho, já se verifica uma pequena saída de energia. Você torna-se um dador. Pergunte a si mesmo regularmente: «O que posso dar aqui? Como posso ser útil para esta pessoa, para esta situação?» Você não tem de possuir nada para se sentir abundante, embora as coisas venham com certeza até si no caso de se sentir abundante consistentemente. A abundância só chega àqueles que já a possuem. Isto parece quase injusto, mas obviamente que não é. É uma lei universal. Tanto a abundância como a escassez são estados interiores que se manifestam como a nossa realidade." - Eckhart Tolle

terça-feira, 28 de abril de 2015



"Esquecemo-nos com facilidade de que todos os seres humanos têm oscilações do estado de espírito. Se tivermos presente que até a pessoa mais encantadora sofre variações anímicas, não tomaremos os ataques de maneira tão pessoal; esses ataques não nos são dirigidos. Os estados de espírito são uma realidade da vida e toda a gente, sem excepção, conhece os seus altos e baixos. Além do mais, quando o nível do ânimo é baixo, as pessoas dizem e fazem coisas que nunca sonhariam dizer ou fazer quando se encontram bem emocionalmente.
Isto não significa que devemos aceitar que os outros nos tratem mal, mas que, na nossa mente e no nosso coração, devemos ser tolerantes para com a realidade psicológica dos estados de espírito. Quando aceitamos que as oscilações de ânimo são inevitáveis, deixamos de as levar de maneira tão pessoal." - Richard Carlson


"Frequentemente, as coisas que achamos que estão «erradas» connosco são somente a expressão da nossa individualidade. São a nossa singularidade e aquilo que nos torna tão especiais. A natureza nunca se repete. Desde o início dos tempos, nunca houve sobre o planeta dois flocos de neve ou duas gotas de chuva que fossem iguais. E cada margarida é diferente de todas as demais. As nossas impressões digitais são diferentes e nós somos diferentes. É suposto sermos diferentes. E quando conseguirmos aceitar esse facto, deixará de haver competição e comparação. Tentar ser iguais a outra pessoa é diminuir a nossa própria alma. Viemos a este planeta para exprimirmos quem nós somos." - Louise L. Hay 

segunda-feira, 27 de abril de 2015



"O mundo certifica-se sempre de que não nos enganamos durante muito tempo no que se refere a quem realmente pensamos ser, mostrando-nos aquilo que é verdadeiramente importante para nós. O modo como reagimos às pessoas e às situações, sobretudo quando surgem desafios, é o melhor indicador do quanto nos conhecemos a nós mesmos. 
As pessoas muito inconscientes vivem o seu próprio ego através do seu reflexo nos outros. Quando nos apercebemos de que aquilo a que reagimos nos outros também se encontra dentro de nós (e, por vezes, apenas dentro de nós), começamos a ter consciência do nosso próprio ego. Quando tal acontece, é possível que nos apercebamos de que estávamos a fazer aos outros o que pensávamos que os outros nos estavam a fazer a nós. Então, deixamos de nos considerar vítimas." - Eckhart Tolle


"Independentemente se sermos viciados na busca de reconhecimento, no álcool ou em qualquer outra substância, o primeiro passo para a recuperação consiste em estabelecer serenidade na nossa vida. Sentirmo-nos serenos ou satisfeitos é a base da mudança positiva, ao passo que a insegurança, condição oposta à serenidade, é a panela dos vícios. Quando desfrutamos de serenidade, é possível e agradável eliminar os maus hábitos, mas sem ela a mudança é difícil, quando não impossível. Como consequência, qualquer tentativa de nos libertarmos de um vício sem primeiro nos sentirmos satisfeitos com a nossa própria vida é como tentar atracar num barco que está a naufragar; pode-se permanecer à tona, mas só à custa de um esforço constante e absurdamente difícil." - Richard Carlson

domingo, 26 de abril de 2015



"Aquilo que a maior parte das vezes nos recusamos a entender é que agarrarmo-nos ao passado - qualquer que tenha sido e por mais terrível - SÓ NOS MAGOA A NÓS. A «eles» tanto faz. Usualmente «eles» nem sequer têm consciência do que se passa. Apenas nos estamos a magoar a nós próprios ao recusarmo-nos a viver plenamente neste momento.
O passado acabou e não pode ser alterado. Este é o único momento que podemos viver. Mesmo quando nos lamentamos acerca do passado, apenas revivemos a nossa memória do passado neste momento, perdendo nesse processo a experiência real do momento presente." - Louise L. Hay


"O ego não é apenas a mente inconsciente, a voz que existe dentro da nossa cabeça e que se faz passar por nós, mas também as emoções inconscientes que são a reacção do corpo ao que a voz que reside dentro da nossa cabeça nos diz.
A voz que existe dentro da nossa cabeça conta-nos uma história em que o corpo acredita e à qual reage. Estas reacções constituem as emoções. Por sua vez, as emoções devolvem energia aos pensamentos que as criaram. Este é o ciclo vicioso entre pensamentos e emoções inconscientes que dá origem ao pensamento emocional e à criação emocional de histórias." - Eckhart Tolle

