terça-feira, 30 de junho de 2015



"Atribuir um valor ao estatuto
criará conflito.
Se sobrevalorizarmos os bens, 
as pessoas começam a roubar.
Se não exibirmos o que é desejável, faremos
com que o coração se mantenha sereno.

O sábio governa pelo esvaziamento da mente e do coração,
pelo enfraquecimento das ambições e 
pelo fortalecimento dos ossos.

Pratica o não fazer...
Quando a acção é pura e generosa,
tudo ocupa o lugar perfeito que é o seu." - Wayne Dyer


"A vida é basicamente uma caminhada, uma jornada de consciência, uma busca de conhecimento. Mas poucas pessoas têm consciência desse processo de evolução, e ainda menos compreendem como ele funciona. Segue-se que muitíssimas pessoas estão já, inconscientemente, envolvidas num processo de crescimento de consciência!
Damos um grande salto qualitativo quando aprendemos que a nossa vida é por natureza uma evolução, e começamos a entender o que isso significa. À medida que esse entendimento cresce, podemos decidir aceitar a vida como um processo de consciencialização e dedicar-nos a esse processo, concentrando-nos nele e procurando por todos os meios avançar mais rapidamente. Ao fazê-lo, quase sempre passamos a ter mais prazer na vida, encontrando uma satisfação e uma realização mais profundas do que julgávamos poder existir.
Resolver dedicar-se ao desenvolvimento da sua consciência é decidir prestar atenção e conhecer tudo o que possa sobre si mesmo, os outros, a vida e o Universo. Requer que se olhe a vida como uma experiência de aprendizagem, em que cada pequeno acontecimento pode ser visto como uma dádiva para nos ajudar a desenvolver ao máximo o nosso potencial.
Uma ironia da jornada da consciência é que a cada passo nos são revelados horizontes até aí ocultos. Aceitar a nossa ignorância anterior pode ser difícil e desagradável. Até verificarmos que com o passar do tempo a nossa vida se torna tanto mais plena quanto mais avançamos no caminho, a ignorância da rota pode causar-nos medo. Somos humanos, gostamos de saber onde estamos a cada momento. Gostamos de sentir que temos razão, que as nossas crenças são perfeitas, «verdadeiras», incontestáveis. Mas aprendemos na caminhada que o nosso crescimento está em mutação constante e que, à medida que a consciência evolui, encontramos a paz de espírito e a segurança que advém de abandonarmos a necessidade obsessiva de termos razão. Assim, uma das primeiras coisas que aprendemos ao começar a caminhada é a enfrentar a nossa ignorância. Como um farol nas trevas, a nossa consciência mostra-nos automaticamente áreas de que nada conhecemos. Só quando deixamos de nos censurar ou de nos punir pela nossa ignorância é que a caminhada poderá prosseguir sem entraves. É um processo que se desenrola num espírito de aceitação, compaixão e aventura. Devemos considerar-nos como crianças que estão a crescer e a aprender. Em certo sentido, todos somos crianças em processo de evolução, avançando ao seu ritmo individual. E nunca devemos esquecer que há tanto para aprender que nenhum de nós pode fazê-lo numa só vida,
É importante compreender que a jornada da consciência dura toda uma vida. Vai prolongar-se por toda a nossa vida presente. A consciência não é um destino a que finalmente se chega, é um percurso contínuo de aprofundamento e de expansão, uma caminhada que talvez não tenha fim. Equacionar a consciência como se de um produto se tratasse é tentador para aquele lado de nós que sonha com um remédio instantâneo, uma receita mágica. Não queremos ter de passar pelo sofrimento ou pelo desconforto. Não temos paciência para fazer auto-análise. Não queremos «perder tempo» a descobrir o nosso próprio caminho. Queremos uma figura de autoridade omnisciente e omnipotente que nos dê respostas e nos diga exactamente o que fazer. Queremos um cavaleiro espiritual de armadura branca que nos ponha à garupa e nos leve para longe das angústias e atribulações de sermos humanos. Queremos fazer as malas e embarcar para o país mítico da iluminação, e quanto mais depressa melhor. 
Infelizmente, não é assim que as coisas se passam. A jornada de um ser humano é muito mais complexa e envolve a livre aceitação de todos os aspectos da vida. Não é evitando, ignorando ou fugindo seja do que for que se encontra o caminho." - Shakti Gawain 

segunda-feira, 29 de junho de 2015



"Não precisamos dos outros para nos mantermos vivos, e sim para sermos verdadeiramente humanos: para sermos afectuosos, bem dispostos, para termos graça e sermos generosos. Até que ponto será genuína a minha capacidade de amar se eu não tiver alguém a quem amar, com quem me rir, a quem dedicar a minha ternura, alguém que deposite em mim a sua confiança? Posso amar uma ideia ou uma visão, mas não posso tomá-las nos meus braços. Se não houver alguém a quem possa oferecer os meus tesouros, em cujas mãos possa confiar os meus sonhos, que perdoe as minhas disformidades, as minhas aberrações, a quem possa dizer o indizível, então não sou humano. Serei apenas uma coisa, um instrumento em acção mas desprovido de música." - Hugh Prather


"Sob o céu, todos podem ver a beleza como beleza,
só porque existe a fealdade.
Todos podem reconhecer o bem como
bem, porque existe o mal.

O ser e o não-ser produzem-se um ao outro.
A dificuldade nasce da facilidade.
O comprido é definido pelo curto, o alto pelo baixo.
O antes e o depois acompanham-se.

Assim vive o sábio abertamente com uma dualidade aparente
e uma unidade paradoxal.
O sábio pode agir sem esforço
e ensinar sem palavras.
Cuidando das coisas sem as possuir,
trabalha mas não para obter recompensas;
compete, mas não para obter resultados.

Quando o trabalho está feito, é esquecido.
É por isso que perdura para sempre." - Wayne Dyer

domingo, 28 de junho de 2015



"É deixando circular livremente em nós a nossa força vital que melhor contribuímos para curar o mundo. O poder não vem apenas do que se diz ou faz: as nossa palavras e acções são veículos da nossa energia vital que age através de nós.
Quando entra numa sala alguém que está em contacto com a sua verdade pessoal, provoca um impacto nas vidas de todos os presentes, tão intensa é a força vital que dele emana. Não precisa de dizer ou de fazer nada, basta a sua presença. A nível consciente ou inconsciente, os outros sentem essa força e são afectados por ela. A força vital propaga-se, estimula a energia vital de cada um e começa a despoletar neles a mudança e o crescimento. Pode provocar uma crise curativa nas suas vidas. Todos se sentem crescer, e eis que alguém contribuiu para a cura deste planeta, provavelmente sem sequer o suspeitar." - Shakti Gawain


"Existirão encontros totalmente vãos?
Isto eu sei: não existem pessoas insignificantes.
Não pode afirmar-se, sobre quem quer que seja,
que essa pessoa não deveria estar aqui." - Hugh Prather

sábado, 27 de junho de 2015



"O Tao (Caminho) que pode ser enunciado
não é o Tao eterno.
O nome que pode ser pronunciado
não é o nome eterno.

O Tao tem nome e não tem, ao mesmo tempo.
Tal como nome não tem aquilo que é a 
origem de todas as coisas;
tal como tem a Mãe de 10 mil coisas.

Livre do desejo, pode ver-se o mistério;
preso ao desejo, vemos apenas as suas manifestações.
E o próprio mistério é a porta
aberta a toda a compreensão.


