domingo, 31 de janeiro de 2016



"As pessoas andam em busca de meditação, de preces, de novas maneiras de ser. Mas a busca mais profunda, e a busca mais básica, é aprender a voltar a criar raízes na existência. Chame-lhe meditação, chame-lhe prece ou chame-lhe o que quiser, mas o essencial é aprender a voltar a criar raízes na existência. Tornámo-nos árvores desenraizadas e só nós, e mais ninguém, somos os responsáveis, por causa desta nossa estúpida ideia de conquistar a Natureza.
Fazemos parte da Natureza. Como pode a parte conquistar o todo? Dê-lhe a sua amizade, ame-a, confie nela e lentamente, muito lentamente, dessa amizade, desse amor, dessa confiança, nascerá a intimidade; ficará mais próximo. A Natureza aproxima-se de si e a Natureza começa a revelar os seus segredos. O seu segredo fundamental é a piedade. Revela-se unicamente àqueles que são realmente amigos da existência." - Osho


"Deveria viver-se total, intensa e alegremente, e simplesmente como um livro aberto, disponível para qualquer pessoa o ler. É evidente que o seu nome não ficará nos livros de História. Mas para quê ter o nome nos livros de História? 
Prefira viver a pensar em vir a ser recordado, pois nessa altura estará morto. 
Milhões de pessoas viveram na Terra e nem sequer conhecemos os seus nomes. Aceite este facto tão simples: anda cá apenas por alguns dias e depois partirá. Esses poucos dias não se destinam a ser desperdiçados com hipocrisias, com medo. Esses dias são para ser gozados. 
Ninguém sabe nada quanto ao futuro. O mais provável é que o seu céu e o seu inferno e o seu Deus não passem de hipóteses, ainda por provar. A única coisa que tem nas suas mãos é a sua vida; torne-a tão rica quanto possível. 
Com a intimidade, com o amor, com a sua abertura a muita gente, fica mais rico. E se puder viver em amor profundo, em amizade profunda, em intimidade profunda com muitas pessoas, terá vivido de maneira acertada e, onde quer que por acaso esteja, aprendeu a arte e também aí viverá feliz.
Se for simples, afectuoso, aberto, íntimo, criará um paraíso à sua volta. Se se fechar e estiver constantemente na defensiva, sempre preocupado que alguém possa vir a conhecer os seus pensamentos, os seus sonhos e as suas perversões viverá num inferno. Não são lugares geográficos, são os seus espaços espirituais.
Limpe-se! E a meditação não é mais do que uma limpeza de todo o lixo que se juntou na sua mente. Quando a mente está silenciosa e o coração a cantar, está-se pronto sem qualquer espécie de medo, mas com a grande alegria de se conseguir ser íntimo. E sem a intimidade estará aqui sozinho, entre estranhos. Com a intimidade estará rodeado de amigos, de pessoas que o amam. A intimidade é uma grande experiência que não se deve deixar escapar." - Osho 

sábado, 30 de janeiro de 2016



"Ter uma auto-estima correcta não é muito difícil de conseguir! Caso contrário, como poderia o peixeiro do meu bairro estar tão contente consigo mesmo? Não leu nenhum livro de autoajuda, não reflecte em nada do que dizem os livros... e é uma das pessoas mais felizes que conheço.
Não precisamos de livros extensos que nos ensinam a desenvolver aptidões porque o que devemos realmente fazer é não complicar a vida. Para gostarmos de nós mesmos, basta não exigirmos ser desta ou daquela maneira. Não querer ser «mais» do que ninguém e aceitar que, às vezes, os outros pensam que somos «menos». Façam bom proveito! São eles que estão errados e não nós. Para nos valorizarmos, temos de compreender que já temos valor. Todos nós! Sim, mesmo cheios de defeitos." - Rafael Santandreu


"Um dos principais conceitos de não-violência consiste em aceitar incondicionalmente os outros, independentemente do seu comportamento. Pensamos que quando as pessoas agem mal é por que estão confusas ou doentes. Digamos que estão cegas e desenvolvem toda uma série de acções estúpidas de modo a obterem supostos benefícios. Mas, na realidade, obtêm uma vida triste, agressiva e vazia.
Sabemos que, quando as pessoas se curam, se apercebem de que o seu egoísmo e violência não as levava a lado nenhum, e são capazes de voltar a transformar-se em seres humanos maravilhosos. Este tipo de transformação já aconteceu nas prisões de todo o mundo. Por isso, encaramos uma pessoa «má» como alguém que se encontra doente, mas que pode ser curado. Toda a gente é intrinsecamente boa.
Por outro lado, todos nós fomos crianças encantadoras em algum momento da nossa vida. E todos possuímos essa semente de bondade dentro de nós. Até mesmo os criminosos.
Em psicologia cognitiva, aconselhamos os nossos pacientes a que, quando se encontrarem com alguém com um comportamento incorrecto, compreendam que esse comportamento se deve ao desconhecimento, à ignorância, a uma doença emocional que os faz comportar-se assim, mas que, no seu interior, essa pessoa possui o potencial para ser alguém generoso e admirável. Dessa forma, conseguimos aceitar até os delinquentes. Este exercício permite-nos manter a mente apaziguada a qualquer momento. Com esta filosofia não permitimos que a ira ou a indignação nos invada.
Isso não significa, naturalmente, que sejamos obrigados a viver junto dessas pessoas. Podemos afastar-nos delas, pois o seu problema pode acabar por nos afectar, por nos prejudicar, mas não as iremos avaliar nem repelir enquanto seres humanos." - Rafael Santandreu  

sexta-feira, 29 de janeiro de 2016



"Libertarmo-nos de uma auto-estima que tem por base enganos ou capacidades é um enorme descanso. Deixamos de ter a necessidade de provar seja o que for aos outros. Podemos mostrar-nos com todos os nossos defeitos e continuarmos orgulhosos de nós próprios. Mais ainda, essa aceitação condicional de nós mesmos e dos outros passa a ser a nossa principal qualidade, o nosso ponto forte.
Para conseguirmos libertar-nos, devemos acreditar verdadeiramente na nossa nova escala de valores, a ponto de nos sentirmos orgulhosos por «sermos inferiores» em termos mercantilistas, mas «superiores» em termos humanistas. E defender sempre essa atitude interior. Crer que já há muita gente a pensar assim pode ajudar-nos; somos um verdadeiro clube no qual só é possível a entrada se acreditarmos que «menos» pode ser «mais»." - Rafael Santandreu