sábado, 25 de abril de 2015



"Quando sentirmos felicidade, não pensemos nela; se o fizermos, desaparecerá. Se compreendermos a dinâmica da nossa mente, isto não será um problema. Quando reconhecermos a presença da serenidade na nossa vida, ela irá acompanhar-nos durante cada vez mais tempo; e quando perdemos esse sentimento, poderemos recuperá-lo cada vez mais rapidamente. A chave consiste em compreender esta dinâmica e em não pensar nela. Reconheçamos simplesmente este sentimento, sem o analisarmos. Pensar requer sempre esforço, ainda que pouco; em contrapartida, sentir a felicidade não requer nenhum esforço. Com efeito, trata-se mais de abandonar a infelicidade do que de perseguir a felicidade.
«Abandonar» no sentido de não dar atenção aos nossos pensamentos - não energicamente, mas suavemente.
A expressão «A felicidade está dentro de nós» é um lugar-comum, mas é verdadeira. A felicidade é o caminho, é a única resposta de que precisamos. Quando compreendermos os nossos próprios processos mentais, começaremos a compreender e a sentir com toda a naturalidade a beleza do que rodeia a nossa vida. Quando prevalecerem, em nós mesmos, os sentimentos positivos, o que possa ter sido motivo de preocupação e trabalho agora parecer-nos-á insignificante, e as coisas simples e belas que durante tanto tempo nem sequer captámos - as crianças a brincar, a brisa fresca, as pessoas que ajudam os outros - passarão a ser vistas com olhos de apreço. Quando fazemos da felicidade a nossa meta, senti-la-emos, apesar de tudo o que nos rodeia. Quando compreendermos como encontrar a alegria, deixaremos de albergar pensamentos que nos afastem de uma meta tão extraordinária.
A felicidade é agora; a vida não é um teste para uma data mais tarde, mas tem lugar aqui e agora. Esta condição invisível da felicidade que todos temos procurado ao longo da vida encontra-se à nossa disposição aqui mesmo, num simples sentimento." - Richard Carlson


"É daquelas pessoas que quando se levantam de manhã e vêem que está a chover, exclamam «Oh, mas que dia miserável!»?
Não é um dia miserável. É apenas um dia molhado. Se vestirmos a roupa adequada e mudarmos de atitude, podemos divertir-nos muito. Se a nossa crença for realmente de que dias de chuva são dias miseráveis, acolheremos sempre a chuva com um coração pesaroso. Combateremos o dia em lugar de nos deixarmos fluir com aquilo que estiver a acontecer no momento.
Se quisermos ter uma vida cheia de alegria, temos de ter pensamentos alegres. Se quisermos uma vida próspera, temos de ter pensamentos de prosperidade. Se quisermos uma vida plena de amor, temos de ter pensamentos de amor. Aquilo que emitimos mental ou verbalmente regressa a nós na mesma forma." - Louise L. Hay 

sexta-feira, 24 de abril de 2015



"A maior parte dos pensamentos que as pessoas têm são involuntários, automáticos e repetitivos. Não passam de uma espécie de energia mental estática sem qualquer objectivo real. Rigorosamente falando, nós não pensamos: os pensamentos são algo que nos acontece. A afirmação «Eu penso» implica uma vontade. Pressupõe que temos algo a dizer em relação a alguma coisa, que fizemos uma escolha. Para um grande número de pessoas, este ainda não é o caso. «Eu penso» é uma afirmação tão falsa como «Eu digiro» ou «Eu faço o meu sangue circular». A digestão acontece, a circulação sanguínea acontece, o pensamento acontece.
A voz que existe dentro da nossa cabeça tem vida própria. A maior parte das pessoas está à mercê dessa voz, o que significa que são dominadas pelo pensamento, pela mente. Uma vez que a mente é condicionada pelo passado, as pessoas são obrigadas a revivê-lo vezes sem conta. O termo empregue no Oriente para este condicionamento é o karma. Quando nos identificamos com esta voz, é claro que não o sabemos. Se soubéssemos, deixaríamos de ser dominados por ela, pois só somos verdadeiramente dominados quando confundimos a entidade dominadora com quem somos, ou seja, quando nos transformamos nela." - Eckhart Tolle



"É melhor ter expectativas do que sentir ansiedade, mas nenhum destes dois estados é sinónimo de felicidade. Pensar no futuro e ter metas está correcto, mas não devemos cometer o erro de confundir estes pensamentos e metas com o sentimento não complicado e incondicional próprio da felicidade: esse sentimento de gratidão que experimentamos aqui e agora, sem outra razão que não seja o facto de estarmos vivos.
É frequente vivermos um momento de felicidade precisamente depois de termos alcançado algo que desejávamos. Ao contrário do que geralmente se acredita, isto não acontece por termos satisfeito um desejo, mas por termos afastado a nossa atenção daquilo que necessitávamos. Mas logo que voltemos a concentrar a nossa atenção nalguma coisa que desejamos ou que nos faz falta, a sensação de bem-estar abandona-nos e começamos a sentir-nos, outra vez, descontentes. A mente começa novamente a procurar alguma coisa que nos seja exterior e que lhe proporcione satisfação, perpetuando-se desta forma o ciclo da infelicidade. Se obter o que desejamos - seja o que for - fosse a causa da felicidade, todos nós seríamos felizes. Mas, recordemo-nos das inúmeras vezes em que alcançámos o que queríamos e, no entanto, a felicidade não permaneceu. Não quero dizer que não devemos ter metas ou desejos; só que a felicidade deve estar em primeiro lugar. Qualquer resultado diferente dela é bem-vindo e maravilhoso, mas, por si só, um desejo satisfeito não gera felicidade." - Richard Carlson 

quinta-feira, 23 de abril de 2015



"O amor é a cura milagrosa. Amarmo-nos a nós próprios faz milagres na nossa vida.
Não estou a falar de vaidade ou arrogância ou presunção, porque isso não é amor. É apenas medo. Falo sobre ter um imenso respeito por nós próprios e gratidão pelo milagre dos nossos corpos e das nossas mentes. Para mim, o «amor» é estima de uma intensidade tal que me enche o coração até estoirar e transbordar. O amor pode ir em qualquer direcção." - Louise L. Hay