Deixe que tudo se desenrole à sua volta sem estar sempre a tentar compreendê-lo. Deixe, por exemplo, que as relações existam, porque tudo se desenvolverá segundo a ordem divina. Não tente, tão esforçadamente, fazer com que alguma coisa aconteça - limite-se só a deixar que aconteça. Não se esforce sempre por tentar compreender a pessoa com quem partilha a sua vida, os seus filhos, os seus pais e o seu chefe, ou seja quem for, porque o Tao está sempre em acção. Quando as suas expectativas se desmoronarem, pratique o tentar aceitar que assim seja. Descontraia-se, não se preocupe, permita que as coisas aconteçam e reconheça que alguns dos seus desejos são sobre o que pensa como deve ser o seu mundo e não sobre aquilo que ele, de facto, é, nesse momento. Torne-se um observador astuto: julgue menos e ouça mais. Utilize algum tempo para deixar a mente abrir-se ao mistério e à incerteza, que são tão fascinantes e que todos nós experienciamos.
O processo de dar etiquetas às coisas é aquilo que a maioria de nós aprendeu a fazer na escola. Estudámos arduamente para sermos capazes de definir correctamente as coisas e obter aquilo a que chamávamos «notas altas». A maioria das instituições de ensino insistiu em identificar tudo, o que levou a que pudéssemos ser classificados como diplomados, tendo o conhecimento de certas categorias específicas. Porém, sabemos, sem que ninguém nos diga, que não existe título, grau académico ou etiqueta específica que, verdadeiramente, nos defina. Do mesmo modo que a água não é a palavra água - tal como não é water, Wasser ou H2O -, nada no Universo é aquilo que é o seu nome. Apesar da interminável categorização que fazemos, nenhum animal, flor, mineral ou ser humano pode ser descrito com verdade. Do mesmo modo, o Tao diz.nos que «o nome que pode ser pronunciado não é o nome eterno». Devemos rejubilar na magnificência do que é visto e apreciado pelos nossos sentidos, em vez de estarmos sempre a memorizar e a categorizar." - Wayne Dyer




"Culpabilizar é partir do princípio negativo que alguma coisa má ou errada está a acontecer e que portanto alguém é culpado. Ser responsável, pelo contrário, exige que se encare cada situação como uma experiência de aprendizagem potencialmente valiosa: trata-se de aprender a apreciar a realidade que criámos, considerando os problemas dessa realidade como exercícios que podem ajudar-nos a crescer e a evoluir.
Não é culpa nossa a maneira como a nossa vida se desenrola. Culparmo-nos pela nossa realidade presente é o mesmo que culpar um acriança por ter dez anos em vez de vinte ou trinta. A evolução processa-se de modo natural. Fizemos o melhor que sabíamos fazer na altura. Uma das ironias da existência é que em cada momento temos apenas um conhecimento limitado acerca das nossas vidas, e só podemos tomar opções e decisões com base nesse conhecimento. Pedir mais do que isso a um ser humano é tão inútil e absurdo como pedir a um bebé de seis meses que nos explique o que quer em vez de chorar. A culpabilização é uma atitude estática, imobiliza-nos, impede-nos de avançar, enquanto a responsabilidade - a capacidade de responder - é dinâmica, é a própria essência da evolução." - Shakti Gawain

sexta-feira, 26 de junho de 2015



"Que medo nós temos do novo, do desconhecido! Gostamos de ficar enclausurados nos nossos hábitos diários, nas nossas rotinas, brigas e ansiedades. Gostamos de pensar segundo o velho padrão, tomar sempre o mesmo caminho, ver as mesmas faces e ter as mesmas aflições. Não gostamos de encontrar estranhos e, quando isso acontece, permanecemos distantes e perturbados. E que medo temos de encontrar um animal que não nos seja familiar! Movimentamo-nos no interior dos muros do nosso pensamento; e, quando nos aventuramos a sair, isso acontece ainda dentro de uma extensão desses muros. Nunca temos um acabar, estamos sempre a alimentar a continuidade. Carregamos, dia após dia, o fardo do ontem; a nossa existência é um longo e contínuo movimento, e as nossas mentes são apáticas e insensíveis." - J. Krishnamurti 


"Sei que na minha vida houve ocasiões, por exemplo, ao terminar um relacionamento, em que sofri muito e me convenci de que o meu mundo estava a desmoronar-se. Hoje, ao recordar esses momentos e ao situá-los no contexto da minha jornada, vejo como foram necessários e como abriram mais portas do que fecharam. Felizmente, à medida que a consciência evolui e compreendemos melhor o processo de crescimento, diminui a necessidade de aprender por meio de crises graves. Aprendemos a responder mais depressa aos sinais subtis com os quais a vida nos avisa que chegou o tempo da mudança. E como já passámos por períodos difíceis e vimos os resultados positivos, sentimo-nos um pouco mais confiantes. Torna-se mais fácil aceitar a mudança, abandonar o velho e acolher o novo. Mas mesmo assim é sempre assustador e difícil, e devemos ter uma grande compaixão por nós e por todos os que estejam a passar por uma crise curativa." - Shakti Gawain

quinta-feira, 25 de junho de 2015



"Um relacionamento baseado no amor, é aquele em que cada parceiro permite ao outro que seja como quiser, sem nada esperar ou exigir em troca. Trata-se de uma simples associação de duas pessoas que gostam tanto uma da outra que nenhuma delas alguma vez esperará que a outra seja algo que ela própria não gostaria de ser. É uma união baseada na independência, não na dependência. No entanto, este tipo de relacionamento é tão raro na nossa cultura que quase se tornou mítico. Imagine uma união com a pessoa que você ama, em que cada um de vocês pode ser exactamente como desejar. Agora, observe a realidade da maioria dos relacionamentos. Como é que esta dependência sinistra entra à socapa e estraga tudo?" - Wayne Dyer


"Como é difícil ao homem que possui ser livre! É muito difícil para o homem rico pôr de lado a sua riqueza. Só quando existem outras coisas mais aliciantes, é que ele é capaz de renunciar à reconfortante certeza de ser um homem rico; ele tem de procurar a realização da sua ambição em outro nível, antes de abandonar o que tem. Para o homem rico, dinheiro é poder. Ele é alguém que manipula o poder; poderá doar grandes somas de dinheiro, mas é ele quem dá. 
O conhecimento, o saber é uma outra forma de posse, e o homem que possui conhecimento satisfaz-se com ele; para ele, o saber é um fim em si. Tem a convicção de que o saber resolverá de alguma forma todos os nossos problemas, se puder ser espalhado, em bruto ou refinado, por todo o mundo. É muito mais difícil ao homem possuidor de saber libertar-se das suas posses do que ao homem rico pôr de lado as suas riquezas. É estranha a facilidade com que o conhecimento toma o lugar da compreensão e da sabedoria. Se temos informação sobre coisas, pensamos que as compreendemos; julgamos que ao sabermos ou termos informação acerca da causa de um problema, o problema se torna existente. Buscamos a causa dos nossos problemas, mas a busca em si significa o adiamento da compreensão. Muitos de nós conhecemos a causa; a causa do ódio não está oculta muito fundo, mas, ao procurarmos a causa, podemos a continuar a usufruir dos seus efeitos. Estamos interessados na harmonização dos efeitos, e não na compreensão do processo global. A maioria de nós apega-se aos problemas, pois, sem eles, sentir-nos-íamos perdidos; os problemas dão-nos algo que fazer, e as actividades relacionadas com os problemas enchem as nossas existências. Somos o problema e as respectivas actividades.
O tempo é um fenómeno estranho. Espaço e tempo são uma só coisa; um não existe sem o outro. Para nós, o tempo é extraordinariamente importante, e cada um atribui-lhe o seu significado pessoal. Para o selvagem, o tempo quase não tem significado, mas para o civilizado ele tem imenso significado. O selvagem esquece-se de um dia para o outro; mas se o homem instruído fizesse isso, era posto num hospício ou perderia o seu emprego. Para o cientista, o tempo é uma coisa; para o homem comum, é outra. Para o historiador, o tempo é o estudo do passado; para o corrector da bolsa, é a passagem do registo das cotações; para a mãe, é a memória do seu filho; para o homem exausto, é o descanso na sombra. Cada um traduz o tempo de acordo com as suas necessidades pessoais e as suas satisfações, moldando-o de modo a encaixá-lo na sua mente calculista. No entanto, não podemos passar sem o tempo. Para vivermos, o tempo cronológico é tão essencial como as estações do ano. Mas haverá tempo psicológico, ou será este uma conveniência ilusória da mente? Sem dúvida alguma, só existe o tempo cronológico, e tudo o resto é ilusório. Há o tempo de crescer e o tempo de morrer, o tempo para semear e o tempo para colher." - J. Krishnamurti 