"Toda a problemática da auto-estima é um completo engano. Ninguém deveria ter alta auto-estima, deveríamos valorizar todos os seres humanos por igual: como seres maravilhosos pelo simples facto de sermos pessoas. Ponto final.
É algo semelhante à visão que temos dos animais selvagens. Os animais em liberdade são todos, um pouco mais ou um pouco menos, igualmente belos e impressionantes. Quase todos têm as mesmas qualidades inatas: uma águia majestosa é tão majestosa quanto outra. Um leoa é como qualquer outra: um animal magnífico que caça e reina na selva. Por que razão os homens se atribuem diferenças tão grandes entre si próprios? Não faz sentido.
Eu acredito que todos os seres humanos têm o mesmo valor. São sempre belos e magníficos. Acredito verdadeiramente nisso. E na realidade devemo-lo à nossa mais característica qualidade como espécie: a nossa grande capacidade de amar, que se encontra sempre potencialmente presente. 
A verdade é que o problema da auto-estima fica resolvido se desistirmos de avaliar os outros segundo critérios que não a nossa capacidade de amar.
Quando valorizo as outras pessoas segundo as suas capacidades ou características, bonito, rico, esperto, cumpridor... estou a dar importância a insignificâncias, a questões sem importância, que não nos definem enquanto espécie. 
Quando valorizamos outras qualidades para lá da capacidade de amar, elevamo-nos na montanha russa da auto-estima. Quando os outros nos avaliam com notas altas, sentimo-nos bem... Quando o fazem com notas baixas, sentimo-nos mal, acreditamos não ter valor, que somos inferiores. É preferível não avaliar ninguém (nem a nós mesmos), dar o mesmo valor a toda a gente, considerar que todos os seres humanos são maravilhosos apenas pelo simples facto de existirem. Desse modo, aceitar-nos-emos também a nós próprios incondicionalmente." - Rafael Santandreu 

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016



"O seres humanos têm a tendência para imaginar situações ideais - que existem apenas na nossa mente - e rapidamente se aborrecem ou entristecem se não é assim que acontece. Começamos por dizer a nós mesmos, cheios de esperança: «Como seria bom se toda a gente me tratasse com amabilidade...», e acabamos por nos queixar com amargura: «Que gente horrível, tão mal-educada!» Essa falta de aceitação da realidade está na base da infelicidade. Mas a verdade é que as coisas são como são: isto é, nunca são perfeitas. O universo tem as suas próprias leis e a realidade não nos pergunta quais são os nossos planos para o fim de semana. E tudo isso está muito bem. Não precisamos que toda a gente nos trate bem nem que esteja sol ao domingo para termos uma vida maravilhosa. Afastemos isso da cabeça de uma vez por todas!" - Rafael Santandreu 


"Lançar as bases para obter os nossos objectivos é cumprimentar as pessoas quando nos cruzamos com elas, colocar em marcha projectos cheios de esperança, organizar encontros românticos com a pessoa amada... e se a água transborda e as pessoas não nos devolvem o cumprimento, se nos surgem dificuldades nos novos empreendimentos e hoje o sexo não corre bem, é uma questão de sorrir à vida e continuar com os nossos planos; a amizade, a realização pessoal e o sexo pleno acabarão por chegar de forma natural, mais tarde ou mais cedo, porque são essas as metas em direcção às quais a vida acontece, se não nos empenharmos a modificá-la.
Claro que é pouco confortável viajar de autocarro com este a transbordar, mas a verdade é que o sol brilha lá fora e que o ar da manhã é cheio de frescura. Se nos concentrarmos demasiado no desconforto, não conseguiremos desfrutar do resto.
Se transformarmos o conforto numa necessidade à qual não podemos renunciar, vamos ser infelizes porque o mundo está repleto de situações incómodas. Por outro lado, se, com muito esforço, um dia alcançarmos o conforto quase total, acabaremos por nos sentir decepcionados, porque isso não nos irá dar o prazer esperado: pelo contrário, acabaremos por nos cansar. Por isso, chega de nos queixarmos das coisas sem importância." - Rafael Santandreu 

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016



"Ao longo da nossa vida, todos nós temos de aceitar inumeráveis inconvenientes e pequenas adversidades. Quantos? É possível efectuar um cálculo. Segundo um estudo recente, todos nós nos deparamos diariamente com vinte e três frustrações: há um engarrafamento, deixamos queimar a comida, o chefe repreende-nos sem o merecermos, o nosso filho traz para casa um recado do professor por mau comportamento... Podemos calcular, ao longo da vida, um total de cerca de vinte mil adversidades. Mas a boa notícia é que praticamente nenhum destes problemas é realmente importante. Na verdade, todos esses milhares de inconvenientes não têm a capacidade de nos tornar infelizes, a não ser que lha concedamos. O que podemos fazer, muito simplesmente, é assumir de antemão que todos eles fazem parte do guião. Digamos que é preciso encaixá-los na estimativa geral e não nos preocuparmos mais com eles." - Rafael Santandreu