"Não procure a felicidade. Se a procurar, não a encontrará, pois a busca é a antítese da felicidade. A felicidade é sempre esquiva, mas a libertação da infelicidade é atingível agora mesmo, se encarar as coisas como elas realmente são, em vez de inventar histórias sobre elas. A infelicidade encobre o seu estado natural de bem-estar e paz interior, a fonte da verdadeira felicidade." - Eckhart Tolle  

quarta-feira, 22 de abril de 2015



"A felicidade é um estado mental, e não um conjunto de circunstâncias. É um sentimento de serenidade do qual podemos desfrutar sempre, e não algo que devemos procurar. Na realidade, a felicidade nunca se consegue encontrar «procurando-a», pois se assim o fizéssemos, iria parecer que se encontra fora de nós mesmos. A felicidade não está fora de nós." - Richard Carlson

terça-feira, 21 de abril de 2015



"O tempo é um factor em viagem, um dos mais cruciais, embora não fosse importante quando comecei a viajar na juventude, e mais tarde na meia-idade: nessa altura, eu julgava que tinha todo o tempo do mundo. As minhas viagens não tinham fim. «Não sei ao certo quando voltarei», costumava eu dizer à minha família. Desaparecia nos países e passava tanto tempo incontactável que parecia ter-me evaporado. Não fazia ideia para onde ia, mas era uma alegria andar a circular e descobria sempre lugares onde queria viver - um grande incentivo nas viagens, a sensação de que eu podia descobrir uma nova casa." - Paul Theroux


"É preciso sermos honestos connosco próprios para percebermos se ainda guardamos mágoas, se ainda existe alguém na nossa vida a quem não tenhamos perdoado totalmente: um «inimigo». Se este for o caso, é necessário tomar consciência da mágoa tanto ao nível dos pensamentos como das emoções; ou seja, é preciso ter consciência dos pensamentos que alimentam a sua mágoa e das emoções que os acompanham, da resposta do seu corpo a esses pensamentos. Não tente libertar-se da mágoa. Tentar libertar-se, tentar perdoar, não funciona. O perdão acontece naturalmente quando se apercebe de que o único intuito do perdão é reforçar uma falsa noção de identidade, ou seja, manter o ego no seu lugar." - Eckhart Tolle

segunda-feira, 20 de abril de 2015



"Por que razão algumas pessoas conseguem tirar da cabeça as experiências infelizes, enquanto outras se dedicam a pensar nelas e a utilizá-las como desculpa para inibir ou imobilizar as suas vidas? A resposta é que algumas pessoas compreendem melhor do que outras os processos do pensamento e a memória. Há os que compreendem que, quando pensamos nalguma coisa, seja passado ou futuro, aquilo em que pensamos ganha vida, como se estivesse a acontecer nesse mesmo momento. Quanto mais no fixarmos e nos concentrarmos no pensamento, mais real nos irá parecer. Deixar que o tempo passe para conseguir «superar» algum facto doloroso não tem outro objectivo que não seja ajudar-nos a esquecê-lo. Não há prazos preestabelecidos para esquecer as experiências difíceis. Quando compreendemos a dinâmica do pensamento, damo-nos conta de que uma recordação é só uma recordação, tenha acontecido há oito anos ou há oito minutos. Se o passar do tempo fosse o factor determinante, toda a gente superaria a dor em simultâneo; mas sabemos que não é assim.
Que se passa com os problemas relacionados com o passado? Se os nossos problemas antigos e feridas só são reais na nossa memória, porque é que têm de continuar a bloquear-nos no presente? Não precisa de ser assim! Qualquer situação dolorosa por que tenhamos passado - pais possessivos, um divórcio, dificuldades económicas, abuso sexual em criança ou outra coisa - não nos deve impedir, agora, de gozarmos a vida, se compreendermos que é a nossa memória que nos está a fazer reviver esses acontecimentos, e nada mais do que a nossa memória. Se aprendermos a deixar de nos assustarmos com os nossos próprios pensamentos, estaremos a encaminhar-nos para uma vida mais feliz, sejam quais forem as situações por que passámos. O que nos liberta das circunstâncias do passado não é o passar do tempo, mas a nossa capacidade para esquecer os problemas, que, por sua vez, se baseia na nossa compreensão do processo do pensamento.
Se, para conseguirmos superar as dificuldades, dependemos exclusivamente do passar do tempo, e não da nossa vontade e capacidade para pensar (ou para não pensar), teremos estabelecido uma relação de «causa e efeito» entre o tempo que decorre desde que se apresenta um problema e a sua solução. Se acreditarmos que precisamos de um período de tempo predeterminado para recuperarmos de um acontecimento doloroso, estaremos a assegurar a nossa infelicidade, pois durante a vida continuarão a aparecer situações que estarão fora do nosso controlo. Quando estabelecemos prazos arbitrários, legitimamos a convicção de que devemos recear os nossos pensamentos, de que somos vítimas do nosso passado e do que pensamos sobre ele. No entanto, não tem de ser assim." - Richard Carlson


"Existe algo de constringente e de claustrofóbico no facto de quem viaja estar limitado a ruínas cloacais e a becos sem saída urbanos. Eu tornara-me um viajante para ter a liberdade de vaguear, e nalgumas das minhas viagens mais difíceis sentira-me libertado pelo espaço e pela luz. Raramente viajei em cidades. Em geral, evitei-as - todas as cidades, não só em África, como também na Ásia e na América Latina. Por natureza, detesto cidades, considero a vida urbana desagradável, oculta e quase impenetrável. Para mim, até as maiores cidades são espaços de solidão e aprisionamento, onde as pessoas são estranhas umas para as outras." - Paul Theroux