quarta-feira, 24 de junho de 2015



"Os ensinamentos da Índia, dos Toltecas, dos Cristãos e dos Gregos - de sociedades do mundo inteiro - derivam da mesma verdade. Incentivam-te a reivindicar a Divindade e a encontrar Deus em ti. A abrires completamente o coração e a seres sábio. Imagina que mundo seria este se todos os seres humanos abrissem o coração e encontrassem  o amor que lá está dentro? Claro que somos capazes de fazer isso. Todos conseguimos, cada um à sua maneira. Não é preciso seguir ideias impostas - só tens de te encontrar a ti próprio e de te expressares à tua maneira. É isso que faz da tua vida uma arte. 
O medo do amor é um dos principais temores que fustigam os seres humanos. Porquê? Porque no Sonho do Planeta um coração partido significa "pobre de mim".
Talvez te perguntes: "Se realmente somos a Vida ou Deus, porque não o sabemos?" Porque nos programaram para não saber. Ensinaram-nos: "És um ser humano e estas são as tuas limitações." Depois, limitamos as nossas possibilidades com os nossos próprios medos. És aquilo que acreditas ser. Os seres humanos são magos poderosos. Se acreditares que és o que és, assim serás. E podes fazê-lo, porque és a Vida, Deus e a Intenção. Tens o poder de te tornar aquilo que és agora mesmo. Porém, o poder não está nas mãos da mente racional mas sim das tuas crenças. Tudo gira em torno da crença. A nossa existência - a nossa vida - assenta naquilo em que acreditamos. O sistema de crenças que criamos é como uma caixinha onde nos encerramos e de onde não podemos sair, por acreditarmos que não existe fuga possível. É essa a nossa situação. Os seres humanos é que criam os seus próprios limites e barreiras. Nós é que estabelecemos o que é ou não é humanamente possível. A crença passa a ser a nossa realidade." - Don Miguel Ruiz


"Um homem sábio é aquele que...
«Vive da acção e não da reflexão sobre a acção, nem da reflexão sobre aquilo que irá pensar quando acabar de agir... Sabe que a sua vida terminará por completo muito em breve; sabe, porque vê, que nada é mais importante do que tudo o resto... Assim, um homem sábio transpira e fica ofegante e, se olharmos para ele, é tal e qual um homem normal, excepto na loucura da sua vida, que está sob controlo. Nada havendo mais importante do que tudo o resto, o homem sábio escolhe qualquer acção e age como se isso fosse importante para si. A sua loucura controlada fá-lo dizer que aquilo que faz tem importância e o faz agir como se tivesse e, no entanto, ele sabe que não tem importância; por isso, quando cumpridos os seus actos, recolhe-se em paz, e se as acções foram boas ou más, se funcionaram ou não, isso é algo que não lhe diz, de forma alguma, respeito.»" - Carlos Castaneda 

terça-feira, 23 de junho de 2015



"As coisas que valem a pena não são para serem encontradas. Não podem ser compradas, elas têm de acontecer; mas isso não pode ser interesseiramente planeado. Não será verdade que tudo o que tem significado profundo sempre acontece, não tendo nunca sido produzido? O acontecer é importante, não o achar. Achar é comparativamente fácil, mas o acontecer é um assunto completamente diferente. Não que se seja difícil; mas a pressa de buscar, de encontrar, tem de parar por completo para o que acontecer tenha lugar. Encontrar implica perder; ter é perder. Possuir ou ser possuído leva a que nunca se seja livre para compreender." - J. Krishnamurti


"És a força que actua na tua mente e que tanto se diverte a brincar com o teu corpo. É por isso que aqui estás: para te divertires a brincar. Nascemos com o direito de ser felizes e de desfrutar da vida. Não estamos aqui para sofrer. Quem quiser sofrer que o faça, mas ninguém é obrigado a isso. Então, porque sofremos? Porque, constatando que o mundo inteiro sofre, presumimos que sofrer é normal. Então, criamos um sistema de crenças para apoiar essa "verdade". A nossa religião diz-nos que estamos aqui para sofrer e que a vida é um vale de lágrimas. Sofre agora, com paciência, para seres recompensado na morte. Por mais bonito que isso possa parecer, não é verdade.
Se escolhemos sofrer é porque aprendemos a sofrer. Se continuarmos a fazer as mesmas escolhas, continuaremos a sofrer.
Não é verdade que vais para o inferno ou para o céu, quando morreres. É no inferno ou no céu que vives agora. O céu e o inferno só existem ao nível da mente.
O céu e o inferno são aqui e agora. Não tens de esperar pela morte. Se assumires a responsabilidade pela tua vida e pelos teus actos, dominarás o teu futuro e poderás viver no céu ainda em vida." - Don Miguel Ruiz

segunda-feira, 22 de junho de 2015



"A justiça é um conceito exterior, uma forma de você evitar tomas as rédeas da sua vida. Em vez de considerar algo injusto, pode pensar no que realmente quer e depois dar os primeiros passos, começando por definir estratégias para atingir os seus objectivos, independentemente daquilo que qualquer outra pessoa do mundo queira ou faça. A verdade pura e simples é que toda a gente é diferente e não há quantidade de maledicência sobre o facto de os outros serem melhor sucedidos que você que origine mudanças interiores positivas. Terá de eliminar as referências dos outros e de deitar fora os binóculos que se centram naquilo que eles estão a fazer. Algumas pessoas trabalham menos e ganham mais. Outras são promovidas por favoritismo tendo você as capacidades desejáveis. O seu cônjuge e os seus filhos continuarão a agir de modo distinto do seu. Contudo, se você se centrar em si em vez de se comparar com os outros, não terá então oportunidade de se irritar com a falta de igualdade que constata. O pano de fundo de todas as neuroses consiste em tornar o comportamento dos outros mais importante do que o seu. Se você carrega consigo frases como «Se ele consegue, eu também deveria conseguir», organizará a sua rotina em função de outra pessoa e nunca criará a sua própria vida." - Wayne Dyer


"Em essência, como é simples a vida, e como a complicamos! A vida torna-se complexa, mas não sabemos ser simples com ela. A complexidade tem de ser abordada com simplicidade, porque, de contrário, nunca chegaremos a compreendê-la. Sabemos demais, e é por isso que a vida nos foge; e esse demais é tão pouco. Com esse pouco nos encontramos com o imenso; e como poderemos nós medir o imensurável? A nossa vaidade torna-nos indiferentes, a experiência e o conhecimento aprisionam-nos, e as águas da vida passam por nós. O amor não é complexo, mas a mente torna-o complexo. Funcionamos demasiado com a mente, mas não conhecemos os caminhos do amor. Conhecemos os caminhos do desejo e da vontade de desejo, mas não conhecemos o amor. O amor é chama sem fumo. Estamos demasiado familiarizados com o fumo; ele enche as nossas cabeças e corações, e a nossa visão está obscurecida. Não somos simples no encontro com a beleza da chama; torturamo-nos com ela. Não vivemos com a chama, acompanhando-a com agilidade aonde quer que ela nos conduza. Sabemos demasiado, o que é sempre escasso, e, com isso, queremos abrir caminho para o amor. O amor foge-nos, e ficamos com a moldura vazia. Aqueles que sabem que não sabem são os simples; eles vão longe, pois não transportam o fardo do saber psicológico acumulado." - J. Krishnamurti

domingo, 21 de junho de 2015



"Podes expressar a tua felicidade de milhões de maneiras, mas só tens uma forma de ser realmente feliz: amar. Não há outra. Não podes ser feliz se não te amares. É um facto. Se não te amares, não poderás ser feliz. Não podes partilhar o que não tens. Se não te amares, não podes amar ninguém. Mas podes sentir necessidade de amor e alguém precisar de ti - é a isso que os seres humanos chamam amor. Não é amor mas sim possessividade, egoísmo e controlo sem respeito. Não te iludas: isso não é amor. 
Só podes ser feliz se emanares amor. Amor incondicional por ti próprio. Total rendição a esse amor-próprio. Deixas de resistir à vida. Deixas de te rejeitar. Deixas de te culpabilizar e recriminar. Aceitas-te tal como és e aceitas os outros tal como eles são. Tens o direito de amar, de sorrir, ser feliz, partilhar o teu amor e não ter medo de receber amor." - Don Miguel Ruiz