"O mundo do trabalho catalisa de forma especialmente absurda essa necessidade que criamos a nós próprios de sermos muito eficientes. Além disso pensamos erradamente que o nosso trabalho é de suma importância e isso não é, muito simplesmente, verdade. Nem sequer é importante para nós. Pensar que o trabalho de cada um de nós é essencial - porque necessitamos dele para viver, porque tem importância social - constitui o caminho mais directo para o stresse, porque essa crença acrescenta artificialmente uma pressão que arruína toda a possibilidade que teríamos de desfrutar dele.
As pessoas lógicas trabalham apenas para se divertir, para se realizarem, para desfrutarem... e para elas o stresse é quase inexistente. E conseguem-no porque sustêm a crença racional de que o trabalho - de qualquer pessoa - nunca é demasiado importante. Não necessitam dele. Trata-se muito simplesmente de uma fonte de gratificação.
O princípio que nos faz defender esta ideia - para alguns radical - é o de que o único trabalho realmente importante é conseguir a comida e a bebida necessárias para o dia a dia. Isso sim é importante, porque sem ele morreríamos... mas tudo o resto é prescindível. Dito de outra maneira, não necessitamos de tudo o que um trabalho remunerado nos proporciona: dinheiro para comprar bens e serviços supérfluos.
Na nossa sociedade ocidental, temos a sorte de ter comida e bebida suficiente. Em todas as localidades existem fontes de água potável que matam gratuitamente a sede e todos os dias, ao final do dia, os supermercados, restaurantes, padarias etc., deitam fora, infelizmente, enormes quantidades de comida que não vão vender. O facto indiscutível é que na nossa sociedade de abundância, os alimentos sobram." - Rafael Santandreu

terça-feira, 26 de janeiro de 2016



"É interessante perguntarmo-nos: por que razão nos países da eficácia, como a Alemanha e o Japão, as pessoas não são mais felizes? Por que razão nas longínquas aldeias indígenas da Amazónia não existe depressão ou ansiedade? 
Porque, para desfrutarmos dos benefícios da eficácia, necessitamos que as pessoas que a tornam possível sejam cumpridoras e pontuais! E nem que isso tenha de acontecer de um modo antinatural...
Ou seja, hoje em dia, entre as vantagens que o nosso estilo de vida proclama, está o facto de todos sermos muito eficientes. Não só se exige que os produtos que estão à venda sejam brilhantes, funcionais e bem embalados; nós também o devemos ser. Mas isso torna-nos verdadeiramente mais felizes ou enche-nos de uma autoexigência plena de stresse e absurda?
Cada vez são mais os intelectuais - economistas, sociólogos e outros- que afirmam que não necessitamos de todas essas coisas que os comerciantes nos vendem nem da própria eficácia pessoal. Alguma eficiência é interessante, mas, demasiada é esgotante e enlouquecedora.
Da maneira como o mundo está agora, cheio de exigências irracionais, de pressão para nos destacarmos, para sermos alguém com importância... o que mais nos interessa para manter a saúde emocional é baixar de imediato o ritmo de tais exigências, aprendermos a aceitar-nos com as nossas limitações.
Para tal, recomendo que vamos ganhando aquilo que designo por «orgulho na falibilidade», isto é, dizer a si mesmo: «Aceito-me com os meus erros e limitações e, melhor ainda, compreendo que esta aceitação me torna uma pessoa melhor porque retiro exigências à vida e o meu exemplo serve para pacificar o mundo.»
Efectivamente, o mundo em que vivemos tornou-se superexigente. A nível planetário colocamos em risco a sobrevivência da Terra, exigindo cada vez mais e mais produção de bens de consumo. a nível pessoal exigimos de nós mesmos termos inúmeras capacidades: ser bonito, desportista, inteligente, hábil nos negócios, excelente mãe e pai... Estas qualidades não são más em si mesmas, naturalmente que são características positivas, mas quando as transformamos em exigências irrenunciáveis, surgem os problemas psicológicos, a tensão, o stresse... e uma grande fonte desse stresse é exigirmos a nós mesmos fazermos as coisas bem feitas. Pensando bem, o planeta não precisa que façamos as coisas bem. Se há alguma coisa de que necessite é que não destruamos mais o meio ambiente. Fazer tudo bem não tem muita lógica numa natureza imperfeita. O normal é fazermos algumas coisas bem, outras não e divertirmo-nos no processo. Para quê querer fazer «tudo» bem? Só para destruir mais o meio ambiente. 
Por isso, proponho o orgulho da falibilidade, a capacidade para aceitar que muitas vezes erramos e que isso não tem importância.
Para muita gente é mais fácil compreender este conceito com o seguinte raciocínio: se existe algo realmente valioso na nossa natureza é a nossa capacidade de amar. Os nossos êxitos e aspirações materiais não produzem muita felicidade em nosso redor, ao contrário do efeito do nosso amor sobre as pessoas que temos à nossa volta. Por isso devemos dar mais importância à capacidade de amar que às outras capacidades. É preciso relaxar em relação a outras qualidades que não a nossa capacidade de amar." - Rafael Santandreu 


"A estratégia da sedução é, na realidade, um método de diálogo não dramatizador, a maneira de ver as coisas de forma mais cordata. Se todas as pessoas do mundo deixassem de fazer exigências às outras e se limitassem a tentar convencê-las, não seria o planeta um local bem mais tranquilo? Não acredito que possamos presenciar uma mudança de paradigma destas dimensões ao nível da sociedade, mas pelo menos podemos transformar a nossa vida e a das pessoas com quem vivemos, e ainda as relações que nos são mais próximas. 
Muitas vezes, fazendo apelo ao conceito de justiça, exigimos que os nossos amigos, cônjuge ou familiares façam «aquilo que devem» e esquecemo-nos de que essa é a pior solução: gastamos muita energia, aumentamos os nossos níveis de stresse e a outra pessoa - mesmo que acabe por ceder - não irá fazer o que lhe exigimos com entusiasmo ou eficácia." - Rafael Santandreu

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016



"O facto das críticas terem ou não razão de ser não é propriamente importante. Eles (amigos) acreditam que tenho defeitos incorrigíveis e talvez exagerem um pouco. Seria preferível que não o dissessem nas minhas costas, mas... será importante? O importante é que me aceitam e eu os aceito a eles. São gente boa, e eu também. 
Façamos uma pequena reflexão acerca das críticas. Todos as fazemos e não tem importância. Todos no-las fazem, mas não se trata de uma afronta mortal. É preferível não julgar, mas o ser humano é falível e não consegue evitá-lo.
Por outro lado, eu sou humano e estou muito contente por cometer erros e por ser imperfeito. Imaginem o esforço necessário para tentar alcançar a perfeição! Prefiro aceitar-me como sou, não me exigir demasiado e suportar com bom humor e desportivismo as críticas dos meus maravilhosos (ainda que falíveis) amigos." - Rafael Santandreu

domingo, 24 de janeiro de 2016



"Cada um de nós escolhe aquilo com que deseja contribuir e não será necessário esforçarmo-nos demasiado apenas para agradar a alguém que nos exige demasiado. A vida é demasiado curta para nos sentirmos obrigados a ser o amigo ou o irmão ideal! Enquanto amigos, irmãos ou filhos haverá coisas que podemos oferecer e outras não. 
Por vezes, alguém de quem gostamos pede-nos um favor que não nos apetece fazer. «Podes vir buscar-me ao aeroporto?» Não precisamos de o fazer se não tivermos vontade. Isso significa que temos outras prioridades legítimas, como ir ao ginásio, ou muito simplesmente que não gostamos de conduzir em horas de ponta... Se a outra pessoa se aborrecer, paciência, mas nós não podemos dar tudo. É melhor assim. Esta forma de compreender as relações faz com que tudo seja mais fluído, mais cómodo e paradoxalmente iremos obter e contribuir com mais em conjunto, e com menos esforço." - Rafael Santandreu