domingo, 19 de abril de 2015



"O ressentimento constitui a emoção que acompanha o queixume e a rotulagem mental das pessoas, alimentando o ego com mais energia. Quando uma pessoa está ressentida, isso significa que se sente indignada, magoada ou ofendida. Ofendemo-nos com a ganância das outras pessoas, com a sua desonestidade, com a sua falta de integridade, com o que estão a fazer, com o que fizeram no passado, com o que disseram, com o que não conseguiram fazer, com o que deviam ou não deviam ter feito. O ego adora tudo isto. Em vez de perdoarmos a inconsciência dos outros, transformamo-la na sua identidade. Quem é que age desta maneira? A nossa inconsciência, o ego. Por vezes, a «falta» que detectamos noutra pessoa nem sequer existe. É um erro crasso de interpretação, uma projecção de uma mente condicionada para ver inimigos e para ter razão ou sentir-se superior. Outras vezes, a falta pode existir; porém, ao concentrarmos nela toda a atenção, excluindo por vezes tudo o resto, amplificamo-la. E assim fortalecemos em nós próprios aquilo que nos faz reagir quando algo acontece aos outros." - Eckhart Tolle



"A escolha é nossa; na realidade, em qualquer situação, temos sempre uma série de opções. Quanto mais demorarmos a afastar os pensamentos stressantes, mais difícil será regressar ao nosso estado mental natural. Com o tempo e com a prática, todos seremos capazes de chegar ao ponto em que reconheceremos, com clareza, os nossos pensamentos negativos antes que «nos queimem as mãos» e nos perturbem. Não esqueçamos que apenas um pensamento nos separa do bem-estar. 
Esta nova forma de compreender o stresse não alimenta a preguiça nem a apatia; na realidade, faz o contrário. Quanto mais calmos e satisfeitos nos sentirmos interiormente, e menos os nossos pensamentos nos perturbarem, mais produtivos e eficientes seremos em todos os aspectos da nossa vida." - Richard Carlson

sábado, 18 de abril de 2015



"Eu sempre mantivera a convicção de que, com tempo suficiente, é possível ir a qualquer lado. Basta viajar devagar, seguir o nosso caminho, fazer desvios, andar a pé sempre que necessário, apanhar boleias, levar a vida errante de um vagabundo. 
Este método funciona na maioria dos sítios. Não funciona em África, embora funcionasse outrora." - Paul Theroux


"Sempre que ocorre uma perda trágica, podemos resistir ou render-nos. Algumas pessoas tornam-se amargas ou profundamente rancorosas; outras tornam-se piedosas, sábias e amorosas. A rendição significa aceitar interiormente o que existe. Estamos abertos à vida. A resistência é uma contracção interior, um endurecimento da carapaça do ego. Estamos fechados. Qualquer acção cometida num estado de resistência interior (que também podemos designar por negatividade) criará mais resistência exterior, e o Universo não estará do nosso lado; a vida não nos irá ajudar. Se as persianas estiverem corridas, a luz do Sol não consegue entrar. Quando nos rendemos interiormente, quando nos entregamos, abre-se uma nova dimensão de consciência. Se for possível ou necessário agir, a nossa acção estará alinhada com o todo e será apoiada pela inteligência criativa, a consciência incondicionada com a qual nos tornamos unos se estivermos receptivos interiormente. As circunstâncias e as pessoas começam então a ajudar-nos, a cooperar connosco. As coincidências acontecem. Se não for possível agir, confiaremos na paz e na serenidade interior que surgem quando nos entregamos." - Eckhart Tolle  

sexta-feira, 17 de abril de 2015



"As relações começam todas em nós próprios. Quando conseguimos manter no nosso interior um sentimento positivo, abrimos a porta ao respeito mútuo, à comunicação sincera e a um verdadeiro sentido do amor. Quando a nossa vida está cheia de alegria, temos algum tempo para partilhar com outras pessoas. Quando nos sentimos bons, não precisamos de ser críticos nem defensivos, pois não nos sentimos ameaçados pelos outros." - Richard Carlson


"A intensidade de uma viagem - má comida, deslocações difíceis, autocarros lentos, tempo quente, população local trocista - pode induzir um tipo de isolamento que provoca episódios de alienação semelhantes a experiências imaginárias. Eu penso: Estarei a imaginar isto? E não tenho resposta, porque ninguém ouve a pergunta. Mas depois encontro alguém a quem perguntar." - Paul Theroux

quinta-feira, 16 de abril de 2015



"Não é ansiando por coisas prontas, completas e concluídas que o amor encontra o seu significado, mas no estímulo a participar da génese dessas coisas. O amor é congénere da transcendência; não é senão outro nome para o impulso criativo e, como tal, carregado de riscos, pois o fim de uma criação nunca é certo.
Em todo o amor há pelo menos dois seres, cada um deles a grande incógnita na equação do outro. É isso que faz o amor parecer um capricho do destino - aquele futuro estranho e misterioso, impossível de ser descrito antecipadamente, de ser realizado ou protelado, acelerado ou interrompido. Amar significa abrir-se ao destino, à mais sublime de todas as condições humanas, em que o medo se funde com o regozijo numa amálgama irreversível. Abrir-se ao destino significa, em última instância, admitir a liberdade no ser: aquela liberdade que se incorpora no Outro, o companheiro no amor. «A satisfação no amor individual não pode ser atingida... sem a humildade, a coragem, a fé e a disciplina verdadeiras», afirma Erich Fromm - apenas para acrescentar adiante, com tristeza, que numa «cultura na qual são raras essas qualidades, atingir a capacidade de amar será sempre, necessariamente, uma rara conquista.»
E assim é numa cultura consumista como a nossa, que favorece o produto pronto para uso imediato, o prazer passageiro, a satisfação instantânea, resultados que não exijam esforços prolongados, receitas testadas, garantias de seguro total e devolução do dinheiro. A promessa de aprender a arte de amar é a oferta (falsa, enganosa, mas que se deseja ardentemente que seja verdadeira) de construir a «experiência amorosa» à semelhança de outras mercadorias, que fascinam e seduzem exibindo todas essas características e prometem desejo sem ansiedade, esforço sem suor e resultados sem esforço.
Sem humildade e coragem não há amor. Estas duas qualidades são exigidas, em escalas enormes e contínuas, quando se ingressa numa terra inexplorada e por cartografar. E é a esse território que o amor conduz quando se instala entre dois ou mais seres humanos." - Zygmunt Bauman 