sábado, 20 de junho de 2015



"Estamos condicionados de molde a procurar a justiça na vida e, quando esta não aparece, tendemos a sentir ira, ansiedade ou frustração. Na verdade, seria igualmente produtiva a busca da fonte da juventude ou de outro mito qualquer. A justiça não existe, nunca existiu e nunca existirá. O mundo não é, simplesmente, construído dessa maneira. Os tordos comem minhocas, o que não é justo para as minhocas. As aranhas comem moscas, o que não é justo para as moscas. Os pumas matam coiotes. Os coiotes matam texugos. Os texugos matam ratos. Os ratos matam escaravelhos. Os escaravelhos... Basta observar a Natureza para se aperceber de que não há justiça no mundo. Os tornados, as cheias, as ondas de grande impacto, as secas, todos estes fenómenos são injustos. Esta história da justiça é um conceito mítico. O mundo e as pessoas que o habitam continuam a ser diariamente injustos. Você pode escolher ser feliz ou infeliz, mas isso nada tem a ver com a falta de justiça que observa em seu redor.
Esta não é uma visão amarga da humanidade e do mundo mas sim uma descrição rigorosa da forma como o mundo é. A justiça é, pura e simplesmente, um conceito que quase não tem aplicabilidade, especialmente se faz parte das suas opções relativas à realização e à felicidade. Porém, muitos de nós (demasiados) tendemos a exigir que a justiça seja inerente às nossas relações com os outros: «Não é justo.»; «Não tens o direito de o fazer se eu não posso fazê-lo.»; e «Achas que eu te faria isso?». São estas afirmações que usamos. Exigimos justiça e usamos a falta dela como justificação para a infelicidade. O comportamento neurótico não é a demanda da justiça; esta apenas se torna uma zona errónea quando você se pune com uma emoção negativa quando não consegue descobrir o rasto da justiça que tanto procura em vão. Neste caso, o comportamento autodestrutivo não é a demanda da justiça mas sim a paralisação que pode resultar de uma realidade onde não há justiça." - Wayne Dyer  

sexta-feira, 19 de junho de 2015



"Conhecimento é condicionamento. Conhecimento não dá liberdade. Podemos saber construir um avião e fazê-lo voar até ao outro lado do mundo em poucas horas, mas isto não tem nada a ver com liberdade. O conhecimento não é um factor criativo, pois ele é contínuo, e aquilo que tem continuidade nunca pode levar ao implícito, ao imponderável, ao desconhecido. O desconhecido nunca pode ser vestido com o conhecido; o conhecido move-se sempre em direcção ao passado; o passado está sempre a ensombrar o presente, o desconhecido. Sem liberdade, sem a mente aberta, não existe compreensão. A compreensão não chega com o conhecimento. No intervalo entre as palavras, entre os pensamentos, está a compreensão; esse intervalo é silêncio inquebrável pelo conhecimento, é o que está aberto, o imponderável, o implícito.
Que vergonha sentimos se dissermos que não sabemos! Tapamos o facto de não sabermos com palavras e informação. Na verdade, não conhecemos a nossa mulher, o nosso vizinho; mas como poderia isso acontecer, se não nos conhecemos a nós mesmos? Possuímos montes de informação, de conclusões, de explicações acerca de nós mesmos, mas não damos atenção ao que é, ao implícito. Explicações, conclusões, apelidadas de «conhecimento», são um obstáculo à experienciação de o que é. Sem inocência, como pode existir sabedoria? Sem morrermos para o passado, como pode acontecer a renovação trazida pela inocência? Morrer momento a momento; morrer não é acumular; o experimentador tem de morrer para a experiência. Sem a experiência, sem o conhecimento, o experimentador não existe. Saber é, psicologicamente, ser ignorante; não saber é o começo da sabedoria." - J. Krishnamurti 


"Tens de perdoar as pessoas que te ferem, mesmo que, na tua mente, os seus actos sejam imperdoáveis. Perdoas não porque o merecem, mas porque não queres sofrer e ferir-te sempre que te recordas do que te fizeram. Não importa o que te fizeram; perdoas porque não queres sentir-te sempre doente. O perdão promove a tua própria cura mental. Perdoas porque tens compaixão por ti. O perdão é um acto de amor-próprio." - Don Miguel Ruiz

quinta-feira, 18 de junho de 2015



"Os homens moem e moem no moinho de um lugar-comum e nada dali sai senão o que foi introduzido. Contudo, no momento em que abandonam a tradição em nome de um pensamento espontâneo, a poesia, o espírito, a esperança, a virtude, o episódio portador de aprendizagem, todos eles correm então em seu auxílio." - Ralph Waldo Emerson


"Escutar é uma arte difícil de aprender, mas nela existe beleza e grande compreensão. Escutamos com os vários níveis do nosso ser, mas a nossa escuta é acompanhada de preconceitos ou é feita a partir de um determinado ponto de vista. Simplesmente, não escutamos; há sempre o ecrã interveniente dos nossos pensamentos, conclusões e preconceitos. Escutamos com prazer ou com resistência, com apego ou rejeição, não existindo o verdadeiro escutar. Para escutar, tem de haver tranquilidade interior, libertação em relação ao esforço de aquisição, tem de haver uma atenção descontraída. Este estado de alerta passivo permite ouvir o que está para além da conclusão verbal. As palavras confundem, elas são apenas um meio exterior de comunicação; mas, para se comungar para além do barulho das palavras, tem de existir, no escutar, uma passividade atenta. Os que verdadeiramente amam conseguem escutar; mas é extraordinariamente raro encontrar alguém que escute de facto. Muitos de nós buscamos resultados, lutamos por atingir objectivos; estamos perpetuamente agindo para dominar e conquistar, e, portanto, não escutamos. Só no verdadeiro escutar é que conseguimos ouvir a canção das palavras." - J. Krishnamurti

quarta-feira, 17 de junho de 2015



"Neste mundo, a verdade é relativa; está sempre a mudar, porque vivemos num mundo de ilusões. O que é verdade agora deixa de o ser daqui a pouco. E pode voltar a ser verdade. No inferno, a verdade também pode não passar de um conceito, de outra mentira que pode ser utilizada contra ti. É muito complicado, porque o nosso próprio sistema de negação é muito forte e poderoso. Há verdades a cobrir mentiras e mentiras a cobrir verdades. É como descascar uma cebola: vais descascando a verdade, até, por fim, abrires os olhos e perceberes que todas as pessoas, incluindo eu, mentem continuamente.
Não acredites em mim, não acredites em ti próprio e não acredites em mais ninguém. Ao não acreditares, farás tudo o que não for verdade esfumar-se neste mundo de ilusão. Tudo é como é. Não tens de justificar nem de explicar o que é verdade. A verdade não depende do apoio de ninguém. As tuas mentiras dependem de ti. Tens de criar uma mentira para sustentar a primeira mentira, outra mentira para sustentar essa e mais ainda para suportar todas elas. Crias uma enorme estrutura de mentiras e, quando a verdade aparece, tudo se desmorona. Mas é mesmo assim. Não tens de te sentir culpado por mentires.
Se deixarmos de acreditar nelas, as mentiras que sustentamos dissipam-se quase todas. O que não é verdade não sobrevive ao cepticismo, enquanto a verdade lhe sobrevive sempre. A verdade é a verdade, acredites ou não. O teu corpo é feito de átomos. Não tens de acreditar nisso. Acredites ou não, é verdade. O universo é feito de estrelas; é verdade, acredites ou não. Só a verdade sobrevive, incluindo os conceitos que tens acerca de ti próprio.
Na infância não podíamos escolher em que acreditar ou não acreditar. Agora, já não é assim. Na idade adulta, podemos fazer escolhas. Podemos acreditar ou não acreditar. Podemos até acreditar naquilo que quisermos, mesmo que não seja verdade. Podes escolher como viver a tua vida. E, se fores sincero contigo, saberás que tens toda a liberdade para fazer novas escolhas. 
Se estivermos dispostos a ver pelo olhar do amor, poderemos discernir algumas mentiras e abrir as feridas. Não obstante, as feridas estão cheias de veneno." - Don Miguel Ruiz


"«Dois caminhos divergiam num bosque, e eu - 
Eu escolhi aquele menos percorrido, 
Aquele que fez toda a diferença.»