"O segredo para ter os melhores amigos é o seguinte: pedir a cada amigo apenas aquilo que ele possa dar. Nunca aquilo que não lhe seja possível fazer.
Mas com que frequência fazemos tudo ao contrário? Não é verdade que frequentemente exigimos aos nossos amigos que nos dêem tudo, que sejam perfeitos? Bem, aos amigos, aos familiares e a todos aqueles de quem gostamos! Não será absurdo pedir mais àqueles a quem deveríamos perdoar mais?
É preciso aceitar mais os outros e compor aquilo a que chamo «colagem de amizade», isto é, idealizar as relações como um grande mural onde cada pessoa nos traz uma coisa diferente. Dessa maneira, entre várias pessoas, um aqui, outro ali, conseguiremos ter os «melhores amigos».
Se pensarmos bem, todos nós temos pontos fortes e pontos fracos. Não existe perfeição! E não podemos exigir aos nossos amigos e familiares que sejam perfeitos. Quando assim fazemos, zangamo-nos com facilidade e somos tentados a pôr de lado pessoas de muito valor. Por vezes, de tanto pôr de lado, acabamos sozinhos. Que paradoxo! De tanto procurar a melhor das companhias, ficamos completamente sozinhos!" - Rafael Santandreu

sábado, 23 de janeiro de 2016



"Irmãos, filhos, cunhados, amigos, colegas de trabalho: injustos, falsos, atrevidos, insolentes, egoístas, aduladores! Caramba, como é fácil julgar! Mas não nos apercebemos de cada um desses juízos sumários nos tornam literalmente loucos e fracos, afastando-nos da felicidade.
Se quisermos crescer de uma vez por todas, trilhar o caminho da força, devemos aceitar os outros como eles são na realidade. Não existe outro caminho." - Rafael Santandreu

sexta-feira, 22 de janeiro de 2016



"A vergonha ou o medo do ridículo também assenta na crença de que a aprovação dos outros é algo de essencial. A verdade é que não é sequer necessária. É agradável que todos aprovem o que fazemos e o que pensamos, mas na realidade não passa disso: um pouco agradável. A aprovação dos outros não nos traz muito mais do que isso.
Se pensarmos bem, devemos apenas manter um grupo limitado de bons amigos. Talvez cinco ou seis. É difícil ter mais do que isso porque os bons amigos devem ser cultivados, o que implica tempo: telefonar, ajudá-los, combinar actividades conjuntas, partilhar alegrias e tristezas. Consequentemente, apenas nos devemos importar com esse grupo de amigos, porque o resto das pessoas não tem influência sobre o nosso mundo. Deste modo, a opinião dos outros não nos deve importar.
Por outro lado, é importante rodearmo-nos de bons amigos e esses são aqueles que nos amam como somos. Sim! Com todos os nossos defeitos! Com eles, podemos mostrar-nos como somos e eles amam-nos e respeitam-nos na mesma. Por isso também não devemos temer o ridículo quando estamos com eles. Na verdade, é saudável fazer de tonto junto dos amigos e comprovar que isso não tem qualquer influência na qualidade da relação. Recordemos que todos temos valor e que a nossa única qualidade verdadeiramente importante é a nossa capacidade de amar." - Rafael Santandreu


"É surpreendente a quantidade de pessoas que tem medo do aborrecimento. Secretamente, temem aborrecer-se e por isso andam a tapar essa possibilidade com actividades sem importância e pouco gratificantes. Ou preenchem o dia com tarefas, pequenas obrigações que não deixam lugar para nada mais. Estas pessoas costumam sentir-se mal quando as férias chegam, especialmente se partem de viagem, porque num sítio diferente do habitual é mais difícil preencher o dia com actividades.
O medo do aborrecimento é como o medo da solidão: absurdo, fantasioso, irreal. Na verdade, não há nada que temer! Como acontece com a solidão, se deixarmos de temê-lo, o aborrecimento é um mal-estar muito ligeiro. Há ocasiões em que pode mesmo ser agradável. 
O aborrecimento não constitui nenhuma ameaça séria: aborrecer-se não é perigoso para a integridade física, não existe nenhum tigre à espera... não há do que ter medo! No pior dos casos, pode ser um pouco incómodo, mas não muito.
Saber aborrecer-se, não se assustar com o aborrecimento, aproveitá-lo ou pelo menos tolerá-lo são qualidades importantes para quem deseja uma vida emocionante. Parece paradoxal, ou talvez o seja, mas é verdade: aborrecer-se ocasionalmente é uma condição necessária para ter uma vida emocionante.
Todos os aventureiros têm momentos de tédio no decorrer das suas aventuras: longas esperas num aeroporto, ficar dois dias preso numa aldeia por falta de transporte, etc. De qualquer modo, se relaxarmos não sofreremos tanto e, em contrapartida, obteremos uma espécie de passaporte para fazermos o que queremos." - Rafael Santandreu