"Para a pessoa feliz, a fórmula para a felicidade é bastante simples: apesar do que se passou o ano passado, a semana passada ou esta manhã bem cedo - ou o que vai acontecer esta tarde, amanhã ou dentro de três anos -, a felicidade encontra-se agora mesmo, no momento presente. As pessoas felizes reconhecem que a vida não é mais do que uma série de momentos presentes que vivem, um atrás do outro. Compreendem e apreciam o passado, porque lhes ensinou muito sobre como viver no momento presente; por extensão, consideram que o futuro é a continuação da série de momentos presentes que lhes falta viver. As pessoas felizes compreendem que agora mesmo, este momento actual, é quando se vive realmente a vida." - Richard Carlson

quarta-feira, 15 de abril de 2015



"Se andarmos sozinhos na estrada, precisamos de ser encorajados de qualquer maneira, e mesmo que as observações sejam ilusões, são ilusões necessárias à nossa existência. E se não formos vivificados por fantasias - aqui estou eu neste carro velho a atravessar o mato, aqui estou eu no seio de um povo tribal envolvido num ritual - a experiência será desmoralizadora. Mas a vaidade implícita incomodava-me, porque ser um fantasista em viagem é apenas autocontemplativo, e muito se perde na tradução.
Procuro algo sobre que escrever, porque é essa a natureza desta viagem, e talvez da maioria das viagens: ver algo novo, um estímulo; satisfazer a curiosidade, um prazer; seguir um itinerário, uma narrativa. Mas por trás de tudo isto, e sobretudo a alimentar a fantasia, está a necessidade de o viajante se encontrar em liberdade num sítio exótico, estar longe, criar uma narrativa de risco e descoberta, imitar os hábitos dos antigos viajantes, descobrir semelhanças e diferenças. 
O meu viajante ideal é a pessoa que vai à maneira antiga e laboriosa ao encontro do desconhecido, e é esta convicção que subjaz à minha viagem e me impele. Quero ver as coisas como elas são, ver-me como eu sou." - Paul Theroux


"(...) E assim vocês aprendem com a experiência de outros, reciclada pelos especialistas, que é possível procurar «relacionamentos de bolso», de que se «pode dispor quando necessário» e depois tornar a guardar. Ou que os relacionamentos são como a vitamina C: em altas doses, provocam náuseas e podem prejudicar a saúde. Tal como no caso deste remédio, é preciso diluir as relações para que se possa consumi-las. Ou que os CCSs - casais semi-separados - merecem louvor como «revolucionários que romperam a bolha sufocante dos casais». Ou ainda que as relações, da mesma forma que os automóveis devem passar por revisões regulares para termos a certeza de que continuarão a funcionar bem. No todo, o que aprendem é que o compromisso, e em particular o compromisso a longo prazo, é a maior armadilha a ser evitada no esforço de «relacionamento»." - Zygmunt Bauman

terça-feira, 14 de abril de 2015



"A felicidade está dentro de nós, mas encontra-se oculta pelos nossos pensamentos negativos, pela nossa «estática mental». Em vez de procurarmos descobrir qual é o caminho que conduz à felicidade, deixemos simplesmente de pensar em tudo aquilo que nos preocupa e aborrece, e dediquemos a nossa atenção a alguma coisa que suscite em nós esse estado natural no qual predominam os sentimentos positivos. Isto não significa que devemos fingir que os problemas não nos preocupam; apenas significa que compreendemos onde têm origem os nossos sentimentos, tanto os positivos, como os negativos.
Compreender a origem dos nossos sentimentos permite-nos utilizá-los como o guia que na realidade são. Se a nossa experiência interior da vida não é agradável, saberemos que somos nós mesmos quem está a criar a nossa própria infelicidade, através do nosso sistema de pensamento. Saberemos reconhecer e valorizar as opções a nosso favor: fazer a mudança mental permite-nos deixar da lado as preocupações, abandonar a nossa forma de pensar «habitual» e recuperar o nosso estado natural de bem-estar." - Richard Carlson


"Todos os viajantes sérios chegam a este momento crítico de dúvida, de indiferença, e param na estrada, uma vez por outra. A pergunta seguinte consistia em saber se valia a pena continuar. Eu nunca me tinha sentido tão velho, um estrangeiro bem visível num local onde ninguém se parecia comigo, nem por sombras, uma presa fácil. Talvez isto contribuísse bastante para eu compreender a vulnerabilidade de uma minoria, mas justificaria o esforço?" - Paul Theroux

segunda-feira, 13 de abril de 2015



"Albert Schweitzer disse: «Não há religião mais nobre do que o serviço humano. Trabalhar para o bem comum é o maior credo.» E os chineses da Antiguidade acreditavam que «fica sempre uma fragrância na mão que lhe oferece rosas». Uma das maiores lições para se ter uma vida extremamente gratificante consiste em passar de uma vida gasta na busca do sucesso para uma vida dedicada a encontrar um significado. E a melhor forma de arranjar um significado é colocar a si mesmo a seguinte questão: «Como me posso tornar útil?»
Todos os grandes líderes, pensadores e humanitários trocaram uma vida de egoísmo por uma vida de altruísmo, e, ao fazê-lo, encontraram a felicidade, a abundância e a satisfação que desejavam. Todos eles compreenderam aquela verdade acerca da humanidade: não é possível perseguir o sucesso; o sucesso é uma consequência. Surge como o involuntário, mas inevitável derivado de uma vida passada a servir as pessoas e a contribuir para a qualidade do mundo.
Mahatma Gandhi compreendeu melhor do que a maioria das pessoas a ética do serviço. Num episódio memorável da sua vida, quando atravessava a Índia de comboio, ao abandonar a carruagem onde viajava, um dos seus sapatos caiu para uma zona nos carris praticamente impossível de alcançar. Em vez de se preocupar em reavê-lo, fez algo que espantou os seus companheiros de viagem: descalçou o outro sapato e atirou-o para o lugar onde o primeiro se encontrava. Interrogado acerca dos motivos desta atitude, respondeu: «Agora a pobre alma que encontrar o primeiro terá um par para usar.»" - Robin Sharma 