A escolha é sua. A sua zona errónea de medo do desconhecido está à espera de ser substituída por actividades novas e excitantes, portadoras de prazer à sua vida. Você não tem de saber para onde vai - desde que vá pelo seu caminho." - Wayne Dyer

terça-feira, 16 de junho de 2015



"Como estamos presos ao passado! De facto, não estamos presos ao passado: somos o passado. E o passado é uma coisa complicada, com níveis e mais níveis de memórias não digeridas, umas agradáveis, outras feitas de mágoas. O passado persegue-nos dia e noite, e, ocasionalmente, há um interregno, que nos revela uma luz muito brilhante. O passado é como uma sombra que torna as coisas tristes e apagadas; nessa sombra, o presente perde a sua claridade, a sua frescura, e o amanhã é a continuação da sombra. O passado, o presente e o futuro estão atados uns aos outros pelo fio da memória; esse feixe é memória, com muito pouca fragrância. O pensamento move-se do presente para o futuro, regressando depois ao presente; como um animal irrequieto atado a um poste, move-se dentro do raio permitido pela corda, curto ou mais comprido; mas jamais se liberta da sua própria sombra. Este movimento é a ocupação da mente com o passado, com o presente  e com o futuro. A mente é a ocupação. Se a mente não estiver ocupada, ela cessa de existir; a própria ocupação é a sua existência. A ocupação com o insulto e com o elogio, com Deus e com a bebida, com a virtude e com a paixão, com o trabalho e com a expressão, com o armazenar e com o dar, tudo isto é a mesma coisa; é ocupação, é aflição, é agitação. Estar ocupado com alguma coisa, seja com a mobília ou com Deus, é um estado de mediocridade, de superficialidade." - J. Krishnamurti 


"O teu corpo é perfeito tal como é, mas todos temos conceitos sobre o certo e o errado, o bom e o mau, o bonito e o feio. Apesar de não passarem de conceitos, acreditamos neles e é esse o problema. Com a imagem de perfeição que temos em mente, esperamos que o nosso corpo pareça ou funcione de determinada maneira. Rejeitamos um corpo que nos é totalmente leal. Mesmo quando é condicionado por alguma limitação que o impede de fazer qualquer coisa, pressionamo-lo e ele ainda tenta fazer-nos a vontade.
Pensa no que fazes com o teu corpo. Se tu próprio o rejeitares, o que poderão as outras pessoas esperar de ti? Se aceitares o teu corpo, aceitas quase tudo e todos. Esta é uma questão muito importante, no que se refere à arte do relacionamento. A relação que manténs contigo reflecte-se na relação que manténs com os outros. Se rejeitares o teu corpo, sentes-te tímido na partilha de amor com o teu parceiro. Pensas: "Olhem para o meu corpo. Como pode ele amar-me com um corpo destes?" Rejeitas-te e presumes que a outra pessoa te rejeitará pelo mesmo motivo. E se rejeitares os outros será pelas mesmas razões que te autorrejeitas.
Para criar uma relação capaz de te levar ao céu, tens de aceitar completamente o teu corpo. Tens de o amar e de o deixar ser como é, dar e receber, sem timidez, porque "timidez" é medo.
Não faz mal nenhum que uma coisa seja bonita ou feia, alta ou baixa, leve ou pesada. Não faz mal nenhum que uma coisa seja uma estampa. Se atravessares uma multidão e te disserem "és tão bonito", podes responder "eu sei, obrigado", seguindo o teu caminho. Não te aquece nem te arrefece - a não ser que não te consideres bonito e alguém te diga que és. Nessa altura perguntarás: "Sou mesmo?" Se essa opinião te afecta, és presa fácil.
Essa opinião é o que julgas precisar, por creres que não és bonito.
O importante não é a opinião alheia mas sim a tua. Serás sempre bonito, independentemente do que a tua mente te disser. Isso é um facto. Não tens de fazer nada, porque já tens toda a beleza necessária. Para seres bonito não precisas de ter obrigações para com os outros. Cada um é livre de ver o que quiser. Por mais que os outros olhem para ti e te considerem bonito ou feio, se estiveres ciente da tua própria beleza, nenhuma das suas opiniões te afectará.
A inveja é também uma convicção que facilmente se quebra com uma tomada de consciência. Podes aprender a lidar com a inveja dos outros, porque a verdade é que todas as pessoas são bonitas. A única diferença entre a beleza de uma pessoa e a beleza de outra é o conceito de beleza de cada um.
És aquilo que acreditas ser. A única coisa a fazer é seres como és. Tens o direito de te sentir bonito e de desfrutar dessa sensação. Podes honrar o teu corpo e aceitá-lo tal como ele é. Não precisas que ninguém te ame. O amor vem de dentro. Vive em nós e está sempre connosco, mas esse muro de névoa impede-nos de o sentir. Só poderás apreender a beleza que te é exterior se sentires a beleza que te é interior." - Don Miguel Ruiz

segunda-feira, 15 de junho de 2015



"Há muito tempo atrás, você aprendeu como se desenvolvia um tema curricular ou como se escrevia um ensaio. Disseram-lhe que era preciso haver uma boa introdução, um desenvolvimento bem organizado e uma conclusão. Infelizmente, pode acontecer que você tenha aplicado a mesma lógica à sua vida e tenha acabado por considerar um tema todo o processo de se viver. A introdução foi a sua infância, durante a qual se estava a preparar para ser uma pessoa. O desenvolvimento é a sua vida adulta, organizada e planeada em função da sua conclusão, que é a reforma e um final feliz. Todo este raciocínio organizado impede-o de viver o seu presente. Viver de acordo com este plano implica ter a garantia de que tudo correrá bem para sempre. A segurança, esse plano final, é boa para os mortos. A segurança significa saber o que vai acontecer. A segurança significa ausência de excitação, de riscos e de desafios. A segurança significa ausência de crescimento e a ausência de crescimento significa morte. Além disso, a segurança é um mito. Enquanto for uma pessoa na Terra e o sistema continuar o mesmo, nunca poderá ter segurança. E, mesmo que não fosse um mito, seria uma forma horrível de se viver. A certeza elimina a excitação - e o crescimento.
A palavra "segurança", tal como aqui é usada, refere-se a garantias exteriores, a bens como dinheiro, uma casa e um carro, a refúgios como um emprego ou uma posição na sua comunidade. Todavia, existe um outro tipo de segurança que vale a pena perseguir: trata-se da segurança interior que o faz acreditar que consegue lidar com o que quer que seja que se torne proeminente. Esta é a única segurança duradoura, a única segurança verdadeira. As coisas podem partir-se, uma recessão económica pode levar o seu dinheiro, a sua casa pode ter um novo dono mas você, você pode ser uma rocha de auto-estima. Pode acreditar tanto em si e na sua força interior que as coisas ou os outros serão vistos como meros acessórios da sua vida, agradáveis, mas supérfluos." - Wayne Dyer


"Será o amor um ideal brilhante, algo inatingível a que só se chega se certas condições se cumprirem? Teremos tempo para se preencherem todas as condições? Falamos de beleza, escrevemos sobre ela, pintamo-la, dançamo-la, rezamos por ela, mas nós não somos belos, nem conhecemos o amor. Só conhecemos as palavras. Estar aberto e vulnerável é ser sensível; onde há retraimento, há insensibilidade. O que é vulnerável é «inseguro», está liberto do amanhã; o que está aberto é o implícito, o desconhecido. Aquilo que está aberto e vulnerável é belo; aquilo que se fecha é apático e insensível. A apatia, tal como a esperteza, é uma forma de auto-protecção. Abrimos uma porta, e fechamos outra, porque queremos que a brisa fresca passe só através de uma determinada entrada. Nunca abrimos todas as portas e janelas ao mesmo tempo. A sensibilidade não é uma coisa que se consiga através do tempo. Aquilo que é apático, estúpido, nunca pode tornar-se sensível; será sempre apático e estúpido. A estupidez nunca pode tornar-se inteligente. Esta é uma das nossas dificuldades, não é assim? Estamos sempre a tentar ser outra coisa - e a estupidez vai permanecendo." - J. Krishnamurti

domingo, 14 de junho de 2015



"Se disseres a outra pessoa que a amas e ela te responder "pois, eu não te amo", será isso razão para sofreres? O facto de uma pessoa te rejeitar não significa que tenhas de te rejeitar a ti próprio. Se uma pessoa não te amar, outra amará. Há sempre outra pessoa. E é melhor estares com alguém que queira estar contigo do que estares com alguém que tenha de estar contigo.
Deves focar-te na relação mais maravilhosa que tens: a que manténs contigo próprio. Não se trata de seres egoísta mas sim de teres amor-próprio. São coisas diferentes. És egoísta contigo próprio por não teres amor em ti. Tens de te amar e o amor acabará por crescer mais e mais. Assim, quando começares uma relação, não avanças só porque precisas de ser amado. Torna-se uma escolha. Podes escolher uma pessoa, se quiseres, e podes ver quem ela realmente é. Quando não precisas do amor dela, não tens de te iludir.
Se entrares numa relação em busca de drama, para seres ciumento, possessivo ou controlares a vida do teu parceiro, não para te divertires mas para sofreres, então, será isso que irás obter. Se entrares numa relação com egoísmo, à espera de que o teu parceiro te faça feliz, isso não irá acontecer e a culpa não é dele: é tua. Quando entramos numa relação, seja ela de que tipo for, é por querermos partilhar, fruir, divertir-nos e afastar o tédio. Se procuramos um parceiro é por querermos brincar, ser felizes e desfrutar do que somos. Não escolhemos um parceiro só para dar à pessoa que dizemos amar todo o nosso lixo, ou para lhe passar o nosso ciúme, o nosso egoísmo e a nossa raiva. Como pode uma pessoa dizer-te "amo-te" e, depois, maltratar-te, rebaixar-te, humilhar-te e desrespeitar-te? Por mais que tente convencer-te de que te ama, poderá isso ser amor? Quando amamos queremos o melhor para os nossos amados: porque havemos de lançar o nosso lixo sobre os nossos filhos? Porque havemos de os maltratar, devido aos nossos medos e veneno emocional? Porque havemos de culpar os nossos pais pelo nosso próprio lixo?" - Don Miguel Ruiz