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016



"O que é verdadeiramente a solidão? Para uma pessoa saudável, que não se bombardeia com mensagens que nos fazem perder a força, trata-se de uma sensação reconfortante de tranquilidade, descanso ou concentração nos seus próprios interesses.
Para uma pessoa madura, a solidão poderia ser, ocasionalmente, negativa? Sim, mas muito pouco. Na verdade, pode apenas ser um pouco incómodo no sentido de sentirmos a falta de alguém em particular em determinado momento. Mas trata-se de um sentimento passageiro e, em seguida, concentramo-nos nos planos de tudo aquilo que de maravilhoso podemos fazer.
Numa pessoa racional, a emoção negativa a que a solidão pode dar origem é muito ligeira, quase imperceptível, como uma comichão que passa se nos coçarmos.
O melhor que podemos fazer é pensar na solidão como um tempo fantástico de síntese, de planeamento de novas e importantes aventuras. Estar só é como apagar um quadro negro para nos dispormos a preenchê-lo de actividades realmente positivas e gratificantes, escolhendo criteriosamente o que desejamos fazer e quem queremos ver. Não há qualquer pressa em agir compulsivamente. No budismo diz-se que o bom monge faz poucas coisas, mas que as poucas que faz, faz muito bem. Parcimoniosamente, desfrutando de cada acção, a pessoa madura e feliz dirige a sua vida como o pintor que trabalha na sua tela: desfrutando, criando uma obra de arte.
Aqui, na China ou em Marte - quando lá pudermos viver -, a solidão não é uma situação tão má que nos possa deixar tristes, nem sequer um pouco preocupados. O contrário não passa de uma superstição neurótica. É preciso acreditarmos nisso para que a solidão deixe de ser um problema para sempre!" - Rafael Santandreu
   


"Todos nós, seja qual for a situação em que nos encontremos, podemos ser felizes. Hoje! Porque mesmo que nos falte um namorado com quem viver, um emprego seguro, companhia... Nada disso é o suficiente para nos tirar a alegria, a capacidade de fazer coisas bonitas. A maior parte das razões pelas quais nos lamentamos são vãs, choramos porque sentimos falta de disparates desnecessários para a felicidade, mesmo que, por vezes, nos seja tão difícil reconhecê-lo." - Rafael Santandreu 

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016



"Quando nos preocupamos demasiado com a nossa imagem, a nossa segurança económica - com o que quer que seja -, estamos a afastar-nos da realidade, porque a verdade é que o navio da nossa vida - a de todos nós - está a afundar! Vamos todos morrer, por isso qual é o sentido de tanto alvoroço por ninharias? Para quê lutar contra a realidade da impermanência de todas as coisas - usando aqui um termo budista -, a inevitabilidade da morte? Aceitar este facto natural, inevitável e mesmo positivo, é saudável a nível psicológico porque nos permite ver as coisas de uma maneira mais leve. A morte torna tudo relativo, é costume dizer-se. Pensar na própria morte constitui um dos melhores mecanismos para nos tornarmos sensatos e tranquilos e, assim, ganharmos força emocional." - Rafael Santandreu


"A fraqueza emocional advém sempre do facto de necessitarmos em excesso. Por essa razão, umas das estratégias mais eficazes para resolver o problema é diminuir as nossas necessidades. Trata-se de um exercício de pensamento que é realizado no plano mental. Consiste em compreendermos - convencermo-nos - que os desejos são legítimos; mas que, se os transformamos em necessidades, transformam-se em problemas. 
Quero deixar bem claro que ter poucas necessidades não significa «não ter nada». Significa saber ou compreender que, se não possuíssemos comodidades, benefícios, coisas positivas, não morreríamos! O facto de ser pobre ou rico não é o problema. O problema está em necessitar, independentemente de possuirmos ou não." - Rafael Santandreu

terça-feira, 19 de janeiro de 2016



"Na verdade, existem milhões de crenças irracionais, um número infinito delas, porque estas ideias catastróficas são fruto da imaginação, e esta não tem limites. Todavia, depois de muitas décadas de investigação, conseguimos classificá-las todas em três grupos. São estas as crenças irracionais básicas em que os seres humanos acreditam:

a) Devo fazer tudo bem ou muito bem!
b) As pessoas deviam tratar-me sempre bem, com justiça e consideração!
c) As coisas devem ser-me favoráveis!

Afirmamos que estas ideias são crenças irracionais porque se trata de exigências infantis, obrigações dogmáticas, inflexíveis e pouco realistas.
Assemelham-se às birras de uma criança que dá pontapés no supermercado porque exige que a mãe lhe compre guloseimas: «Quero! Quero! Quero!» Contudo, as crenças racionais correspondentes seriam qualquer coisa como:

a) Gostaria de fazer as coisas bem, mas não preciso disso para desfrutar do dia.
b)Seria fantástico se toda a gente me tratasse bem, mas posso passar sem isso.
c) Como gostaria que as coisas me fossem favoráveis! Mas isso nem sempre vai acontecer, e aceito-o. Posso mesmo assim ser feliz.

É aí que está o cerne da questão: uma pessoa madura é aquela que não exige, mas antes prefere. Compreende que a vida e os outros não existem para satisfazer exigências fantasiosas. Mas, o que é mais importante, não necessita de nada disso para ser feliz! 
Quando somos emocionalmente vulneráveis, as exigências preenchem todo o nosso ser. Quando estas não são satisfeitas, aborrecemo-nos, ficamos deprimidos ou cheios de ansiedade, pomos as culpas nos outros ou no mundo ou, o que é pior ainda, em nós mesmos." - Rafael Santandreu