"Talvez o maior equívoco consista em acreditar que a meta a atingir é «controlar» os nossos pensamentos. Não é. A meta é compreender o que é o pensamento: uma capacidade que todos temos e que molda a nossa realidade de dentro para fora. Nem mais, nem menos. O que, de longe, determina a qualidade da nossa vida não é o que pensamos, mas a relação que mantemos com os nossos próprios pensamentos, a forma como os produzimos e como lhes respondemos." - Richard Carlson

domingo, 12 de abril de 2015



"Ler sobre um sítio distante pode ser uma satisfação, e podemos ficar agradecidos por sabermos o que se apurou na viagem sem a poeira no nariz e o sol a crestar-nos a cabeça, sem termos de suportar o incómodo e o atraso da estrada. Mas ler também pode constituir um forte estímulo para viajar. Foi o meu caso, desde o princípio. A leitura e a agitação - a insatisfação em casa, um desagrado por estar entre paredes e uma noção de que o mundo real estava noutro lado qualquer - fizeram de mim um viajante. Se a Internet fosse tudo o que se diz que ela é, ficaríamos todos em casa e seríamos brilhantes, espirituosos e esclarecidos. No entanto, com tanta informação contraditória disponível, há mais razões para viajar do que nunca: ver mais de perto, cavar mais fundo, separar o verdadeiro do falso; verificar, cheirar, saborear, ouvir, e às vezes - o que é importante - sofrer as consequências desta curiosidade." - Paul Theroux


"Desencantar um pouco de tempo para si não é um acto egoísta. Reabastecer as suas reservas interiores permite-lhe dar mais, fazer mais e ser mais pelos outros. Reservar tempo para tratar da mente e do espírito mantê-lo-á equilibrado, entusiasmado e jovial. E tenha sempre presentes as palavras de L. F. Phelan: «A juventude não é uma fase da vida, mas sim um estado de espírito. As pessoas envelhecem quando deixam para trás os seus ideais e já não se identificam com o espírito da juventude. Os anos enrugam a pele, mas desistir do entusiasmo enruga a alma... A sua idade corresponde à idade do seu cepticismo, do seu receio, do seu desespero. A forma de se manter jovem consiste em manter jovem a sua fé. Mantenha jovem a sua esperança." - Robin Sharma

sábado, 11 de abril de 2015



"Todos os sentimentos negativos (e positivos) são uma consequência directa do pensamento. É impossível sentir ciúme sem antes ter pensado no ciúme, sentir-se triste sem antes ter tido pensamentos tristes, sentir ira sem antes ter tido pensamentos de ódio, sentir-se deprimido sem antes ter tido pensamentos depressivos. Isto parece evidente, mas se o compreendêssemos melhor, mais alegres e viveríamos num mundo mais feliz. 
Os efeitos nocivos do pensamento surgem quando nos esquecemos de que «pensar» é uma função da consciência, uma habilidade que os seres humanos têm. Somos nós os criadores dos nossos próprios pensamentos. Pensar não é uma coisa que nos ocorre, mas sim algo que fazemos; vem do nosso interior, não de fora. O que pensamos determina o que vemos, embora muitas vezes nos pareça o contrário." - Richard Carlson


"Há pessoas que coleccionam antiguidades, selos ou recordações dos Beatles. Eu colecciono travessias de fronteira, e as melhores foram aquelas em que tive de atravessar a pé, do Camboja para o Vietname, dos Estados Unidos para o México, do Paquistão para a Índia, da Turquia para a República da Geórgia. Para mim, uma fronteira representa a vida da maioria das pessoas. «Tornei-me estrangeiro», disse V. S. Pritchett, referindo-se às suas viagens. «Para mim, é o que um escritor é - um homem que vive do outro lado de uma fronteira.» É empolgante sair a pé de um país para outro, um simples peão que troca de país, atravessando a linha teórica que se vê nos mapas. 
Muitas vezes, uma fronteira é um rio - o Mekong, o Zambeze; ou uma cordilheira - os Pirenéus, os Ruwenzoris; ou uma súbita alteração na topografia - uma surpreendente transformação paisagística - o acidentado Vermont que se vai aplanando até ao Quebeque. Porém, com a mesma frequência - talvez a maior parte das vezes -, uma fronteira é irracional se bem que incaracterística, uma vastidão que dá pelo nome de Terra de Ninguém, uma faixa de terra ladeada por vedações. Mal se distingue um país do outro. Muitas vezes não existe uma diferença visível, como pode testemunhar qualquer migrante que atravessa o deserto de Sonora do México para o Arizona - o baldio cavalga a fronteira; se existe algum dramatismo, ele é imposto pelas autoridades, aumentado pela presença da polícia ou da Guarda Fronteiriça. Noutros casos, a fronteira é uma linha a tracejado, inventada e arbitrária, um conceito político que divide comunidades e povos, criando diferença e desarmonia. Suponho que o acto de atravessar uma fronteira a pé é a minha maneira de desfazer a diferença e procurar harmonia, embora somente na minha cabeça. É quase sempre um acto feliz, mesmo na escuridão da noite, que a burocracia e as inspecções tornam mais lento. Além disso, existe uma igualdade nas travessias pedestres das fronteiras: não há primeira classe, não há faixa para pesados, não há tratamento preferencial. Fazemos fila no escritório, carimbam-nos o passaporte, revistam-nos as malas e lá vamos nós, talvez para arranjar boleia do outro lado ou voltar a subir para o autocarro. Este só parte quando toda a gente está pronta, e, enquanto esperam, os viajantes arrastam os pés e falam sem parar." - Paul Theroux