"A sua abertura a novas experiências implica que desista da ideia de que é melhor tolerarmos algo que nos é familiar do que trabalharmos para mudar, porque a mudança está repleta de incerteza. Talvez você tenha adoptado a postura de que o seu eu (você) é frágil e facilmente estilhaçado se entrar em áreas onde nunca esteve antes. Isso é um mito. Você é uma torre de força. Não vai ruir ou partir-se aos bocados se se deparar com algo novo. Na verdade, você tem muito mais hipóteses de evitar o colapso psicológico se eliminar alguma da rotina e monotonia da sua vida. O tédio enfraquece e é psicologicamente doentio. Ao perder o interesse pela vida, você torna-se vulnerável. Se acrescentar um bocadinho de incerteza picante à sua vida, não optará pelo lendário esgotamento nervoso.
Você pode igualmente ter adoptado a mentalidade do «se é fora do vulgar, devo manter-me afastado», a qual inibe a sua abertura a novas experiências. Assim, se vê deficientes auditivos a utilizarem linguagem gestual, observa-os com curiosidade mas nunca tenta conversar com eles. Da mesma forma, quando você se depara com pessoas que falam uma língua estrangeira, em vez de tentar percebê-las e comunicar com elas de alguma forma, muito provavelmente afasta-se delas, evitando a grande quantidade de desconhecido que comunicar numa língua que não a sua implica. Há inúmeras actividades e pessoas consideradas tabu só porque são desconhecidas. Assim, homossexuais, travestis, deficientes motores e mentais, nudistas, etc., entram na categoria do obscuro. Você não sabe bem como agir, portanto opta por ignorá-las por completo. Também pode acontecer que você acredite que tem de haver uma razão para se fazer algo; de contrário, qual é a lógica de o fazer? Tudo isso são cantigas! Você pode fazer aquilo que quiser porque deseja fazê-lo, sem que haja outro motivo qualquer. Não precisa de ter uma razão para tudo o que faz. Procurar um motivo para tudo é o tipo de raciocínio que o impede de ter novas e excitantes experiências. Quando você era pequeno, conseguia estar a brincar com um gafanhoto durante uma hora, sem qualquer razão a não ser gostar de o fazer. Ou então subia ao topo de uma colina, ou fazia uma viagem exploratória à floresta. E porquê? Porque sim. No entanto, em adulto, tem de arranjar uma boa justificação para as coisas. Esta paixão pelas razões impede-o de se expandir e de crescer. Mas que felicidade, saber que nunca mais tem de se justificar por nada e a ninguém, inclusive a si próprio.
Emerson, a 11 de Abril de 1834, fez a seguinte observação, que anotou no seu diário:
«Quatro cobras, deslizando para dentro e para fora de um buraco, sem qualquer objectivo de que me tenha apercebido. Não era para comer. Não era para amar... Estavam simplesmente a deslizar.»
Você pode fazer o que quiser só porque quer, sem qualquer outro motivo. Este tipo de raciocínio vai abrir-lhe novos horizontes de experiências e ajudá-lo a eliminar o medo do desconhecido que você pode ter adoptado como estilo de vida." - Wayne Dyer

sábado, 13 de junho de 2015



"Porque buscamos nós resultados, objectivos? Porque será que a mente está sempre a perseguir um objectivo? E porque não deverá ela ir atrás de um objectivo? Ao virmos até este lugar, não estaremos nós à procura de alguma coisa, de alguma experiência, de algum prazer? Estamos cansados e fartos de muitas coisas com as quais temos vindo a jogar; virámos-lhe as costas, e agora desejamos um novo brinquedo para brincar. Vamos de uma coisa para outra, como alguém que vai de montra em montra, até que encontramos algo que nos satisfaça completamente; depois, paramos e estagnamos. Estamos sempre a querer alguma coisa; e, depois de ermos provado muitas coisas que foram na maioria insatisfatórias, ansiamos pela derradeira coisa: Deus, a Verdade, ou o que quisermos. Queremos um resultado, uma nova experiência, uma nova sensação que perdure, aconteça o que acontecer. Nunca vemos a futilidade dos resultados mas, sim, apenas um determinado resultado; assim, andamos de um resultado para outro, sempre à espera de encontrar um que acabe com todas as buscas." - J. Krishnamurti


"Olha para o que tens à frente; não feches os olhos nem finjas ver o que não existe. Não negues o que vês só para conseguires a mercadoria, quando essa mercadoria não te vai deixar satisfeito. Quando compras qualquer coisa de que não precisas, essa coisa acaba por ir parar à arrecadação. É o que acontece às relações. É claro que podemos levar anos a aprender essa dolorosa lição, mas se começares por fazer assim, vais bem. Se começares bem, o resto será muito mais fácil, porque podes ser quem és. 
Talvez tenhas uma relação na qual já investiste bastante tempo. Mesmo que optes por lhe dar continuidade, podes começar de novo, passando a amar a tua parceira tal como ela é. Mas, primeiro, terás de recuar um passo. Terás de te aceitar e de te amar a ti próprio, tal como és. Só poder ser quem és verdadeiramente e expressar-te como realmente és quando te amas e te aceitas a ti próprio. És como és e mais nada. Não tens de fingir ser outra pessoa. Quando finges ser o que não és, falhas sempre.
Depois de te aceitares tal como és, terás de aceitar o teu parceiro. Se decidires ficar com uma pessoa, não tentes mudar nada nela. Tal como com o teu cão ou o teu gato, deixa-a ser quem é. Ela tem o direito de ser quem é e de ser livre. Ao inibires a liberdade do teu parceiro, inibes a tua própria liberdade, porque tens de estar presente para ver o que é que ele faz ou não faz. Se te amas assim tanto, não abdicarás da tua liberdade pessoal." - Don Miguel Ruiz 

sexta-feira, 12 de junho de 2015



"Albert Einstein, um homem que dedicou a sua vida a explorar o desconhecido, disse, num artigo intitulado «What I Believe», o seguinte:
«Aquilo que de mais belo podemos experimentar é o mistério. É ele a verdadeira fonte de toda a arte e ciência.»
Também poderia ter dito que este é igualmente a fonte de todo o crescimento e entusiasmo. 
Porém, há demasiadas pessoas que associam o desconhecido ao perigo. O propósito da vida, pensam elas, é conviver-se com a certeza e saber-se sempre para onde se vai. Apenas os irresponsáveis se arriscam a explorar as zonas enevoadas da vida e, quando o fazem, acabam por ficar surpreendidos, magoados e, pior do que tudo, acabam por não estar preparados. Quando você era um jovem escuteiro, foi-lhe dito para estar a postos. No entanto, como é que você pode estar preparado para o desconhecido? Obviamente que isso não é possível! Por isso, evite-o e assim nunca fará figura de urso. Fique em segurança, não corra riscos, siga os mapas de estrada, mesmo que isso seja aborrecido.
Talvez você esteja a ficar cansado de tanta certeza ao saber como todos os dias serão antes de os ter vivido. Você não cresce se já sabe as respostas antes de as perguntas terem sequer sido feitas. Provavelmente, os tempos que melhor recorda são aqueles em que foi espontaneamente feliz, fazendo aquilo que queria e antecipando prazerosamente o mistério." - Wayne Dyer 