"Os seres humanos sabem, conhecem a partir da distinção de diferenças existentes e da comparação de umas coisas com as outras. Por essa razão, qualquer tentativa de ser mais objectivo passa pela capacidade de comparar da forma mais eficaz possível. Se desejamos saber, temos de comparar! Mas para o fazer adequadamente, devemos fazê-lo em relação a todo o mundo, a toda a comunidade de seres humanos, a todas as possibilidades reais que acontecem na vida, sem pôr de parte a morte, as doenças, as necessidades básicas... Mais uma vez, um bom exercício de comparação vai fazer-nos compreender que os seres humanos necessitam de muito pouco para serem felizes, sendo que todos nós temos essa capacidade, independentemente do lugar onde nos calhou viver: em África, Portugal ou Marte, se algum dia habitarmos esse planeta.
Por vezes, ficamos neuróticos quando nos centramos em nós próprios, como crianças que acreditam ser o centro do universo! A verdade é que não somos o centro de nada! Frequentemente, quando nos pedem para nos compararmos com pessoas que vivem em regiões pobres de África, protestamos, dizendo: «Por que razão devo comparar-me com um africano pobre? Eu vivo em Portugal e nunca terei as condições de vida deles!»
Mas, na minha opinião, é necessário abrirmo-nos às realidades do mundo, porque a situação de outras pessoas que vivem em ambientes diferentes fornece-nos informação, mais uma vez, acerca das necessidades básicas dos seres humanos. Se uma família chinesa ou africana vive feliz porque tem satisfeitas as necessidades básicas de alimentação, isso significa que os seres humanos em geral podem ser felizes uma vez satisfeitas essas mesmas necessidades.
Por vezes vivemos em sociedades tão artificiais que chegamos a pensar que se não somos proprietários de um apartamento ou se não nos podemos dar ao luxo de passar umas férias na praia, não seremos capazes de nos sentir bem. Isso é estar fora da realidade. É isso a que me refiro quando falo de ter um critério aberto ao mundo, isto é, sermos conscientes da realidade do ser humano: a realidade em África é também a nossa. Classificar como sendo «terríveis» todas as coisas negativas que nos acontecem não é nada construtivo porque uma tal nomenclatura implica um colapso emocional que não ajuda a resolver as situações." - Rafael Santandreu

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016



"Quando nos habituamos a avaliar as coisas de uma maneira mais exacta, realista e positiva, as nossas emoções tornam-se muito mais tranquilas, porque, recordemos, as emoções que sentimos são sempre produto dos nossos pensamentos ou avaliações.
Na verdade, as pessoas mentalmente fortes têm um imenso cuidado em não dramatizar nunca as possibilidades negativas da sua vida e é aí que reside a fonte da sua força. Elas estão convencidas de que a maior parte das adversidades não são «muito más» nem «terríveis». É essa convicção profunda que as mantém tranquilas: é esse o seu segredo." - Rafael Santandreu


"Na Índia, são ensinadas “quatro leis da espiritualidade”.
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A primeira diz: “A pessoa que vem é a pessoa certa”.
Ninguém entra nas nossas vidas por acaso. Todas as pessoas à nossa volta, interagindo connosco, têm algo para nos fazer aprender e evoluir em cada situação.
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A segunda lei diz: “Aconteceu a única coisa que poderia ter acontecido”.
Nada, absolutamente nada do que acontece nas nossas vidas poderia ter sido de outra forma. Mesmo o menor detalhe. Não há nenhum: “Se eu tivesse feito tal coisa…”, ou “Aconteceu que um outro…”. Não. O que aconteceu foi tudo o que deveria ter acontecido, e foi para aprendermos a lição e seguirmos em frente. Toda e cada uma das situações que acontecem nas nossas vidas são perfeitas.
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A terceira diz: “Toda vez que iniciares algo é o momento certo”.
Tudo começa na hora certa, nem antes nem depois. Quando estamos prontos para iniciar algo novo nas nossas vidas, é que as coisas acontecem.
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E a quarta e última afirma: “Quando algo termina, termina”.
Simplesmente assim. Se algo acabou nas nossas vidas é para a nossa evolução. Por isso, é melhor sair, ir em frente e enriquecer-se com a experiência."

domingo, 17 de janeiro de 2016



"A polidez não é uma virtude, mas uma qualidade, uma qualidade puramente formal. Considerada em si mesma, ela é secundária, irrisória, quase insignificante: comparada com a virtude ou a inteligência, nada é e, na sua deliciosa reserva, a polidez deve também saber exprimi-lo. Mas é bem claro que as criaturas inteligentes e virtuosas não estão dispensadas disso. O próprio amor não deveria dispensar inteiramente o formal. As crianças devem aprendê-lo com os pais, os pais que as amam tanto - embora demasiado, e mal -, e que contudo estão sempre a chamar-lhes a atenção, não para o fundo (quem ousaria dizer ao seu filho: «Tu não me amas o suficiente»?), mas para a forma. Os filósofos discutirão para saber se a forma primeira não é, na verdade, o todo, e se o que distingue a moral da polidez é outra coisa que não uma ilusão. Pode ser que seja tudo uma questão de costume e respeito pelo costume, uma questão de polidez. Mas não creio. O amor resiste, e a doçura, a compaixão. A polidez não é tudo, não é quase nada. Mas também o homem é quase um animal." - André Comte-Sponville


"De nada serve expressarmos as nossas ideias àqueles que concordam connosco. Temos de chegar aos que não concordam. É aí que somos mais necessários. Um médico nada tem a fazer numa comunidade saudável. Deve dirigir-se aos sítios onde há pessoas doentes. Os valores opostos são complementares. Onde existe necessidade de paz, é aí que a mensagem de paz tem de chegar. Onde houver perturbação, aí é que a compaixão tem um papel a desempenhar. Onde existe conflito, é aí que a cooperação é necessária. Esta certeza levar-nos-á a assumir os desafios. Permitir-nos-á aventurar pelas zonas que nos parecem mais duras ou difíceis." - Sri Sri Ravi Shankar 

sábado, 16 de janeiro de 2016



"As pessoas pensam que se lhes acontece algo que não desejavam, têm de se sentir mal. Mas não é assim. Só quando seguimos em piloto automático é que nos sentimos automaticamente mal. Quando algo corre mal, temos capacidade de escolher. Na verdade, todos nos lembramos de grandes pontos de viragem positivos na nossa vida - se pensarmos nele, verificamos que os mesmos, na altura, pareciam grandes desastres." - Bill Harris