sexta-feira, 10 de abril de 2015



"Uma das facetas mais extraordinárias do tempo é o facto de não o poder gastar antecipadamente. Por mais tempo que tenha desperdiçado no passado, a hora que se aproxima surgirá perfeita, impoluta e pronta para ser desfrutada ao máximo. Independentemente do que lhe aconteceu no passado, o seu futuro é imaculado. Compreenda que cada alvorada traz consigo a oportunidade de começar uma vida inteiramente diferente. Se assim o decidir, amanhã pode ser o dia em que começa a levantar-se mais cedo, a ler mais, a fazer exercício, a comer de uma forma saudável e a preocupar-se menos. Nas palavras do autor Ashleigh Brilliant: «A qualquer momento posso começar a aproximar-me da pessoa que sonho ser - mas que momento hei-de escolher?»
Ninguém o impede de abrir o seu diário e, numa página em branco, reescrever a história da sua vida. Neste minuto preciso, pode decidir como gostaria que ela se desenvolvesse, mudar as personagens principais e criar um novo final. A única questão é a seguinte: será que vai decidir fazer isso? Lembre-se de que nunca é tarde para se tornar a pessoa que sempre quis ser." - Robin Sharma


"É comum pensar-se que somos fruto das circunstâncias. Mas não é verdade. Pelo contrário, são as circunstâncias que revelam a pessoa. As nossas circunstâncias não nos definem; representam o nosso percurso individual - provas, desafios e oportunidades que facilitam o nosso crescimento pessoal, a aprovação e o afastamento. O nosso êxito como seres humanos não reside na quantidade de objectos que possuímos ou nos lucros que conseguimos. Também não reside na relação dos nossos sofrimentos no momento, mas sim na maneira como usamos o que possuímos e como enfrentamos os desafios, como transformamos o nosso caminho individual em crescimento e numa vida cheia de amor.
É possível que possamos descobrir o nosso destino, que criemos na nossa vida a «verdadeira magia», que façamos da nossa vida uma expressão da divindade, que retiremos o eu da nossa consciência e que consideremos o amor como a nossa prioridade. No entanto, para conseguirmos tudo isto, é indispensável estabelecermos dentro de nós um equilíbrio, um sentido de harmonia e imparcialidade. A felicidade não está no fim do caminho; encontra-se precisamente no princípio. E é ela que dá relevo à nossa vida espiritual." - Richard Carlson 

quinta-feira, 9 de abril de 2015



"Todas as viagens solitárias concedem uma espécie de licença especial que nos permite ser quem queremos ser. Há muitos países em perigo ou sítios cujo futuro está ameaçado. Estou a pensar na radioactiva Ucrânia, na anárquica Tchetchénia, nas superpopuladas Filipinas ou na tiranizada Bielorússia. Todos eles podiam ser ajudados, mas quando uma celebridade, um ex-presidente ou uma glamorosa figura pública deseja fazer uma aparição caridosa é quase sempre em África, por causa do exotismo - ou será o dramatismo do elevado contraste a preto e branco, ou o facto de ser hipnoticamente ininteligível? Em África, a licança do viajante é ilimitada, e a própria África amplia a experiência como mais nenhum continente é capaz de fazer." - Paul Theroux


"Há demasiadas pessoas a levarem vidas comezinhas. Há demasiadas pessoas a morrerem aos vinte anos e a serem enterradas aos oitenta. Lembre-se de que nada consegue impedir uma pessoa que recuse ser impedida. A maioria das pessoas não chega a falhar, apenas desiste de tentar. E maioria das limitações que o distanciam dos seus sonhos é auto-imposta. Por isso, livre-se das grilhetas do «pensamento redutor», atreva-se a sonhar com uma mudança em grande escala e aceite a ideia de que o fracasso para si não é uma opção. Tal como Séneca observou, «Não é por as coisas serem difíceis que não nos atrevemos, é por não nos atrevermos que ela são difíceis»." - Robin Sharma

quarta-feira, 8 de abril de 2015



"Vive no teu coração, pois a sua sabedoria nunca mente. Segue os incitamentos silenciosos do teu coração e serás conduzido em direcção ao teu destino.
Encara a vida com curiosidade. Ao abdicares do controlo, criarás um espaço para que as possibilidades entrem na tua vida e a encham de tesouros.
Cuida de ti. Faz algo todos os dias para alimentares a tua mente, corpo e espírito. Estes são actos essenciais de auto-respeito e amor-próprio.
Constrói ligações humanas. Dedica-te a aprofundar os laços com as pessoas que te rodeiam. Concentra-te em ajudar os outros a alcançarem os seus sonhos e preocupa-te mais com o serviço altruísta, em vez de com a autogratificação. Vieste ao mundo para enriquecê-lo e estarás a trair-te a ti mesmo, se esqueceres esta verdade.
Deixa um legado. O anseio mais profundo do coração humano é a necessidade de viver em nome de uma causa superior a si próprio." - Robin Sharma