"Cada um de nós coloca-se a um certo nível, e estamos constantemente a cair dessas alturas. É das quedas que temos vergonha. A auto-estima é a origem da nossa vergonha, da nossa queda. Se não houvesse nenhum pedestal onde nos colocarmos, como poderia haver queda? Porque nos colocamos no pedestal chamado auto-estima, «dignidade humana», ideal? Se for capaz de compreender isto, então deixará de existir a vergonha do passado; ela desaparecerá de vez. Você será aquilo que é, sem pedestal. Se o pedestal, a altura que a faz olhar para baixo ou para cima, não estiver lá, então você é aquilo que sempre evitou. É a fuga ao que é, ao que somos, que cria confusão e antagonismo, vergonha e ressentimento. Você não tem que contar, a mim ou a outra pessoa, aquilo que é, mas ter consciência do que é, seja isso o que for, seja agradável ou desagradável: viva com isso sem o justificar ou resistir-lhe. Esteja com isso sem lhe dar nome; pois cada palavra será uma condenação ou uma justificação. Viva com isso sem medo, pois o medo impede a comunhão, e sem comunhão você não pode viver com aquilo que é. Estar em comunhão é amar. Sem amor, você não é capaz de apagar o passado; com amor não existe passado. Ame, e o tempo deixará de existir." - J. Krishnamurti 

quinta-feira, 11 de junho de 2015



"Todos os relacionamentos têm duas metades. Uma és tu e a outra é o teu filho, a tua filha, o teu pai, a tua mãe, os teus amigos ou o teu parceiro. Dessas metades, só és responsável pela tua - não és responsável pela outra. Por mais próximo que te consideres da outra parte ou por mais que julgues amá-la, certo é que nunca poderás ser responsável pelo que se passa na cabeça dessa pessoa. Jamais poderás saber o que ela sente, em que acredita e que suposições faz. Essa é a verdade, mas o que fazemos nós? Tentamos ser responsáveis pela outra parte e é por isso que as relações do inferno se baseiam no medo, no drama e na guerra pelo controlo.
Só travamos guerra pelo controlo se não respeitarmos o outro. A realidade é que não amamos. O que sentimos não é amor mas sim egoísmo; é só para recebermos as tais doses que nos fazem sentir bem. Se não tivermos respeito pelo outro, geramos uma guerra pelo controlo, porque cada parte se sente responsável pela outra. Tenho de te controlar porque não te respeito. Tenho de ser responsável por ti porque se te acontecer alguma coisa, sofrerei e quero evitar o sofrimento. Assim, se constatar que não estás a ser responsável, deito-te constantemente abaixo, para tentar fazer-te responsável, mas «responsável» do meu ponto de vista. O que não significa que esteja correcto." - Don Miguel Ruiz


"Não há motivo para preocupação! Não há qualquer motivo. Pode gastar o resto da sua vida começando, desde já, a preocupar-se com o futuro, e não há preocupação que mude seja o que for. Lembre-se que a preocupação consiste em ficar-se paralisado no presente devido a algo que vai ou não acontecer no futuro. Deve ter o cuidado de não confundir a preocupação com planos para o futuro. Se você está a fazer planos e a actividade presente contribui para um futuro melhor, então isso não é preocupação. Só o é quando você fica, de alguma forma, paralisado agora devido a um acontecimento futuro. Assim como a nossa sociedade alimenta os sentimentos de culpa, também encoraja a preocupação. Mais uma vez, tudo começa com a associação da preocupação ao carinho. Se você sente carinho por alguém, reza a mensagem, então está destinado a preocupar-se com essa pessoa. Deste modo, você ouve afirmações como «É claro que estou preocupado, isso é perfeitamente natural quando temos carinho por alguém» ou «Não consigo deixar de me preocupar porque te amo.» Por conseguinte, provamos o nosso amor através de uma quantidade adequada de preocupação na altura certa.
A preocupação é recorrente na nossa cultura. Quase toda a gente despende uma quantidade excessiva de momentos presentes preocupando-se com o futuro. E tudo isto para nada. Não há momento de preocupação que melhore as coisas. Na verdade, a preocupação vai, muito provavelmente, ajudá-lo a ser menos funcional ao lidar com o presente. Mais ainda, a preocupação nada tem a ver com amor, que tem como acepção um relacionamento em que cada parceiro tem o direito de ser o que quiser sem que o outro imponha quaisquer condições necessárias." - Wayne Dyer 


"Que interesse tem para os outros os nossos problemas? Temos tantos problemas pessoais, que não temos tempo para os dos outros. Para que alguém nos escute, temos de pagar com dinheiro, com orações, com crenças. O profissional escutar-nos-á, é a sua tarefa, mas daí não nos chega alívio duradouro. Queremos desfazer-nos das nossas cargas, espontaneamente, sem arrependimento posterior. A purificação da confissão não depende daquele que escuta, mas daquele que deseja abrir o seu coração. Abrir o coração é importante, e há-de haver sempre alguém, um mendigo talvez, com quem se possa desabafar. A conversa introspectiva nunca consegue abrir o coração; ela fecha, deprime e é completamente inútil. Estar aberto é escutar, não apenas a nós próprios, mas a toda e qualquer influência e movimento relacionados connosco. Talvez seja possível, ou não, fazer alguma coisa de concreto sobre aquilo que se escuta, mas o simples facto de se estar aberto gera a sua própria acção. Uma tal escuta purifica o nosso coração, limpando-o das coisas da mente. Ouvir apenas com a mente é tagarelice, e nisso não há qualquer alívio para ambas as partes; é a mera continuação da dor, o que é uma estupidez.
Vocês acham que existe uma razão para se ser ciumento? Haverá uma causa para o ciúme? E será que o ciúme desaparece quando a causa se conhece? Não repararam ainda que, mesmo quando se conhece a causa, o ciúme continua? Não devemos ir à procura da razão, vamos mas é compreender o ciúme em si. Cada um arranja sempre qualquer coisa como pretexto para o ciúme; o ciúme é que tem de se compreender, e não o que o provoca.
O ciúme é um dos modos de segurar o homem ou a mulher, não é verdade? Quanto mais ciumentos somos, maior é o sentimento de posse. Possuir alguma coisa torna-nos felizes; dizer que uma certa coisa, mesmo um cão, é exclusivamente nossa aquece-nos e conforta-nos. A posse exclusiva proporciona segurança e confiança. Ter alguma coisa, torna-nos importantes; é a esta importância que nos apegamos. Pensar que possuímos, não um lápis ou uma casa, mas um ser humano, faz-nos sentir fortes e estranhamente contentes. O ciúme não tem causa no outro, mas sim no valor, na importância que damos a nós mesmos.
Todos temos uma coisa a que nos apegamos, com essa coisa a tomar diferentes formas. Você apega-se ao seu marido, outros aos seus filhos, e outros a alguma crença; mas a intenção é a mesma. Sem um objecto a que nos agarrarmos, sentimo-nos desesperadamente perdidos, não é? Temos medo de estar sós. E este medo caracteriza-se pelo medo, ódio, mágoa. Não existe muita diferença entre ciúme e ódio. 
As pessoas amam-se.
Então como podem ser ciumentas? De facto, não amamos, e é aí que reside a parte triste. Você usa o seu marido, assim como ele a usa a si, para terem companhia, para serem felizes, para não se sentirem sós; podem não possuir muitas coisas, mas ao menos cada um tem alguém para si. A esta mútua necessidade e utilização chamamos amor. 
Isto não é horrível, nós é que não olhamos para isso. Dizemos que é horrível, damos-lhe um nome e rapidamente desviamos o olhar - é isto que fazemos.
Se você visse algo mais, será que deixaria de ser ciumenta? Agarrar-se-ia então a qualquer outra coisa como agora se agarra ao seu marido, e sentiria de novo ciúmes. Você quer encontrar um substituto para o seu marido, e não libertação em relação ao ciúme. Todos somos assim: antes de abandonarmos uma coisa, queremos ter a certeza de vir a ter outra. Só quando nos sentimos «sem certezas» é que não há lugar para o ciúme. Existe ciúme quando há «certeza», quando sentimos que temos alguma coisa. A exclusividade é esse sentimento de certeza; possuir é ser ciumento. A posse alimenta o ódio. De facto, odiamos o que temos, vê-se isso nos ciúmes. Onde há posse, jamais pode existir amor; possuir é destruir o amor." - J. Krishnamurti  