"Tragédia. Fracasso. Perda. Rejeição. Dor. Cada um destes eventos choca-nos, entristece-nos, puxa-nos para baixo. A adversidade e a transformação destinam-se a fazer-nos compreender que há Dons em todas as circunstâncias.
Claro que a adversidade não é uma palavra habitualmente associada a um Dom. Como é possível que um resultado inesperado, um plano que correu mal, uma traição pessoal, constituam portas de acesso aos nossos  maiores Dons? 
Existem muitos eventos que percepcionamos como trágicos e dolorosos, que se atravessam no nosso caminho para nos impedir de pensar naquilo que queremos. Se nos concentrarmos na desilusão, ou no quanto sofremos, a única coisa que sentiremos é a dor, e a dor impedir-nos-á de ver o ponto de viragem que estas situações de vida representam. Uma nova partida, um novo começo. Um renascimento. Por outras palavras, podemos pensar na adversidade como algo que assinala o fim de uma fase e uma oportunidade para passar ao nível seguinte. Desta forma, desenlaces adversos, resistências aos nossos melhores planos, amigos e colegas que não partilham os nossos pontos de vista - são caminhos para a descoberta do nosso Dom e da nossa razão de ser.
Ao longo da vida todos nos depararemos com um certo grau de adversidade - uma série de problemas e desafios, digamos assim. Podemos chamar a estas ocorrências testes de iniciação, cujo objectivo é reforçar a luz dentro de nós. devemos olhar para cada um destes testes como um desafio e permanecer ligados aos nossos corações enquanto avançamos. O maior de todos os desafios será a nossa disponibilidade para reabrir o coração uma e outra e vez. Quando dedicamos muita atenção à adversidade, reconhecemos que é poderosa. Percebemos que promover a mudança dentro de nós é um trabalho exigente.
Podemos optar entre transformarmo-nos e permitirmos que a adversidade nos controle." - Shajen Joy aziz e Demian Lichtenstein

sexta-feira, 15 de janeiro de 2016



"A verdade é que existe bem em absolutamente tudo o que acontece. Passamos pelas experiências para podermos aprender lições. Aquilo que aprendemos destina-se a melhorar-nos. fazer-nos crescer, aperfeiçoar-nos, capacitar-nos, ainda que determinada experiência possa parecer negativa, muito triste ou assustadora no presente. A verdade é que se procurarmos o bem - se procurarmos esse bem - ele está aí." - Sonia Powers


"Saiba que está no caminho da autodescoberta. Pode conseguir tudo o que quiser estando presente na sua presença - consciente de si próprio, dos seus actos e escolhas, e daquilo que é mais importante para si. Aprendemos sobretudo que a viagem do nosso tempo de vida é de autorealização e autoapreciação. Aceitação e compreensão. Quanto mais formos capazes de nos amarmos e aceitarmos, mais seremos capazes de amarmos e aceitarmos os outros. Acreditamos que o amor é a essência suprema pela qual todos lutamos, quer disso tenhamos ou não consciência. As nossas vidas são feitas de muitos cumes e vales e é no coração desses mesmos cumes e vales que a nossa verdadeira natureza brilha em todo o esplendor." - Shajen Joy Aziz e Demian Lichtenstein

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

 


"Alguma vez tentou a sério ser algo que não é? Nem lhe sei dizer quantas portas fechei enquanto tentava obrigar-me a ser o que me parecia que os outros procuravam em mim. Alguém verdadeiramente importante entra na nossa vida e mudamos de forma radical. Num mundo de abundância, não temos de mudar a forma radical. As pessoas que procuram por nós vão encontrar-nos. Aquilo que há de melhor em sermos nós mesmos é o facto de nos apresentarmos de forma totalmente autêntica." - Janet Bray Attwood


"Há um momento em que passamos à acção e abandonamos o que foi antes a nossa vida, ou aquilo que antes conhecíamos. Se nos confrontamos com um problema importante, é muito fácil desencorajarmo-nos. É fácil sentirmos: «Ai, ai! Isto ultrapassa-me.» Daí que seja importante mantermos algum exercício espiritual, qualquer que seja - e devemos encontrar o que melhor se nos adequa - como forma de nos mantermos ligados a algo que possuímos e que é maior que os nossos problemas.
Por exemplo, eu tenho a sorte de ter oito netos, sete dos quais crianças pequenas. Aprendi com eles à medida que aprendiam a andar. Eles gatinhavam, mas queriam caminhar porque viam os irmãos mais velhos e os pais a fazê-lo. Sentiam: «Eu também quero!» E era assim que aprendiam a levantar-se e manter-se de pé.
Por vezes, aprisionamo-nos a velhos hábitos que funcionaram no passado, mesmo sabendo que preferíamos criar algo novo e fazer a diferença. Mas se obedecermos a este impulso, haverá um momento em que largamos aquilo que nos parece sólido e seguimos a nossa vontade. Estamos, pois, dispostos a atravessar o abismo entre o que conhecemos e o que vem a seguir.
A princípio, quando adquirimos novas competências, sentimo-nos instáveis e inseguros. Podemos cair como crianças que aprendem a andar. Mas não podemos recuar, e levantamo-nos de novo, damos uns passinhos, avançamos um pouquinho mais e, de repente, miraculosamente, estamos a caminhar. É sempre assim que acontece. Como o sei? Nunca vi um desses miúdos desistir à milésima tentativa e dizer: «Chega. Desisto. Eu simplesmente não nasci para caminhar». 
Voltaram a tentar e conseguiram de novo." - Mary Manin Morrissey 

quarta-feira, 13 de janeiro de 2016



"Seja verdadeiro. Diga o que se passa consigo. A comunicação funciona quando somos verdadeiros. Digo sempre esta frase: «Diga a verdade o quanto antes». Só que muitos não comunicam de forma autêntica. Preferem manipular e afectar a outra pessoa. Quando isso acontece não existe ligação ao nível do coração. Ao invés, se formos honestos e partilharmos as nossas paixões, os nossos sentimentos, o que quer que queiramos dizer, aquilo com que queremos contribuir para avida, obtemos uma comunicação honesta e verdadeira. Isso parece-me crucial. Partilhe as suas opiniões sinceras, ainda que sejam de cólera. Podem causar desconforto, mas são palavras necessárias. A autenticidade pode conduzir a uma verdadeira cura e crescimento." - Jack Canfield