"Quanto aos viajantes mais afoitos, os mochileiros e errantes, eu ainda não conhecera nenhum que tivesse mesmo atravessado a fronteira para Angola.
Apesar de o mundo conhecido ser muito visitado e locais distantes figurarem no itinerário dos turistas (Butão, as Maldivas, o delta do Okavango, a Patagónia), há sítios onde não vai nenhum estrangeiro. Os ricos viajam para pistas distantes, em África, em aviões fretados, com os seus próprios guias e chefs gourmet. Os outros viajam em grupo ou andam ao acaso, de mochila às costas. Todavia, há locais que não se vêem, inacessíveis ou demasiado perigosos. Muitos trilhos no mato não levam a parte nenhuma. E alguns países estão encerrados até ordem em contrário. A Somália, numa situação de anarquia, não é itinerário para ninguém excepto para os traficantes de armas. O Zimbabwe, uma tirania, não é hospitaleiro. E outros - o Congo é um bom exemplo - não têm estradas dignas deste nome." - Paul Theroux

terça-feira, 7 de abril de 2015



"É fácil cairmos na tentação de passarmos a maior parte dos nossos dias a fustigar-nos pelos erros cometidos no passado. Analisamos aquele relacionamento malogrado e revemos impiedosamente tudo aquilo que fizemos de errado. Ou então contemplamos aquela decisão profissional que nos saiu tão cara e remoemos o que podíamos ter feito correctamente. De uma vez por todas, deixe de ser tão duro consigo mesmo. É um ser humano e os seres humanos foram feitos para cometer erros. Desde que não continue a cometer os mesmo erros e que tenha a sensatez de permitir que o passado se mantenha ao seu serviço, está no caminho certo. Aceite os seus erros e prossiga o seu caminho. Mark Twain disse-o da seguinte maneira: «Devemos ter o cuidado de retirar de uma experiência apenas a lição que ela contém - e para por aí, ou então seremos como o gato que se senta em cima da escalfeta quente. Nunca mais se sentará em cima de uma escalfeta quente - o que é uma decisão acertada; mas também nunca mais se sentará em cima de uma escalfeta que arrefeceu.»
A conclusão de que todos cometemos erros e de que estes são essenciais para o nosso crescimento e progresso é libertadora. Deixamos de sentir a necessidade de sermos perfeitos e passamos a ver a nossa vida sob uma perspectiva mais saudável. Podemos começar a deslizar pela vida da mesma forma que o ribeiro de uma montanha desliza pela floresta frondosa, com força e, simultaneamente, graciosidade. Podemos finalmente estar em paz com a nossa verdadeira natureza. 
Seja mais benevolente consigo próprio e encare a vida como ela realmente é: um caminho de autodescoberta, de desenvolvimento pessoal e de aprendizagem constante." - Robin Sharma 


"Sê para ti mesmo verdadeiro. A melhor vida é a vida autêntica. Nunca te traias a ti mesmo. Retira a tua máscara social e tem a coragem pessoal de apresentar o teu verdadeiro eu ao mundo. O mundo ficará mais rico por isso.
Lembra-te de que colhemos aquilo que projectamos. As nossas vidas exteriores são apenas um reflexo das nossas vidas interiores. Lança luz sobre o teu lado negro. Torna-te ciente das falsas premissas, crenças limitadoras e medos que te mantêm tacanho, e o teu mundo exterior mudará." - Robin Sharma

segunda-feira, 6 de abril de 2015



"O principal era afastar-me fisicamente de pessoas que desperdiçavam o meu tempo com trivialidades. «Considero que a mente pode ser sistematicamente profanada pelo hábito de atribuir importância a coisas triviais», escreveu Thoreau no seu ensaio «Life Without Principle», «de tal modo que todos os nossos pensamentos podem ser eivados de trivialidade».
Ao afastar-me, eu queria frustrar os perseguidores e os importunos, ser inacessível e não viver às ordens dos que enviavam emails, faziam telefonemas e diziam «Ei, atingimos o prazo!» - o prazo de outras pessoas, não o meu. Viajar à vontade, longe do olhar ou do alcance de alguém, é a felicidade. Eu tinha conquistado esta liberdade: como acabara um romance pouco tempo antes e estava cansado de passar um ano e meio sentado à secretária, queria sair de casa - e não apenas sair, mas ir para bem longe. «O meu objectivo ao fazer esta viagem maravilhosa não é iludir-me mas descobrir-me nos objectos que vejo», escreveu Goethe no seu Diário Italiano. «Sobretudo, nada é comparável à nova vida que uma pessoa reflexiva experimenta quando observa um novo país. Embora continue a ser sempre eu, acredito que fui modificado até à medula dos ossos.»" - Paul Theroux 


"Um dos traços que mais respeito nas pessoas é a sua humildade. «A árvore que carrega mais frutos é aquele que se curva até ao chão», ensinou-me o meu pai quando eu era pequeno. E, excepções à parte, a experiência mostrou-me que esta afirmação é verdadeira - as pessoas que mais sabem, mais conseguiram e mais viveram são aquelas que estão mais perto do chão. Numa palavra, são humildes.
Há algo especial quando estamos em presença de uma pessoa humilde. A prática da humildade demonstra que respeita os outros e lembra-nos do quanto temos ainda para aprender. É um sinal, para aqueles que estão em seu redor, da sua abertura aos conhecimentos que têm para oferecer e da sua receptividade para ouvir o que têm a dizer." - Robin Sharma

domingo, 5 de abril de 2015



"Encara a tua vida como uma fantástica escola de crescimento. Todas as coisas que vives, quer sejam boas, quer difíceis, vieram ao teu encontro para aprenderes a lição que mais precisas de aprender nesta fase particular da tua evolução enquanto pessoa. Compreende esta verdade e pergunta a ti mesmo, respondendo em função do teu crescimento pessoal: «Que oportunidade é que esta pessoa ou situação representa?» Esta é uma grande fonte de paz interior." - Robin Sharma