quarta-feira, 10 de junho de 2015



"A tua vida não passa de um sonho. Vives numa fantasia em que tudo o que sabes sobre ti só é válido para ti. A tua verdade não é verdade para os outros, e isso inclui os teus próprios filhos e os teus próprios pais. Pensa, por exemplo, naquilo que acreditas sobre ti próprio e no que a tua mãe acredita. Ela pode dizer que te conhece muito bem, mas na realidade não faz ideia de quem tu és. Sabes bem que é assim. Podes pensar que conheces muito bem a tua mãe, mas na realidade não fazes ideia de quem ela é. Ela tem imensas fantasias que nunca contou a ninguém. Não fazes ideia do que se passa na cabeça dela. Se analisares a tua própria vida, tentando lembrar-te do que fizeste quando tinhas onze ou doze anos, mal conseguirás recuperar mais de 5%. É claro que te recordarás das coisas mais importantes, como o teu nome, porque o estás sempre a repetir. Mas, por vezes, esqueces-te do nome dos teus próprios filhos ou amigos. Isso acontece porque a vida é feita de sonhos - inúmeros pequenos sonhos que mudam constantemente. Se nos esquecemos das coisas com tanta facilidade, é porque os sonhos tendem a dissolver-se. 
Todos os seres humanos têm um sonho para a sua vida e esse sonho é completamente diferente do sonho dos outros. Os nossos sonhos dependem das nossas crenças e mudam consoante os nossos julgamentos e a forma como nos vitimizamos. É por isso que não existem duas pessoas com sonhos iguais. Numa relação, por mais que tentemos fingir ser iguais, pensar, sentir e sonhar o mesmo, isso é impossível. São dois sonhadores com dois sonhos. Cada qual sonha à sua maneira. É por essa razão que devemos aceitar as diferenças entre dois sonhadores; temos que respeitar os sonhos uns dos outros.
Podemos ter milhares de relacionamentos ao mesmo tempo, mas cada um deles ocorre entre duas pessoas e não mais do que duas. Mantenho uma relação com cada um dos meus amigos que é só entre nós dois. 
Mantenho uma relação totalmente diferente com cada um dos meus filhos. É pela maneira de sonhar de cada um que criamos a direcção desse sonho a que chamamos relação com outra pessoa. Todas as nossa relações - com a nossa mãe, o nosso pai, os nossos irmãos, irmãs e amigos - são únicas, porque sonhamos um pequeno sonho juntos. Todas as relações se tornam um ser vivo feito por dois sonhadores." - Don Miguel Ruiz

terça-feira, 9 de junho de 2015



"Comece a ver o passado como algo que nunca poderá ser alterado, apesar da forma como se sente em relação a ele. Acabou! E seja qual for a intensidade de culpa que decida sentir, o passado não será diferente. Emoldure na sua consciência esta frase: «O facto de me sentir culpado não alterará o passado, nem me fará ser uma pessoa melhor.» Este tipo de raciocínio ajudá-lo-á a distinguir os sentimentos de culpa da aprendizagem através da experiência. Pergunte a si mesmo o que é que está a evitar através dos sentimentos de culpa relativamente ao passado. Se trabalhar este ponto específico, eliminará a necessidade de sentir culpa." - Wayne Dyer


"Que coisa estranha é a solidão, e como temos medo dela! Nunca nos deixamos aproximar muito dela; e se, por acaso, o fazemos, rapidamente fugimos. Fazemos tudo para fugir da solidão, para a esconder. A nossa preocupação, consciente ou inconsciente, parece ser a de evitá-la ou de a vencer. Evitar e vencer a solidão são duas acções igualmente fúteis; ainda que ela seja reprimida ou evitada, o sofrimento, o problema continua a existir. Podemos perder-nos na multidão, e estarmos completamente sós; podemos ser intensamente activos, mas a solidão silenciosamente nos vai invadindo; baixamos o livro, e ela está lá. Divertimento e bebida não podem afogar a solidão; podemos temporariamente evadir-nos, mas quando o riso e os efeitos do álcool se dissiparem, o medo da solidão reaparece. Podemos ser ambiciosos e ter sucesso, podemos ter imenso poder sobre os outros, podemos ser ricos em conhecimentos, podemos ser crentes e esquecer-nos de nós mesmos na algaraviada de rituais; mas, façamos o que fizermos, a dor da solidão persiste. Podemos viver só para o nosso filho, para o Mestre, para a expressão do nosso talento; mas, assim como a escuridão, a solidão cobre-nos.Podemos amar ou odiar, podemos fugir dela de acordo com o nosso temperamento e exigências psicológicas; mas a solidão está lá, esperando e vigiando, recuando apenas para depois se aproximar de novo.
Amor e vazio não podem morar juntos; quando existe a sensação de solidão, não está lá o amor. Podemos esconder o vazio debaixo da palavra «amor» mas, quando o objecto do nosso amor já lá não está ou não responde, então damo-nos conta do vazio, e ficamos frustrados. Usamos a palavra «amor» como meio de fugir de nós mesmos, da nossa insuficiência. Agarramo-nos àquele que amamos, somos ciumentos, sentimos a sua falta quando está ausente e ficamos completamente perdidos quando ele morre; e vamos procurar conforto em outra coisa, numa qualquer crença, num substituto. Será, tudo isto, amor? O amor não é uma ideia, não é resultado de associação; o amor não é algo para ser usado como fuga ao nosso estado lastimoso; e, quando o usamos para esse fim, arranjamos problemas que não têm solução. O amor não é uma abstracção; a sua realidade só pode ser vivenciada quando a ideia, a mente, deixa de ser o factor supremo." - J. Krishnamurti

segunda-feira, 8 de junho de 2015



"Se pegares na tua felicidade e a puseres nas mãos de outra pessoa, mais cedo ou mais tarde, ela irá fragilizá-la. Se deres a tua felicidade a outra pessoa, ela poderá sempre levá-la consigo. Ora, se a felicidade só pode vir de dentro de ti e resulta do teu amor, tu és responsável pela tua felicidade. Não podemos responsabilizar ninguém pela nossa própria felicidade, mas quando vamos à igreja casar, a primeira coisa que fazemos é trocar alianças. Pomos as nossas estrelas nas mãos um do outro, na esperança de que ele nos faça feliz e de o fazermos feliz. Por mais que ames alguém, nunca serás aquilo que essa pessoa deseja. 
Esse é o erro que a maioria das pessoas comete, logo à partida. Fazemos depender a nossa felicidade dos nossos parceiros, mas não é assim que as coisas funcionam. Fazemos imensas promessas que não podemos cumprir e condenamo-nos a fracassar." - Don Miguel Ruiz


"O sentimento de culpa é a mais inútil de todas as zonas erróneas. É, de longe, o maior desperdício de energia emocional. Porquê? Porque, por definição, você sente-se paralisado no presente por causa de algo que já aconteceu e não há sentimentos de culpa que mudem aquilo que já passou à história." - Wayne Dyer

domingo, 7 de junho de 2015



"O desejo de prejudicar, de magoar alguém, pela palavra, por um gesto, ou de um modo mais profundo, é muito forte na maioria de nós; é vulgar e assustadoramente agradável. O próprio desejo de não ser magoado leva-nos a magoar os outros; magoar os outros é uma maneira de nos defendermos. Esta defesa de si próprio assume formas peculiares, dependendo das circunstâncias e das características da pessoa. Como é fácil ferir psicologicamente alguém, e quanta delicadeza é necessária para não o fazer! Magoamos os outros porque nós próprios estamos magoados, estamos feridos pelos nossos conflitos e mágoas. Quanto mais torturados estamos interiormente, maior é o impulso para sermos violentos exteriormente. A turbulência interior impulsiona-nos a procurar protecção exterior; e quanto mais nos defendemos, maior é o ataque vindo dos outros.
O desejo de magoar os outros é um instinto profundo. Acumulamos ressentimento, que concede uma vitalidade peculiar, um sentimento de acção e de vida; e aquilo que é acumulado tem de se expandir através da raiva, do insulto, da depreciação, da obstinação e dos seus opostos. É esta acumulação de ressentimento que torna necessário o perdão - que se tornaria desnecessário se não houvesse registo de ofensa." - J. Krishnamurti