"Esqueça a expressão «não consigo». Falei com pessoas de todo o mundo e se há palavras que se ouvem muitas vezes é: «Não consigo encontrar. Não consigo fazer. Não consigo chegar lá. Não consigo isto. Não consigo aquilo.». Gostaria de partilhar consigo um pequeno segredo. Em crianças, não conhecíamos a expressão não consigo - o que é bem diferente de nos alertarem para não subirmos tão alto na árvore ou não tocarmos no fogão quando ele está quente. Em vez de dizer que não consegue, dê um passo. Pode não ser o passo certo, mas só saberá quando o der. Para conseguir encontrar o seu Dom precisa de passar à acção. Siga em frente. Se não lhe parecer amor, ou se não funcionar em prol do amor, o mais provável é que esteja no caminho errado." - Rick Mars

terça-feira, 12 de janeiro de 2016



"O que a nossa mente tem de interessante é que, quando está calma, contida e concentrada, acumula uma enorme energia e poder e torna-se capaz de manifestar as suas intenções." - Sri Sri Ravi Shankar


"Sabotamo-nos imenso com o pensamento negativo. Quando as pessoas sentem cólera ou ficam deprimidas, geralmente estão a pensar em alguma coisa passada - alguma coisa sobre a qual não têm qualquer controlo. Só quando estamos no presente é que controlamos os nossos pensamentos, as nossas acções, aquilo que sentimos. Mas quando nos sentimos negativos, só o fazemos a nós mesmos no momento presente." - Bobbi Deporter

segunda-feira, 11 de janeiro de 2016



"Exercite-se mais na solidão. Muitos têm medo de estar sozinhos. Mas é no silêncio da sua própria alma que a sua voz interior lhe fala e consegue ouvi-la e segui-la, cumprindo as suas orientações. Pode igualmente exercitar-se a amar-se. Dê a si mesmo autorização para viver os seus sonhos, para ficar bem. Dê a si próprio autorização para ser perdoado por erros passados. Dê a si próprio  autorização para recomeçar. Tudo isto são actos de amor." - Sheila Mckeithen

domingo, 10 de janeiro de 2016



"Aquilo que a maioria de nós faz, infelizmente, por assim termos sido educados pelos nossos pais, pela escola, pela sociedade, é perder o contacto com a essência, o questionamento. E quando atingimos o topo da escada, cinquenta anos mais tarde, descobrimos que a encostámos à parede errada. Então, achamos que desperdiçámos a nossa vida. Não descobrir o seu Dom é morrer com a música dentro de si.  
O primeiro passo consiste em dispor de tempo para se explorar e descobrir a sua paixão. Faça o que for necessário para a manter viva. Fazendo-o, levará naturalmente ao mundo aquilo de que ele precisa. Conseguir que o Dom se revele de uma forma que o preencha pode demorar anos, mas não desanime. Tenha a coragem de estabelecer metas, de pedir aquilo que quer, de correr o risco da rejeição, de perseverar em face dos obstáculos." - Jack Canfield 

sábado, 9 de janeiro de 2016



"Se um indivíduo quer verdadeiramente descobrir o seu Dom, tem de se perguntar: «Que Dom está a tentar vir ao de cima e expressar-se através de mim? Que poder está a tentar tomar consciência de si próprio enquanto eu?». Muitas pessoas não fazem essa pergunta. Perguntam simplesmente: «Como posso evitar a dor? Como posso conseguir mais coisas? Como posso ajustar-me melhor à sociedade em que vivo? Como posso atingir o sucesso?». Talvez o seu modelo de sucesso seja algo que lhes foi entregue por uma sociedade tecnológica, consumista e desumanizada. 
Outras perguntam: «Como posso tornar-me mais eu? Como posso partilhar os meus Dons? Como posso activar o meu potencial?». Essas são as questões que começam a activar as faculdades espirituais que há dentro de nós e nos permitem ver o invisível e ouvir o inaudível. Ao fazer estas perguntas, estamos a sair do mundo diário das questões mundanas. Tomamos consciência de uma emissão interior permanentemente em curso. Somos guiados, não pelo mundo, mas pelos nossos corações. Somos guiados pelo desejo que a nossa alma tem de se desenvolver e desabrochar." - Michael Bernard Beckwith  

sexta-feira, 8 de janeiro de 2016



"Sabemos que a vida em si própria é um Dom que chega até nós envolto num belo papel de embrulho. Por vezes, porém, concentramo-nos de tal modo no brilho do papel de embrulho que nunca passamos da superfície. Nunca desembrulhamos. Nunca exploramos as profundezas daquilo que é a vida. Precisamos de desembrulhar os Dons que a vida nos oferece e descobrir verdadeiramente o que há dentro de nós. 
Um obstáculo que nos impede de desembrulhar o Dom é a autoculpabilização. É como se o papel de embrulho estivesse sujo e isso nos levasse a deitar fora o Dom contido no seu interior, presumindo que não presta. E, no entanto, caso tivéssemos desembrulhado o Dom, poderíamos encontrar algo de verdadeiramente precioso. Para descobrirmos o Dom que a Natureza nos concedeu temos de começar por deixar de nos culpar por sermos quem somos." - Sri Sri Ravi Shankar

quarta-feira, 6 de janeiro de 2016



"Se olharmos as coisas de perto, na melhor das hipóteses chegaremos à conclusão de que as palavras tentam dizer o que pensamos ou sentimos, mas há motivos para suspeitar que, por muito que procurem, não chegarão nunca a enunciar essa coisa estranha, rara e misteriosa que é um sentimento." - José Saramago

terça-feira, 5 de janeiro de 2016



"Quem teve a ideia de cortar o tempo em fatias,
a que se deu o nome de ano,
foi um indivíduo genial.
Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão.
Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos.
Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui para diante vai ser diferente." - Carlos Drummond  de Andrade

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016



"É a lei da vida que cada vez que se fecha uma porta abre-se outra. O pior é que olhamos frequentemente com demasiada persistência para o passado e queremos tanto a porta fechada que não reparamos na que está a abrir-se." - Albert Schweitzer

sábado, 2 de janeiro de 2016



"Só quando temos a coragem de encarar as coisas exactamente como elas são, sem sucumbir a qualquer ilusão, é que nasce uma luz em tudo o que acontece, uma luz que ilumina o caminho para o sucesso." - I Ching

sexta-feira, 1 de janeiro de 2016




"Ofereci-te tanta coisa. A mais preciosa, aquela que há muitos anos não dava a ninguém - a mais preciosa, repito, foi a minha absoluta disponibilidade para estar contigo, ouvir-te, ou estar em silêncio perto de ti." - Al Berto